quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Vista Panorâmica à Partir do Belvedere Trianon, 1934-1936, São Paulo, Brasil

 


Vista Panorâmica à Partir do Belvedere Trianon, 1934-1936, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Entre 1934-1936, o fotógrafo alemão Erwin Scheu registrou esta impressionante panorâmica tirada no Belvedere Trianon. Observamos obras na então denominada Avenida Anhangabaú, a futura 9 de Julho, aberta no Vale do Saracura. Em 1º plano, as ruas Esther (atual Carlos Comenale) e a Plínio Figueiredo. Identifique os locais: o solitário Edifício Martinelli (1); o Edifício Saldanha Marinho na Líbero Badaró (2) e a Sinagoga Beth-El na Martinho Prado (3). À extrema esquerda, não visível atrás da árvore, está o Hospital Sírio-Libanês em construção — após enfrentar intercorrências foi finalmente inaugurado em 15 de janeiro de 1965. Ao fundo, a Serra da Cantareira.

Vista do Antigo Mercado Municipal, Praça XV, Rio de Janeiro, Brasil


 

Vista do Antigo Mercado Municipal, Praça XV, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia


Vista do antigo Mercado Municipal do Rio de Janeiro, na Praça XV, inaugurado em 1907 e demolido para a construção da Avenida Perimetral.
Nota do blog: O Rio de Janeiro é caso único no mundo, seus administradores públicos acabaram com a cidade...

Bonde com Tração Animal, Paranaguá, Paraná, Brasil


 

Bonde com Tração Animal, Paranaguá, Paraná, Brasil
Paranaguá - PR
Fotografia - Cartão Postal

Palácio das Indústrias, 1965, São Paulo, Brasil


 

Palácio das Indústrias, 1965, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Marco de Fundação Original do São Paulo Futebol Clube, Praça da Sé, São Paulo, Brasil










Marco de Fundação Original do São Paulo Futebol Clube, Praça da Sé, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia



Texto 1:
Inaugurado em 1985 como homenagem aos 50 anos da refundação do clube (ocorrida em 16 de dezembro de 1935), antes o monumento ficava exposto no centro da cidade de São Paulo, do lado da Catedral da Sé, entre a praça e o Tribunal de Justiça, onde existia um prédio, já demolido, na Rua Onze de Agosto. Foi no nº 9-A da Rua Onze de Agosto, às 20h, que 15 homens não deixaram o sonho do clube bandeirante se esvair, ao se reunirem no escritório do advogado Silvio Freire, para perpetuar o renascimento do Tricolor. Posteriormente, outros 74 assinaram a ata de refundação.
Daquele clube que viera ao mundo em 1930, da união de sócios do C. A. Paulistano e da A. A. das Palmeiras, somente restaram o nome, o escudo, as cores e principalmente a fé, que foram preservados com a refundação do clube, em 1935.
Texto 2:
Corria o dia 16 de dezembro de 1935, quando um grupo de paulistanos se reuniu no escritório do advogado Sílvio Freire, na Rua 11 de Agosto, para fundar o que seria um novo clube de futebol em nossa cidade: o São Paulo Futebol Clube.
Passada algumas décadas, precisamente nos anos 1970, o edifício onde ficava o escritório de Sílvio Freire foi demolido, junto com vários outros vizinhos, para a construção da estação Sé do Metrô.
Anos depois, 50 anos após a fundação do clube, em 1985, na gestão do presidente Miguel Aidar, começou-se a pensar em uma forma de homenagear a criação do clube.
Após conversas com a prefeitura, foi erigido um marco de fundação no exato local onde era localizado o prédio em que o clube foi fundado. A inauguração do marco de fundação ocorreu em 16 de dezembro de 1985.
O marco consistia em uma base piramidal, que sustentava o monumento, feito em granito. Tanto o distintivo do São Paulo, como os dizeres da obra eram gravados na própria pedra.
Infelizmente o marco de fundação foi vandalizado, sobrando apenas a base piramidal, sendo o restante da obra arrancada e destruída.
Depois de anos, o monumento que marca a fundação do São Paulo Futebol Clube foi resgatado pela própria entidade esportiva, que removeu completamente a estrutura do local original.
O monumento foi reconstruído por completo, com algumas alterações no texto gravado sobre a pedra, e instalado em um local mais seguro, a sede social do São Paulo, precisamente no Memorial Luiz Cássio dos Santos Werneck.
Nota do blog: Como se nota pelas imagens, o marco de fundação original do São Paulo Futebol Clube, erigido na Praça da Sé, não existe mais. Foi destruído/vandalizado, provavelmente por torcedores adversários. Posteriormente foi feita uma réplica, que acabou sendo erigida em localização diferente da original (Praça da Sé), na sede social do clube. Infelizmente é uma coisa triste de se ver, deixando claro a intolerância das pessoas, especialmente no campo esportivo. O Futebol era para ser motivo de alegria, de amizade, algo para unir e divertir as pessoas, não de violência...

Marco de Fundação do Sport Club Corinthians Paulista, Rua Cônego Martins com Rua José Paulino, Bom Retiro, São Paulo, Brasil

 









Marco de Fundação do Sport Club Corinthians Paulista, Rua Cônego Martins com Rua José Paulino, Bom Retiro, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Texto 1:
No meio da multidão que perambula pela José Paulino fica um pedaço da história do Corinthians. Na esquina com a Cônego Martins, minúscula rua sem saída, um pequeno obelisco marca o local onde, em 1º de setembro de 1910, moradores do Bom Retiro, a maioria de origem humilde, fundaram o clube, que se tornou o mais popular da cidade.
A história do grupo é conhecida de cor pelos corintianos roxos. Após um dia de trabalho, eles se reuniram sob a luz de um lampião para criar um time de futebol, inspirado no inglês Corinthian (sem o s).
Com o tempo, os laços que ligavam o Bom Retiro ao Corinthians afrouxaram. Na mesma José Paulino, na época rua dos Imigrantes, não há lembranças do campinho de terra em que a equipe deu os primeiros chutes. Atraído pelo rio Tietê, onde desenvolveu seu departamento de remo, o clube se instalou na zona leste, onde está até hoje.
Texto 2:
Em 01/09/1910, um grupo de cinco operários de uma companhia ferroviária, a São Paulo Railway, do bairro paulistano do Bom Retiro, decidiram criar um time de futebol. Eram os pintores de parede, Joaquim Ambrósio e Antônio Pereira; o sapateiro Raphael Perrone; o cocheiro Anselmo Corrêa e o trabalhador braçal Carlos Silva, além de mais oito pessoas que contribuíram com 20 mil réis e também foram considerados sócios fundadores. A ideia surgiu depois de assistirem à atuação do Corinthian, equipe inglesa de futebol, fundada em 1882, que excursionava pelo Brasil à convite do Fluminense Football Clube. Aqui, os ingleses foram chamados pela imprensa de "Corinthian's Team". Mas o time brasileiro só seria batizado "Sport Club Corinthians Paulista" depois de muita discussão e algumas reuniões na casa de outro integrante do grupo de amigos, o alfaiate Miguel Battaglia, que acabaria se tornando o primeiro presidente da agremiação, embora tenha ficado apenas duas semanas no cargo.
Em sua estreia nos campos de futebol, o Corinthians perdeu para o União da Lapa, por 1 a 0. Porém, já no segundo jogo oficial, em 14 de setembro de 1910, contra o Estrela Polar, vieram o primeiro gol (marcado pelo italiano Luigi Salvatore Fabbi) e a primeira vitória (por 2 a 0).




Nota do blog: A imagem acima mostra o marco de fundação antes da reforma efetuada.

Você Sabe Como o Oxigênio Hospitalar é Produzido? - Artigo


 

Você Sabe Como o Oxigênio Hospitalar é Produzido? - Artigo
Artigo


Não é preciso nem dizer o quanto o oxigênio é importante para os seres humanos. Um exemplo básico disso está no fato de ele ser um dos principais combustíveis usados pelas células do nosso corpo para produzir energia.
A parte boa de sermos dependentes de oxigênio para sobrevivermos está no fato de que ele é abundante na atmosfera. Do ar que respiramos, cerca de 21% corresponde ao gás — além dele, 78% é nitrogênio e o restante outros gases, como argônio, gás carbônico etc.
Por outro lado, algumas aplicações acabam dependendo de oxigênio em concentrações mais altas, caso dos hospitais. Mas você sabe como isso é feito?
O método mais comum para se obter oxigênio em alta concentração é por meio de uma operação conhecida como destilação fracionada do ar líquido.
Como sabemos bem, o ar encontra-se em estado gasoso. Para que ele fique líquido, é preciso que ele seja comprimido e tenha sua temperatura baixada para cerca de -200 ºC.
O primeiro passo é filtrar o ar atmosférico para retirar possíveis impurezas. A partir daí, ele vai para um equipamento destilador e a mistura líquida é aquecida.
O "truque" é que os gases que compõem o ar têm ponto de ebulição diferentes. O nitrogênio, por exemplo, volta ao estado gasoso quando chega a -195.79°C, enquanto o oxigênio passa pelo processo aos -182,97 ºC.
Ou seja: quando o nitrogênio "ferver", o oxigênio ainda estará em estado líquido, o que permite que o nitrogênio seja retirado da mistura.
Feita essa separação, o oxigênio resultante ainda passa por outros processos de purificação, com o intuito de remover resquícios de outros gases.
Para o transporte, ele é armazenado em cilindros em alta pressão: esses recipientes são feitos de aço e capazes de conter 50 litros de oxigênio em uma pressão de 185 atm.
Qual é o grau necessário de pureza do oxigênio para uso hospitalar?
Normalmente, o grau de pureza do oxigênio para uso hospitalar é de 99%. Nos hospitais, ele é administrado juntamente com anestésicos e de forma terapêutica para auxílio na respiração. Esse tipo de uso também exige que o gás não tenha impurezas potencialmente nocivas.
Os cilindros para transporte, inclusive, têm que seguir alguns padrões. Eles são pintados na cor verde e precisam ser esterilizados —o que, normalmente, ocorre com nitrogênio— entre um uma carga e outra.
Por que houve falta de oxigênio no Brasil durante a pandemia?
O processo de produção de oxigênio com alto grau de pureza é complexo e há poucas empresas no país capazes de fazer isso. Com um salto na demanda, essa limitação acabou resultando na falta do produto — e também de cilindros de armazenamento.
Como forma de contornar o problema de forma emergencial, a Anvisa chegou a autorizar, temporariamente, a produção de oxigênio com 95% de pureza para o uso hospitalar, variação que, normalmente, equivale ao oxigênio de uso industrial.
Quais as outras aplicações do oxigênio puro?
As principais aplicações do oxigênio não requerem o alto grau de pureza do uso hospitalar. Assim, ele entra para alimentar fornos da indústria metalúrgica, em processos de soldagem — usando acetileno como combustível — e na produção de plásticos e têxteis.
Já em alta pureza, ele é usado em alguns processos. Um exemplo envolve os equipamentos de análises químicas, como os usados na cromatografia, técnica que visa separar substâncias químicas para análise.
Existem outras formas de obter oxigênio puro?
Em termos de alto volume e pureza e para transporte pressurizado, a melhor opção de produção é a destilação fracionada do ar atmosférico.
Além dela, porém, é possível obter o oxigênio de alta pureza por meio da eletrólise da água, uma reação decorrente da passagem de corrente elétrica pelo líquido. Neste caso, os gases obtidos são o hidrogênio e oxigênio, que podem ser facilmente recolhidos em compartimentos distintos. A vantagem aqui seria a possibilidade de gerar o oxigênio localmente, em respiradores autônomos, sem a necessidade de transporte.
Outro processo é feito pelas chamadas usinas concentradoras, que usam um procedimento chamado adsorção por alternância de pressão, quando se comprime uma mistura como ar atmosférico a fim de que os gases simplesmente se separem.
A vantagem desse método é que ele requer usinas menores, que podem ser instaladas diretamente nos hospitais, fornecendo o oxigênio diretamente na rede da instalação. A tendência, porém, é que o oxigênio obtido por esse método seja menos puro.

Placa de Monumento Produzido Pela Fonderies d'Art du Val d'Osne, Osne-le-Val, Haute-Marne, França


 


Placa de Monumento Produzido Pela Fonderies d'Art du Val d'Osne, Osne-le-Val, Haute-Marne, França
Fotografia

Nota do blog: O monumento em questão está na Praça Buenos Aires, Higienópolis, São Paulo/SP. Para quem deseja saber mais sobre a Fonderies d'Art du Val d'Osne, existem posts específicos no blog. São a origem de grande parte das obras de arte em metal existentes nas principais praças brasileiras, especialmente fontes, estátuas, monumentos, etc.

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Peônias e Várias Flores em um Vaso Rosa (Pivoines et Fleurs Variées au Vase Rose) - Marcel Dyf

 





Peônias e Várias Flores em um Vaso Rosa (Pivoines et Fleurs Variées au Vase Rose) - Marcel Dyf
Coleção privada
OST - 55x46 - 1965

Claudine em Frente às Venezianas (Claudine Devant les Volets) - Marcel Dyf

 




Claudine em Frente às Venezianas (Claudine Devant les Volets) - Marcel Dyf
Coleção privada
OST - 55x46 - 1967

Janela Aberta Para o Mar, Provença, França (Fenêtre Ouverte sur la Mer, Provence) - Marcel Dyf

 





Janela Aberta Para o Mar, Provença, França (Fenêtre Ouverte sur la Mer, Provence) - Marcel Dyf
Provença - França
Coleção privada
OST - 60x72 - 1960


Forte de São Mateus, Cabo Frio, Rio de Janeiro, Brasil


 



Forte de São Mateus, Cabo Frio, Rio de Janeiro, Brasil
Cabo Frio - RJ
Wolney N. 18
Fotografia - Cartão Postal



O Forte de São Mateus do Cabo Frio localiza-se numa ilhota rochosa na extremidade nordeste da atual praia do Forte da cidade de Cabo Frio, no litoral norte do estado brasileiro do Rio de Janeiro.
Em 1617, o governador e capitão-mor da capitania do Rio de Janeiro, Constantino Menelau (1615-1617), que considerava o Forte de Santo Inácio do Cabo Frio excessivamente vulnerável, solicitou o seu desmantelamento e a construção de um novo forte para proteção da povoação de Santa Helena do Cabo Frio e da barra do canal da lagoa de Araruama (hoje canal do Itajuru). O governador-geral do Brasil, D. Luís de Sousa (1617-1621), após consultar Lisboa, aprovou o projeto do engenheiro-mor e dirigente das obras de fortificação do Brasil, Francisco de Frias da Mesquita (1603-1634), cuja traça definitiva data de 1617, e transferiu a responsabilidade das obras para o capitão-mor de Cabo Frio, Estevão Gomes (1616-?), em 1618. Foi nessa conjuntura que ocorreu a transferência da primitiva povoação para o local do atual bairro da Passagem, rebatizada com o nome de Nossa Senhora da Assunção do Cabo Frio.
Uma carta do superior jesuíta do aldeamento indígena de São Pedro, enviada àquele governador do Brasil em 1620, revela que a nova fortificação do Cabo Frio já estava em funcionamento nesse ano. Nela, Estevão Gomes abrigava provisoriamente algumas dezenas de famílias de Tupiniquins que logo seriam transferidas para o aldeamento jesuíta de São Pedro do Cabo Frio, núcleo da atual cidade de São Pedro d'Aldeia.
Em um mapa anônimo de cerca de 1625 da "Terra de Cabo Frio", observa-se o forte velho (Forte de Santo Inácio) localizado junto ao porto da barra do canal da lagoa de Araruama, e o novo, próximo à praia, numa ilhota mais elevada a cavaleiro da barra. Acredita-se que o material de construção, o armamento e a guarnição tenham sido remanejados para o novo Forte de São Mateus. A nova estrutura, em alvenaria de pedra e cal, apresenta planta no formato de um polígono quadrangular irregular, com duas baterias à barbeta, uma guarita no vértice pelo lado do mar, e edificação para Quartel e Depósito no terrapleno pelo lado de terra. Esta edificação apresenta atualmente cinco compartimentos: Casa do Comando, Quartel da Tropa, Cozinha, Casa da Pólvora, Cisterna (ou cela), em nível inferior.
No contexto da reconquista de Angola (e seu mercado de escravos) aos neerlandeses, Salvador Correia de Sá e Benevides retirou a artilharia e a guarnição do forte, deixando sem defesa os vinte e quatro moradores que permaneceram no Cabo Frio (1648). Em 1650, Estêvão Gomes reaparelhou-o para defesa da povoação, com os seus canhões servindo para sinalizar a passagem dos navios que iam para o Rio de Janeiro.
Durante o século XVIII, o Forte de São Mateus estava artilhado com sete peças antecarga, de alma lisa: uma de calibre 12 libras, dois de 8 e quatro de 6, sendo que a maior parte achava-se arruinada ao final desse período. Encontra-se relacionado no "Mapa das Fortificações da cidade do Rio de Janeiro e suas vizinhanças", que integra as "Memórias Públicas e Econômicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para uso do Vice-Rei Luiz de Vasconcellos, por observações curiosas dos anos de 1779 até o de 1789". Segundo o autor anônimo da "Memória Histórica (...) de 1797" a guarnição do forte compunha-se de "um oficial e sete soldados, destes um era de cavalaria e todos eram sujeitos às ordens de um Oficial do Terço, ou Regimento de Milícia de Cabo Frio".
Em 1818, o naturalista Auguste de Saint-Hilaire descreveu o forte como uma "mesquinha casa a que é dado o nome pomposo de fortaleza". Estava "guardado por seis soldados da milícia, que se renovam de quinze em quinze dias, e são mandados por um simples cabo. Este é obrigado a dar aviso ao coronel do distrito, da entrada e da saída de embarcações que passam pelo ancoradouro". Vinte anos mais tarde, em 1838, o forte era comandado pelo 1º Tenente Antônio Joaquim Gago.
O Relatório do general Antônio Eliziário (tenente-general graduado Antônio Elzeário de Miranda e Brito) de 1841, informa que esta fortificação conservava quatro peças em suas três faces, sendo instaladas mais quatro em uma bateria na praia dos Anjos (bateria da Praia dos Anjos) em Arraial do Cabo, como defesa complementar. O Imperador D. Pedro II (1841-1889), ao visitar a cidade de Cabo Frio em 1847, inspecionou o forte "onde foi recebido com uma salva imperial de artilharia" e recepcionado pelo tenente Francisco José da Silva. Encontra-se relacionada entre as defesas do setor Norte ("Fortificações de Cabo Frio") no "Mapa das Fortificações e Fortins do Município Neutro e Província do Rio de Janeiro" de 1863, no Arquivo Nacional. Antes de ser deposto em 1889, o Imperador promoveu o rearmamento das fortalezas brasileiras, encomendando grande quantidade de peças de artilharia, entre elas, os cinco canhões de ferro de grosso calibre até hoje existentes nas suas dependências.
Do início do século XVIII ao final do século XIX, foram feitas algumas modificações na planta da fortificação, mas conservou-se o uso militar na defesa de Cabo Frio e seu porto - escoadouro da produção agrícola e extrativista regional para a capital do Rio de Janeiro. A partir de 1899, a edificação passou a ser utilizada pelas autoridades municipais como lazareto, abrigando os doentes terminais das graves epidemias que assolavam Cabo Frio à época.
No século XX, sem manutenção, o Forte de São Mateus, abandonado, encontrava-se em ruínas ao final da década de 1930. A estrutura abrigou nesse período um farol, demolido em meados do século pelo risco de desabamento que apresentava.
De propriedade da União, o imóvel, o penedo em que se ergue e a ponta da praia num círculo de quinhentos metros de raio a partir do centro do forte encontram-se tombados pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a partir de 1956, passando a ser administrados pela Prefeitura do município de Cabo Frio. Nesse mesmo ano sofreu a primeira intervenção de restauro, sob a direção técnica do professor Adail Bento Costa. Em foto da placa comemorativa dessa restauração pode-se ler: "Forte de S. Matheus Construído por Constantino de Menelau em 1616. Restaurado pela Direção Técnica do Prof. Adail Bento Costa em 1957. Sob os auspícios do Dr. Miguel Couto Filho Governador do Estado".
Com o aumento do turismo na região a partir da década seguinte, a FLUMITUR - Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro (depois TURISRIO) promoveu nova intervenção de restauro (1972), visando a instalação projetada de um museu. Esse projeto foi retomado a partir de 1977, na gestão do prefeito José Bonifácio Ferreira Novellino, que criou um espaço cultural para exposição de artistas locais no Forte São Mateus, para o que lhe instalou luz e água, reparando o piso do caminho e construindo uma nova ponte de acesso. Entre 1983 e 1992, foram promovidas melhorias no seu entorno pelo governo do Prefeito Ivo Saldanha. Em 1989, com o apoio da Rede de Postos Itaipava foram restaurados os caibros do telhado, portas, janelas, ferrolhos e chaves, num investimento total de NCz$ 36 mil (trinta e seis mil cruzeiros novos), sob a supervisão do arquiteto Maximiliano Soutelinho da SPHAN. Nesse mesmo ano, procedeu-se o tombamento municipal do imóvel.
No início de 1993, durante a segunda administração do prefeito José Bonifácio Ferreira Novellino encontrando-se o forte novamente semi-abandonado e bastante deteriorado, foi reafirmado o seu uso cultural. Com a aprovação e supervisão do Patrimônio Histórico, refez-se o telhado, substituíram-se e envernizaram-se as madeiras das portas e janelas, limpou-se, aterrou-se e nivelou-se o terrapleno, caiaram-se paredes, muralhas e guarita; retiraram-se acréscimos externos de cimento modernos, tendo-se melhorado a vigilância e limpeza do entorno.
Atualmente administrado pela Prefeitura Municipal de Cabo Frio, o forte recuperou sua vocação de espaço cultural e turístico, aberto de terça a domingo, das 9 às 19h.

Casa Navio, Bairro de Boa Viagem, Recife, Pernambuco, Brasil


 

Casa Navio, Bairro de Boa Viagem, Recife, Pernambuco, Brasil
Recife - PE
N. 384
Fotografia - Cartão Postal

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Prefeitura de Ribeirão Preto Extingue Daerp, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil

 


Prefeitura de Ribeirão Preto Extingue Daerp, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia


O prefeito Duarte Nogueira (PSDB) sancionou a lei complementar que extingue o Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp) a partir do dia 31 de dezembro. A determinação foi publicada no Diário Oficial do Município dessa segunda-feira, 27. A decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) que autorizava a extinção foi publicado poucas horas antes do decreto.
"Fica extinta a Autarquia denominada Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (“DAERP”) a partir de 31 de dezembro de 2021, sendo que o quadro de pessoal com os cargos de provimento efetivo, nos termos de Lei Complementar Específica, será redistribuído para a Administração Pública Municipal Direta, na Secretaria Municipal de Água e Esgotos de Ribeirão Preto", diz a publicação oficial.
Segundo a Administração Municipal, não haverá redução na remuneração dos servidores públicos do Daerp, transferidos para a Secretaria Municipal de Água e Esgotos de Ribeirão Preto.
A criação da Saerp teve origem na reforma administrativa aprovada pela Câmara Municipal dos Vereadores de Ribeirão Preto, em abril., O pacote de mudanças recebeu 13 votos a favor e 8 contra.
De acordo com o projeto, todos os servidores do Daerp serão alocados na nova Saerp, "respeitando-se e mantendo-se todas as vantagens pessoais, notadamente, adicionais por tempo de serviço, sexta-parte, vantagens pecuniárias incorporadas ou permanentes e vantagens pessoais", consta no texto.
"Com a reforma, o Departamento de Água e Esgotos passará a ser parte da estrutura administrativa da prefeitura. Isso porque, com a aprovação do novo marco regulatório do saneamento básico, haviam duas opções. Transformar a autarquia em empresa mista ou a traríamos para prefeitura”, explicou Antônio Daas Abboud, secretário de Governo. Abboud ainda declarou que a mudança não irá interferir nos funcionários da empresa. “Os benefícios, salário, cargos, carreiras, aposentadoria serão mantidos”, disse.
Serão extintos alguns cargos de livre nomeação e apenas os cargos de diretor, chefe de divisão e alguns cargos de assessoria técnica poderão ser preenchidos por meio de nomeação, explicou Abboud. “Além disso, para exercer um cargo, se faz necessário curso superior e atender a requisitos para a função que irá exercer’, completou Abboud.
Nota do blog: O pai do porcaria que ocupa a Prefeitura criou o Daerp em 07/07/1969, e, paradoxalmente, seu próprio filho o destruiu. E vai privatizar o serviço? Acabar com a falta d'água crônica? Baixar o preço da tarifa? Diminuir as despesas? Prestar um serviço melhor a população? Diminuir os vazamentos de água limpa? Vai cortar as mordomias dos funcionários e acabar com os cargos de livre nomeação? Não, nada disso. Aliás, bem longe disso...
Ele vai criar outro monstrengo municipal, cancelar a dívida da Prefeitura com a autarquia, além de se apropriar dos recursos gerados.
O resultado disso, como sempre ocorre no serviço público, será piora na qualidade do já insuficiente serviço prestado à população, sem falar no objetivo oculto, que, provavelmente, consiste no sucateamento do órgão, igual fizeram com a Ceterp (a antiga empresa de telefonia da cidade), para privatizar a preço de banana, com polpudas comissões pagas por fora aos responsáveis...

Propaganda "Aqui Vão os Nomes de 28 Conceituadas Firmas Para Você Consultar, Antes de Comprar uma Frota de Veículos", Volkswagen Kombi, Volkswagen, Brasil


 

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Propaganda "Chrysler, uma das 3 Maiores Indústrias Automobilísticas do Mundo, Inicia suas Atividades no Brasil", Chrysler do Brasil, Brasil


 

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O Conceito de Estoicismo - Artigo

 


O Conceito de Estoicismo - Artigo
Artigo


Texto 1:
O que é Estoicismo?
Estoicismo é uma escola e doutrina filosófica que surgiu na Grécia Antiga, que preza a fidelidade ao conhecimento e o foco em tudo aquilo que pode ser controlado somente pela própria pessoa, desprezando todos os tipos de sentimentos externos, como a paixão e os desejos extremos.
A escola estoica foi criada por Zenão de Cício, na cidade de Atenas, cerca de 300 a.C., porém a doutrina ficou efetivamente conhecida ao chegar em Roma. O seu tema central defendia que todo o universo seria governado por uma lei natural divina e racional.
Sendo assim, para o ser humano alcançar a verdadeira felicidade, deveria depender apenas das suas “virtudes”, ou seja, os seus conhecimentos e valores, abdicando totalmente o “vício”, que é considerado pelos estoicos um mal absoluto.
O estoicismo também ensina a manter uma mente calma e racional, independente do que aconteça. Ensina que isso ajuda o ser humano a reconhecer e se concentrar naquilo que pode controlar e a não se preocupar e aceitar o que não pode controlar.
Os princípios da filosofia estoica, que norteiam os seguidores da doutrina, são:
A virtude é o único bem e caminho para a felicidade;
A pessoa deve sempre priorizar o conhecimento e o agir com a razão;
O prazer é um inimigo do homem sábio;
O universo é governado por uma razão universal natural e divina;
As atitudes têm mais valor que as palavras, ou seja, o que é feito tem mais importância do que é dito;
Os sentimentos externos tornam o homem um ser irracional e não imparcial;
Não se deve perguntar porque algo aconteceu na sua vida e sim, aceitar sem reclamar, focando apenas no que pode ser modificado e controlado naquela situação;
Agir de forma prudente e assumir a responsabilidade sobre os seus atos;
Tudo ao nosso redor acontece de acordo com uma lei de causa e efeito;
A vida e as circunstâncias não são idealizadas. O indivíduo precisa conviver e aceitar a sua vida da forma que ela é.
A partir desses princípios é possível entender que uma pessoa estoica é aquela que não se deixa levar por crenças, paixões e sentimentos que são capazes de tirar a racionalidade de uma pessoa na hora de agir, como desejos, dor, medo e prazer. Isso porque essas circunstâncias são infundadas e irracionais.
A pessoa estoica busca agir de forma racional, mesmo com a existência desses sentimentos. Não que o estoico seja um indivíduo sem sentimentos, mas ele não é prisioneiro deles.
Os ensinamentos da filosofia estoica:
A filosofia estoica tem o foco na vida prática, nas ações e acontecimentos do cotidiano e em como o ser humano lida com esses acontecimentos de forma racional e prática.
De acordo com o pensamento estoico, há coisas que não estão sob o controle das pessoas e há coisas que são possíveis de serem controladas. Neste caso, sobre o que não é possível controlar, como o clima, por exemplo, não há nada que possa ser feito para alterar o seu estado.
Os ensinamentos da filosofia, como a ataraxia, a autossuficiência, a negação de sentimentos externos e o enfrentamento dos problemas através da razão, tem o objetivo de mostrar que o indivíduo deve se concentrar apenas no que é possível controlar, de ser grato ao que já possui e de negar os prazeres e emoções extremas.
Segundo a filosofia estoica, quando alguém pensa que os acontecimentos que estão fora do seu controle são os que podem proporcionar a felicidade, acaba por deixar que a sua felicidade dependa unicamente dos acontecimentos da sua vida e não do que ela efetivamente pode fazer.
Os principais ensinamentos da filosofia estoica são:
Ataraxia:
O foco da filosofia estoica é a conquista da felicidade por meio da ataraxia, que é um ideal de tranquilidade no qual é possível viver de forma serena e com paz de espírito.
Para os estoicos, o homem apenas poderia conseguir essa felicidade através das suas próprias virtudes, ou seja, dos seus conhecimentos.
Autossuficiência:
A autossuficiência é um dos principais objetivos dos estoicos. Isso porque o estoicismo prega que cada ser deve viver de acordo com a sua natureza, ou seja, deve agir de forma responsável com o que acontece na sua própria vida.
Assim sendo, como ser racional que é, o homem deve se valer das suas próprias virtudes em prol da conquista do seu maior propósito: a felicidade.
Negação de sentimentos externos:
Os estoicistas consideram que os sentimentos externos (paixão, luxúria, etc) são nocivos ao homem, pois fazem com que ele deixe de ser imparcial e passe a ser irracional.
Todos esses sentimentos são tidos como vícios e como causadores de males absolutos que comprometem as tomadas de decisões e a organização dos pensamentos de forma lógica e inteligente.
Enfrentar os problemas através da razão:
Na busca pela vida tranquila e feliz, a filosofia estoica defende que todos os fatores externos que comprometem a perfeição moral e intelectual devem ser ignorados.
Essa linha de pensamento defende que, mesmo na adversidade, em situações problemáticas ou difíceis, o homem deve optar por reagir sempre com calma, tranquilidade e racionalidade, sem deixar que os fatores externos comprometam a sua capacidade de julgamento e ação.
Texto 2:
Os 4 principais filósofos estoicos:
Zenão de Cítio:
Zenão foi o filósofo fundador do estoicismo. Nascido na ilha de Chipre, foi também responsável pela formulação de diversos paradoxos no âmbito da filosofia.
Marco Aurélio:
Marco Aurélio era um imperador romano poderoso, que seguiu o estoicismo durante os seus 19 anos de reinado. Ficou conhecido por sua paz e tranquilidade, mesmo em meio aos problemas enfrentados pelo seu reino, encarando as circunstâncias de forma racional.
Ele compilou os seus pensamentos e conclusões sobre a vida num livro chamado, Meditações de Marco Aurélio.
Epiteto:
A segunda maior referência do estoicismo foi Epiteto, que nasceu como escravo e, ao longo da vida, fundou a sua própria escola estoica, ensinando algumas pessoas muito influentes de Roma, dentre os quais, o próprio imperador Marco Aurélio.
Sêneca:
Tutor e conselheiro do famoso imperador romano Nero, Sêneca também foi um grande político e escritor. Como filósofo, foi um dos principais representantes do estoicismo no Império Romano.
Os seus pensamentos e ensinamentos foram compilados em alguns livros, sendo o principal Cartas de um Estoico.
Texto 3:
Três máximas estoicas do filósofo Epiteto:
"Se devo morrer, morrerei quando chegar a hora. Como, ao que me parece, ainda não é a hora, vou comer porque estou com fome."
"O que Epiteto está querendo dizer aqui é que "o que tiver de ser será. Mas se não tenho de lidar com isso agora, vou fazer outra coisa". Massimo Pigliucci, filósofo italiano e praticante do estoicismo hoje.
"Você não é aquilo que finge ser. Então, reflita e decida: isso é para você? Se não for, esteja pronto para dizer: para mim, isso é nada. E deixe o assunto de lado."
"Deixe para trás as coisas que não estão sob o seu controle e tente trabalhar duro naquilo que você pode controlar." Nancy Sherman, filósofa americana que estuda a influência do pensamento estoico sobre a ética militar.
"Não espere que o mundo seja como você deseja, mas sim como ele realmente é. Dessa forma, você terá uma vida tranquila."
"Para quem vê conformismo nessas palavras, uma ressalva: eles não estão propondo que você seja passivo em relação à vida, mas que aceite as coisas que estão além do seu controle e que já aconteceram", diz o filósofo e psicoterapeuta escocês Donald Robertson.
Texto 4:
“Quanto tempo você vai esperar antes de exigir o melhor de si mesmo?” – Epiteto
Se você procura pela solução para “problemas modernos” como:
Ansiedade;
Angústia;
Falta de amor próprio;
Procrastinação;
Péssimos hábitos diários…
…então essa seleção de frases serão o aprendizado mais importante que você conquistará hoje.
Frases:
"Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida". – Sêneca
“A riqueza não consiste em ter grandes posses, mas em ter poucas necessidades". – Epiteto
“Você tem poder sobre sua mente – não sobre eventos externos. Perceba isso e você encontrará a sua força". – Marco Aurélio
“Sorte é o que acontece quando a preparação encontra a oportunidade". – Sêneca
“Todos nós podemos errar, mas a perseverança no erro é a verdadeira loucura". – Zenão
“A felicidade de sua vida depende da qualidade de seus pensamentos". – Marco Aurélio
“Quem não se contenta com pouco, não se contenta com nada". – Epicuro
“O amigo é um segundo eu". – Zenão
“As dificuldades fortalecem a mente, assim como o trabalho o faz com o corpo". – Sêneca
“Pense na beleza da vida. Observe as estrelas e veja-se correndo com elas". – Marco Aurélio
“O homem não se preocupa tanto com problemas reais quanto com as ansiedades imaginadas sobre problemas reais”. – Epiteto
“A morte, portanto, o mais terrível dos males, não é nada para nós, visto que, quando existimos, a morte não chegou e, quando a morte chegou, nós não existimos". – Epicuro
“Nada, na minha opinião, é uma prova melhor de uma mente bem organizada do que a capacidade de um homem de parar exatamente onde está e passar algum tempo em sua própria companhia". – Sêneca
“Se você está angustiado por qualquer coisa externa, a dor não se deve à coisa em si, mas à sua estimativa dela; e isso você tem o poder de revogar a qualquer momento". – Marco Aurélio
É loucura um homem orar aos deuses por aquilo que ele tem o poder de obter por si mesmo". – Epicuro
“Primeiro diga a si mesmo o que você seria; então faça o que você tem que fazer". – Epiteto
“O segredo é fazer companhia apenas às pessoas que te inspiram, cuja presença exige o que você tem de melhor". – Epiteto
“Limitar os desejos na verdade ajuda a curar o medo. O medo acompanha o ritmo da esperança. Ambos pertencem a uma mente em suspense, a uma mente em estado de ansiedade por olhar para o futuro. Ambos se devem principalmente a projetar nossos pensamentos muito à frente em vez de nos adaptarmos ao presente". – Sêneca
“Lembre-se: não basta ser agredido ou insultado para ser ferido, você deve acreditar que está sendo prejudicado. Se alguém conseguir provocá-lo, perceba que a sua própria mente é cúmplice da provocação". – Epiteto
“Pense em seus muitos anos de procrastinação; como os deuses repetidamente concederam a você mais períodos de graça, dos quais você não aproveitou. Agora é hora de perceber a natureza do universo a que você pertence, e desse poder de controle de quem você é descendente; e para entender que seu tempo tem um limite definido para isso. Use-o, então, para avançar sua iluminação; ou ele irá embora e nunca mais estará em seu poder novamente". – Marco Aurélio
“Se um homem não sabe para qual porto navega, nenhum vento lhe é favorável". – Sêneca
“Estamos mais frequentemente assustados do que feridos; e sofremos mais na imaginação do que na realidade". – Sêneca
“A vida é muito curta e ansiosa para aqueles que esquecem o passado, negligenciam o presente e temem o futuro". – Sêneca
“Este é o nosso grande erro: pensar que ansiamos pela morte. A maior parte da morte já se foi. O tempo que passou, pertence à morte". – Sêneca
“Nenhuma pessoa tem o poder de ter tudo o que deseja, mas está em seu poder não querer o que não tem e fazer bom uso do que tem de bom grado". – Sêneca
“Nada, na minha opinião, é uma prova melhor de uma mente bem organizada do que a capacidade de um homem parar exatamente onde está e passar algum tempo em sua própria companhia". – Sêneca
“As pessoas são frugais na guarda de seus bens pessoais; mas assim que se trata de desperdiçar tempo, eles perdem aquilo em que é justamente certo ser mesquinho". – Sêneca
“A alma é tingida com a cor de seus pensamentos". – Marco Aurélio
“O que fazemos agora ecoa pela eternidade”. – Marco Aurélio
“A felicidade de sua vida depende da qualidade de seus pensamentos". - Marco Aurélio
“Não é a morte que um homem deve temer, mas ele deve temer nunca começar a viver". - Marco Aurélio
“Não perca mais tempo discutindo sobre o que um bom homem deveria ser. Seja". – Marco Aurélio
“Não se entregue aos sonhos de ter o que você não tem, mas calcule a principal das bênçãos que você possui, e então, felizmente, lembre-se de como você ansiaria por elas se não fossem suas". – Marco Aurélio
“Pense em você como alguém que morreu. Você viveu sua vida. Agora, agarre os dias que sobraram e viva-os de maneira adequada. Aquele que não transmite luz cria sua própria escuridão". – Marco Aurélio
“Muitas vezes me perguntei como é que todo homem se ama mais do que todos os outros homens, mas dá menos valor à sua própria opinião do que à dos outros". – Marco Aurélio
“O objetivo da vida não é estar do lado da maioria, mas escapar de se encontrar nas fileiras dos loucos". - Marco Aurélio
“Não espere que tudo aconteça como você deseja, mas sim como tudo realmente deve acontecer; então sua vida irá fluir bem". – Epiteto
“Primeiro diga a si mesmo o que você seria; e então faça o que você tem que fazer". – Epiteto
“Controle o seu desejo – não coloque o seu coração em tantas coisas, só assim você obterá o que precisa". – Epiteto
“Não explique sua filosofia, mas sim incorpore-a". - Epiteto
“É por isso que os filósofos nos alertam para não ficarmos satisfeitos com o mero aprendizado, mas para adicionar a prática e depois o treinamento. Pois com o passar do tempo esquecemos o que aprendemos e acabamos fazendo o oposto, e temos opiniões opostas do que deveríamos". – Epiteto
“A principal tarefa na vida é simplesmente esta: identificar e separar as coisas para que eu possa dizer claramente a mim mesmo quais são as coisas externas que não estão sob meu controle e quais têm a ver com as escolhas que eu realmente controlo. Onde então procuro o bem e o mal? Não às coisas externas incontroláveis, mas dentro de mim, nas escolhas que são minhas". - Epiteto
“Se alguém lhe disser que certa pessoa fala mal de você, não dê desculpas sobre o que é dito de você, mas responda: Ele não sabia sobre meus outros defeitos, caso contrário, não teria mencionado apenas esses". – Epiteto



segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Pavilhão GE, Exposição do IV Centenário da Cidade de São Paulo, Parque do Ibirapuera, São Paulo, Brasil


 

Pavilhão GE, Exposição do IV Centenário da Cidade de São Paulo, Parque do Ibirapuera, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Carnaval na Avenida São João, 1937, São Paulo, Brasil


 


Carnaval na Avenida São João, 1937, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Avenida Rio Branco, 1967, São Paulo, Brasil







Avenida Rio Branco, 1967, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
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A Avenida Rio Branco, antiga dos Bambus: a imagem superior, em direção ao Largo do Paissandu; a outra, no sentido dos Campos Elíseos.

Cruzamento das Avenidas Prestes Maia e Senador Queirós, Circa 1950-1955, São Paulo, Brasil

 


Cruzamento das Avenidas Prestes Maia e Senador Queirós, Circa 1950-1955, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Imagem panorâmica registrada entre 1950/1955, mostra em segundo plano, o cruzamento das avenidas Prestes Maia e Senador Queirós. Abaixo, à esquerda, a Rua Dom Francisco de Souza. Ao fundo, o bairro do Pari e na linha do horizonte, a Serra da Cantareira.

Rua Venceslau Brás, Antiga Travessa da Sé, 1938, São Paulo, Brasil

 


Rua Venceslau Brás, Antiga Travessa da Sé, 1938, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Vista registrada a partir da Praça da Sé, esquina com a Rua Venceslau Brás — antiga Travessa da Sé. À esquerda, o Edifício Sé de estilo art déco, sendo construído em 4 anos e inaugurado em 29/8/1939 para ser a sede da CEF, a Caixa Econômica Federal. Ao fundo à direita, o Palacete do Carmo.

Edifício Cristo Rei, Rua do Carmo, São Paulo, Brasil

 







Edifício Cristo Rei, Rua do Carmo, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
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Imagens tomadas a partir do SESC do Carmo em 2002 do Edifício Cristo Rei. Na imagem capturada pelo Google Maps em 2020, são flagrantes, as precárias instalações elétricas — para não dizer gambiarras. Muitas destas pequenas lojas no térreo, têm madeira ou pior, compensados nas divisões. O descaso é geral. Que os bombeiros estejam alertas...

Fábricas, Praça 24 de Agosto, Porto, Portugal

 


Fábricas, Praça 24 de Agosto, Porto, Portugal
Porto - Portugal
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Palácio da Justiça, Rua São Sebastião N. 622, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Palácio da Justiça, Rua São Sebastião N. 622, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Nota do blog: Década de 50, edifício de Francisco Gugliano onde funcionou o Fórum antes da construção do novo prédio na Rua Cerqueira César, em 1957. Ficava na Rua São Sebastião N. 622, entre as Ruas Visconde de Inhaúma e Tibiriçá, ao lado do jornal "A Cidade". Posteriormente foi sede social do Jockey Club e centro acadêmico da faculdade Laudo de Camargo.

Cosme e Damião, Por Que são Dados Doces no Dia dos Santos Padroeiros dos Médicos? - Artigo

 


Cosme e Damião, Por Que são Dados Doces no Dia dos Santos Padroeiros dos Médicos? - Artigo
Artigo



Se você comemora ou ao menos se lembra do Dia de Cosme e Damião por causa dos doces, saiba que, provavelmente, você faz tudo isso na data errada. Embora popularmente celebrada em 27 de setembro no Brasil, o dia certo dos santos é 26 de setembro.
Irmãos gêmeos, médicos, avessos a qualquer tipo de pagamento, Cosme e Damião são santos com devoções bem antigas e que ultrapassam as fronteiras da Igreja Católica.
Cosme e Damião são santos dos primórdios da igreja cristã. E, a exemplo de outros santos com devoções antigas, como São Jorge, os registros sobre datas de nascimento e morte são escassos.
"Isso é uma coisa que ocorre com muitos santos da antiguidade, em que não sabemos ao certo as datas de nascimento e morte. Mas, no caso deles, há uma grande probabilidade de que tenham existido, pois as relíquias estão em uma igreja em Roma. É uma devoção muito antiga", afirma o frei Luiz Antônio Pinheiro, professor da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Minas Gerais.
O que se sabe é que Cosme e Damião teriam sido irmãos gêmeos que nasceram na região da Ásia Menor, que corresponde à atual cidade de Egeia, na Síria, por volta do século 3º. Ambos seriam médicos e teriam exercido a profissão de forma voluntária, não aceitando nenhum pagamento.
Eles seriam cristãos, em uma época em que o Império Romano ainda não aceitava o cristianismo. Por isso, foram perseguidos e mortos a mando do imperador Diocleciano por volta do início do século 4º. O martírio, além da vida exemplar, foi o que os tornou santos.
"Foram pessoas muito fiéis a Jesus Cristo e, diz a tradição, que não sofreram nenhum ferimento por água, fogo, ar e nem mesmo a cruz. Eles, então, foram decapitados por uma espada. Morreram juntos e foram enterrados juntos", diz o padre e professor da PUC Minas Junior Vasconcelos do Amaral.
Desde então, a dupla passou a ser venerada. Os irmãos foram reconhecidos como santos a partir do século 6º.
Por terem sido médicos, São Cosme e São Damião são considerados padroeiros dos cirurgiões, médicos, farmacêuticos e também das crianças, dos barbeiros e dos cabeleireiros.
Um dos elementos mais conhecidos envolvendo Cosme e Damião são os saquinhos de doces distribuídos às crianças em 27 de setembro. A origem do ato passa longe, no entanto, da história dos dois irmãos.
"Nas religiões afro-brasileiras, eles são sincretizados com entidades infantis. E, para eles, é celebrado o dia em 27 de setembro. Se são crianças nessa associação, se distribui doces para lembrar que as crianças gostam de doces", explica Vasconcelos.
De fato, o orixá que costumeiramente é sincretizado com São Cosme e São Damião é Ibeji, divindade que é representada por irmãos gêmeos.
"Na época da colônia, o catolicismo era imposto a índios e negros, então uma forma de camuflar era venerar as entidades com as imagens de santos católicos. E isso aconteceu com Cosme e Damião, que foram identificados com orixás crianças, muito alegres. E isso ficou associado a festas e doces, principalmente no Nordeste", conta Pinheiro.
A morte da dupla teria acontecido em um dia 27 de setembro, data tradicional em que é celebrado o dia de Cosme e Damião. Mas 27 de setembro está longe de ser o único dia em que os irmãos santos são celebrados.
Nem mesmo na Igreja Católica há consenso. Até 1969, a data correta era 27 de setembro. A partir de uma reforma no calendário católico, foi decidido que Cosme e Damião seriam celebrados em 26 de setembro.
O motivo: não haver choque de datas com São Vicente de Paula, cuja morte, comprovadamente, foi em 27 de setembro —o que não há confirmação no caso dos irmãos gêmeos. Na prática, a festa no Brasil ocorre em 27 de setembro.
São Cosme e São Damião são celebrados também por outras religiões. Na igreja ortodoxa grega, a data é 1º de julho; para os ortodoxos, o dia dos santos é 1º de novembro. Em 17 de outubro, também há uma celebração. Nas religiões afro-brasileiras, a data é 27 de setembro.

domingo, 26 de setembro de 2021

O Plano Diretor Moldou São Paulo Como Conhecemos Hoje - Artigo

 


O Plano Diretor Moldou São Paulo Como Conhecemos Hoje - Artigo
Artigo




Quanto mais longe do centro, menos duram as vidas humanas em São Paulo. Enquanto no distrito do Jardim Paulista, um dos mais brancos da cidade, localizado no centro expandido, a regra é que seus moradores vivam muito e morram em média com 81,5 anos, a vida costuma terminar 23 anos antes para quem vive em outro Jardim, o Ângela, que concentra o maior número de pessoas negras na capital paulista. Distantes 21 quilômetros, o segundo registra uma idade média ao morrer de 58,3 anos, conforme a pesquisa Mapa da Desigualdade, da Rede Nossa São Paulo.
É quase como se cada quilômetro percorrido em direção às periferias tirasse um ano de expectativa de vida dos seus moradores — uma consequência direta de todas as outras desigualdades de renda e de acesso a serviços básicos que permeiam a cidade. A pandemia de covid ressaltou ainda mais as diferenças, matando três vezes mais nas periferias do que nos bairros ricos, segundo um levantamento da TV Globo. “A vida é diferente da ponte para cá”, canta o grupo de rap Racionais, fazendo referência à Ponte João Dias, na zona sul. Ao marcar a divisão entre o centro expandido e as periferias, a ponte contraria seu sentido original de ligar espaços e passa a simbolizar o oposto, um muro entre duas realidades totalmente diferentes.
Transformar São Paulo em uma cidade menos desigual, garantindo o acesso de todos os seus moradores (e não apenas o de uma minoria) à qualidade de vida é um dos principais objetivos do Plano Diretor Estratégico (PDE). Instrumento criado para tentar organizar o crescimento e o desenvolvimento urbano na maior cidade do País, completa neste ano meio século de existência. Ao longo de 50 anos, os planos diretores passaram por muitas mudanças. De uma versão imposta sem muita conversa com a população, no pior momento da ditadura militar, em 1971, passando pela de 1988, que simplesmente não pegou, até as elaboradas em 2002 e 2014, com ampla participação popular e vontade de trazer para o tecido urbano da capital paulista as promessas de uma sociedade mais livre e democrática, feitas pela Constituição de 1988 e pelo Estatuto das Cidades.
Em cada edição do plano, muita treta. O que vai para o papel, em forma de lei, é fruto da tentativa de conciliar os embates entre diferentes forças — movimentos sociais, associações de moradores, mercado imobiliário — e objetivos distintos, entre os que querem usar a cidade para morar, lucrar, construir, vender, viver.
O primeiro plano:
“São Paulo foi uma das últimas metrópoles na América Latina a ter um plano diretor”, afirma o vereador Paulo Frange (PTB), presidente da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal de São Paulo (CMSP). Até a década de 1970, a maior parte do planejamento urbano que a cidade conhecera havia sido feito pelos ricos, para os ricos e inicialmente à margem da lei. Tratava-se dos bairros planejados e construídos pela empresa privada inglesa City, responsável pelo loteamento de bairros como Jardim Europa, Pacaembu, Alto de Pinheiro, Alto da Lapa, Jardim Paulista — os mesmos que, até os dias de hoje, e não por acaso, continuam entre os mais ricos e brancos da cidade, onde as pessoas conseguem viver até 20 anos a mais do que em outras partes mais pobres, pretas e periféricas do Município.
Os bairros traçados pela City seguiam normas próprias de edificação, altura, calçamento, entre outros, que acabaram posteriormente incorporadas ao Código de Obras paulistano. O restante da cidade era “sem sistema”, como reconheceu o prefeito Fábio Prado, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo em 1936.
Primeira lei pensada para regular o território da capital como um todo, em 1971, levava o nome de Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado do Município e foi proposta pelo prefeito José Carlos de Figueiredo Ferraz. Aprovada pela Câmara Municipal, foi sancionada em 30 de dezembro daquele ano. A lei ainda não falava em redução de desigualdades, gestão democrática ou direito à cidade, princípios que só passariam a fazer parte dos planos diretores durante o período democrático, após a aprovação do Estatuto das Cidades, em 2001.
Em 1972, o Plano Diretor foi regulamentado pela Lei de Uso e Ocupação do Solo, mais conhecida como Lei do Zoneamento. Enquanto o PDE traça as estratégias gerais, o zoneamento serve para trazer essas ideias para a cidade real, delimitando em cada área da cidade o quanto é permitido construir e para que usos (residencial, comercial, misto, preservação ambiental, etc.).
Assim, plano e zoneamento criam marcações que vão dizer quais partes de São Paulo são legais e quais estão fora da lei, quem segue as normas e quem é irregular. As consequências dessas escolhas, políticas e econômicas, são imensas. As zonas consideradas regulares têm uma outra relação com o poder público bem diferente das demais. “Quem está seguindo as normas pode conseguir na hora uma ligação de água, enquanto um bairro popular vai ter que lutar anos ou décadas para obter uma ligação da Sabesp”, exemplifica a arquiteta e urbanista Raquel Rolnik, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), em um curso promovido pelo Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (LabCidade), também da FAU, voltado para os mandatos das vereadoras negras da CMSP.
Ao mesmo tempo, as leis vão determinar o quanto se pode faturar, ou não, com cada pedaço da cidade. E aqui novamente é Rolnik que dá um exemplo: “É muito diferente ter um terreno onde só pode fazer uma casinha e ter um terreno onde se pode fazer uma torre com 50 andares”.
No que deu o primeiro plano:
Um dos pontos mais duradouros trazidos pelo primeiro Plano Diretor e pela Lei de Zoneamento que o regulamentou foi sacramentar o formato dos bairros residenciais para ricos criado pelos ingleses da City. Jardins, Pacaembu e os demais bairros-jardins foram classificados como Z1, zonas que só podem ser usadas para moradia e onde prédios estão proibidos. O traçado e o uso dessas áreas se mantiveram muito parecidos ao longo de todos os Planos Diretores e Leis de Zoneamento que vieram depois, apenas mudando de nome. “As construções da City permanecem até hoje em 2,5% do território de São Paulo, demarcado como Zonas Estritamente Residenciais (ZERs)”, diz Frange.
No mapa do primeiro zoneamento, fruto do primeiro Plano Diretor, os traçados de perímetros são detalhados e coloridos nas regiões central e oeste. O mapa vai perdendo contornos e detalhes à medida que avança para a periferia. Segundo Rolnik, o desenho do zoneamento de 1972 é fruto de um PDE feito de cima para baixo, sem participação popular, que dialogou apenas com os setores mais endinheirados da população. Mesmo assim, mostrou-se duradouro. “O zoneamento de 1972 ainda permanece e foi atravessando tudo quanto é plano diretor, mudando de nome, mas ainda muito fortemente presente na história de todos os planos”, reafirma Rolnik.
Enquanto a forma de produzir cidade feita pela City era valorizada ao ponto de os produtos criados pela companhia inglesa serem transformados em norma legal com poucas modificações e ganhando força da lei, as formas de produzir casa, comércio, lazer e cultura dos bairros e territórios populares não tinham qualquer reconhecimento oficial. “É um plano que fala uma linguagem que não é a predominante do modo de produção da cidade das maiorias”, aponta a urbanista. “O planejamento era excludente porque não ouvia a maior parte do povo.”
Da mesma forma que os desenhos detalhados da legislação ajudaram a preservar intactos os bairros dos ricos, o vazio legal reservado às periferias também trouxe suas consequências, entre elas a ocupação desenfreada das áreas de mananciais por construções irregulares, à margem do zoneamento. “Enquanto o resto da cidade tinha uma legislação bem específica de como deveria ser ocupada, a região dos mananciais era um vazio de legislação. Então, como a cidade tinha poucas ofertas de habitação popular, os mananciais acabaram virando um espaço de ocupação popular irregular”, explica a arquiteta e urbanista Danielle Klintowitz, coordenadora-geral do Instituto Pólis. “Não legislar também determina um rumo para uma região da cidade.”
Esse poder que os planos diretores têm de influir nos rumos da cidade nem sempre é bem-visto pelo mercado imobiliário, que constantemente reclama das interferências que considera excessivas e dos efeitos que provoca. Para Claudio Bernardes, presidente do Conselho Consultivo do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP), o primeiro Plano Diretor “foi uma boa intenção que causou um desastre na cidade”.
O plano de 1971 previa desestimular a construção e venda de loteamentos que não tivessem “melhoramentos públicos”, como energia elétrica, captação de água e asfalto. “Essa determinação não cabia no bolso das pessoas e praticamente acabou com o loteamento popular”, aponta Bernardes. Até então, era comum que empresários construíssem e vendessem loteamentos sem a presença da infraestrutura mínima, que ia sendo acrescentada nos anos seguintes, pelo poder público, à medida que mais pessoas compravam casas nesses locais e os antigos loteamentos se integravam à cidade. Como não era mais possível vender casas sem água nem luz para os pobres, e a cidade não contava com planos eficientes e acessíveis de habitação popular, a baixa renda teve de se virar criando favelas, inclusive em áreas de preservação ambiental. “Nos anos seguintes, explodiu o número de favelas e, principalmente, a ocupação de áreas de mananciais. Foi a primeira consequência danosa de uma legislação mal elaborada”, afirma Bernardes.
A visão do empresário é contestada por arquitetos e urbanistas, para quem o problema das leis de 1971 e 1972 foi legislar de menos, e não demais, sobre a cidade. “Concordo que o zoneamento de 1972 ajudou a estimular a produção de favelas, mas por motivos diferentes”, afirma Klintowitz. Segundo ela, o poder público tinha o dever de garantir que os loteamentos tivessem uma infraestrutura e cobrar isso dos construtores. A criação de favelas e a ocupação das áreas de preservação ambiental, por outro lado, teria sido evitada, segundo ela, se o poder público tivesse feito programas eficientes de moradia popular.
O plano também trouxe consequências para a habitação popular ao criar, em plena zona rural do Município, áreas onde era permitida a construção de conjuntos de habitação popular pelo poder público. Chamadas Z8100/1, essas áreas, situadas nos extremos, foram aproveitadas pela Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab-SP) para a criação de vastos conjuntos habitacionais que se tornaram bairros, como Cidade Tiradentes ou Conjunto Residencial José Bonifácio, ambos na zona leste, a 20 e 30 quilômetros do marco zero da capital paulista.
Ao fazer isso, o poder público condenou milhares de pessoas a uma vida difícil, isoladas em bairros que não tinham nada além de casas, sem acesso a serviços, comércio, esportes ou lazer, e tão distantes dos locais de trabalho que até hoje precisam passar em média duas horas no transporte público todos os dias. “A grande crítica ao planejamento desse período é que não tinha uma integração entre as várias políticas públicas. Simplesmente se produziu habitação e não tinha uma política de desenvolvimento econômico, de empregos, entre outras coisas”, assegura o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, que, como vereador, foi relator dos projetos de lei que deram origem aos Planos Diretores de 2002 e 2014.
Bonduki e Rolnik apontam outra consequência do primeiro PDE e da Lei de Zoneamento que o regulamentou. A proliferação, em várias áreas da cidade, de um tipo específico de construção: prédios altos e estreitos, afastados da rua e rodeados no térreo por piscinas, áreas de lazer e outros penduricalhos. Esse formato foi adotado pelo mercado em resposta a uma norma que ficou conhecida como fórmula de Adiron, em homenagem ao seu criador, o arquiteto Benjamin Adiron Ribeiro. Na época do primeiro Plano Diretor, Adiron dirigia a Coordenadoria Geral de Planejamento (Cogep) da Prefeitura e foi responsável por fazer os traçados da primeira Lei de Zoneamento — uma tarefa que realizou sozinho e em segredo, a mando do prefeito Ferraz, para evitar as “pressões brutais” que receberia caso as definições dos perímetros fossem conhecidas, como ele conta em entrevista ao site de arquitetura e urbanismo Vitruvius.
A fórmula de Adiron permitia aumentar o coeficiente de aproveitamento (o máximo que se pode construir, para cima, em relação ao tamanho do terreno) se a construção diminuísse a taxa de ocupação do lote (porcentagem do terreno, no chão, que pode ser ocupada pela edificação). A solução encontrada pelo mercado foi construir ao máximo ocupando o mínimo possível do terreno, com prédios altos e estreitos. Esse formato desencorajou a instalação de fachadas ativas (com comércio no térreo, aberto para a rua) e fez os condomínios instalarem uma série de atividades nos espaços vazios do térreo, de playgrounds e piscinas a espaços zen. Mudanças que levaram os moradores desses prédios a se isolarem em relação à vida do seu entorno.
Na época, representantes do Secovi chegaram a propor a Adiron que, em vez de usar a fórmula criada por ele, pudessem pagar uma taxa em troca do direito de construir mais. Na mesma entrevista, Adiron conta que ficou indignado com a proposta, que ele entendeu como uma ideia de “pagar por fora”, uma verdadeira “negociata”. Três décadas depois, o pagamento dessa taxa pelo direito de construir não só seria aceito como passaria a fazer parte dos planos diretores, ao lado de outros instrumentos pensados para reduzir a desigualdade e garantir o direito de todos à cidade.
Enfim, os planos da democracia:
Há leis que não pegam, e foi o caso do Plano Diretor sancionado pelo prefeito Jânio Quadros em 1988. Embora o País já tivesse se livrado da ditadura imposta pelos militares até 1985, a transição democrática ainda estava pelo meio do caminho. O Plano Diretor da democracia recém-nascida seguiu a mesma tradição do criado em plena ditadura: foi pensado de cima para baixo, com pouco envolvimento da maior parte da população. Como não foi complementado por uma Lei de Zoneamento que demarcasse suas ideias no terreno da cidade —o zoneamento implantado em 1972 só seria modificado pela Lei de Uso e Ocupação do Solo de 2004 —, o Plano de 1988 teve poucas consequências práticas.
Nesse meio tempo, novos atores entram em cena no debate urbanístico, impulsionados pelos novos ventos democráticos. “No começo dos anos 80, os bairros e vilas populares, junto com os profissionais da cidade, como arquitetos, urbanistas e advogados, começaram a lutar pelos direitos dos moradores das periferias”, recorda Rolnik. Os movimentos sociais se organizaram no Movimento Nacional pela Reforma Urbana, que participou dos debates da Assembleia Constituinte e conseguiu garantir, no artigo 182 da Constituição Federal, que todas as propriedades deveriam cumprir uma função social, a ser definida pelos planos diretores de cada município.
Esse trecho da Constituição foi regulamentado, em 2001, pelo Estatuto das Cidades, lei federal que introduziu a obrigatoriedade da “gestão democrática” do planejamento urbano, “por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade”. Em obediência à lei federal, a Prefeitura e a Câmara Municipal de São Paulo abriram espaço para uma ampla participação popular nos debates dos Planos Diretores Estratégicos seguintes, sancionados em 2002, pela prefeita Marta Suplicy, e em 2014, pelo prefeito Fernando Haddad. Cada um deles foi complementado por novas Leis de Zoneamento que finalmente modificaram o que havia vigorado, sem grandes mudanças, por mais de três décadas.
“Os dois planos diretores aprovados no momento da vida democrática foram realmente grandes espetáculos que a Câmara Municipal teve”, afirma Paulo Frange. Para elaborar o PDE de 2014, por exemplo, a CMSP realizou 62 audiências públicas, que reuniram cerca de 6 mil participantes no total, além de receber contribuições enviadas pelo portal da Casa. Para o vereador, a entrada em cena do povo faz toda a diferença: “os outros não pegaram porque, sem participação popular, um plano dessa envergadura não cria pernas”.
Além de democratizar o planejamento urbano, o Estatuto das Cidades forneceu aos gestores públicos um arsenal de instrumentos que poderiam ser utilizados na política urbana para combater a especulação imobiliária e aumentar o acesso da população à terra, nas cidades. Um dos novos instrumentos lembrava o “pagamento por fora” pelo direito adicional de construir, que havia escandalizado Adiron, o coordenador de Planejamento da Prefeitura nos anos 70. Agora com o nome de outorga onerosa do direito de construir, esse instrumento permite ao empresário edificar acima do coeficiente de aproveitamento básico de um terreno, contanto que pague uma taxa à Prefeitura, destinada ao Fundo de Desenvolvimento Urbano (Fundurb).
“A ideia da outorga onerosa é que o empreendedor paga uma contrapartida pelo investimento público que foi feito numa certa área”, explica Bonduki. O que faz um imóvel ser lucrativo para o mercado imobiliário é justamente o fato de contar com uma infraestrutura (asfaltamento, coleta de água e esgoto, fornecimento de energia elétrica, acesso a transporte público) que foi instalada ali pelo Estado e, portanto, paga por toda a população. Se a coletividade ajudou a garantir o lucro privado, é justo que uma parte desse lucro seja revertida para ela. “Tudo o que se construiu até 2003 não pagou nada de outorga onerosa para a Prefeitura, mesmo usando intensamente o solo”, aponta o ex-vereador.
Relator na Câmara Municipal dos projetos de 2002 e 2014, Bonduki conta que enfrentou uma disputa grande nessa questão com o mercado imobiliário, que queria fazer valer a tese de que o zoneamento implantado entre 1972 e 2003 valeria como uma espécie de direito adquirido para as incorporadoras. A tese acabou rejeitada e o PDE de 2014 garantiu a implantação de um coeficiente de aproveitamento mínimo para todo o Município, no valor de 2. Isso significava que, a partir de então, todo imóvel construído com uma área maior do que duas vezes a área do terreno tinha a obrigação de pagar a taxa da outorga onerosa. Em 2014, o PDE conseguiu uma nova redução, dessa vez para um coeficiente básico mínimo de 1 para toda a cidade, o que aumentou ainda mais o pagamento dos empreendimentos à Prefeitura.
Uma outra mudança introduzida no último plano se deu na aplicação dos recursos do Fundurb. Se em 2002 o uso era livre, a última versão estabeleceu prioridades: pelo menos 30% desses recursos deveriam ser investidos na compra de terrenos destinados à produção de Habitação de Interesse Social (HIS), para a população de baixa renda, e outros 30% em obras para transporte público, ciclistas e pedestres.
Os novos planos diretores também reconheceram a presença da população de baixa renda no mapa da cidade, ao demarcar as Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis), destinadas à moradia para a população de baixa renda. De 17 km² demarcados no plano de 2002, a área das Zeis aumentou para 37 km² em 2014.
Uma das ideias centrais do atual PDE prevê que, para aproximar o local onde as pessoas moram de onde trabalham, o poder público deve estimular o adensamento em torno dos eixos de transporte coletivo de massa: corredores de ônibus e linhas de trem, metrô e monotrilho. Essas regiões ganharam um coeficiente de aproveitamento mínimo de quatro vezes a área do terreno, com a autorização para construir apartamentos de até 80 m², um limite que busca garantir que a verticalização também gere adensamento perto do transporte público, e com vagas limitadas de garagem.
O plano estimula os projetos de fachada ativa, com comércio no térreo, que integram os imóveis ao seu entorno. Ao mesmo tempo, busca evitar a verticalização nos miolos dos bairros, onde só é possível construir em até duas vezes a área do terreno, e com altura máxima de oito andares.
Movimentos sociais, especialmente os de moradia, comemoraram a incorporação, no PDE, de instrumentos que buscam efetivar o conceito de função social da propriedade, previsto na Constituição Federal. O principal é o Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsórios (Peuc), que busca proibir a especulação imobiliária, ao obrigar os proprietários a construírem nos terrenos e, uma vez que os imóveis tenham sido edificados, determina que tenham que ser ocupados por pessoas. Se o dono não fizer isso, a lei entende que sua propriedade não cumpre função social e pode ser alvo de aumentos constantes no valor do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) progressivo no tempo e, após cinco anos, desapropriação com títulos da dívida pública. Tudo para evitar que imóveis em áreas centrais, cheias de infraestrutura, fiquem vazios enquanto tanta gente precisa de moradia.
O que o plano trouxe:
Um diagnóstico técnico, divulgado neste ano pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento da Prefeitura de São Paulo procurou avaliar o desempenho dos instrumentos implementados pelo PDE em 2014. Ao longo dos seis anos seguintes, segundo o estudo, 38% desses instrumentos tiveram desempenho considerado bom, 23% médio, e 5% ruim. Em 34% dos casos, a análise da Prefeitura não conseguiu, até o momento, fazer uma avaliação.
Sobre o combate aos imóveis vazios, o documento afirma que “foram notificados 1.746 imóveis ociosos no período entre 2014 e 2020, sendo que em 2014 eram apenas 77 imóveis, e que 10% cumpriram completamente as obrigações e 27% estão em cobrança de IPTU progressivo em 2021”. O estudo reconhece, contudo, que “há dificuldades em criar estratégias para gestão, incorporação e destinação dos imóveis após os 5 anos de aplicação”. Nenhum desses imóveis foi alvo de desapropriação, algo que, segundo a Prefeitura, só deve começar a ocorrer a partir deste ano.
Ainda segundo o estudo, das 136.079 Habitações de Interesse Social, voltadas para famílias com renda de até 6 salários mínimos, construídas entre 2014 e 2019, 64% (86.487) estão em regiões que o plano de 2014 havia demarcado como Zonas Especiais de Interesse Social. “Este dado confirma a importância da Zeis para a provisão de HIS”, afirma o documento. Já a produção de Habitações de Mercado Popular, para quem tem renda entre 6 e 10 salários mínimos, deu-se mais fora do que dentro das Zeis.
A respeito do plano de aproximar moradia e emprego por meio do adensamento próximo às vias de transporte público, o diagnóstico da Prefeitura afirma que “é possível verificar que houve grande adensamento construtivo em algumas áreas da cidade, porém ainda não há condições de aferir o adensamento populacional”.
A verticalização nos eixos de transporte ocorreu com intensidade nas zonas oeste e central, ao longo do eixo Consolação e Rebouças, mas teve uma presença menor na zona leste e praticamente não ocorreu na zona sul, conforme um levantamento do LabCidade. “Esse modelo talvez seja meio classemediocêntrico, meio centro-sudoesteocêntrico, e dialogue menos com o resto da cidade”, analisa Rolnik.
Para Bonduki, o PDE não pode ser responsabilizado se nem todos os seus objetivos se concretizam. “O Plano Diretor não conseguiu obter todos os objetivos que pretendia porque a Prefeitura não implementou tudo o que estava previsto”, afirma. O urbanista cita o exemplo das 168 áreas demarcadas como Zonas Especiais de Proteção Ambiental (Zepams), muitas das quais ainda só existem no papel. “As Zepams estão lá, mas, se a Prefeitura não desapropriar, não vai ter os parques. Estar no plano não quer dizer que algo vai acontecer”, diz.
O estudo da Secretaria de Urbanismo e Licenciamento afirma que a cidade conta, hoje, “com 109 áreas verdes mantidas pela Prefeitura, sendo que oito parques foram implementados após o PDE de 2014”.
A vereadora Elaine do Quilombo Periférico (Psol) aponta que o Plano Diretor tem muitos pontos positivos e transformadores, mas é difícil levá-los para a população que mais precisa, nas periferias. “Muitos pontos importantes que estão no Plano ficam cada vez menos detalhados quando se afasta do centro. Por mais que a gente avance nas questões, esses elementos que geram uma cidade melhor acabam ficando novamente nas regiões centrais da cidade, atendendo a mesma população”, critica. Para ela, é um problema que não se restringe ao PDE. “Nossa cidade é muito desigual e tem dificuldade de construir políticas públicas que sejam acessíveis à totalidade da população.”
Hora de rever (ou não):
O atual Plano Diretor Estratégico tem validade até 2030, mas uma revisão intermediária está prevista para ocorrer em 2021. Embora conste no texto da lei, a revisão vem sendo alvo de críticas por parte de urbanistas e movimentos sociais por ocorrer num período de pandemia, que dificulta a participação popular. Uma carta assinada por mais de 400 entidades, reunidas num grupo chamado Frente São Paulo Pela Vida, pede que a revisão só seja realizada “quando o atual estado de crise sanitária estiver superado e a pandemia de covid-19 estiver plenamente controlada”.
A vereadora Elaine é uma das que defendem o adiamento da revisão até o fim da pandemia, para garantir a efetividade da participação popular. “Seria muito triste a gente vir de uma participação histórica na elaboração do Plano Diretor anterior e fazer uma revisão à revelia dos movimentos que ajudaram a construir”, argumenta.
O mercado imobiliário tem posição oposta, em nome de uma preocupação social. “A revisão do Plano Diretor interessa para os milhões de pessoas que estão excluídas da cidade, morando fora do centro ampliado, em locais onde têm a mesma expectativa de vida do Haiti, precisam se deslocar três horas por dia para chegar ao trabalho e não têm lazer”, afirma Claudio Bernardes, do Secovi. Ele estima que, nos próximos dez anos, São Paulo vai ter uma demanda por 800 mil novos domicílios e sugere que as limitações para construção criadas pelo PDE precisam ser revistas. “Onde vamos colocar esses domicílios? Vamos continuar jogando essas pessoas lá [nas periferias]?”, pergunta. A Secretaria de Urbanismo e Licenciamento da Prefeitura de São Paulo pretende fazer a revisão e elaborou um cronograma.
Se alguns veem na pandemia um motivo para não fazer a revisão, Paulo Frange acredita que é possível usar diversas ferramentas tecnológicas para garantir a participação popular, e que o impacto da covid-19 é justamente um dos motivos que justificam a revisão. Segundo o vereador, a pandemia introduziu uma série de mudanças no jeito de viver a cidade, que pode impactar, por exemplo, no tamanho dos apartamentos e na relação com o comércio, na arquitetura dos hospitais e das universidades, na forma como as pessoas consomem produtos em casa.
A cidade, defende Frange, precisa responder a essas mudanças. “Nós precisamos agora transformar o Plano Diretor que nós aprovamos num outro Plano, com pequenos ajustes, para que a cidade seja mais resiliente, mais inclusiva, mais justa.”