Região central, Praça da Sé, década de 1920. Em destaque o Edifício Martinelli em construção e a Rua XV de Novembro.
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quarta-feira, 7 de outubro de 2020
Praça da Sé, 1920, São Paulo, Brasil
Região central, Praça da Sé, década de 1920. Em destaque o Edifício Martinelli em construção e a Rua XV de Novembro.
Alfândega e Guardamoria, 1913, Manaus, Amazonas, Brasil
Aspecto do belíssimo conjunto portuário, inaugurado em
janeiro de 1909, capturado com a área frontal tomada por caixas de
"pelas" de borracha e barris de carvalho. Cinco anos após a
inauguração do maior cais fluvial do mundo, em 1906, a fantástica produção de
borracha e outros itens da pauta de exportação do Amazonas havia saturado a
capacidade de operação de embarque - em condições normais a borracha, tipo
exportação, acondicionada em caixas de madeira, era inspecionada no pátio dos
armazéns situados no início da Rua Visconde de Mauá e embarcada através do
trapiche e berço flutuante dedicados à exportação. Na borda esquerda da foto é
possível observar a velha locomotiva inglesa - responsável pelo aterro e
nivelamento da área portuária, realizado entre 1902 e 1906 - postada junto à
entrada do cais defronte ao prédio da Alfândega. Estaria ela meramente
estacionada naquele local à espera do próximo serviço? Ou em plena atividade,
exercendo a tração de algum dos vagonetes que operavam no porto? Destaques: Os
prédios aduaneiros, de estilo neorrenascentista, foram projetados pelo
arquiteto inglês Edmund Montagu Prinsep Fisher, famoso em seu país por ter
projetado o "Hall and Maitland", no Somerville College, em 1913. Na
construção do conjunto de prédios da Alfândega e Guardamoria foi empregado o
sistema construtivo pré-fabricado. Diz-se que até a argamassa para juntar as
peças teria vindo da Inglaterra. Originalmente o charmoso prédio da Guardamoria
não possuía cobertura no segundo andar, sendo este adendo construído em 1913,
em virtudes das fortes chuvas em Manaus durante os meses de inverno amazônico.
Varanda Traseira do Frontão São Paulo com Vale do Rio Tamanduateí, 1922, São Paulo, Brasil
Frontão é o nome que se dá a parede utilizada para a prática do esporte Pelota Basca, acabando também por designar o local como um todo.
São Paulo abrigou muitos imigrantes de origem espanhola, oriundos das mais diversas partes da nação ibérica, entre eles gente de uma região conhecida como “País Basco” (região situada ao norte da Espanha). Donos de costumes próprios, eles praticavam um esporte bastante diferente de qualquer outra modalidade já vista: a Pelota Basca. Trata-se de um jogo onde uma bola é batida com a mão, uma raquete, um bastão de madeira ou uma cesta (que compõem as modalidades diferentes deste mesmo esporte) contra uma parede (chamada de frontão). Duas equipes, de duas pessoas cada, disputam a contenda, num espaço separado por uma linha no chão ou por uma rede.
O esporte chegou a ser modalidade olímpica, nos Jogos de 1900 em Paris, só voltando em outras duas outras ocasiões, como esporte de demonstração, em 1968, no México, e em 1992, Barcelona.
A prática de Pelota Basca foi proibida no Brasil em 1941, por causa das apostas que o público fazia. Desta forma, o esporte foi suspenso na cidade e nunca mais voltou a ser praticado.
Lavadeiras e Atracadouro no Rio Tamanduateí em 1890, São Paulo, Brasil
Uma belíssima foto de
Lavadeiras e do atracadouro no rio Tamanduateí em 1890, em São Paulo/SP.
Numerosos grupos de mulheres apressadas se dirigiam à Várzea do Carmo. Algumas
traziam a cabeça pesados tachos de cobre repletos de roupas, outras carregavam
roupas embaixo do braço ou ainda pendurados nas mãos, mas todas carregavam
roupas sujas que iam lavar nos vários afluentes do rio Tamanduateí.
Canalização do Rio Tamanduateí, 1914, São Paulo, Brasil
Uma das mais
importantes sub-bacias do Alto Tietê, a bacia hidrográfica do rio Tamanduateí,
com 323 km² abrange zonas centrais de importantes cidades como São Paulo, Santo
André, São Bernardo do Campo, São Caetano, Diadema e Mauá. Já no século XIX as
inundações causadas pelo rio Tamanduateí na chamada Várzea do Carmo, hoje
parque D. Pedro II, provocavam o protesto das populações ribeirinhas e da
imprensa, que exigiam a execução de obras de canalização como forma de prevenir
epidemias consequentes das enchentes.
Vista do Rio Tamanduateí, Entre os Bairros da Luz e do Pari, 1906, São Paulo, Brasil
Vista do rio Tamanduateí, entre os bairros da Luz e do
Pari, região central de São Paulo, em foto de 1906. Já em 1867, a várzea desse
rio recebeu a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, em torno da qual se fixaram
numerosas indústrias, dando início ao ciclo de poluição química.
Trabalhos de Retificação do Rio Tamanduateí, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
Uma foto interessante das obras de retificação no rio Tamanduateí sentido do bairro do Brás. Vemos o Palácio das Indústrias logo acima do leito do rio. Imagem ovalada, bastante comum nessa época.
Várzea do Carmo, 1900, São Paulo, Brasil
Várzea do Carmo, 1900, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
Várzea do Carmo em São Paulo/SP em 1900. Foto feita da
rua Paula Souza em direção ao centro. Na margem oposta do rio Tamanduateí, o
Mercado Caipira e a rua 25 de Março. Na linha do horizonte, da esquerda para
direita, destacam-se: Convento do Carmo, Casa da Marquesa de Santos e Pátio do
Colégio, frontão Boa Vista, igreja do Rosário e Mosteiro de São Bento. Várzea
do Carmo era a denominação de uma das zonas centrais da cidade de São Paulo,
adjacente ao Convento do Carmo e frequentemente atingida pelas cheias do rio
Tamanduateí, inicialmente conhecido como Piratininga. Em 1821, o Major de
Engenheiros Pedro Arbues Moreira apresentou ao governo uma proposta de
desaguamento da Várzea do Carmo, com a abertura de um canal de 40 palmos de
largura. Por ser uma obra muito cara não foi executada. Durante a presidência
do Padre Dr. Vicente Pires da Mota foram feitas muitas melhoras no local, entre
elas a mudança no curso do rio Tamanduateí. Na administração dos presidentes
João Teodoro Xavier e João Alfredo Correia de Oliveira, foram realizadas várias
obras com o objetivo de preservar o local das inundações. O saneamento integral
e a recuperação da Várzea do Carmo foi um processo lento. Após a canalização do
rio, que só foi concluída na segunda década do século XX, o topônimo caiu em
desuso e, hoje a zona é - grosso modo - equivalente ao Parque Dom Pedro II. Na
Várzea do Carmo, em São Paulo, em 14 de abril de 1895, foi realizada uma
partida de futebol entre ingleses e anglo-brasileiros, formados pelos
funcionários da Companhia de Gás e da Estrada de Ferro São Paulo Railway. Essa é
considerada a primeira partida de futebol do país. O amistoso terminou em 4 a
2, com vitória do São Paulo Railway. A Companhia Mecânica, que havia efetuado
grande parte da canalização do rio Tamanduateí, recebeu a proposta da
Prefeitura para realizar a urbanização da Várzea. Tratava-se de executar o
projeto então elaborado para o parque. Como o Tesouro Municipal não dispunha de
recursos, o prefeito Washington Luís Pereira de Sousa propôs que o serviço
fosse pago com os terrenos remanescentes, que pertenciam ao Município. A
Companhia Mecânica, por ser uma poderosa organização empreiteira, não achou
vantajosa essa troca de terras por serviços e desistiu. O prefeito tinha como
secretário o Sr. Antônio Almeida Braga, que se propôs a conseguir os recursos
necessários para a urbanização por meio de uma companhia a ser construída.
Assim surgiu a Companhia da Várzea do Carmo, que tinha como presidente o
Visconde de Moraes. Para o Conselho Fiscal foi nomeado o engenheiro Ricardo
Severo da Fonseca e Costa, sócio do escritório de Engenharia e Construções
Ramos de Azevedo. Os escritórios dessa nova Companhia ficavam no prédio do
Banco Português do Brasil, na rua XV de Novembro. Em 1921 o canal do
Tamanduateí foi concluído, junto com o ajardinamento da área, atraindo multidões
à procura de trabalho. Dois anos depois o serviço estava completamente
terminado e teve início a venda de lotes, que eram em média de duzentos metros
quadrados com sete metros de frente. Os dois maiores lotes foram adquiridos
pela Prefeitura para a construção do Mercado Central (atual Mercado Municipal
de São Paulo). Com os trabalhos de urbanização do parque e canalização do rio,
mudava-se o leito antigo para transformar-se na rua 25 de Março. Ali existia um
movimentado porto, com grandes e rústicos armazéns. Dessa extinta atividade
restou a denominação Ladeira Porto Geral. Também desapareceram os portos do
Tamanduateí, denominados Beco das Barbas, na atual Ladeira Porto Geral, da
Figueira, na foz do Anhangabaú; da Tabatinguera, diante da rua de mesmo nome.
Já o rio estava difícil de navegar devido aos bancos de areia, entulhos e
aguapés. Antes de se tornar o Parque Dom. Pedro II, toda região era denominada
Várzea do Carmo, várzea por ser uma área que se inunda pelas cheias do rio
Tamanduateí e rio do Carmo , este que se encontrava próximo a igreja do Carmo,
que também nomeava a ladeira e ponte ao final dela (região hoje conhecida como
avenida Rangel Pestana). O rio Tamanduateí teve por anos suas margens
utilizadas para banhos, pelas lavadeiras e também para o despejo de lixos. As
recorrentes enchentes se tonaram um problema para a população, pois foi
responsável por trazer doenças às pessoas, por conta da insalubridade da
Várzea. Com a intenção de resolver este problema, em 1810, uma vala foi
construída no centro da Várzea para barrar os alagamentos. Em 1822, ao visitar
a cidade de São Paulo o botânico francês Auguste Saint-Hilaire, caracterizou a
Várzea de Carmo como uma “planície sem acidentes que apresenta uma encantadora
alternativa de pastagens rasteiras e de capões de mato pouco elevados […] nas
partes em que há mais água, o solo é entremeado de montículos cobertos de
espessos tufos de relva.” e o rio Tamanduateí como quem ia serpenteando a
região com suas sete voltas. Beco das Sete Voltas era denominada essa pequena
parte que margeava o rio. Em uma das setes voltas ficava o Porto Geral, que
recebeu esse nome por ser o mais movimentado dos portos do rio. Eles duraram
até 1849, quando se iniciaram obras para a retificação do rio. O Beco virou uma
rua, que hoje é conhecida por 25 de Março. No fim do século XIX, a obra ganhou
força para ser terminada. João Theodoro, em sua gestão, com o objetivo de
transformar o rio em uma reta, especialmente na região do Brás e Luz, realizou
a canalização da primeira parte do rio. Ainda, Theodoro foi responsável por
colocar jardins e projetar a Ilha dos Amores, o que o transformou como um dos
primeiros urbanistas do país. Em 1890, além de tentar encontrar novas soluções
para as enchentes que ainda atingiam a população, o poder público discutia um
plano de "embelezamento" da Várzea do Carmo. Para que uma decisão
fosse tomada, pelo executivo paulistano, sobre a situação das enchentes, foram
30 anos de discussões e debates. Em 1910, então, foi decido erguer um parque,
onde participariam a iniciativa privada, o poder público municipal e estadual.
Ideia que foi aprovada em 1914 e entregue a população em 1922. Assim, deixa de
existir a Várzea do Carmo e surge o Parque Dom. Pedro II que se torna um dos
mais importantes espaços públicos de São Paulo, por conter grande variedade de
árvores. Em 1924, considerando a ideia do poder paulistano e a importância de
transformar a região, foi contemplado o Palácio das Indústrias. Com o
crescimento demográfico e econômico da cidade, na década de 30, a maioria das
construções dos tempos coloniais e do império foram destruídas e a cidade foi
deixando de possuir característica "europeia". Além disso, nesse
período surge o Plano das Avenidas que mudaria totalmente a estrutura do
parque. A primeira proposta voltada para à cidade de São Paulo foi feita pelo
engenheiro Prestes Maia que, ao se tornar prefeito em 1938, começou a executar
seu plano. A principal característica de sua ideia era a tentativa de fazer uma
"cópia" das metrópoles americanas, e ter uma política voltada para o
transporte rodoviário. O parque sofreu intervenções e teve sua estrutura
alterado, no final dos anos 50, como a pavimentação da Avenida do Estado no
trajeto do Tamanduateí, a criação de cinco viadutos e diversas outras obras. A
propósito, a concepção da Avenida do Estado, foi o marco para o início da
degradação do parque. A estação do metrô Pedro II, o terminal de ônibus,
surgido em 1971, e outras ideias do poder público, foram de gradando e
destruindo o espaço do parque, que resultou no que temos hoje: apenas um espaço
de transição e não mais de interação com a cidade.







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