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quarta-feira, 2 de abril de 2025

Monumento a José de Alencar, Rio de Janeiro, Brasil


 

Monumento a José de Alencar, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia - Cartão Postal


Este monumento foi erguido em 1897 por Rodolfo Bernardelli, sendo o primeiro a homenagear um escritor no Brasil. O monumento é composto por uma estátua do escritor, quatro relevos e quatro medalhões em bronze. 
Os baixos-relevos do monumento referem-se a passagens de livros conhecidos: “O Guarani”, de 1857, “Iracema” de 1865, “O Gaúcho”, de 1870 e “O Sertanejo” de 1875. Os medalhões em bronze contém representações de personagens de seus livros: Martim e Iracema, Peri e Cecília.

Localizado na Praça José de Alencar, no bairro do Flamengo. 
Nota do blog: Circa 1897 / Crédito para Marc Ferrez.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Mosteiro de São Bento, Ladeira de São Bento, Salvador, Bahia, Brasil


 

Mosteiro de São Bento, Ladeira de São Bento, Salvador, Bahia, Brasil
Salvador - BA
Fotografia

Na imagem vemos a Ladeira de São Bento e, no alto, o Mosteiro de São Bento. 
O primitivo mosteiro seiscentista foi o segundo da colônia, antecedido apenas pelo Mosteiro de Olinda. O edifício atual foi construído entre os séculos XVII e XX, e seu altar-mor é de 1871.
Nota do blog: Data 1874 / Crédito para Marc Ferrez.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Ala dos Bambus, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez


 

Ala dos Bambus, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, Brasil 
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog: Data não obtida / Fotografia de Marc Ferrez.

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Vista do Bairro do Brás, Circa 1895, São Paulo, Brasil


 

Vista do Bairro do Brás, Circa 1895, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Ao centro, ampliando a imagem, vê-se um estabelecimento denominado "Recreio da Ilha".
Ao fundo, é possível ver o Gasômetro.
Nota do blog: Imagem circa 1895, crédito para Marc Ferrez.

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Entrada do Jardim Botânico, Circa 1890, Rio de Janeiro, Brasil


 

Entrada do Jardim Botânico, Circa 1890, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog: Fotografia de Marc Ferrez.

terça-feira, 7 de maio de 2024

Avenida Central, Rio de Janeiro, Brasil


 

Avenida Central, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Marc Ferrez N. 93-B
Fotografia - Cartão Postal


Nota do blog: Circulado em 27/10/1908.

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Estação Ferroviária, Curitiba, Paraná, Brasil





 

Estação Ferroviária, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia

Nota do blog: Foto da Estação Ferroviária em 1885, autoria de Marc Ferrez.

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Igreja da Ordem Terceira do Carmo, Rua Primeiro de Março, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez




Igreja da Ordem Terceira do Carmo, Rua Primeiro de Março, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia

Nota do blog: Rua Primeiro de Março, atual Rua Direita. Circa 1880.

 

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Ponte do Carmo, Circa 1870, São Paulo, Brasil - Marc Ferrez

 


Ponte do Carmo, Circa 1870, São Paulo, Brasil - Marc Ferrez
São Paulo - SP
Fotografia


Nota do blog 1: A Ponte do Carmo ligava a Ladeira do Carmo ao Brás.
Nota do blog 2: No fim do século XIX, na região da Várzea do Carmo (atual Parque Dom Pedro), o Rio Tamanduateí (ainda não retificado) bifurcava, correndo como se fosse dois rios paralelos. Para ligar a Ladeira do Carmo (no centro) até o bairro do Brás, existia o "Aterrado do Brás". A Ponte do Carmo (imagem do post) ficava no início desse aterro (sobre o primeiro braço do Rio Tamanduateí). No final do aterro (no segundo braço do rio), existia a Ponte da Figueira, em direção à antiga Rua do Brás (atual Avenida Rangel Pestana).
Nota do blog 3: A imagem mostra ainda (quase apagada) a Rua 25 de Março.

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Teatro São Pedro de Alcântara / Teatro São Pedro, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez


 


Teatro São Pedro de Alcântara / Teatro São Pedro, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia - Cartão Postal


Nota do blog: Circa 1870. Atual Teatro João Caetano.

sábado, 5 de setembro de 2020

Estereoscopia do Forte de São Francisco da Barra / Forte do Picão, Circa 1870, Recife, Pernambuco, Brasil - Marc Ferrez


Estereoscopia do Forte de São Francisco da Barra / Forte do Picão, Circa 1870, Recife, Pernambuco, Brasil - Marc Ferrez
Recife - PE
Fotografia - Estereoscopia

Nota do blog: Imagem de Marc Ferrez.

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Cachoeira de Paulo Afonso, Circa 1875, Paulo Afonso, Bahia, Brasil - Marc Ferrez


Cachoeira de Paulo Afonso, Circa1875, Paulo Afonso, Bahia, Brasil - Marc Ferrez
Paulo Afonso - BA
Acervo Leibniz-Institut Fuer Laenderkunde Leipzig Alemanha
Fotografia

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Estrada de Ferro do Corcovado, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez


Estrada de Ferro do Corcovado, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Rio de Janeiro - RJ
N. 159
Fotografia - Cartão Postal


Os colonizadores portugueses batizaram a montanha de Pico da Tentação, uma referência a um monte bíblico. No século XVII o monte é rebatizado de Corcovado, devido a sua forma que lembraria uma corcunda (corcova). Em 1824, dois anos após a independência do Brasil, Dom Pedro I lidera uma expedição ao topo do Corcovado, abrindo um caminho para o cume. 35 anos mais tarde, em 1859 o padre Pedro Maria Boss sugere à Princesa Isabel que seja construído um monumento religioso no alto do Corcovado. Em 1882 Dom Pedro II autoriza a construção da Estrada de Ferro do Corcovado, que começa a funcionar em 1884 no trecho Cosme Velho Paineiras. Um ano mais tarde é inaugurado o trecho final da estrada de ferro, ligando as Paineiras ao topo do morro. A extensão total da ferrovia é de 3800 metros. Somente em 1921 é retomada a ideia do Padre Maria Boss de construir um monumento religioso, na ocasião para comemorar-se o centenário da independência do Brasil. A pedra fundamental da construção é lançada em 4 de abril de 1922. Em 1923 é realizado um concurso para a escolha do monumento a ser construído e o projeto vencedor é do engenheiro Heitor da Silva Costa. Finalmente, em 1931 é inaugurada oficialmente a Estátua do Cristo Redentor.
Por séculos, o pico do Corcovado foi somente objeto de contemplação, ninguém em sã consciência pensaria em subir até local tão inacessível e perigoso. Tudo começou a mudar no século XVIII, quando a falta de água forçou as autoridades a criarem um sistema de captação e transporte do líquido até o Centro da cidade, através de um aqueduto e dos Arcos, em seu trecho final. Com essa obra, passou a existir um caminho que ia até a origem das águas do rio Carioca, nas montanhas do Corcovado, o que levou os primeiros exploradores do século XIX a realizarem o ousado feito em lombo de burro ou cavalo, subindo a partir da Ladeira de Santa Teresa pelo trajeto das atuais ruas Joaquim Murtinho e Almirante Alexandrino, junto ao aqueduto.
O acesso à montanha só deixaria de ser uma aventura quando, em 1882, os engenheiros Francisco Pereira Passos e João Teixeira Soares receberam autorização para a construção de uma estrada de ferro que fosse do Cosme Velho até o Corcovado, tornada possível pela recente invenção da tração por cremalheira, do suíço Riggenbach. A obra foi inaugurada em 9 de outubro de 1884, no trecho entre o Cosme Velho e as Paineiras, honrada com a presença do Imperador D. Pedro II e sua família. Os visitantes tiveram o privilégio de realizar uma viagem de sonho por uma floresta quase virgem, da qual se descortinavam fantásticas paisagens, que até então pouquíssimos haviam conhecido.
Em 1º de Janeiro de 1885, a ferrovia chegava até o Alto do Corcovado, ao mesmo local de hoje em dia, e daí subia-se até a plataforma de observação, no local da atual estátua. Para proteger os visitantes do sol inclemente, foi construído um pavilhão de ferro com 13,5 metros de diâmetro, cuja função e formato circular fez com que recebesse o apelido apropriado de "Chapéu de Sol". Foi contemporâneo de nossos bisavós, até que em 1931 fosse finalmente inaugurado o monumento do Cristo Redentor.
Por volta de 1880 as ferrovias ainda estavam surgindo timidamente no país, atendendo basicamente as áreas onde era necessário escoar a produção agrícola até os grandes centros e portos, mas a situação já permitia alguns "luxos" como o projeto para se construir uma ferrovia eminentemente turística, que daria acesso ao pico do Corcovado, situado na então capital nacional, Rio de Janeiro. A 7 de janeiro de 1882 o Decreto Imperial n° 8372 concedia ao Eng° Francisco Pereira Passos e João Teixeira Soares a concessão para a construção dessa ferrovia. O projeto dessa ferrovia foi feito pelo Eng° Pereira Passos, que se consagraria nas décadas seguintes por suas outras realizações e obras, tendo sido apresentado a 16 de abril do mesmo ano.
A via permanente tinha bitola métrica e em função do pesado gradiente - 668 metros de altitude a serem vencidos ao longo de 3,7 quilômetros - foi necessário adotar um sistema de cremalheira, no caso o sistema Riggenbach, já adotado na Suíça. A tração dos trens era feita a vapor. Em função do relevo do terreno obviamente a obra, apesar de curta, não foi fácil: as rampas adotadas variaram de 4 a 33%, raio de curva mínimo de 30 metros, cortes de até 18 metros de profundidade e um grande viaduto de aço, nas imediações da estação Silvestre, com 170 metros de comprimento. A rampa máxima ocorria num pequeno trecho entre as estações de Paineiras e Alto do Corcovado. A 9 de Outubro de 1884 iniciou-se o tráfego na estrada entre Cosme Velho e Paineiras, na presença da família imperial e importantes membros do governo.
A inauguração do tráfego público na E.F. Corcovado só ocorreu a 1° de julho de 1885, tornando-se assim a primeira ferrovia turística da América Latina. Sua estação inicial, no nível do mar, era denominada Cosme Velho, atingindo o Alto do Corcovado após passar pelas estações intermediárias de Silvestre e Paineiras. O passeio por esta ferrovia tornou-se mais uma grande atração turística da Cidade Maravilhosa. Houve várias mudanças de concessionários ao longo dos anos, enquanto que as despesas de manutenção da ferrovia aumentavam, sem poder ser compensada pelo aumento no número de viagens, dada a incapacidade do equipamento disponível. A situação foi-se degradando até que em 1902 o governo determinou a suspensão do tráfego nessa ferrovia a bem da segurança pública, em função do mau estado de conservação da linha e seu material rodante.
Em 1903 a companhia vai à falência e seus bens são arrematados pelo advogado Rodrigo Otávio de Langard, que repara a linha e restaura o tráfego na E.F. Corcovado. Contudo, os equipamentos são basicamente os mesmos já disponíveis e a companhia continuava deficitária.
Foi então que ocorreu uma conjunção favorável de interesses que permitiu reativar a ferrovia. A 30 de maio de 1905 a empresa canadense The Rio de Janeiro Tramway Light and Power Co. iniciou suas operações como concessionária pública para o fornecimento de energia elétrica no Rio de Janeiro e estava procurando novos consumidores para a significativa sobra de energia que estava prevista. Nada mais natural que desejasse que um dos cartões postais do Rio fosse um desses novos clientes. Dessa forma, a 22 de maio de 1906 o Governo Federal transferiu a concessão da E.F. Corcovado para a Light através do Decreto n° 6040, tendo sido efetivada a 20 de agosto do mesmo ano.
Contudo, a eletrificação da E.F. Corcovado teve de esperar a construção da usina hidrelétrica do Ribeirão das Lages pela Light, cujas obras se iniciaram em 1906; a inauguração ocorreu a 14 de fevereiro de 1908. E somente a 29 de julho de 1909 é que foi assinado o decreto 7480 obrigando a concessionária a transferir a tração da E.F. Corcovado do vapor pela elétrica, conforme acordo celebrado pelo Ministro da Viação, Eng° Francisco Sá, e o representante da Light, Alexandre Mackenzie. Note-se que esta foi a primeira participação marcante do Eng° Francisco Sá na eletrificação ferroviária brasileira; em 1926 ele também autorizaria as obras de eletrificação da E.F. Oeste de Minas, como Ministro da Viação do governo Arthur Bernardes.
As obras da eletrificação da E.F. Corcovado foram iniciadas a 18 de novembro de 1909, sendo realizadas pela firma suíça Oerlikon e fiscalizadas pelo engenheiro Álvaro Rodovalho Marcondes dos Reis. Foi adotado o padrão de corrente elétrica de 750 volts, corrente alternada trifásica a 50Hz, para alimentação das composições elétricas.
A ferrovia era alimentada pelo concessionário público com uma linha trifásica de 6 kV, proveniente da usina hidrelétrica do Ribeirão das Lages. A subestação para conversão de energia ficou localizada em Paineiras, onde três transformadores estáticos reduziam a voltagem da corrente primária a 750 volts, mantendo sua intensidade em 600 ampères. Dos três transformadores dois forneciam corrente de 150 ampères cada um, enquanto que o terceiro proporcionava 300 ampères. As composições eram alimentadas por duas linhas de contato e pelos trilhos. A corrente secundária era tomada nos transformadores, onde os trilhos recebiam uma fase da corrente por um fio de 8 mm de diâmetro; as duas outras fases eram transmitidas pelas linhas de contato.
O novo material rodante era constituído de quatro locomotivas elétricas, fabricadas pela SLM/Oerlikon de Winterthur, Suiça, e quatro carros de passageiros. As locomotivas elétricas dispunham de dois motores elétricos de 155 HP cada um, totalizando 310 HP, dois freios de mão, um freio elétrico e um freio automático, acionado em caso de excesso de velocidade. Os carros de passageiros eram os mesmos que já rodavam com as locomotivas a vapor, mas haviam sido totalmente restaurados. Sua lotação era de 86 passageiros sentados; seu peso vazio era de 4,5 toneladas. As composições eram constituídas de forma a manter a locomotiva entre os carros e a porção inferior da linha, ou seja, empurrando os carros na subida ou escorando-os na descida. Isso era necessário pois os carros não dispunham do sistema de cremalheira e, dessa forma, em caso de um desengate acidental não haveria o risco de perda de controle.
Segundo palestra do engenheiro Álvaro Rodovalho Marcondes dos Reis, proferida no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro em 5 de julho de 1910, os motores de corrente trifásica eram mais simples e baratos que os de corrente contínua. Além disso, segundo seus cálculos a adoção da eletricidade proporcionaria uma economia de 60% nas despesas da E.F. Corcovado com energia.
Não houve uma inauguração formal da eletrificação na E.F. Corcovado, com as composições elétricas entrando progressivamente em tráfego a partir de 2 de dezembro de 1909 até a total supressão dos trens a vapor, que ocorreu em fevereiro do ano seguinte. Do ponto de vista formal, a E.F. Corcovado pode ser considerada como sendo a primeira estrada de ferro elétrica do Brasil, já que seus trens eram compostos de uma locomotiva e um carro de passageiros.
O sucesso desse novo modo de tração foi inegável, permitindo que a E.F. Corcovado recebesse milhares e milhares de turistas ao longo de décadas sem nenhum tipo de acidente. A inauguração da estátua do Cristo Redentor no alto do Corcovado, em outubro de 1931, foi representou mais um forte atrativo para a visitação daquele ponto turístico. Note-se que a E.F. Corcovado contribuiu de forma decisiva para a construção desse monumento, transportando os materiais e mão de obra necessários.
A 10 de Janeiro de 1966 uma tromba d'água destruiu a seção da linha de bondes da antiga Companhia Ferro-Carril Carioca (a famosa linha de Santa Teresa) que chegava até a estação Silvestre da E.F. Corcovado, terminando a antiga conexão que havia entre esses dois meios de transporte.
A concessão com a Light and Power terminaria a 8 de janeiro de 1970. Contudo, já em 1964 a empresa canadense fez um acordo com o governo e antecipou o fim de sua concessão do serviço de transporte público por bondes mas o acordo não incluiu a E.F. Corcovado, que continuou sendo operada pela Light até a data inicialmente acordada. Nessa data, contudo, foi interrompido o tráfego nessa ferrovia, já que nem a Light, nem outra empresa particular e nem o governo desejavam manter o serviço. Após alguma discussão, o governo do então estado da Guanabara retomou o serviço a 19 de abril de 1970. Contudo, um acidente sem maiores consequências ocorrido a 17 de dezembro de 1971 - o primeiro desde a inauguração - mostrou que o equipamento, com mais de 60 anos de uso constante, estava superado e precisava ser modernizado.
Essa modernização, contudo, só começou a ser providenciada em 1976, quando foram encomendados à empresa suíça SLM/BBC sete novos carros de cremalheira, sendo quatro carros-motor e três carros-reboque, com comandos acoplados ao carro motor. Os novos carros apresentavam as seguintes características: comprimento de 24,5 metros, peso de 19 t (carro-motor) e 17,8 t (carro-reboque), lotação de 58 (carro-motor) e 63 (carro-reboque) passageiros, velocidade de 15 km/h (subida) e 12 km/h (descida), potência total de 306 HP distribuída igualmente entre dois motores, alimentação por corrente alternada trifásica de 900 V, 60 Hz. Essas composições também operam pelo sistema Riggenbach de cremalheira.
Em abril de 1977 foi interrompido o tráfego pela E.F. Corcovado para que pudesse ser feita uma profunda reforma em sua via permanente e sistema de eletrificação, adequando-os aos novos carros que haviam sido encomendados. O sistema foi reaberto ao público a 9 de março de 1979, sendo suprimida a estação de Silvestre, que só era usada para baldeação dos passageiros para a linha de bondes de Santa Tereza que, conforme foi visto há pouco, havia tido sua seção até Silvestre destruída por uma tempestade em 1966. Essa seção do serviço de bondes foi restaurada em 1995 mas, estranhamente, nunca entrou em operação comercial, embora Allen Morrison, um renomado especialista em bondes, tenha percorrido o trecho num bonde fretado em 1996.
Essa modernização permitiu à E.F. Corcovado continuar se mantendo como um dos mais importantes e concorridos cartões turísticos do Rio de Janeiro. Já os antigos trens elétricos SLM/Oerlikon infelizmente encontram- se abandonados até hoje esperando uma possível restauração.
De acordo com Allen Morrison a E.F. Corcovado é uma das únicas quatro ferrovias de cremalheira ainda existentes no Hemisfério Ocidental. Dessas quatro, apenas duas possuem tração elétrica: a própria E.F. Corcovado e a seção da Serra do Mar da E.F. Santos a Jundiaí. As outras duas estão localizadas nos Estados Unidos: Mike's Peak, no Colorado, usando tração diesel, e Mt. Washington, em New Hampshire, que usa tração a vapor e é a mais antiga em funcionamento no mundo, tendo sido aberta em 1869.
Hoje, mais de 120 anos depois, a subida até o Corcovado continua emocionando e impressionando pessoas do mundo todo, e é fundamental, por parte dos responsáveis, a boa conservação deste patrimônio, que inclui tanto a ferrovia quanto o próprio monumento. É uma forma de honrar o legado histórico e as bênçãos recebidas, representadas pelos generosos braços do Redentor, abertos sobre a Guanabara.

terça-feira, 2 de julho de 2019

Theatro Municipal, Avenida Rio Branco, 1910, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez




Theatro Municipal, Avenida Rio Branco, 1910, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Rio de Janeiro - RJ
Acervo IMS
Fotografia

O prédio do Theatro Municipal do Rio de Janeiro é um dos mais bonitos e imponentes da cidade e sua história mistura-se com a trajetória cultural do Brasil. Considerado uma das mais importantes salas de espetáculos da América do Sul, ao longo de seus 108 anos recebeu grandes artistas nacionais e internacionais, como as cantoras Bidu Sayão (1902 – 1999), Maria Callas (1923 – 1977) e Renalta Tebaldi (1922 – 2004); os maestros Arturo Toscanini (1867 – 1957), Igor Stravinsky (1882 – 1971) e Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959); a atriz Sarah Bernhardt (1844 – 1923) e os bailarinos Margot Fonteyn (1919 – 1991), Rudolf Nureyev (1938 – 1993), Ana Botafogo (1957-) e Mikhail Baryshnikov (1948-); além de importantes personalidades como o papa Francisco (1936-) e o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (1961-).
Um dos maiores entusiastas da construção do Theatro Municipal foi o dramaturgo Arthur Azevedo (1855-1908), que faleceu 9 meses antes de sua inauguração.
Foi o prefeito do Rio de Janeiro, Francisco Pereira Passos (1836 – 1913), que durante seu mandato, de 1902 a 1906, realizou uma significativa reforma urbana na cidade, que ficou conhecida como o “bota-abaixo”. Foi aberta uma concorrência pública para a escolha do projeto arquitetônico do futuro teatro (Gazeta de Notícias, 20 de março de 1904, na quarta coluna e na quinta coluna).
Em 20 de setembro de 1904, a subcomissão formada por José de Andrade Pinto, Morales de los Rios, Carlos Hargreaves, Rodolfo Bernardelli e Arthur Azevedo reuniu-se para estudar os projetos apresentados (Gazeta de Notícias, 21 de setembro de 1904, na quinta coluna).
Finalmente, a comissão encarregada para a escolha do melhor projeto decidiu pelo empate entre os projetos Áquila e Isadora (Gazeta de Notícias, 22 de setembro de 1904, sétima coluna). O autor do primeiro foi o engenheiro Francisco de Oliveira Passos (1878 – 1958), filho do prefeito, e, o do segundo, o arquiteto francês Albert Guilbert, vice-presidente da Associação dos Arquitetos Franceses. O parentesco do prefeito com um dos vencedores causou uma grande polêmica e a autoria do Áquila foi questionada: suspeitou-se que a seção de arquitetura da Prefeitura teria sido responsável pelo projeto. Os dois projetos premiados, inspirados na Ópera de Paris, se fundiram e resultaram no projeto final.
Em janeiro de 1905, as primeiras estacas necessárias à construção do teatro começaram a ser colocadas (Gazeta de Notícias, 4 de janeiro de 1905, na sétima coluna). Em 20 de maio do mesmo ano, com a presença do presidente da República, Rodrigues Alves (1848 – 1919), e das mais importantes autoridades do país, foi lançada sua pedra fundamental (Gazeta de Notícias, 19 de maio, na sexta coluna, e 21 de maio, na primeira coluna, de 1905). Artistas de renome como os irmãos Rodolfo Bernardelli (1852 – 1931) e Henrique Bernardelli (1857 – 1936), Eliseu Visconti (1866 – 1944) e Rodolfo Amoedo (1857 – 1941) participaram da decoração do teatro.
Em 14 de julho de 1909, com capacidade para 1.739 espectadores, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro foi inaugurado na praça Marechal Floriano, esquina com a então avenida Central, atual Rio Branco. O evento teve a presença do presidente da República, Nilo Peçanha (1867 – 1924), e do prefeito do Rio de Janeiro, Francisco Marcelino de Sousa Aguiar (1855 – 1935), dentre outras personalidades. A um discurso de Olavo Bilac (1865 – 1918), seguiu-se a programação artística da inauguração: sob a regência do maestro Francisco Braga (1868 – 1945) foram executados o poema sinfônico de sua autoria, Insomnia, e do noturno da ópera Condor, de Carlos Gomes (1836 – 1896). Depois foi encenado um delicioso ato em prosa do grande estilista Coelho Neto, Bonança. Na terceira e última parte do espetáculo foi apresentada a ópera Moema, de Joaquim Torres Delgado de Carvalho (1872 – 1921). Após a apresentação, vários espectadores foram para o Salão Assyrio, restaurante do teatro (O Paiz, 14 de julho e 15 de julho de 1909; e Gazeta de Notícias, 15 de julho de 1909).
Desde 1909, o teatro passou por quatro grandes reformas: em 1934, 1975, 1996 e 2008. A última foi realizada em comemoração aos seu centenário. Foi reinaugurado em 27 de maio de 2010. Atualmente tem 2.252 lugares. Atravessa, em 2017, uma grande crise financeira. Funcionários do teatro protestaram, em 9 de maio de 2017, contra os atrasos salariais e a falta de investimentos na instituição com um espetáculo de ópera e música clássica na escadaria no prédio.
Nota do blog: Quem vê a região nos dias atuais, não consegue imaginar a cena da foto. Mas já foi assim...

sábado, 3 de novembro de 2018

Avenida Central, Rio de Janeiro, Brasil


Avenida Central, Rio de Janeiro, Brasil 
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog: Data não obtida / Imagem de Marc Ferrez.

sábado, 20 de janeiro de 2018

Gabinete Português de Leitura / Real Gabinete Português de Leitura, 1870-1882, Rio de Janeiro, Brasil




Gabinete Português de Leitura / Real Gabinete Português de Leitura, 1870-1882, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Álbum Brazil 1870-1882
Fotografia

Em 1822 – o ano da Independência política do Brasil da antiga metrópole europeia, Portugal – teve início um período de um certo afastamento entre os dois países, percebendo-se frieza e desinteresse de parte a parte em relação inclusive a aspectos culturais. Ao longo do século XIX o Brasil buscou forjar sua identidade, diferenciando-se da antiga metrópole. A presença de imigrantes portugueses no Brasil, contudo, nunca deixou de ser marcante, e a partir do final do século XIX o fluxo de imigrantes aumentou, e ao longo de todo o século XX e até os dias de hoje, este fluxo passou por movimentos pendulares que ora incrementavam o movimento para a antiga colônia, ora aumentavam o número de pessoas que retornavam para a “pátria-mãe.”
No início do século XX personalidades, em especial intelectuais brasileiros e portugueses intensificaram seus esforços no sentido de reaproximar os dois países. Associações beneficentes e culturais se multiplicaram, e em 1931 é criada a Federação das Associações Portuguesas, com o objetivo de coordenar a atuação da colônia portuguesa no Brasil. Seu primeiro presidente é ninguém menos que Carlos Malheiros Dias, uma das personalidades mais importantes para o Real Gabinete Português de Leitura.
Fundado em maio de 1837 por 43 portugueses moradores do Rio de Janeiro, o Gabinete Português surgiu como uma biblioteca para sócios que se propunha a ser um centro de cultura lusitana que incentivasse os portugueses a apreciar a cultura da mãe pátria. Desde então o Gabinete, atualmente a maior biblioteca de obras portuguesas fora de Portugal e considerado um dos mais lindos edifícios a abrigar uma biblioteca no mundo, vem funcionando como um dos maiores organizadores da comunidade portuguesa no Brasil, em termos de cultura.
Funcionou inicialmente na antiga rua de São Pedro, imediações do Campo de Santana (centro do Rio de Janeiro), e abrigou-se em outros endereços antes de se instalar definitivamente no ponto atual em 1871, na antiga rua de Lampadosa, atual Luís de Camões. O atual edifício, no entanto, foi erguido quase dez anos depois, em 1880, um projeto do arquiteto português Rafael da Silva Castro. O estilo neomanuelino do qual o Gabinete é exemplo fiel prima pela exuberância, a dinâmica de curvas e inspiração na aventura portuguesa nos mares à época chamada dos Descobrimentos. Em 1900 a instituição passa a ser pública (aberta a qualquer pessoa) e em 1906 recebe do rei português d. Carlos o título de “Real”.
A década de 1920 (e também a de 1930) é caracterizada pelo empenho de vários sócios da instituição, em especial o já citado Carlos Malheiros, e o empresário Albino Souza Cruz (dono de um grande negócio de tabaco, vendeu-o a grupos ingleses que o transformaram na Souza Cruz, gigante da indústria dos cigarros). Para as comemorações do centenário da Independência em 1922, o Real Gabinete edita a extensa História da Colonização Portuguesa do Brasil, proposta pela Câmara Portuguesa do Comércio e indústria do Pará sob a direção literária de Malheiros, com a arte realizada pelo aquarelista Roque Gameiro e cartográfica do Conselheiro Ernesto de Vasconcelos.
O impressionante edifício foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio em 1970. Atualmente, além das milhares de obras (inclusive exemplares muito raros) oferece cursos, sedia conferências e também possui um pequeno museu com coleções de numismática e de pintura.
Nota do blog: Data circa 1870-1882 / Fotografia Marc Ferrez.

domingo, 14 de janeiro de 2018