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terça-feira, 30 de junho de 2020
Estereoscopia Real Gabinete Português de Leitura, Rio de Janeiro, Brasil
Estereoscopia Real Gabinete Português de Leitura, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia - Estereoscopia
Em estilo neomanuelino, a fachada desta biblioteca buscou inspiração na arquitetura portuguesa do século XV, que tem como edifícios exemplares o Mosteiro dos Jerônimos e a Torre de Belém, ambos em Lisboa. Esta referência pode ser vista como a maneira adotada pela comunidade portuguesa de reafirmar suas origens e identidade.
No seu interior entretanto, foram adotados pilares e clarabóias de ferro, conforme a técnica em voga na Europa na segunda metade do século XIX e responsáveis pela atribuição ao Real Gabinete do título de primeiro edifício erguido em estrutura metálica do Rio de Janeiro.
O impressionante salão de leitura, com pé-direito triplo e coberto por um vitral octogonal, possui rica e minuciosa decoração que, se estendendo até mesmo ao mobiliário, garante a posição deste ambiente como o espaço de maior relevância da construção.
domingo, 2 de setembro de 2018
Real Gabinete Português de Leitura, Rio de Janeiro, Brasil
Real Gabinete Português de Leitura, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia
O Real Gabinete Português de Leitura é uma biblioteca e instituição cultural lusófona, localiza-se na rua Luís de Camões, número 30, no centro da cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Encontra-se tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural.
A instituição foi fundada em 1837 por um grupo de quarenta e três imigrantes portugueses, refugiados políticos, para promover a cultura entre a comunidade portuguesa na então capital do Império. Foi a primeira associação desta comunidade na cidade.
O edifício da atual sede, projetado pelo arquiteto português Rafael da Silva e Castro, foi erguido entre 1880 e 1887 em estilo neomanuelino. Este estilo arquitetônico evoca o exuberante estilo gótico-renascentista vigente à época dos Descobrimentos portugueses, denominado como manuelino em Portugal por haver coincidido com o reinado de D. Manuel (r. 1495–1521).
O Imperador D. Pedro II (1831–1889) lançou a pedra fundamental do edifício em 10 de junho de 1880, e sua filha, a Princesa Isabel, junto com seu marido, o Conde d'Eu, inauguraram-no em 10 de setembro de 1887.
A fachada, inspirada no Mosteiro dos Jerônimos de Lisboa, foi trabalhada por Germano José Salle em pedra de lioz em Lisboa e trazida de navio para o Rio. As quatro estátuas que a adornam retratam, respectivamente, Pedro Álvares Cabral, Luís de Camões, Infante D. Henriquee Vasco da Gama. Os medalhões da fachada retratam, respectivamente, os escritores Fernão Lopes, Gil Vicente, Alexandre Herculano e Almeida Garrett.
O interior também segue o estilo neomanuelino nas portadas, estantes de madeira para os livros e monumentos comemorativos. O teto do Salão de Leitura tem um belo candelabro e uma claraboia em estrutura de ferro, o primeiro exemplar desse tipo de arquitetura no Brasil. O salão possui também um belíssimo monumento de prata, marfim e mármore (o Altar da Pátria), de 1,7 metros de altura, que celebra a época dos descobrimentos, realizado na Casa Reis & Filhos no Porto pelo ourives António Maria Ribeiro, e adquirido em 1923 pelo Real Gabinete.
Aberta ao público desde 1900, a biblioteca do Real Gabinete possui a maior coleção de obras portuguesas fora de Portugal. Entre os cerca de 350 000 volumes, nacionais e estrangeiros, encontram-se obras raras como um exemplar da edição "princeps" de Os Lusíadas de Camões (1572), as Ordenações de D. Manuel (1521), os Capitolos de Cortes e Leys que sobre alguns delles fizeram (1539), a Verdadeira informaçam das terras do Preste Joam, segundo vio e escreveo ho padre Francisco Alvarez (1540), um manuscrito da comédia "Tu, só tu, puro amor" de Machado de Assis, e muitas outras. Anualmente, recebe cerca de seis mil títulos de Portugal. Há também uma importante coleção de pinturas de José Malhoa, Carlos Reis, Oswaldo Teixeira, Eduardo Malta e Henrique Medina. Diariamente, recebe, em média, cento e cinquenta visitantes. Entre os seus visitantes ilustres, do passado, encontram-se os nomes de Machado de Assis, Olavo Bilac e João do Rio.
Em julho de 2014 a biblioteca foi listada em 4.a posição dentre as 20 mais lindas bibliotecas do mundo segundo a revista Time. A publicação destacou sua história, arquitetura e rico acervo de obras lusófonas.
sábado, 20 de janeiro de 2018
Gabinete Português de Leitura / Real Gabinete Português de Leitura, 1870-1882, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Álbum Brazil 1870-1882
Fotografia
Em 1822 – o ano da Independência política do Brasil da antiga metrópole europeia, Portugal – teve início um período de um certo afastamento entre os dois países, percebendo-se frieza e desinteresse de parte a parte em relação inclusive a aspectos culturais. Ao longo do século XIX o Brasil buscou forjar sua identidade, diferenciando-se da antiga metrópole. A presença de imigrantes portugueses no Brasil, contudo, nunca deixou de ser marcante, e a partir do final do século XIX o fluxo de imigrantes aumentou, e ao longo de todo o século XX e até os dias de hoje, este fluxo passou por movimentos pendulares que ora incrementavam o movimento para a antiga colônia, ora aumentavam o número de pessoas que retornavam para a “pátria-mãe.”
No início do século XX personalidades, em especial intelectuais brasileiros e portugueses intensificaram seus esforços no sentido de reaproximar os dois países. Associações beneficentes e culturais se multiplicaram, e em 1931 é criada a Federação das Associações Portuguesas, com o objetivo de coordenar a atuação da colônia portuguesa no Brasil. Seu primeiro presidente é ninguém menos que Carlos Malheiros Dias, uma das personalidades mais importantes para o Real Gabinete Português de Leitura.
Fundado em maio de 1837 por 43 portugueses moradores do Rio de Janeiro, o Gabinete Português surgiu como uma biblioteca para sócios que se propunha a ser um centro de cultura lusitana que incentivasse os portugueses a apreciar a cultura da mãe pátria. Desde então o Gabinete, atualmente a maior biblioteca de obras portuguesas fora de Portugal e considerado um dos mais lindos edifícios a abrigar uma biblioteca no mundo, vem funcionando como um dos maiores organizadores da comunidade portuguesa no Brasil, em termos de cultura.
Funcionou inicialmente na antiga rua de São Pedro, imediações do Campo de Santana (centro do Rio de Janeiro), e abrigou-se em outros endereços antes de se instalar definitivamente no ponto atual em 1871, na antiga rua de Lampadosa, atual Luís de Camões. O atual edifício, no entanto, foi erguido quase dez anos depois, em 1880, um projeto do arquiteto português Rafael da Silva Castro. O estilo neomanuelino do qual o Gabinete é exemplo fiel prima pela exuberância, a dinâmica de curvas e inspiração na aventura portuguesa nos mares à época chamada dos Descobrimentos. Em 1900 a instituição passa a ser pública (aberta a qualquer pessoa) e em 1906 recebe do rei português d. Carlos o título de “Real”.
A década de 1920 (e também a de 1930) é caracterizada pelo empenho de vários sócios da instituição, em especial o já citado Carlos Malheiros, e o empresário Albino Souza Cruz (dono de um grande negócio de tabaco, vendeu-o a grupos ingleses que o transformaram na Souza Cruz, gigante da indústria dos cigarros). Para as comemorações do centenário da Independência em 1922, o Real Gabinete edita a extensa História da Colonização Portuguesa do Brasil, proposta pela Câmara Portuguesa do Comércio e indústria do Pará sob a direção literária de Malheiros, com a arte realizada pelo aquarelista Roque Gameiro e cartográfica do Conselheiro Ernesto de Vasconcelos.
O impressionante edifício foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio em 1970. Atualmente, além das milhares de obras (inclusive exemplares muito raros) oferece cursos, sedia conferências e também possui um pequeno museu com coleções de numismática e de pintura.
Nota do blog: Data circa 1870-1882 / Fotografia Marc Ferrez.
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