quinta-feira, 26 de agosto de 2021

D. Maria I, Rainha de Portugal (D. Maria I, Rainha de Portugal) - Giuseppe Troni

 






D. Maria I, Rainha de Portugal (D. Maria I, Rainha de Portugal) - Giuseppe Troni
Palácio Nacional de Queluz, Portugal
OST - 122x94 - 1783


Texto 1:
Filha primogénita de D. José I, como futura rainha de Portugal recebe uma educação esmerada, com um forte cunho de religiosidade que iria marcar toda a sua governação. Em 1760 casa com o tio, o Infante D. Pedro (futuro D. Pedro III), por quem nutre grande afeição, e em 1777 ascende ao trono por morte do pai. As mortes sucessivas de vários entes queridos, nomeadamente do marido (1786), do seu confessor pessoal, do príncipe herdeiro D. José, e da filha infanta D. Mariana Vitória (1788), e ainda o trágico destino da família real francesa decorrente da Revolução Francesa (1789), acentuam a debilidade mental da rainha, que é afastada do governo em 1792. Em novembro de 1807, nas vésperas da chegada do exército napoleónico a Lisboa, a rainha embarca com a Família Real para o Brasil, onde viria a morrer, a 20 de março de 1816. O retrato do Palácio Nacional de Queluz assemelha-se em fisionomia, trajes e adereços, ao existente no Paço Real da Bemposta (1793), ambos pintados numa época em que a demência da rainha a impedia de posar. Terão sido inspirados no retrato que Thomas Hickey (Dublin, 1741- Madras, 1824) pintara ao vivo, anos antes, entre 1780 e 1783. O retrato do pintor inglês, provavelmente o que hoje se encontra na Academia das Ciências de Lisboa, terá servido de modelo à maioria dos retratos posteriores da soberana. O Palácio Nacional de Queluz possui uma gravura de Gaspar Fróis Machado (1759-1796), de 1786, baseada na pintura de Hickey, como se indica na subscrição da estampa (T. Hickeÿ. pinxit). Sobre Giuseppe Troni: Pintor retratista italiano conhecido por “Trono Grande”. Antes de chegar a Portugal trabalha em Roma, Nápoles e Turim. Instalado em Lisboa em 1785, recebe encomendas da família real, destacando-se o painel da Conceição da capela-mor da Igreja do Paço Real da Bemposta, pintado em 1793, em que figura a rainha D. Maria I, então já afastada do governo, e a família real. Também fez numerosos retratos em miniatura e cópias de grandes mestres como Rafael e Tiziano.
Texto 2:
D. Maria I (Lisboa, 17 de dezembro de 1734 – Rio de Janeiro, 20 de março de 1816), apelidada de "a Piedosa" e "a Louca", foi a Rainha de Portugal e Algarves de 1777 até 1815, e também Rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves a partir do final de 1815 até sua morte. De 1792 até sua morte, seu filho mais velho João atuou como regente do reino em seu nome devido à sua doença mental. Era a filha mais velha do rei José I e sua esposa a infanta Mariana Vitória da Espanha.
D. Maria nasceu a 17 de dezembro de 1734 no Paço da Ribeira, em Lisboa, Portugal. Seu nome completo era Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana de Bragança. Foi a primeira filha de D. José de Bragança, então Príncipe do Brasil, e sua esposa Mariana Vitória de Bourbon, Infanta de Espanha.
Quando o seu pai subiu ao trono em 1750 como D. José I, D. Maria tornou-se sua herdeira presuntiva e recebeu os títulos tradicionais de Princesa do Brasil e Duquesa de Bragança.
A continuidade dinástica da Casa de Bragança ficou assegurada com o seu casamento com o tio Pedro de Bragança, que subiria ao trono como Pedro III de Portugal. O casamento foi realizado na Real Barraca da Ajuda a 6 de junho de 1760. Anteriormente, pensara-se em casá-la com o seu tio, o Infante Luís de Espanha, e com José II, Imperador do Sacro Império Romano.
Embora D. Maria I seja tradicionalmente reconhecida como a primeira Rainha reinante em Portugal, isso é questionável, visto que à luz de uma nova perspectiva da história, Teresa de Leão já havia sido reconhecida como tal pelo papa, em 1112. Seu primeiro acto como rainha, iniciando um período que ficou conhecido como a Viradeira, foi a demissão e exílio da corte do marquês de Pombal, a quem nunca perdoara a forma brutal como tratou a família Távora durante o Processo dos Távoras. Rainha amante da paz, dedicada a obras sociais, concedeu asilo a numerosos aristocratas franceses fugidos ao Terror da Revolução Francesa (1789-1799). Era, no entanto, dada a melancolia e fervor religioso de natureza tão impressionável que quando ladrões entraram em uma igreja e espalharam hóstias pelo chão, decretou nove dias de luto, adiou os negócios públicos e acompanhou a pé, com uma vela, a procissão de penitência que percorreu Lisboa.
O seu reinado foi de grande atividade legislativa, comercial e diplomática, na qual se pode destacar o tratado de comércio que assinou com a Prússia em 1789. Desenvolveu a cultura e as ciências, com o envio de missões científicas a Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique, e a fundação de várias instituições, entre elas a Academia Real das Ciências de Lisboa e a Real Biblioteca Pública da Corte. No âmbito da assistência, fundou a Casa Pia de Lisboa. Fundou ainda a Academia Real de Marinha para formação de oficiais da Armada.
A 5 de janeiro de 1785 promulgou um alvará impondo pesadas restrições à atividade industrial no Brasil; como por exemplo proibia a fabricação de tecidos e outros produtos. Durante seu reinado ocorreu o processo, condenação e execução do alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
Mentalmente instável, desde 10 de fevereiro de 1792 foi obrigada a aceitar que o filho tomasse conta dos assuntos de Estado. Obcecada com as penas eternas que o pai estaria sofrendo no inferno, por ter permitido a Pombal perseguir os jesuítas, o via como "um monte de carvão calcinado".
Para tratá-la veio de Londres o Dr. Willis, psiquiatra e médico real de Jorge III, enlouquecido em 1788, mas de nada adiantaram seus "remédios evacuantes".
Em 1799, sua instabilidade mental se agravou com os lutos pelo seu marido Pedro III (1786) e seu filho, o príncipe herdeiro José, Duque de Bragança, Príncipe da Beira, Príncipe do Brasil, morto aos 27 anos (1788), a marcha da Revolução Francesa, e execução do Rei Luís XVI de França na guilhotina. Por isso, João, seu filho e herdeiro, que futuramente se tornaria João VI de Portugal, assumiu a regência.
A Família Real Portuguesa transfere-se para o Brasil devido ao receio de ser deposta, à semelhança do que ocorrera nos países recentemente invadidos pelas tropas francesas: Napoleão acumula o título de rei de Itália, dando o título de rei de Nápoles ao seu irmão José Bonaparte, a quem posteriormente situou no trono da Espanha; nos Países Baixos a coroa é dada a seu irmão Luís Bonaparte (Luís I da Holanda). Em 1801, o primeiro-ministro de Espanha, Manuel Godoy apoiado por Napoleão invadiu Portugal por breves meses e, no subsequente Tratado de Badajoz, Olivença passou para a coroa de Espanha, mais tarde também ocupada pelos franceses. Portugal continuou a fazer frente à França e, ao recusar-se a cumprir o bloqueio naval às Ilhas Britânicas, foi iniciada a Primeira invasão francesa de Portugal, pela coligação franco-espanhola liderada pelo Marechal Junot. A família real transfere-se para o Brasil a 29 de Novembro de 1807 deixando Portugal a mercê do invasor. Junot invade Lisboa sendo nomeado governador de Portugal. A 1 de Agosto de 1808, o Duque de Wellington desembarca em Portugal e tem início a Guerra Peninsular. Entre 1809 e 1810, o exército luso-britânico lutou contra as forças invasoras de Napoleão, nomeadamente na Batalha do Buçaco. Quando Napoleão foi derrotado em 1815, Maria e a família real encontravam-se ainda no Brasil. Dos membros da realeza, porém, foi a que se manteve mais calma, chegando a declarar: "Não corram tanto, vão pensar que estamos a fugir".
D. Maria viveu no Brasil por oito anos, sempre em estado de incapacitação. Ela morreu no Convento do Carmo, na cidade do Rio de Janeiro, em 20 de março de 1816, aos 81 anos de idade. Após as cerimónias fúnebres, seu corpo foi sepultado no Convento da Ajuda, também no Rio. Com sua morte, o Príncipe Regente D. João foi aclamado Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
Em 1821, após o retorno da Família Real para Portugal, seus restos mortais foram transladados para Lisboa e sepultados em um mausoléu na Basílica da Estrela, igreja que ela mesma mandou erguer.
Títulos e estilos
17 de Dezembro de 1734 – 31 de Julho de 1750: "Sua Alteza Real, a Princesa da Beira, Duquesa de Barcelos";
31 de Julho de 1750 – 24 de Fevereiro de 1777: "Sua Alteza Real, a Princesa do Brasil, Duquesa de Bragança, etc.";
24 de Fevereiro de 1777 – 20 de Março de 1816: "Sua Majestade Fidelíssima, a Rainha".
O estilo oficial de D. Maria I, desde a sua Aclamação até 1815 foi: "D. Maria, pela Graça de Deus, Rainha de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhora da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc." Com a criação do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, em 1815, o seu estilo evoluiu para: "D. Maria, pela Graça de Deus, Rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhora da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc.".
Cultura popular:
A Rainha D. Maria I já foi retratada como personagem no cinema, televisão e no teatro, interpretada por Rita Cléos na novela Dez Vidas (1969), Maria Fernanda no filme Carlota Joaquina, Princesa do Brasil (1995), Eva Wilma na minissérie O Quinto dos Infernos (2002) e Maria Emília Correia na minissérie Bocage Bocage (2006). No carnaval do Rio de Janeiro em 2008, foi representada no desfile da escola de samba São Clemente pela atriz Rogéria, em enredo sobre o rei João VI. Em 2011, no teatro, a atriz Maria do Céu Guerra é D. Maria, "a Louca" de um texto do autor brasileiro Antônio Cunha, apresentado pela companhia portuguesa A Barraca.
Uma versão altamente ficcionalizada da rainha D. Maria I é a protagonista da opéra-comique Les diamants de la couronne (1841), pelo compositor Daniel Auber, com libretto de Eugène Scribe e Jules-Henri Vernoy de Saint-Georges; figurando igualmente na adaptação a zarzuela de Francisco Asenjo Barbieri, Los diamantes de la corona (1854), esta com libretto de Francisco Camprodón. Na ópera, D. Maria é menor aquando da morte do seu pai, sendo o país governado por um Conselho de Regência liderado pelo Conde de Campo Mayor. D. Maria toma o nome de "Catalina" e, sem ninguém o saber, lidera um grupo de bandidos com o intuito de vender as joias da coroa, substituindo-as por falsificações, para trazer solvência fiscal ao Estado. No final, durante a sua coroação, D. Maria usa a sua astúcia para evitar a determinação do Conselho de Regência que a obrigaria a casar com um filho de rei de Espanha e, ao invés, casa com o Marquês de Sandoval, que havia sido assaltado pelos bandidos e se havia enamorado pela beleza de "Catalina", chefe da quadrilha.
"Maria-vai-com-as-outras":
O termo "maria-vai-com-as-outras" é muito popular na lusofonia, onde é usado para designar uma pessoa fraca, sem opinião própria, que se deixa levar pelos outros. Segundo o pesquisador Brasil Gerson, autor do livro Histórias das Ruas do Rio, o termo foi cunhado a partir da figura da rainha D. Maria I, que viveu seus últimos anos no Rio de Janeiro. Declarada mentalmente incapaz desde 1792, D. Maria vivia reclusa e só saía na companhia de suas damas, que costumavam levá-la para passear às margens do rio Carioca, no antigo bairro de Águas Férreas (atual Cosme Velho). Ao ver a monarca sendo conduzida pelas mãos por suas damas, a população exclamava: Maria Vai-com-as-Outras.
Texto 3:
Dom Pedro I era mulherengo. Seu pai, dom João VI, ficou marcado como medroso e patético. Já a mãe, Carlota Joaquina, era ninfomaníaca, enquanto a avó, dona Maria I, ganhou o apelido de "a Louca". Definições simplistas, estereotipadas e – por que não? – preconceituosas acompanham personagens marcantes para a trajetória do país. “A imagem que ficou deles foi obra dos republicanos, tanto em Portugal quanto no Brasil. Queriam enxovalhar a família imperial. Por isso, essas figuras acabaram tão ridicularizadas. Ainda sabemos muito pouco sobre elas, mas à medida que documentações e arquivos vão sendo descobertos, constatamos que essas pessoas realmente tiveram grande importância na nossa história”, ressalta a escritora e historiadora Mary del Priore.
Autora de mais de 50 livros – entre eles, Condessa de Barral: a paixão do imperador (2006) e O castelo de papel: Uma história de Isabel de Bragança, princesa imperial do Brasil, e Gastão de Orléans, conde d'Eu (2013) –, Mary decidiu escrever sobre as mulheres ligadas a dom Pedro II. Começou pela bisavó do imperador, dona Maria Francisca Isabel Josefa Antônia Gertrudes Rita Joana de Bragança e Bourbon.
As perdas e as glórias da rainha que entrou para a história como “a louca” (Benvirá) revela a trajetória da soberana portuguesa de seu nascimento, em dezembro de 1734, à morte, aos 81 anos, no Rio de Janeiro. Para começo de conversa, a historiadora contesta a loucura da soberana. Garante que ela era vítima de profunda depressão, na época confundida com melancolia e insanidade. Além de contar com a colaboração do médico Sávio Santos Silva, Mary pesquisou livros de medicina daquele período.
“É uma doença que se tornou o mal do século, tão contemporânea, geral, pois atinge todas as classes e idades. Porém, ela existe há anos. Dona Maria I tinha todos os sintomas da depressão: tristeza constante, profunda e incapacitante, perda de autoconfiança, sentimento de vazio, irritabilidade, distúrbios do sono, fadiga, isolamento, e, o mais importante, sentimento de culpa e de inutilidade”, garante.
Muitos fatores contribuíram para que a rainha fosse considerada incapacitada para governar. Em 1792, o filho, dom João VI, assumiu a regência. O primeiro motivo da depressão foram as mortes sucessivas de entes queridos. A começar pela mãe, dona Mariana Vitória, sua grande amiga e conselheira, em 1781. Cinco anos depois, foi a vez do marido e tio, dom Pedro III, com que mantinha um casamento feliz.
“Não era comum as relações arranjadas serem tão bem sucedidas. Eles realmente se gostavam, eram cúmplices. Dona Maria ficou muito desesperada quando perdeu o companheiro”, relata Mary. A base de sua pesquisa são teses sobre a rainha que vêm sendo publicadas em Portugal, país que cultiva grande interesse pela monarquia, além da correspondências entre ela e a filha Maria Ana Vitória de Portugal.
Em 1788, três perdas a abalaram profundamente: do primogênito dom José, da filha Maria Ana e do neto Carlos, recém-nascido. Todos vítimas da varíola. Para completar a tragédia, seu confessor e mentor, frei Inácio de São Caetano, não resistiu a uma violenta trombose. “Foi uma morte atrás da outra, incluindo dois filhos. É muita dor. Sem contar as intrigas palacianas, inclusive dentro da própria família, além da pressão e dos questionamentos por ela ser a primeira rainha – e mulher – a ter plenos poderes em Portugal, apesar de a mãe e a avó terem sido regentes”, destaca Mary.
Extremamente católica, dona Maria I se sentia culpada por tudo de ruim que ocorria com ela e com os parentes. Doença, naqueles tempos, era sinônimo de culpa e pecado. “Só no final do século 19 a psicanálise vai conseguir dissociar a questão místico-religiosa da loucura. A culpa era uma constante nesses diagnósticos. Até o século 18, os livros de medicina portugueses diziam que a melancolia era o sopro do diabo. Dona Maria I acreditava piamente nisso”, explica.
Tachada de "a Louca", a rainha portuguesa era também chamada de "a Piedosa". Criança generosa, distribuía moedas aos pobres nas ruas de Lisboa. Não foi à toa que os portugueses lamentaram a partida dela quando a família real fugiu para o Brasil, em 1808. Constantemente, reivindicavam sua volta. Era tão querida que na ocasião de sua morte, no Rio de Janeiro, uma multidão de brasileiros chorou e prestou homenagens a ela. Anos depois, quando o corpo foi trasladado para Lisboa, os portugueses fizeram questão de demonstrar sua gratidão à mãe de dom João VI.
“Ela não era uma rainha Elizabeth, que ficava passeando de carruagem dourada pelas ruas. Dona Maria gostava do povo, fazia questão de circular entre as pessoas e de participar de manifestações religiosas como procissões, missas”, observa Mary del Priore.
Curiosamente, a rainha era sogra admirada pela espevitada Carlota Joaquina, que, ainda menina deixou a Espanha rumo a Lisboa para se casar com o príncipe João. “Carlota a chamava de mãe. Esse sentimento era recíproco, ainda mais porque dona Maria havia acabado de enviar a filha Maria Ana à Espanha também para se casar. As duas iam à ópera juntas e se divertiam, mas a rainha chamava a atenção da nora quando essa era malcriada. Não há nada que indique o rompimento dessa relação afetuosa”, afirma a historiadora.
O desempenho de dona Maria como governante mereceu elogios, destaca Mary del Priore. “Apesar dos questionamentos, sobretudo dentro da corte, ela teve uma grande atuação sob o ponto de vista diplomático. Também fez reformas urbanistas, fundou academias. Ela pensava na nação”, frisa.
Mary revela que a rainha tinha um ponto fraco: a gula. “Ela adorava chocolate, considerada iguaria exótica e de elite, além de sorvete. No Brasil, ia chupar manga com dom João VI em São Cristóvão. No fim do livro, até digo que sabia muito pouco sobre Maria I. Na minha cabeça, só tinha a imagem de ‘a louca’. Hoje, vejo nela uma mulher como tantas de nós. Acredito que não só as leitoras, como os leitores e principalmente quem gosta de história, vão gostar de saber um pouco mais sobre essa figura tão tocante”, conclui.
Dona Maria I nunca veio a Minas, mas a capitania se mostrou presente em diversos momentos de sua trajetória. Quando ela nasceu, o reino português vivia uma época esplendorosa. Riquezas vindas do Brasil, sobretudo ouro e diamantes, enriqueceram a corte. A primeira cidade e capital mineira, Mariana, chama-se assim em homenagem à avó dela, a arquiduquesa Maria Ana de Áustria, esposa de dom João V.
A Inconfidência Mineira, em 1789, foi um dos episódios mais emblemáticos do reinado de Maria I. Aliás, ela enfrentou outro movimento separatista, a Sublevação dos Pintos, em Goa, na Índia. Em ambos, a punição foi rigorosa. No Brasil, Tiradentes foi enforcado e esquartejado, enquanto outros inconfidentes amargaram o degredo.
“Em qualquer monarquia, o crime de lesa-majestade, de traição ao rei, era punido com a morte. Com relação aos inconfidentes, dona Maria foi até clemente, pois, tirando o Tiradentes, os demais tiveram a vida poupada. Em Goa, todos foram executados. A rainha apenas seguiu o que era esperado na época”, afirma Mary del Priore.


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