sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Theatro Melpômene, Vitória, Espírito Santo, Brasil


 

Theatro Melpômene, Vitória, Espírito Santo, Brasil
Vitória - ES
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog: Data e autoria não obtidas.

Theatro Melpômene, Vitória, Espírito Santo, Brasil

 



Theatro Melpômene, Vitória, Espírito Santo, Brasil
Vitória - ES
Fotografia - Cartão Postal

Texto 1:
A história começou em 1872, quando o grupo de teatro Melpômene conseguiu um empréstimo para instalar um teatro no Largo da Conceição. Mas o empreendimento não foi adiante. A sociedade foi extinta, mas anos depois, o projeto é recuperado pelo então governador Muniz Freire que deu início às obras.
A construção se deu em 1895 e o teatro foi inaugurado em 1896 na praça da Independência (atual praça Costa Pereira), exatamente onde hoje é o Hotel Império, no início das ruas Graciano Neves e Sete de Setembro, no Centro de Vitória. Ali aconteceram as primeiras apresentações de óperas, a primeira projeção de filme (1901) e os primeiros grandes espetáculos.
O prédio foi projetado pelo arquiteto italiano Felinto Santoro no governo de Muniz Freire (1890-1896) . Construído em pinho de piga, possuía 1200 lugares, seu próprio gerador de energia, cortinas, camarotes, poltronas e cadeiras para a plateia.
O teatro funcionou até 1924 quando, durante a exibição de um filme em 08 de outubro, ocorreu um incêndio na sala de projeção que causou um imenso tumulto, levando algumas pessoas a se jogarem para fora do teatro. Parte da escada destinada ao público do balcão cedeu ao peso e deixou dezenas de feridos. Encontra-se algumas divergências entre publicações da época e dados que se divulgam hoje sobre o tamanho real do incêndio e quanto ao número de mortos. O jornal “Folha do Povo”, em 9 de outubro de 1924, apresentava a seguinte manchete: “O incêndio de hontem no Theatro Melpomene – vários mortos e grande número de feridos”. A partir desse episódio, o teatro foi interditado e vendido em 1925 a André Carloni, que aproveitou as colunas de ferro fundido para sustentáculo do Theatro Carlos Gomes, por ele iniciado. Este último foi inaugurado no dia 5 de janeiro de 1927, na mesma praça, alguns metros à direita do anterior. Texto do História Capixaba.
Texto 2:
Um dos pontos culturais mais emblemáticos da Vitória do fim do século XIX e começo do XX atendia pelo nome de Sociedade Dramática Particular Melpômene, que se tornaria o polo da vida cultural da capital por quase três décadas.
O Theatro Melpômene foi o primeiro teatro à italiana de Vitória, inaugurado em 1896 na praça Costa Pereira, Centro Histórico da cidade, e demolido em 1925, um ano após sua interdição.
Nascida em Campina Grande (PB), Colette Dantas reside em Vitória, Espírito Santo, desde 1982. Cresceu no Recife e morou também no Rio de Janeiro, cidades onde iniciou sua formação e seus trabalhos artísticos. Formou-se em Educação Artística na UFPE (Recife, 1981), em Arquitetura e Urbanismo na UFES (Vitória, 1999) e fez Mestrado em Arquitetura na UFRJ (Rio de Janeiro, 2005).
Ninguém melhor do que ela, portanto, para detalhar os pormenores da construção e da breve vida do teatro. Segundo suas pesquisas, o edifício possuía uma volumetria que se destacava no contexto da cidade, ainda com sua arquitetura e traçado urbano colonial de final do século XIX. Podia ser visto da Baía de Vitória, para a qual tinha posicionada a sua fachada frontal, e de vários pontos de vista da pequena Villa de Victoria, como das Igrejas do Rosário e do Carmo.
O antigo Largo da Conceição da Prainha, transformado em praça Costa Pereira, foi o território escolhido para implantação do teatro. No terreno vizinho, existia a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, que foi demolida após a construção do teatro, pois os frequentadores da capela sentiam-se ameaçados pela "exposição moral" a que poderiam se submeter, dada a proximidade com um espaço daquela "natureza". Em outras palavras, o ambiente do teatro não era bem visto pela sociedade burguesa de então, sofrendo os preconceitos que sempre o acompanharam.
Além disso, o local estava sujeito a frequentes alagamentos, pois abrigava o estuário do Reguinho, riacho que descia do Morro da Fonte Grande, canalizado posteriormente para dar lugar à urbanização da rua Sete de Setembro e entorno.
A fachada do teatro era toda modulada em painéis de madeira com sistema de travamento cruzado interno das peças, lembrando a estrutura do sistema construtivo enxaimel. As peças de madeira, pinho de riga, foram trazidas de navio do Rio de Janeiro, de onde já vieram modeladas.
Para construir o teatro, foram contratados diversos profissionais italianos da construção civil, entre eles o engenheiro projetista da obra Filinto Santoro, o pintor Spiridioni Astolfoni, e o jovem ajudante de serviços Andrea Carloni.
O projeto arquitetônico do teatro foi desenvolvido por Santoro entre 1895 e 1896, que redigiu um memorial descritivo abordando questões conceituais, técnicas e construtivas da edificação, e ainda apresentava referências estéticas e programáticas que esclareciam seu processo criativo e decisões projetuais importantes.
Internamente, na sala de espetáculos, era possível observar as ordens da plateia: térrea, frisas, camarotes e galerias. A planta em ferradura revelava o traçado das edificações teatrais neoclássicas. O arco de cena decorado possuía camarotes de palco nas suas laterais e um fosso de orquestra. Foi a primeira edificação de Vitória a ter luz elétrica, fornecida por gerador próprio.
O teatro recebia uma diversidade de atrações, principalmente espetáculos cênicos. No espaço, foi instalado um dos primeiros cinemas da cidade, que exibiu a primeira sessão pública em 1901. Os eventos políticos e sociais também eram frequentemente abrigados pelo Melpômene, como bailes de carnaval e banquetes.
Infelizmente, em 8 de outubro de 1924, durante a sessão de um filme, um princípio de incêndio na cabine de projeção do Melpômene trouxe pânico aos espectadores. O desespero levou algumas pessoas a se jogarem do balcão para dentro e para fora do teatro. Parte da escada destinada ao público do balcão cedeu ao peso. O incêndio foi controlado, mas dois mortos e dezenas de feridos foram o resultado da tragédia, que levou ao encerramento das portas da casa de espetáculos. Texto do Teatro Hoje.
Nota do blog: Data 1913 / Autoria não obtida.

Imagens do Theatro Carlos Gomes, Vitória, Espírito Santo, Brasil



 

Imagens do Theatro Carlos Gomes, Vitória, Espírito Santo, Brasil
Vitória - ES
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog: Data e autoria não obtidos.

Theatro Carlos Gomes, Vitória, Espírito Santo, Brasil

 


Theatro Carlos Gomes, Vitória, Espírito Santo, Brasil
Vitória - ES
Fotografia - Cartão Postal


O Theatro Carlos Gomes é localizado na praça Costa Pereira, no centro da cidade. 
Inaugurado em 5 de janeiro de 1927 e inspirado no Theatro Scala de Milão, foi projetado pelo arquiteto italiano André Carloni. Apresenta uma mistura de estilos arquitetônicos em que predomina o neoclássico. A pintura do teto é de autoria do artista mineiro Homero Massena.
O Theatro Carlos Gomes foi edificado numa época em que Vitória passava por importantes transformações urbanas. Em 1923, o Theatro Melpômene (o único da cidade) sofrera um incêndio e foi demolido para a abertura da rua Sete de Setembro e para o alargamento da praça da Independência, atual praça Costa Pereira. Por utilizar a área do antigo teatro para ampliação da praça, a administração estadual assumiu o compromisso com o município de erguer um novo teatro. O projeto do Theatro Carlos Gomes é do arquiteto André Carloni, que adotou um estilo arquitetônico eclético. A construção utilizou recursos privados e aproveitou as colunas de ferro fundido do antigo Melpômene, que servem até hoje como sustentação dos balcões e galerias. A obra foi inaugurada em janeiro de 1927. Pouco tempo depois, o teatro foi comprado pelo governo estadual, que passou a administrá-lo. Com a crise do café, em 1929, foi arrendado a uma firma particular e passou a funcionar também como cinema.
Em 1970, retomado pelo Estado, passa por uma ampla restauração, recuperando sua importância no cenário cultural de Vitória. Em 1983, foi tombado pelo Conselho Estadual de Cultura.
Em razão do processo de restauração, o theatro atualmente (2024) se mantem fechado (desde fevereiro de 2017). Texto da Wikipédia.
Nota do blog: Data 1976 / Autoria desconhecida.

Predinhos da Avenida Cel. Quito Junqueira, Campos Elíseos, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil

























Predinhos da Avenida Cel. Quito Junqueira, Campos Elíseos, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Indubitavelmente, a Cel. Quito Junqueira é conhecida por seus predinhos, existindo vários pela avenida.
Nota do blog: Data 2024 / Crédito para Jaf.


 

Imóveis Diversos, Avenida Cel. Quito Junqueira, Campos Elíseos, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil









Imóveis Diversos, Avenida Cel. Quito Junqueira, Campos Elíseos, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Muitas pessoas não sabem ou percebem, mas ainda existem alguns poucos imóveis que originalmente funcionavam como casas na avenida Cel. Quito Junqueira, uma via que atualmente é majoritariamente comercial. 
Os imóveis em questão ficam no primeiro quarteirão da avenida, próximo ao Cemitério da Saudade e, atualmente, são de uso comercial.
Nota do blog: Data 2024 / Crédito para Jaf.

 

Imagens do Cine Theatro Paramount / Atual Teatro Renault, Avenida Brigadeiro Luís Antônio, São Paulo, Brasil

 


1928.


1928.


1929.


1929.


1929.


1972.


1979.


1979.


1982.


1982.


1982.


Teatro Abril.


Teatro Renault.


Teatro Renault.


Teatro Renault.


Teatro Renault.


Imagens do Cine Theatro Paramount / Atual Teatro Renault, Avenida Brigadeiro Luís Antônio, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Texto 1:
O Paramount foi construído por 2 mil contos de réis pelo engenheiro Arnaldo Maia Lello, já falecido, e inaugurado em 13 de abril de 1929. O lugar, lembrou certa vez seu construtor, era o nº 79 "de uma rua de primeira grandeza" e ali, antes, funcionava um velho casarão de madeira que chamavam de Palace Theatro. Adquirido por Horácio Vergueiro Rudge dos herdeiros de Lins e Vasconcelos, o terreno viria a hospedar o primeiro cinema sonoro de toda a América Latina, aberto com enormes filas, com toda a pompa dos anos 20 e com uma plateia de barões do café e senhoras "da mais fina sociedade" com um filme de Ernest Lubitsch, "Alta Traição".
"Ficou estabelecido que não se admitisse discursos durante o ágape. No entanto, foram pronunciados vários, inclusive sete, pelo sr. Day, da Paramount", escrevia, na época, o colunista Rob Pen no Correio Paulistano. E, do filme, dizia: "A sincronização de Alta Traição (The Patriot), com os maravilhosos Emil Jannings, Florence Vidor, Lewis Stone e Neil Hamilton, é uma maravilha verdadeira, que tem empolgado o nosso público, tornando-o imediatamente adepto incondicional do grande portento deste século de surpresas. O cinema com som, que a Paramount apresenta pela primeira vez em toda a América do Sul: o retângulo encantado iluminou-se e pouco depois nele apareceu a sombra do sr. dr. Sebastião Sampaio, operoso cônsul-geral do Brasil em Nova York (documentário especialmente rodado para a ocasião). E o sr. dr. cônsul começou a falar. As palavras saíam claramente dos seus lábios, que a gente via movendo-se na tela".
A cidade, naquela época, possuía apenas doze cinemas que exibiam filmes mudos e três teatros para uma população que ia de 500 a 600 mil habitantes. O Paramount, portanto, revolucionou os espetáculos, oferecendo uma seleção de filmes que ainda hoje levam os saudosistas aos suspiros. Até 1955, funcionou como cinema, com sessões normais diariamente e a novidade de oferecer, aos domingos de manhã, sessões zig-zag para a garotada. Depois de 55, passou a funcionar apenas nos fins de semana e, mais tarde, com a demolição do cine Odeon (na rua da Consolação), passou a ser também, o local onde, no Carnaval, eram promovidos os movimentados bailes dos artistas, primeiro, e dos enxutos, em seguida, o que obrigava os funcionários a uma atividade exaustiva: tinham de retirar as poltronas para os bailes carnavalescos e recolocá-las para a exibição de filmes. Em 58, a Toho, produtora e distribuidora japonesa, tentou transformar o Paramount em ponto de encontro da colônia, promovendo ali o lançamento de "O General Nu". A experiência fracassou e a comunidade japonesa ficou mesmo com as pequenas salas da Liberdade, que raramente exibem o melhor do cinema do Japão.
Assim, mal das pernas, o Paramount ficou limitado a ser apenas teatro. Depois, locado pelo Canal 7, virou estúdio de TV, e quem não se recorda dos grandes e agitados festivais da música popular brasileira, promovidos ali, entre as bandas de Chico Buarque, os ponteios de Edu Lobo, as disparadas de Geraldo Vandré e o violão quebrado e atirado sobre o público naquele famoso momento de explosão de Sérgio Ricardo?
O incêndio de 13 de julho de 1969 matou o suntuoso casarão. A Record transferiu-se para a rua Augusta e pretendia-se, na Brigadeiro, transformar o local, construído com carinho por Maia Lello, em supermercado. Mas os donos da Cinematográfica Hawai acharam que a recuperação do palacete e sua transformação em salas cinematográficas seriam suficientemente bem recebidas pelo público. E em sete meses mudou tudo numa reforma executada sob as ordens do engenheiro Hermann Guettchens. E o velho Paramount, reconstruído, com salas que comportam de 180 a 620 pessoas, passa a ser, a partir de hoje, não um ponto de encontro dos barões e das damas refinadas, mas dos garotões de blue-jeans que se preocupam menos com a estética das salas ou a beleza dos carpetes e cortinas, e mais com o que, de agora em diante, estará nas telas. Texto de Orlando Lopes Fassoni, publicado na Folha de S.Paulo, em 28/10/1979, antes da reinauguração do cinema.
Texto 2:
Em 2001, o Grupo Abril, em parceria com o Grupo CIE, subsidiária do grupo mexicano Corporación Interamericana de Entretenimiento, recuperou o velho cinema e o transformou no Teatro Abril. A T4F Entretenimentos, em novembro de 2012, assinou contrato com a multinacional Renault dos direitos de nome do teatro e o espaço foi rebatizado como Teatro Renault. 
Nota do blog 1: Localizado na avenida Brigadeiro Luís Antônio, 79 (atualmente 411).
Nota do blog 2: Data, quando obtida, abaixo das imagens / Autoria desconhecida.

Cine Theatro Paramount / Atual Teatro Renault, 1986, Avenida Brigadeiro Luís Antônio, São Paulo, Brasil


 

Cine Theatro Paramount / Atual Teatro Renault, Avenida Brigadeiro Luís Antônio, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia



Este e outros cinemas de rua surgiram em um período em que eles marcavam presença na paisagem urbana, como uma valiosa uma opção de cultura e lazer, praticamente em todos os bairros da cidade de São Paulo. A grande novidade desse exemplar, em específico, remete a grande inovação cinematográfica de 1927 que foram os filmes falados com a estreia do filme “The Jazz Singer”. O Cine Theatro Paramount, que iniciou a sua construção no mesmo ano, tinha como objetivo ser a primeira sala de cinema equipada para abrigar projeções sonoras da América Latina.
Projetado por Arnaldo Maia Lello, tratava-se de um cinema de grandes proporções, com capacidade para receber um público total de 1800 pessoas, sendo inaugurado em 1929. Para a estreia do cinema foi escolhido o filme “The Patriot” (EUA, 1928).
Sua fachada com tradicionais elementos classicistas é pontuada de outros ornatos de origem indefinida. Construído para ser um cinema de luxo, sua localização na requintada avenida Brigadeiro Luís Antônio não foi gratuita. O Cine Theatro Paramount era considerado um cinema mais caro em relação aos seus concorrentes paulistanos que foram surgindo, levando a um pequeno declínio do número de espectadores. De fato, como cinema de luxo sua vida foi efêmera. Em 1969 passou a ser utilizado como auditório de programas televisivos, por pouco tempo, até o incêndio que destruiu grande parte de suas instalações. Recuperado nos anos 1970, entrou em decadência no início dos anos 1990, com a concorrência dos cinemas dentro dos shoppings centers, até ser fechado em 1996.
Reinaugurando em 2001, tornou-se um concorrido teatro para grandes musicais e espetáculos na capital paulista, e foi rebatizado como Teatro Abril, oferecendo ao público os tradicionais musicais da Broadway, como O Fantasma da Ópera, Rei Leão e Os Miseráveis. Anos mais tarde, em 2012, com a grande crise que acometeu o grupo que o estava gerenciando, o teatro passa ao grupo automotivo Renault, sendo rebatizado como Teatro Renault, nome que conserva até o presente momento. Texto do Arquitetura Italiana no Estado de São Paulo.
Nota do blog: Data 1986 / Autoria desconhecida.