terça-feira, 31 de agosto de 2021

Vista Aérea da Antiga Cianê e Indústrias Matarazzo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Vista Aérea da Antiga Cianê e Indústrias Matarazzo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Nota do blog: Prédio acumula lixões e paredes sem telhado...

Vista Aérea da Antiga Fábrica da Cervejaria Antarctica, Vila Tibério, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Vista Aérea da Antiga Fábrica da Cervejaria Antarctica, Vila Tibério, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Nota do blog: Aguardando desabar...

Puma GTE 1974, Brasil

 






















Puma GTE 1974, Brasil
Fotografia

Volkswagen Fox SW GL, Brasil

 






















Volkswagen Fox SW GL, Brasil
Fotografia

Nota do blog: Era a nossa Volkswagen Parati, exportada para os EUA sob o nome de Volkswagen Fox.

Atual Estado do Poliesportivo do Botafogo Futebol Clube, Vila Tibério, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Atual Estado do Poliesportivo do Botafogo Futebol Clube, Vila Tibério, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Nota do blog: Abandono total...

Avenida da Liberdade, 1970, São Paulo, Brasil


 

Avenida da Liberdade, 1970, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Em 1º plano a Avenida da Liberdade. À frente, a Rua Condessa de São Joaquim em direção à Brigadeiro Luís Antônio na Bela Vista. À esquerda — após a árvore — o início da Rua Barão de Ijuí, uma paralela entre a 23 de Maio e Liberdade. Através do Ato nº 972 de 24/08/1916 esta via recebeu o nome de Rua da Liberdade. Pela Lei nº4.211 de 14/03/1952, finalmente passou a ser denominada como Avenida da Liberdade. Repare os trilhos de bondes precariamente encobertos pelo asfalto.

Vale do Itororó, 1942, São Paulo, Brasil

 







Vale do Itororó, 1942, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Neste trecho bem ocupado do vale — a futura Avenida 23 de Maio — um bem cuidado campo de futebol. O espaço também era utilizado para outros eventos, como a instalação do Circo Garcia. As imagens foram tomadas a partir da Rua Condessa de São Joaquim, bairro da Liberdade. O imóvel indicado com o asterisco, sobreviveu.
À esquerda, fica a atual Rua Barão de Ijuí (não visível) e ao fundo, a Rua Humaitá onde funcionava o precário e poluidor matadouro — até ser transferido em 1887 para o Largo Senador Raul Cardoso na Vila Clementino. Ao fundo da cena do campo de futebol, repare ao lado da árvore bem ao centro, o tranquilo curso do Córrego Itororó.

Torre dei Conti, Roma, Itália

 


Torre dei Conti, Roma, Itália
Roma - Itália
Alinari N. 28651
Fotografia - Cartão Postal


La torre dei Conti è una torre medievale di Roma; situata in largo Corrado Ricci, nel rione Monti, vicino ai Fori Imperiali sull'area di un antico tempio dedicato alla dea Tellas.
Un primo nucleo fortificato fu eretto sui resti di una delle esedre del Foro della Pace nell’858 da Pietro dei Conti di Anagni. Nel 1203 furono effettuati lavori di ampliamento, ad opera di Papa Innocenzo III per la sua famiglia, i Conti di Segni o secondo altre fonti da Riccardo conte di Sora, fratello di Innocenzo III. In passato era nota anche come Torre Maggiore per via della sua mole (l'altezza originaria doveva essere di circa 50-60 metri, contro i 29 attuali). Fu edificata sopra una delle esedre del portico del tempio della Pace, e rivestita con del travertino asportato dai fori. Oggi questo rivestimento non è più visibile perché a sua volta asportato per la costruzione di Porta Pia nel XVI secolo.
Diversi terremoti colpirono la costruzione nei secoli: in particolare a seguito del terremoto del 1349 la torre diventò inabitabile e fu abbandonata fino al 1620, quando fu ricostruita. Altri terremoti seguirono nel 1630 e nel 1644. Successive ristrutturazioni avvennero alla fine del Seicento sotto papa Alessandro VIII, con la costruzione dei due contrafforti di rinforzo. L'apertura di via Cavour a fine Ottocento e di via dei Fori Imperiali in età fascista lasciarono la torre in posizione isolata rispetto alle altre costruzioni.
La sua mole colpì il Petrarca che la definì «Turris illa toto orbe unica.
Nel 1937 la torre fu donata da Mussolini alla Federazione nazionale arditi d'Italia che vi rimasero fino al 1943. Nel 1938 il salone del tempio della Pace sulle cui mura perimetrali si sorregge la torre, fu adibito a mausoleo del generale degli arditi Alessandro Parisi, morto quell'anno in un incidente stradale. Nella sala, le spoglie del generale sono tuttora conservate in un sarcofago di epoca romana. Alessandro Parisi fu, dal 1932, anche presidente della Federazione Nazionale Arditi d'Italia.

Diferenças Entre as Vacinas Contra Covid-19 que Estão Sendo Aplicadas no Brasil - Artigo

 


Diferenças Entre as Vacinas Contra Covid-19 que Estão Sendo Aplicadas no Brasil - Artigo
Artigo

Com o início da vacinação contra covid-19 no Brasil em janeiro, muitas dúvidas em relação à tecnologia, eficácia, contraindicações, distribuição das vacinas começaram a surgir. Por ora, a CoronaVac e os imunizantes de Pfizer e AstraZeneca/Oxford foram aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Enquanto isso, outras farmacêuticas seguem negociando com o governo brasileiro.
Para entender melhor a situação de cada uma, confira abaixo as diferenças e os principais pontos das vacinas:
*Vacina Butantan/CoronaVac:
A vacina de origem chinesa é feita com o vírus inativado: ele é cultivado e multiplicado numa cultura de células e depois inativado por meio de calor ou produto químico. Ou seja, o corpo que recebe a vacina com o vírus —já inativado— começa a gerar os anticorpos necessários no combate da doença.
As células que dão início à resposta imune encontram os vírus inativados e os capturam, ativando os linfócitos, células especializadas capazes de combater microrganismos. Os linfócitos produzem anticorpos, que se ligam aos vírus para impedir que eles infectem nossas células.
A eficácia geral da CoronaVac é 50,38%, ou seja, os vacinados têm 50,38% menos risco de adoecer. Dados iniciais mostravam que, caso a pessoa seja infectada por covid-19, a vacina oferece 100% de eficácia para não adoecer gravemente e 78% para prevenir casos leves.
Mas na "vida real", sua eficácia está sendo estudada em diversos pesquisas envolvendo as novas variantes, por exemplo. Inclusive, em pessoas com mais de 80 anos, a CoronaVac teve menor efetividade.
A vacina foi criada na China pela farmacêutica Sinovac, mas, no Brasil, a parceria com transferência de tecnologia foi feita com o Instituto Butantan. Os testes para estudos clínicos com a CoronaVac começaram em julho de 2020 em oitos estados brasileiros. O estudo foi realizado com 13.060 voluntários, todos profissionais da saúde e expostos diariamente à covid-19.
A aplicação da vacina começou no dia 17 de janeiro após aprovação emergencial da Anvisa.
*Vacina Oxford/AstraZeneca/Fiocruz:
A vacina produzida pela Universidade de Oxford (Reino Unido) usa uma tecnologia conhecida como vetor viral não replicante. Por isso, utiliza um "vírus vivo", como um adenovírus (que causa o resfriado comum), que não tem capacidade de se replicar no organismo humano ou prejudicar a saúde.
Este adenovírus também é modificado por meio de engenharia genética para passar a carregar em si as instruções para a produção de uma proteína característica do coronavírus, conhecida como espícula. Ao entrar nas células, o adenovírus faz com que elas passem a produzir essa proteína e a exiba em sua superfície, o que é detectado pelo sistema imune, que cria formas de combater o coronavírus e cria uma resposta protetora contra uma infecção.
Inicialmente, a AstraZeneca e a Universidade de Oxford anunciaram dois resultados distintos de eficácia desta vacina —62% quando aplicada em duas doses completas e 90% com meia dose seguida de outra completa. A eficácia média, segundo os cientistas responsáveis, é de 70%.
Em março, a farmacêutica informou que a vacina tem 79% de eficácia para prevenir os casos sintomáticos da doença. O imunizante, segundo a empresa, se mostrou seguro e 100% eficaz contra casos graves da doença, que precisam de internação de pacientes.
A vacina foi criada no Reino Unido em uma parceria entre a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca. No Brasil, houve a transferência de tecnologia para Bio-Manguinhos, a unidade produtora de imunobiológicos da Fiocruz. Voluntários brasileiros também participaram da fase de testes: foram 10 mil pessoas no total em cinco estados.
A vacina já começou a ser aplicada no Brasil. No dia 12 de março, o imunizante teve o registro definitivo aprovado.
*Vacina Pfizer/BioNTech:
A vacina utiliza a tecnologia chamada de mRNA ou RNA-mensageiro, diferente da CoronaVac ou da AstraZenca/Oxford, que utilizam o cultivo do vírus em laboratório. Os imunizantes são criados a partir da replicação de sequências de RNA por meio de engenharia genética, o que torna o processo mais barato e mais rápido.
O RNA mensageiro mimetiza a proteína spike, específica do vírus Sars-CoV-2, que o auxilia a invadir as células humanas. Essa "cópia", no entanto, não é nociva como o vírus, mas é suficiente para desencadear uma reação das células do sistema imunológico, que cria uma defesa robusta no organismo. O imunizante da Pfizer precisa ser estocado entre -90º C a -60º —um dos grandes desafios para os países.
Inicialmente, a farmacêutica Pfizer anunciou que sua vacina contra a covid-19, elaborada em parceria com a empresa alemã BioNTech, é segura e tem 95% de eficácia. Essa é a conclusão final da terceira fase de testes.
Em maio de 2021, um estudo do periódico Jama mostrou que a vacina reduziu as infecções sintomáticas pela doença em 97%, ao passo em que diminuiu as assintomáticas em 86%.
No Brasil
A vacina foi testada em 43,5 mil pessoas de seis países. No Brasil, os testes foram feitos em São Paulo e Bahia. No dia 23 de fevereiro, o imunizante teve o registro definitivo aprovado pela Anvisa. Em 19 de março, o governo Bolsonaro assinou contrato de compra de 100 milhões de doses com o laboratório. A vacina já está sendo aplicada em diversos países do mundo.
*Vacina Moderna:
Assim como a da Pfizer, a vacina da Moderna também utiliza a tecnologia de RNA mensageiro, que mimetiza a proteína spike —específica do vírus Sars-CoV-2— que o auxilia a invadir as células humanas.
Porém, essa "cópia" não é nociva como o vírus, mas é suficiente para desencadear uma reação das células do sistema imunológico, que cria uma defesa robusta no organismo. A única diferença para a vacina da Pfizer é que esta necessita de armazenamento de -20ºC.
Um estudo publicado por cientistas independentes no New England Journal of Medicine confirmou que a vacina da Moderna tem eficácia de 94,1% na prevenção da doença. Em janeiro, a empresa informou que o imunizante também é capaz de proteger os vacinados contra as novas variantes.
Diferente das vacinas citadas anteriormente, a Moderna não realizou testes no Brasil. Já aprovada e utilizada na União Europeia, nos Estados Unidos e em outros países, o Brasil segue em negociação com a farmacêutica. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que poderá comprar doses da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela empresa norte-americana, mas não abordou detalhes de como o acordo poderia ocorrer.
*Vacina Sputnik V/Instituto Gamaleya:
Assim como a da AstraZeneca, a Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya de Pesquisa da Rússia, é uma vacina de "vetor viral", ou seja, ela utiliza outros vírus previamente manipulados para que sejam inofensivos para o organismo e, ao mesmo tempo, capazes de induzir uma resposta para combater a covid-19.
Uma vez injetados no organismo, eles entram nas células e fazem com que elas passem a produzir e exibir essa proteína em sua superfície. Isso alerta o sistema imunológico, que aciona células de defesa e, desta forma, aprende a combater o Sars-CoV-2. A diferença para a de Oxford é que a Sputnik usa adenovírus diferentes na primeira e segunda doses, o que, segundo especialistas, reforça a resposta imunológica.
A vacina tem eficácia de 91,6% contra a covid-19 em suas manifestações sintomáticas, segundo uma análise dos testes clínicos publicada pelo periódico The Lancet e validada por especialistas independentes.
No Brasil
A União Química, farmacêutica responsável pelo imunizante de origem russa no Brasil, protocolou um pedido de uso emergencial da Sputnik V na Anvisa em 26 de março.
Ela já é administrada na Rússia e em outros países, como Argentina e Argélia. No começo de março, o Ministério da Saúde assinou contrato para receber 10 milhões de doses da Sputnik V.
*Vacina Janssen:
A vacina produzida pela farmacêutica Janssen, da companhia Johnson & Johnson, diferente das outras, precisa apenas de uma dose única. A tecnologia é baseada em vetores de adenovírus —tipo de vírus que causam o resfriado comum, mas ao serem modificados para desenvolver a vacina, eles não se replicam e não causam resfriado.
Outra parte do processo envolve o código genético do próprio vírus Sars-CoV-2. Para produzir a vacina, um pedaço da proteína "S", presente nessas espículas responsáveis pela ligação do vírus às células do corpo humano, é colocado dentro do adenovírus (que é o vetor, ou transportador).
Quando a pessoa recebe a vacina composta do adenovírus não replicante, que carrega a informação genética do novo coronavírus, o corpo inicia um processo de defesa e produz anticorpos contra aquele invasor, criando uma memória no corpo contra o coronavírus.
Em janeiro deste ano, a farmacêutica anunciou eficácia global da vacina de 66%. Em março, a Janssen informou que o imunizante contra covid-19 tem 87% de eficácia contra formas graves da variante brasileira.
Em março, a Anvisa aprovou o uso emergencial da vacina da Janssen. No dia 19 de março, o governo assinou contrato de compra de 38 milhões de doses, mas sem data exata de entrega.
O imunizante foi também testado com voluntários brasileiros na fase 3, quando são realizados testes em grandes populações para avaliar a segurança e a eficácia da vacina.

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Nelson Rodrigues Fala no Telefone Astral - Arnaldo Jabor


 

Nelson Rodrigues Fala no Telefone Astral - Arnaldo Jabor
Crônica




- Alô?
- Rapaz, você atendendo ao próprio telefone, como um contínuo de si mesmo? (Era o Nelson Rodrigues. De vez em quando, ele me telefona do céu pelo seu velho telefone preto de ebonite)
- Que posso fazer, Nelson, não sou rico como você...
- Rico nada, rapaz, se você vir um sujeito tocando acordeom na rua do Ouvidor, pode dar esmola que sou eu...
(Todos nossos telefonemas começavam assim, quando ele era vivo. Continuamos com a tradição)
- E aí, Nelson, como está aí em cima?...
-Estou caprichando...caprichando...
- Que que você está achando do Brasil?
- Rapaz, "o" Brasil não existe", "o" Brasil é uma ilusão... Que Brasil?
- Sei lá, o governo...
- Acho que o Fernando Henrique tem um perfil de medalha. Ele nasceu para ser a cara da coroa da moeda. Mas, acho que ele está em fremente lua de mel consigo mesmo...
- Como assim?
- Feito o Guimarães Rosa. Quando eu encontrava ele na rua, satisfeitíssimo consigo mesmo, eu dizia: "João, não seja tão Guimarães Rosa... O Fernando Henrique está acreditando demais no próprio sorriso. Ele tem de inspirar medo também. Consciência política de brasileiro é medo da polícia. Você acha que o Euler Ribeiro tem medo de quê? Só dos eleitores e do Amazonini... Eles estão adorando chantagear o Fernando Henrique porque ele é intelectual. Eles têm uma inveja danada dele. Fernando tem de fazer como o Luís Eduardo Magalhães: mais severidade. Aliás, estou gostando deste rapaz. Achava que era filhinho do papai, mas não; é um homem. Sabe tratar com os pequenos canalhas. Se bem que há poesia nos pequenos canalhas e nos cretinos fundamentais. São brasileiros como o Saci-Pererê. Mas, com eles, só o medo funciona. São muito piores que os "inimigos" estrangeiros. O pequeno canalha é o cupim do Brasil.
- E o teatro, que você está achando do teatro?
- Rapaz, não há mais dramaturgos no Brasil. Eles estão sendo exterminados a pauladas feito ratazanas grávidas. Se o sujeito diz que é dramaturgo, chamam logo o "rapa". Só existem os diretores. O diretor pode tudo. O dramaturgo vive amarrado ao pé da mesa, bebendo água na cuia de queijo Palmira. Já o diretor, anda de penacho e esporas de dragão da independência. Outro dia eu vi uma peça minha em que as pessoas ganiam, rolavam no chão com arranques de cachorro atropelado. Que acontece? As novas gerações pensam que eu sou ou um pornógrafo ou uma besta. O teatro virou uma missa leiga, em que o padre equilibra bolas no nariz como uma foca profissional. Hoje, só tem pecinha para caçar níqueis ou coisas "eruditas" demais, feitas por diretores que têm uma profundidade que a formiga atravessa com água pelas canelas. É um caso sério.
- E a esquerda, Nelson?
- Estou com uma nostalgia brutal pela esquerda antiga. Que saudades do meu amigo Vianinha, que era um Byron da cabeça aos sapatos... Mesmo você, que participava de passeatas contra a fome chupando Chicabon. Tenho saudades do d. Helder, apesar dos pés de bode que a batina roxa escondia. Ele era muito melhor que este Von Helder que chutou a santa. A esquerda está no tempo do Olavo Bilac. Adoro o PC do B. Parece uma igreja. O PC do B está iluminado de fé. É lindo, me lembra uma tenda espírita, em que o Stálin baixa às vezes com a vozinha fina de caboclo infantil. Mas, gosto muito do João Amazonas; parece um santo de vitral varado de luz. Gosto também da coisa dramática e desengonçada da Jandira Feghalli; ela daria uma boa atriz para "A Falecida". Já o PT... tenho pena do Lula... tão inteligente, prisioneiro dos cretinos fundamentais. Você sabe que hoje em dia, se um cretino fundamental sobe num caixote de querosene Jacaré, na mesma hora aparecem milhares de cretinos para ouvi-lo. Antigamente, o cretino se escondia pelos cantos. Hoje, andam de fronte alta.
- E os sem-terra?
- Taí. Gosto dos sem-terra. Tem canalhas no meio, mas eles são tão bonitos... Parecem camponeses do "Angelus de Millet", devem ter alguma razão.
Mas, rapaz, estou triste é com o Rio. Outro dia fui tomar um cafezinho bem carioquinha ali perto na rua de Santana, e vi que o Rio perdeu o cafajeste poético. Nossos vagabundos, nossos malandros perderam o halo de luz. Estão tristes. O carioca lírico desapareceu... O Rio era um feriado. O Rio era um sábado. Hoje, todo mundo correndo de medo...
- E o futebol?
- Entro em cava depressão quando vejo o nome da Hyundai, rapaz, marca de carro coreano no peito dos jogadores do Fluminense. Não me conformo com estas camisas sagradas sendo usadas para propaganda: Kalunga, Lubrax, que coisa triste... O futebol não é reclame. Tenho vontade de sentar no meio fio e chorar lágrimas de esguicho... Mas, pelo menos, há uma beleza nos jovens jogadores da seleção. A bola os segue como uma cachorrinha fiel segue o dono.
- E a literatura, Nelson?
- Rapaz, o que estraga a literatura brasileira é que nenhum escritor sabe bater um escanteio. É isso. Todo mundo quer ser genial. O único livro genial que eu li ultimamente aí foi "Os Desvalidos" do Francisco Dantas, um sergipano. É um Rosa sem máscara, um Graciliano afetivo. Ninguém fala nele. O José Lino Grunewald devia ler.
- E a pós-modernidade...?
- Que é isso?
- É... sei lá... é o fim das utopias... a falta de esperança...
- Ihh... rapaz... o mundo sempre foi pós-moderno. Este negócio de esperança é uma invenção de intelectual francês. Tudo sempre foi ilusão. Nunca houve esperança. Vocês deviam se abaixar e beber na sarjeta da pós-modernidade... A desesperança é a salvação dos intelectuais. Você veja o Marx. Ele era genial onde ninguém achava. Marx dava uma importância danada aos botequins e aos bifes da Alemanha. E quiseram fazer dele o deus da esperança. Que nada, Marx sempre foi pós-moderno...
- Poxa, Nelson, você está muito deprimido... nem aí no céu...
- Que nada, rapaz. Estou achando o Brasil ótimo, justamente porque perdeu as ilusões. Agora é que vai ficar bom. O brasileiro estava precisando perder a pose. Nos últimos anos, caiu nossa máscara. Mas, agora está na hora de gostar de si mesmo de novo. O brasileiro odeia a própria imagem como um narciso às avessas. Ele quer ser americano, húngaro, o diabo. O brasileiro só se moderniza se assumir a própria miséria, a própria cara. Se o brasileiro assumir a própria cara ele vira um rei, de coroa e cetro tropeçando no manto de arminho.
É isso aí...
- Você telefona quando, Nelson?
- Sempre que você começar a escrever coisas metidas a profundas, eu telefono. Assuma sua ignorância, sua cretinice de brasileiro. Não seja inteligente, rapaz; seja burro, seja burro. É a sua salvação!
- Obrigado, Nelson.

Nelson Rodrigues e a Expressão "Cretino Fundamental" - Artigo

 


Nelson Rodrigues e a Expressão "Cretino Fundamental" - Artigo
Artigo

Cretino fundamental foi a expressão criada por Nelson Rodrigues para definir o arquétipo do tolo que está sem razão, mas continua teimoso, rude e impetuoso. É aquela pessoa que se posiciona como um papagaio, repetindo argumentos de outros sem fazer as devidas considerações, ou fazendo uso de ideias socialmente aceitas, levando a concordância geral sem grandes esforços.
"O cretino fundamental é aquele que tenta deturpar o óbvio ululante."
"Ponha um cretino fundamental em cima da mesa e ele dá um berro. Imediatamente, milhares de outros cretinos se organizam, se arregimentam e se aglutinam."
"O idiota da objetividade também é um cretino fundamental."

Palácio Anchieta, Vitória, Espírito Santo, Brasil


 

Palácio Anchieta, Vitória, Espírito Santo, Brasil
Vitória - ES
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