sexta-feira, 17 de maio de 2024

Cadillac 1954, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Cadillac 1954, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia




Naquela época esse carro sempre estava estacionado na frente de um terreno onde hoje é a loja da Mafra Especialidades, na rotatória do Ribeirão Shopping.
Alguém lembra dele?
Não sei dizer quem era o dono ou o motivo de sempre estar por lá, mas neste dia eu e meus amigos resolvemos parar e pedimos para tirar uma foto com ele.
E como éramos bem "caras-de-pau", pedimos a chave para mostrar que o carro era "nosso"...rs.
Postei essa foto com o intuito de recordar como nos divertiámos quando éramos menores de idade (na época eu tinha 16 anos).
A gente não tinha vergonha de nada, iámos nas casas e festas de todo mundo, mesmo sem conhecer as pessoas (bastava que um de nós conhecesse e levasse a turma).
Lembro que em datas como o Natal, Ano Novo ou Festa Junina, faziamos uma verdadeira peregrinação pela cidade, enchendo o saco e comendo um pouquinho em cada lugar.
E o mais estranho é que os parentes, amigos e conhecidos sempre nos recebiam bem, davam risadas, etc.
No fim, todo mundo gostava e se divertia com aquela bagunça!
Do que me lembro, os garotos que não eram ricos ou classe média de verdade (e falo da classe média que tinha recursos, não essas "fakes" criadas pelos governos dos últimos 25 anos) trabalhavam de dia e estudavam de noite, que era o meu caso e de meus amigos.
E devido a isso, os finais de semana (começando na sexta depois das aulas e só parando no domingo à tarde, às vezes à noite) eram o nosso período de bagunçar, namorar, comprar roupas, comer lanches, frequentar os barzinhos, cinema, churrascos, esportes, clubes, etc.
A gente quase não parava em casa, iámos apenas para tomar banho e trocar de roupa. E mesmo tomando "esporro / dura" de nossos pais por causa disso, não nos importávamos.
E como todos trabalhavam, tinhámos carro, moto ou mobilete, mesmo alguns sendo menores, o que nos permitia passear por todo canto da cidade (as vezes iámos até Bonfim Paulista, que era "outra cidade"), embora de vez em quando dava alguma "zebra" com a Polícia.
Transportando isso para minha realidade atual, acho algo impensável, muitas vezes nem acredito que faziámos todas essas atividades e ninguém cansava. Ao contrário, achávamos que o final de semana passava muito rápido. De verdade, só acredito porque tenho as fotos. E confesso que a saudade disso é gigante...
Nota do blog: Data 07/1993.

Capela de Nossa Senhora Aparecida, Santuário das Sete Capelas, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Capela de Nossa Senhora Aparecida, Santuário das Sete Capelas, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Nota do blog: Data e autoria não obtidas.

Capela de São Jorge, Santuário das Sete Capelas, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Capela de São Jorge, Santuário das Sete Capelas, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Nota do blog: Data e autoria não obtidas.

Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro / Capela das Almas, Santuário das Sete Capelas, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro / Capela das Almas, Santuário das Sete Capelas, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Nota do blog: Data e autoria não obtidas.

Capela de Nossa Senhora das Graças, Santuário das Sete Capelas, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Capela de Nossa Senhora das Graças, Santuário das Sete Capelas, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Nota do blog: Data e autoria não obtidas.

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Capela da Penitência / Capela da Santa Cruz / Capela da Escada Santa / Santuário das Sete Capelas, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Capela da Penitência / Capela da Santa Cruz / Capela da Escada Santa / Santuário das Sete Capelas, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Nota do blog: Data e autoria não obtidas.

Colégio Madre Mazzarello / Patronato e Ginásio Industrial Madre Mazzarello / Casa Madre Mazzarello, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


Construção da ala da rua João Ramalho.


Irmã Adelaide regendo o coral.



Corredores do prédio.


Pátio coberto.


Inauguração do prédio da rua João Ramalho, presença do prefeito Welson Gasparini.


Curso noturno de bordados, corte e costura, ano 1942.



Capela do Colégio, ano 1955.


Alunos e alunas em 1946.



 

Colégio Madre Mazarello / Patronato e Ginásio Industrial Madre Mazzarello / Casa Madre Mazarello, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia


Imagens diversas da instituição Madre Mazarello.
Era localizado no prédio em que hoje, depois de expansões e reformas, abriga a sede do Centro Universitário Moura Lacerda, no bairro Campos Elíseos.
Nota do blog: Autoria e datas não obtidas / Crédito das imagens para Inspetoria Salesiana.

Imóvel Antigo, Avenida Vicente Machado, Curitiba, Paraná, Brasil





Imóvel Antigo, Avenida Vicente Machado, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia

Foi residência de Francisco de Paula Sobrinho, projeto do engenheiro Luiz P. Amarante.
Era localizada na avenida Vicente Machado, 577.
Demolida, atualmente existe um estacionamento no local (imagem 2).
Nota do blog: Imagem 1, data efetiva e autoria não obtidas, crédito para revista Acrópole, ano 1942 / Imagem 2, data 2023, crédito para o Google Maps.

Vista Panorâmica do Centro, São Paulo, Brasil


 

Vista Panorâmica do Centro, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia - Cartão Postal

Maravilhosa imagem onde é possível observar diversas construções e pontos históricos: edifício Itália, praça da República, edifício Copan, Caetano de Campos, etc.
Nota do blog: Data e autoia não obtidas.

Vista do Bairro do Brás, 1885, São Paulo, Brasil


 

Vista do Bairro do Brás, 1885, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP

Fotografia 

Ao centro, ampliando a imagem, vê-se um estabelecimento denominado "Recreio da Ilha". 
Ao fundo, é possível ver o Gasômetro.
Nota do blog: Imagem de Marc Ferrez.

Rua XV de Novembro, São Paulo, Brasil


 



Rua XV de Novembro, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Bilhete Postal Artista N. 204
Fotografia - Cartão Postal

Praça da Estação / Praça Eufrásio Correia, Curitiba, Paraná, Brasil


 

Praça da Estação / Praça Eufrásio Correia, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia 

Nota do blog: Data e autoria não obtidas.

Curitiba, Paraná, Brasil


 

Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
AH
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog: Fotografia de Armin Henkel.

Propaganda "Construtora Curitiba Ltda", Década de 50, Curitiba, Paraná, Brasil



 

Propaganda "Construtora Curitiba Ltda", Década de 50, Curitiba, Paraná, Brasil
Propaganda

A imagem 1 mostra um anúncio da Construtora Curitiba que, ao fazer propaganda de seus serviços, nos mostra uma belíssima residência (na verdade uma mansão) por eles construída.
Tratava-se de uma planta que foi reproduzida várias vezes pela cidade.
A imagem 2, uma montagem no esquema "o antes e o depois", mostra algumas dessas residências na ativa e, posteriormente, demolidas para dar lugar a prédios ou comércios (provavelmente farmácias ou estacionamentos, os negócio do momento).
Todas essas residências foram construídas na década de 50
A primeira era no bairro Cabral, a segunda e terceira no bairro Batel e a quarta no bairro Alto da XV. Das quatro residências mostradas, apenas a do Alto da XV ainda sobrevive (até quando não sabemos).
Infelizmente é uma situação que não tem muito o que fazer: as construtoras e especuladores imobiliários oferecem um "caminhão de dinheiro" para os proprietários e aí não tem jeito: as histórias e tradições construídas pelos antepassados dos atuais proprietários desaparecem igual aos imóveis. 
Pessoalmente não os julgo: acredito que faria o mesmo diante de uma oferta vultosa que garantisse um bom recurso para minha família. 
De qualquer forma, mesmo entendendo o lado dos proprietários, a verdade é que em um futuro não muito distante, vão sobrar apenas as fotos e memórias dos outrora belos imóveis.
Porém, em compensação, teremos amplos apartamentos de 30 mts (vendidos a preços fora da realidade, impagáveis para a maioria das pessoas), além de um monte de farmácias e estacionamentos...
Nota do blog: Crédito da postagem para Luís Venske Dyminski.

Praça 19 de Dezembro / Praça do Homem Nu, Década de 80, Curitiba, Paraná, Brasil



Praça 19 de Dezembro / Praça do Homem Nu, Década de 80, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia

Propaganda "Um Loteamento Novo Mundo Merece a sua Confiança!", 1947, Loteamento Parque Novo Mundo, Parque Novo Mundo Imobiliária e Comercial, São Paulo, Brasil


 

Propaganda "Um Loteamento Novo Mundo Merece a sua Confiança!", 1947, Loteamento Parque Novo Mundo, Parque Novo Mundo Imobiliária e Comercial, São Paulo, Brasil
Proapganda

Quinteiro's Lanches, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil








Quinteiro's Lanches, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Frequento o Quinteiro's Lanches há vários anos e só tenho coisas boas para falar. 
Acredito que seja um dos poucos lugares em Ribeirão Preto que fazem este tipo de lanche com qualidade. O local é famoso por suas porções gigantes de batata frita com queijo e bacon, além, é claro, de sua enorme diversidade de lanches (meu preferido é o cheese-tudo com hamburger da casa).
No post coloquei imagens da locação atual e da antiga (onde conheci o estabelecimento).
Finalizando, uma coisa que gostaria de ressaltar, é a preocupação com limpeza e qualidade das embalagens fornecidas. Tem pessoas que não se importam com isso mas considero um grande diferencial, estabelecimentos sujos e/ou desleixados já passam uma boa ideia da qualidade dos produtos que serão fornecidos/vendidos.
Nota do blog: Imagens 1 e 2, ano 2024 / Imagens 3, 4 e 5, ano 2021, crédito para o Quinteiro's Lanches.

Mercado do Campos Elíseos, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 



Mercado do Campos Elíseos, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Imagem da inauguração.
Era localizado na rua São Paulo, tendo entrada/saída também pela avenida da Saudade (o prédio ainda existe, número 1145 da via informada).
Nota do blog: Data não obtida / Fotografia de Tony Miyasaka.

Capela de Santa Terezinha do Menino Jesus, Santuário das Sete Capelas / Santuário Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Capela de Santa Terezinha do Menino Jesus, Santuário das Sete Capelas / Santuário Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia


Nota do blog: Data e autoria não obtidas.

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Imóvel, Avenida Nove de Julho, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Imóvel, Avenida Nove de Julho, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Imóvel com acabamento de tijolinhos localizado na esquina da avenida Nove de Julho com Independência, um dos mais conhecidos cruzamentos da cidade.
Não sei dizer sua idade correta, mas tenho quase certeza que já estava lá durante os anos 80. Também não sei se sempre foi com tijolinhos ou se era diferente anteriormente.
Lembro dele abrigar uma agência bancária do Nacional, do Unibanco e, depois da fusão, do Itaú. Fiquei sabendo nas redes sociais que antes foi agência do extinto Comind também, o que o transforma, provavelmente, no imóvel que mais abrigou bancos diferentes na cidade.
Atualmente, reflexo da atual situação da avenida, encontra-se vandalizado, na espera de que alguém o alugue.
Nota do blog: Imagem de 2024.



Hagar, o Horrível - Dik Browne


Hagar, o Horrível - Dik Browne
1-9
Quadrinhos

 

Hagar, o Horrível - Dik Browne


 

Hagar, o Horrível - Dik Browne
1-6
Quadrinhos

Hagar, o Horrível - Dik Browne


 

Hagar, o Horrível - Dik Browne
1-1
Quadrinhos

A Verdade Pura e Simples é que Ter Filhos Atrapalha a Carreira das Mulheres - Luiz Felipe Pondé

 


A Verdade Pura e Simples é que Ter Filhos Atrapalha a Carreira das Mulheres - Luiz Felipe Pondé
Artigo



'Crianças são um saco', confessam as mais honestas nesse assunto, e homens dizem que é 'sinistro na certa'.
E os inteligentinhos descobriram a queda da natalidade. E, como sempre, justificam o fenômeno sabido há anos, com suas obsessões ideológicas: desigualdade social, aquecimento global, preconceitos estruturais e outros quebrantos.
O problema com os inteligentinhos não é só de repertório, é cognitivo. Assim como o politicamente correto e os "wokes", a condição inteligentinha danifica a capacidade semântica e lógica do entendimento.
Mas, para além dessas taras, o fato é que só quem tem filho hoje largamente são mulheres de adesão religiosa estrita ou pobres —logo, a desigualdade social funciona a favor da natalidade e não contra, mas vá explicar isso para quem pensa a partir de ideologias. Quem tem opção, não tem filhos.
Mas, como nossa sensibilidade hoje é moldada pela intencionalidade do marketing, mente-se para negar que no fundo dessa caixa de pandora encontramos a principal causa para não se ter filhos ou tê-los em "unidades isoladas": o velho pecado da preguiça. "Crianças são um saco", confessam as mulheres mais honestas nesse assunto. "Ter filho com uma mulher é sinistro na certa", confessam os homens mais honestos nesse assunto.
A "culpa" da baixa natalidade são os "avanços modernos" no comportamento causado pela liberdade de escolha. Quanto mais educação, mais sucesso profissional, mais opção a mulher tem, menos filho. E aí vem a mãe de sucesso na carreira postando o suposto amor dela pela sua única criança como contra argumento ao fato demográfico inquestionável e suas causas objetivas. Ou pior: acusa a demografia de ser misógina.
A liberdade de escolha, valor liberal por excelência, é sustentada pelo enriquecimento da sociedade capitalista e industrial. A acessibilidade a educação formal, ao voto, enfim, a acessibilidade as ferramentas sociais, políticas e científicas dão as mulheres e aos homens a possibilidade de dizer "não". E os argumentos do marketing de comportamento progressista empacotam a negativa para presente e para ninguém se sentir egoísta ou narcisista.
A verdade pura e simples é que ter filhos atrapalha a carreira das mulheres, mesmo que reportagens para mulheres mostrem uma bem sucedida CEO, mãe de três filhos, ainda linda aos 55 anos de idade, sorrindo e mandando em homens. O jornalismo, passo a passo, se transforma numa profissão entre o marketing ideológico deslavado e a pura e simples moda de comportamento que agrade os seguidores da marca.
Filhos dificultam se livrar de ex-parceiros, aumentam custos de contenciosos jurídicos, complicam a vida afetiva posterior, mesmo que gente do mercado da saúde mental escreva sobre novas formas de afetividade, família e parentalidade. Normalmente, quando se inventa um nome com ares científicos para condições humanas atávicas, estamos diante do mercado das quinquilharias que tudo curam.
E aí, a gritaria: a sociedade será de velhos —usando-se nomes politicamente corretos. Elogia-se pessoas de 60 que parecem ter 40 como "combate ao etarismo", mas o fato é que vem como pesadelo a ideia de que não existirão jovens para pagar a previdência, nem sustentar o Brasil em algumas décadas.
Gente aparece culpando o patriarcalismo, como sempre, o neoliberalismo, o cristianismo, o sexismo, enfim, os suspeitos de sempre. Ou: não tenho filhos porque já tem demais no mundo.
O duro mesmo é perceber que a liberdade de escolha e a busca da felicidade no mundo contemporâneo estão pondo a pique a sustentação demográfica da espécie nos seus setores "mais ricos".
Interessante ver como a racionalidade moderna não consegue lidar com as contradições engendradas pela aplicação em larga escala dessa mesma racionalidade em nível institucional. Fica correndo atrás do próprio rabo tentando achar uma saída que reforce o mito do progresso moderno em si.
O fato é que quase ninguém se suporta mais e que crianças não desmancham no ar ao sabor das modas de comportamento. Gritam, custam caro, crescem e dão trabalho. Quem quer isso?
Para gente como eu, que considera o Sapiens intrinsecamente psicótico, fica fácil entender o suicídio esclarecido da espécie.
Nota do blog: Excetuando feministas, enzos e valentinas, estudantes de universidades públicas, fakes, hpócritas e os imbecilizados por ideologias, todo mundo sabe que é a verdade.

Dia de Verão (Dia de Verão) - Georgina de Albuquerque

 





Dia de Verão (Dia de Verão) - Georgina de Albuquerque
Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, Brasil
OST - 89x130 - 1926


Libertando-se dos ensinamentos acadêmicos, Georgina foi uma artista de influência impressionista. Pintou todos os gêneros, dando preferência à figura humana e à paisagem. Sua obra revela frequentemente um impulso emotivo. "Dia de Verão", deixa transparecer o despojamento do desenho com pinceladas soltas, enriquecidas por um romantismo diluído e suave, pela transparência e feminilidade conjugadas aos efeitos de luminosidade.

terça-feira, 14 de maio de 2024

Circo do Biriba, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


Circo do Biriba.


Biriba.


Elefanta Maison.


Biriba e Carmelina.



 

Circo do Biriba, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia


Texto 1:
Memórias de um palhaço
Sentados lado a lado, dois homens que têm a arte nas veias: à esquerda, Carlos Antônio Spindola, o palhaço Biriba; à direita o ilustrador e quadrinista Carlos Alberto Cordeiro de Sá Filho. Uma conversa animada, baseada na memória de Carlos Antônio, fez a repórter Carla Mimessi, mera espectadora, lançar-se em uma viagem fascinante ao mundo circense, em uma época em que a chegada de um circo mobilizava a cidade.
Ativo aos 85 anos, desde 1947, Carlos Antônio teve sua vida permeada pelo circo: aos 18 anos, saiu da casa dos pais, em Santa Bárbara D’oeste, para seguir viagem com um circo que ali havia acabado de fechar a temporada. A partir de então, foi galã de circo-teatro, ensaiador e caça-talentos, ramo no qual ficou conhecido por atrair para os seus espetáculos os artistas que acabavam de despontar nas rádios. Nesse período, o acesso do grande público do interior aos artistas de sucesso ocorria nas arquibancadas dos circos, onde também havia teatro e números musicais. Era a época de ouro!
Depois de passar por diversos circos, decidiu ter seu próprio negócio, em sociedade com o cunhado, mas, por não ter dinheiro para contratar um palhaço, o artista que mais atraía as multidões, Carlos Antônio acabou vestindo a fantasia e se transformando no Biriba. Conduzido por Cordeiro de Sá, o palhaço resgata sua própria história que, ao longo de décadas, levou gargalhadas e diversão a milhares de brasileiros.
Cordeiro de Sá: O senhor não vem de família circense. Como foi o começo de tudo?
Biriba: Nasci em Santa Bárbara do Oeste, meu pai era conhecido como Spinola e minha mãe como Murbach. Lá, só era possível cursar até o quarto ano e meus pais me mandaram para a casa da minha avó, em São Paulo, para fazer o curso de admissão e, depois, o colégio. Acabei conhecendo o pai de Cassiano Gabus Mendes, o Otávio, que tinha um programa de auditório na Rádio Tupi. Comecei a deixar a escola de lado e passei a frequentar os programas de rádio. Ali conheci Hebe Camargo, Lolita Rodrigues, Wilma Bentivegna, sempre nos bastidores. Em 1945, conheci a primeira caipira do rádio, Chica Pelanca. No programa dela, quem fizesse a ela a declaração de amor mais bonita ganhava um pacote de cigarros. Fiz a declaração em tom de gozação e ganhei o prêmio. Como o próximo programa estava meio xoxo, o diretor pediu para o Otávio me mandar declarar de novo, com outra voz, e ganhei mais um pacote de cigarros. Cada vez que eu ia, declarava-me com uma voz diferente. Cansei de ganhar pacote de cigarros. Até o dia em que minha mãe passou um telegrama para a minha avó perguntando como eu estava nos estudos e ela respondeu que não sabia porque eu não saía da rádio. Minha mãe me buscou e me levou de volta para Santa Bárbara para ajudar meu pai. Só que chegou um circo na cidade e fiquei amigo do pessoal. O galã ia embora para outro circo e o dono perguntou se eu não queria fazer um teste para assumir o lugar dele no teatro. Fui aprovado no teste.
Cordeiro de Sá: Pelo que parece, “fugir” com o circo não foi tão simples assim.
Biriba: Meu pai tinha me arranjado um emprego onde eu ganharia Cr$ 380,00 e o pessoal do circo me ofereceu Cr$ 600,00. Mesmo assim, quando contei que queria ir com o circo, meu pai disse: “de jeito nenhum”. Conversei com minha mãe, disse que voltaria em um mês. Esse mês durou 60 anos. Meu pai ficou 11 anos sem falar comigo. Eu me casei com a sobrinha do dono do circo, em Itatiba, em 1948. Ninguém da família foi ao meu casamento, nem minha mãe, coitada. Meu pai não deixou. Quando já estava bem no circo, nasceu meu filho, Leopoldo. Decidi batizá-lo na minha terra, e fomos para lá com um carro zero muito bonito que eu tinha comprado. Nesse dia, meu pai falou comigo e carregou meu filho no colo. Dali em diante, aceitou minha vida de circo porque viu que eu estava ganhando bem, tinha família feita e até casa própria.
Cordeiro de Sá: Mais tarde, o senhor abriu o seu próprio negócio. Conte um pouco sobre isso.
Biriba: Tinha muita facilidade em fazer e dirigir teatro. Na época, chamavam o diretor de “ensaiador de teatro”. De todo circo que surgia, tornava-me ensaiador, trabalhei em uns 10 circos. Cada um oferecia um ordenado melhor, até que, em 1954, um tio da minha mulher que tinha só o picadeiro me chamou para ajudar. Quando o circo chegou a Capivari, minha mulher perguntou por que, ao invés de agradar ao pessoal do circo, não montávamos um para nós. O meu concunhado, que era artista do ramo, topou. Fiquei na cidade para montar o “Circo César”, nome do meu sobrinho. Fui para São Paulo preparar toda a documentação e procurar um palhaço, mas palhaço bom era muito caro.
Cordeiro de Sá: Por que deveria ser quem mais atraía público para o circo, não?
Biriba: O palhaço era primordial para o circo. Em Santos, tinha uma deputada que sentava no camarote para assistir ao espetáculo. Ela ficava lendo livro, enquanto os artistas faziam seus números. Quando o palhaço Chique-Chique entrava no picadeiro, ela fechava o livro e ficava assistindo; quando ele acabava de se apresentar, ela abria o livro de novo. Os artistas ficavam loucos da vida. Fui ajudante do Chique-Chique e pensei muito nele quando decidi ser palhaço.
Cordeiro de Sá: Como nasceu o Biriba?
Biriba: Como todo palhaço era caro, meu cunhado me disse que eu conhecia teatro e me incentivou a vestir a fantasia. Virei palhaço, mas não tinha nome. Vi que ia ser lançada uma revista chamada Biriba. Em todos os muros estava escrito: “Aguarde: Biriba”, “Vem aí: Biriba”. O nome estava pronto. Quando o carro anunciava que o Circo César iria apresentar o palhaço Biriba, o circo lotava. Em toda cidade onde chegávamos, a propaganda estava feita. Depois do lançamento, sugeriram que eu deveria pegar algum dinheiro do pessoal da revista, já que haviam roubado o meu nome! Eu falei: “Ah, coitados, deixa eles...”
Cordeiro de Sá: Por que o estilo de maquiagem do Biriba é diferente?
Biriba: Quando assistia à apresentação de outros palhaços, percebia que, quando estavam no picadeiro, as crianças riam, mas quando se aproximavam, elas se assustavam por causa da pintura muito forte e da cabeleira grande. Quando decidi ser palhaço, resolvi não usar essa pintura, a cabeleira, nem a mandioca, aquela bengala comprida. Fiz uma pintura suave, sem nariz vermelho, entrei no picadeiro e as crianças começaram a rir. Aproximei-me de uma criança e ela continuou rindo. Peguei-a no colo e ela continuou rindo. Foi assim que descobri o meu tipo de palhaço.
Cordeiro de Sá: Sua preocupação com o público é notória. As diferenças não paravam por aí, certo?
Biriba: Nunca gostei de palavrões. Certa vez, os seminaristas dos Estigmatinos iam fazer um espetáculo e pediram ao radialista Wilson Gasparini, que comandava um programa infantil do qual fui o palhaço, que me apresentasse com eles. Na primeira fila, estava um homem que eu não conhecia. No final, ele me cumprimentou e disse: “Biriba, hoje eu sei por que o povo de Ribeirão Preto te adora: você conta a piada e não diz um palavrão e nem faz um gesto imoral”. Era nada mais, nada menos, que Dom Agnelo Rossi, arcebispo metropolitano de Ribeirão Preto.
Cordeiro de Sá: A Igreja não aprovava muito os circos?
Biriba: A maioria dos circos era vista como imoral, mas o nosso não era. Em uma cidadezinha, o sacristão me contou que o padre queria ver o espetáculo, mas não podia, pois as beatas poderiam pensar mal dele. Então, fizemos uma surpresa: fui com meus artistas para um lugar embaixo do salão paroquial e nos apresentamos para o padre. No dia seguinte, falou bem do circo para todo mundo.
Cordeiro de Sá: Fazer de tudo para agradar o público acabou, também, o colocando em situações inusitadas. Como foi aquela história que ocorreu em Bastos?
Biriba: Todo palhaço toca um instrumento: o Piolim tocava trombone, o Arrelia tocava flauta e violino, e eu não tocava nada. Então, tornei-me um palhaço cantor. Em um número, ia até um canto do picadeiro e começava a cantar em inglês. O escada vinha e falava: “Aqui você não pode cantar!”. Eu ia a outro canto e começava a cantar em espanhol, o cara, de novo, me impedia de cantar; eu ia a outro canto e cantava em italiano, em alemão e assim por diante. Em Bastos tinha muito japonês. Depois do espetáculo, apareceu um fiscal no hotel e disse que o prefeito queria que eu fosse à casa dele. Queria saber por que eu não tinha cantado nenhuma música no idioma japonês. Eu respondi que não sabia. Então, ele chamou a filha, que tocava piano, e pediu que ela me ensinasse uma música em japonês. Depois de aprender, eu perguntei se ela não poderia me ensinar uma canção de ninar. Na hora do espetáculo, combinei com o meu ajudante: quando eu começasse a cantar em japonês, era para ele me deixar cantar a música inteira. Cantei a primeira música e a plateia veio a baixo. Depois, disse que ia dedicar uma música às mamães, e cantei a canção de ninar. As mães começaram a chorar. No dia seguinte, tive até que me esconder porque todo mundo queria conversar com o palhaço que sabia falar japonês, mas eu não sabia, só cantava aquilo. Não via a hora do circo ir embora!
Cordeiro de Sá: Apesar das saias justas, houve momentos de grande emoção em sua carreira. Tudo pelas crianças, não é?
Biriba: Sim. Em toda temporada, a renda de uma apresentação era toda do palhaço. Nesse dia, eu fazia o “Casamento do Biriba”, um número em que vários convidados comiam um bolo que minha mulher fazia. Depois do espetáculo, eu estava na carreta me preparando para deitar e bateram à porta. Era um senhor com uma criança de mais ou menos seis anos no colo, que chorava sem parar. O pai me falou: “Por favor, seu Biriba, ele quer comer o bolo do seu casamento”. Entrei na carreta, vesti a roupa de palhaço, peguei um pedaço de bolo que tinha sobrado, agarrei o menino no colo e comemos o bolo. Ele ficou feliz. Coisa mais linda! Naquela hora, senti o quanto o palhaço Biriba era bom para as crianças. Em 1962, quando passei a fazer o programa de rádio da PRA-7, comecei a receber muitos convites para me apresentar em hospitais. Eu ia de palhaço visitar e brincar com as crianças. Isso me marcou muito. No Hospital Santa Lídia, existia um setor só de crianças vítimas de queimadura e de doenças graves. Cantava com elas, elas riam de mim. Quando eu ia embora, saía chorando porque via aquelas crianças rindo e, por dentro, pensava: “Meu Deus, elas não sabem o que o destino reserva para elas”.
Cordeiro de Sá: Com tantas histórias, como se fixou em Ribeirão Preto?
Biriba: Quando chegava a uma cidade, já perguntava às pessoas quais artistas de sucesso queriam ver. Como tinha muitos amigos do rádio, eu ia para São Paulo, encontrava o artista e o circo lotava. Em 1957, o José Veloni, ex-vereador de Ribeirão Preto, foi visitar o prefeito de Orlândia, que o convidou para ir ao circo. Quando o espetáculo acabou, eles vieram nos cumprimentar e o Veloni me perguntou se meu circo iria para Ribeirão Preto. Disse que não dava, que a cidade era muito para nós. Se chovesse, não tinha como eu fazer espetáculo, pois meu circo era coberto de algodãozinho, não de lona. Duas semanas mais tarde, visitei o Veloni na Câmara de Ribeirão Preto e ele me levou para o gabinete do prefeito Costábile Romano. Entramos e o vereador falou para o prefeito que eu era o moço que ele havia comentado, que dominava a plateia e que traria o show que quisesse para a cidade. O Costábile chamou um fiscal e pediu que ele me levasse para ver um terreno nos Campos Elíseos. Percebi, então, que estava tudo preparado para me trazer e decidi vir.
Cordeiro de Sá: Soube que seu Circo nunca teve animais. Como eram os espetáculos?
Biriba: Nunca tivemos bichos. Era muito caro e complicado. A elefanta Maison já era do circo do meu sobrinho e, para ser treinada, chamamos um especialista do Sri Lanka, conhecido como Capitão Pires, que adestrava sem judiar, sem bater, só com palavras. Tínhamos os números clássicos de circo, depois, o Globo da Morte e tudo. Mas meu circo era de teatro, fizemos muitas peças, comédias, dramas, inclusive “O Morro dos Ventos Uivantes”, a que mais gostei de fazer.
Cordeiro de Sá: Seu circo era um canal importante para cantores populares e o Biriba chegou a revelar talentos, não é?
Biriba: Tinha muitos amigos do rádio em São Paulo e em Ribeirão Preto. Conseguia trazer o artista da Capital com a promessa de abrir as portas do interior. Trouxe a dupla Alvarenga e Ranchinho com a promessa de que os levaria às rádios locais para fazer a promoção da música “Romance de uma caveira”, um sucesso! Não tinha circo para tanta gente. Fizemos duas sessões. Trouxe Teixeirinha, Silvio Caldas, Cauby Peixoto, Vicente Celestino, Orlando Silva, até o Chitãozinho e o Xororó. Na Vila Tibério, fiz um concurso local de calouros de dupla caipira. Os ganhadores foram Maurinho e Toninho, que cantaram “A Caneta e a Enxada”. O Barrinha, que estava assistindo ao espetáculo, levou os dois para tocarem na Rádio América. Mais tarde, em 1962 ou 1963, o circo estava em Santa Cruz do José Jacques e só se falava na música “Como eu Chorei”. Fui a São Paulo para contratar a dupla. Na hora em que cheguei, eles até riram da minha cara de espanto: a dupla era Maurinho e Toninho com outro nome — Lourenço & Lourival. Você acredita?
Cordeiro de Sá: Alguma vez pensou em parar de trabalhar no circo?
Biriba: Em 1983, quando nasceu a minha neta. Eu tinha um terreno de esquina, muito grande, na Avenida Treze de Maio, e minha intenção era fazer um prédio de três andares: um pra mim, um para o meu filho e outro para o meu filho de criação, o Peruquinha. Um dia, vi a plaina trabalhando no meu terreno e soube que lá seria feito um jardim. Fui falar com o prefeito, o Duarte Nogueira. Ele disse que tinha desapropriado o terreno depois de tentar localizar o dono durante meses pelo jornal, e que o dinheiro já estava à disposição na Caixa Econômica. Com o dinheiro, deu para comprar uma casa no Jardim Independência. Hoje, aquele terreno deve valer um milhão. Não vi o aviso porque viajava muito com o circo. Mas eu não dou conta. Até hoje, depois de aposentado, faço apresentações.
Cordeiro de Sá: Como analisa o cenário circense em Ribeirão Preto, hoje?
Biriba: A cidade estava carente de um grande circo. O Tihany Espetacular trouxe de volta o glamour da arte circense, resgatou a vontade de ver o circo, tanto que todas as noites de espetáculo lotaram. Em 1963, o Tihany me convidou para ser palhaço no circo dele. Eu não quis deixar Ribeirão Preto, mas ficamos amigos. O espetáculo é maravilhoso! Eu estou feliz porque o povo estava perdendo de vista o glamour do circo. Ninguém vai esquecer o meu circo de teatro. Levei teatro de boa qualidade, por mais de 50 anos, a todos os bairros de Ribeirão Preto. Agora, o Tihany trouxe para a cidade o teatro de variedades. O próximo circo que vier a Ribeirão Preto vai ter que rebolar. O único circo que tem alguma chance de concorrer, mexendo numa coisinha aqui, noutra ali, é o Circo Kronner (nome atual do antigo Circo Biriba). Texto de Carlos Alberto Cordeiro de Sá Filho / Ano 2014 / Revista Revide.
Texto 2:
Por uma diferença de 180 cruzeiros no salário, Carlos Antônio Spindola escolheu ser artista de circo em vez de aceitar uma vaga de torneiro mecânico na Romi, empresa que fabricou o primeiro carro brasileiro, a Romi-Isetta.
Era 1947. Spindola tinha 18 anos e vivia em Santa Barbara d'Oeste. Hoje, aos 82, é mais conhecido como Biriba, o palhaço que fez sucesso em Ribeirão Preto e no restante do interior do Estado por quase meio século.
Considerado o mais antigo comediante circense do Brasil em atividade, Biriba mantém apurados bom humor e "tempo cômico". Traduzindo: ainda conta piada como ninguém (narrada por ele, a do homem que foge do "bicho cabeludo" é riso certo).
Há, porém, um assunto em evidência neste ano para o qual Biriba fecha a cara. É a política. Se for convidado a se apresentar em Brasília, diz que não vai nem que seja para receber homenagem.
O motivo da bronca é a lei que proíbe a apresentação de animais nos picadeiros. "Foi muito ruim para os circos." E o que dizer, então, do Tiririca e outros palhaços (profissionais) disputando a eleição?
"Sou contra. Acho que não se deve misturar as coisas. Não é porque ele [Tiririca] é comediante, mas é que não vejo nele preparo para representar o povo", afirma.
Biriba fala do assunto até com certa familiaridade. No final dos anos 90, o palhaço foi candidato a vereador.
Bom para o personagem Biriba que o Spindola não se elegeu. Não teria graça trocasse o nariz vermelho, a calça larga, o paletó e o chapéu desengonçados pelo traje engomado de político.
Pelanca:
Biriba não nasceu para o circo vestido de palhaço. A brincadeira começou no rádio, em São Paulo, onde ele foi estudar após o primário.
Aos 14 anos, em 1944, ele conheceu Cassiano Gabus Mendes, que mais tarde se tornaria radialista e um dos pioneiros da televisão no Brasil. O pai do colega tinha programa na rádio Tupi.
O futuro palhaço entrou no ar pela primeira vez para fazer uma "declaração de amor". "O show da Chica Pelanca era um sucesso. Era uma caipira e quem fizesse a melhor declaração em tom de farra ganhava um pacote de cigarro. Eu ganhei."
A aventura na capital não durou muito. Sua mãe, que morava em Santa Barbara d'Oeste, escreveu para a avó de Biriba perguntando se o filho ia bem nos estudos.
"Nos estudos não sei, mas ele anda querendo ser artista de rádio", foi a resposta da avó. "Minha mãe foi logo me buscar e disse que, se eu não queria estudar, ia ter que ajudar em casa."
Galã:
Não adiantou forçar. Em 47, o Circo Teatro Irmãos Fernandes passou por Santa Barbara d'Oeste e levou Spindola de casa.
Resultado 1: Biriba teve de escolher entre o palco e a oficina. "Meu pai tinha me arrumado um emprego de torneiro mecânico para ganhar 420 cruzeiros na Romi. O circo me ofereceu 600."
Resultado 2: "Meu pai ficou quase 11 anos sem falar comigo e não deixou ninguém da família ir ao meu casamento", recorda o galã que se casou Carmelita, a sobrinha do dono do circo.
O apelido:
No começo de sua vida no circo-teatro, Spindola não era palhaço, era ator. Mas quando montou o próprio circo, em 1955, teve de procurar um palhaço. "Palhaço bom era muito caro. Era o artista com maior salário."
Ele decidiu, então, fazer as vezes de principal atração. Faltava escolher um nome e essa foi a grande sacada. Uma editora estava lançando uma revista em quadrinhos com o nome Biriba.
Na década de 50, os donos de banca pintavam os muros das cidades anunciando os novos lançamentos.
"Escreviam "Lá vem Biriba" ou "Não percam, Biriba", mas muita gente não sabia o que era. Eu copiei o nome da revista e, quando chegava nas cidades com o circo, a propaganda já estava feita."
Biriba brinca que, de alguma forma, continua no ramo circense porque é dono de uma fábrica de lonas em Brodowski. O antigo Circo do Biriba acabou na década de 90. Texto de Araripe Castilho / Ano 2010 / Folha de S. Paulo.
Texto 3:
Aos 81 anos, Carlos Antônio Spindola sofreu um AVC (acidente vascular cerebral), em novembro do ano passado, e implantou um marca-passo no coração. Mas a saúde não impede que ele sonhe em voltar aos palcos, na pele do lendário palhaço Biriba, que construiu história em Ribeirão Preto.
"Eu sinto falta do público, a gente acostuma. São mais de 60 anos no picadeiro", conta. Biriba planeja ainda este ano montar um novo circo. "Quero assim: nos bairros e a preço popular. Só estou esperando a permissão do meu cardiologista".
O eterno palhaço não segue a história padrão do artista. Nasceu de família comum, de pais comerciantes, em Santa Bárbara do Oeste. Mudou-se para São Paulo aos 18 anos, com o propósito de estudar, mas os programas da TV Tupi atraíram seu espírito de artista.
"Minha mãe descobriu que deixei a escola e me levou de volta ao interior." Foi quando um circo passou pela cidade. Fugiu com o grupo e ficou 11 anos sem falar com o pai. Dali, montou seu próprio circo.
Em 1956, enfrentou o desafio de se apresentar em Ribeirão. "Meu circo era pequeno. Fui para o Campos Elíseos e tomei gosto pelos bairros", conta. Dali, segui para Vila Tibério, o Barracão (antigo Ipiranga), Vila Virgínia etc.
O que se chamava de circo, na verdade, era um palco de teatro e de música. Havia peças e espaço para músicos como duplas sertanejas e até artistas renomados. "Trouxe Chitãozinho e Xororó e os Trapalhões."
O circo do Biriba "baixou a lona" em 1996, quando o palhaço começou a se envolver com gado. Mas só em 2003 Biriba parou de se apresentar em circos do filho e do sobrinho. Aos 81, nem pensa em deixar de ser palhaço. "Enquanto tiver forças, vou trabalhar." Texto da Folha de S. Paulo / Ano 2009.
Texto 4:
Em 2011 doou para Ribeirão Preto da elefanta Maison. O animal se apresentava em seu circo no Uruguai. Na época, como aquele país proibiu – a exemplo do Brasil – a apresentação de animais em espetáculos circenses – ele doou a elefanta para o Bosque Zoológico Fábio Barreto. Trecho de texto da Tribuna Ribeirão / Ano 2019.
Texto 5:
Morreu na noite de 27/05/2019, aos 91 anos, Carlos Antônio Spindola, o palhaço Biriba, em Ribeirão Preto (SP). Segundo familiares, ele foi vítima de uma parada cardiorrespiratória.
O corpo de Biriba foi velado no dia 28 no Memorial Campos Elíseos. O sepultamento foi no Cemitério da Saudade.
Segundo o filho Max Leandro Spindola, o pai passou mal em casa na manhã de segunda-feira e foi internado no Hospital Santa Lydia. Ele havia sido diagnosticado com pneumonia, mas não resistiu a uma parada cardiorrespiratória no final da noite.
Biriba dedicou a vida à arte circense por seis décadas. Nascido em Santa Bárbara D’Oeste (SP), caiu na estrada aos 18 anos e criou o personagem por necessidade, já que precisava de um palhaço, e pagar salário a um artista era algo muito caro para a época, na década de 1950. O riso do público, então, se tornou uma meta na carreira.
Sua produção inclui ainda dois filmes e uma autobiografia. O palhaço Biriba deixa a esposa e três filhos. Texto do G1 / Ano 2019.
Nota do blog 1: Sobre a doação da elefanta Maison, isso virou uma piada na cidade, sempre colocando a prefeita Darcy Vera em situações embaraçosas com a imprensa, ações judiciais, protestos e reclamações eternas dos protetores de animais. A elefanta estava doente e com problemas derivados dos anos de trabalho no circo. O Biriba enrolou a prefeita, ele queria se livrar do problema e criou essa estratégia da doação. A Darcy Vera acabou caindo nesse golpe, ela nem imaginava a enormidade de gastos que um animal desse porte gera (alimentação, obras de um novo recinto no Bosque, remédios, cuidadores, veterinários, etc), achava que era só colocar no Bosque e pronto. Tempos depois, arrumaram outra elefanta, a Bambi, vinda de Leme/SP, que também deu pano para manga, ela estava em situação bem pior que a Maison. Depois de muita briga, ações judiciais, gastos e perda de tempo, a Bambi acabou levada para um santuário de elefantes no Mato Grosso. Outro prejuízo lascado para a cidade, que já gastava com a Maison. Atualmente (2024), o contribuinte ribeirãopretano continua subsidiando a Maison e, onde estiver, certeza que o Biriba está rindo...rs.
Nota do blog 2: Sobre a atividade de criação de gado do Biriba que motivou o fechamento de seu circo em 1996, também lembro. E lembro porque ele criava e transportava os bichos pelas ruas, em bairros populares. Tinha uns moleques que tomavam conta. Era uma zoeira, lembro quando aconteceu no bairro que eu morava à época. As pessoas diziam que era o "gado do Biriba", "gado do circo", etc. As vizinhas viviam ligando na Prefeitura para reclamar dos bichos soltos pelas ruas, dos moleques que cuidavam, da sujeira e para pedir a apreensão. Eu não sei dizer como essa história terminou, mudei de bairro e não fiquei sabendo mais nada a respeito. Mas que era uma "palhaçada", era sim...rs.
Nota do blog 3: Imagem 1, data não obtida, crédito para Loureiro Júnior / Imagens 2 e 3, datas não obtidas, créditos para o G1 / Imagem 4, data não obtida, crédito para o Biriba.

Ponte Sobre o Córrego Ribeirão Preto, Rua Pernambuco, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Ponte Sobre o Córrego Ribeirão Preto, Rua Pernambuco, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia 

Homens em ponte sobre o córrego Ribeirão Preto na rua Pernambuco (Via Norte).
Nota do blog: Data circa 1904 / Fotografia de João Passig / Crédito da postagem da imagem para Mauro Porto.

Plantio de Árvore, 1962, Praça da Bandeira, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil







Plantio de Árvore, 1962, Praça da Bandeira, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Imagens que mostram plantio de árvore na praça da Bandeira. Ao fundo vemos a Catedral de São Sebastião. A mulher com a pá na primeira imagem é Maria de Jesus Condeixa, mãe do prefeito Cel. Alfredo Condeixa Filho.
Nota do blog: Imagens de Tony Miyasaka / Acervo APHRP / Crédito da postagem das imagens para Luiz Verri Barros.