terça-feira, 30 de julho de 2019

Avenida Brasil 2012-2012, Rede Globo, Brasil







Avenida Brasil 2012-2012, Rede Globo, Brasil
179 capítulos
Novela


Avenida Brasil é uma telenovela brasileira produzida pela Rede Globo e exibida no horário das 21 horas de 26 de março a 19 de outubro de 2012, em 179 capítulos, substituindo Fina Estampa e sendo substituída por Salve Jorge. Foi a 3ª "novela das nove" exibida pela emissora. Escrita por João Emanuel Carneiro, teve a colaboração de Antonio Prata, Luciana Pessanha, Alessandro Marson, Márcia Prates e Thereza Falcão, tendo direção de Gustavo Fernandez, Thiago Teitelroit, Paulo Silvestrini, André Câmara e Joana Jabace, com direção geral de José Luiz Villamarim e Amora Mautner e direção de núcleo de Ricardo Waddington.
Contou com as participações de Débora Falabella, Adriana Esteves, Murilo Benício, Cauã Reymond, Alexandre Borges, Débora Bloch, Camila Morgado e Carolina Ferraz.
Em apenas seis meses, a novela teve seus direitos de exibição licenciados em 106 países e, posteriormente, em mais 24 nações, somando 130 países. A novela já foi licenciada por 150 países, e dublada em 19 línguas, como espanhol, árabe, grego, russo e francês. Se tornou a novela brasileira mais vendida para o exterior. Avenida Brasil se tornou um fenômeno em todo o mundo e foi líder de audiência em vários países, como Argentina, Uruguai, Venezuela, Paraguai, Portugal, Chile, Marrocos, e em seu país de origem Brasil, ficando diariamente nos trending topics desses países.
O sucesso de Avenida Brasil foi tanto que a novela apareceu na revista Forbes dos Estados Unidos como um verdadeiro fenômeno da televisão mundial e como a novela mais rentável da história. No geral, Avenida Brasil é a terceira novela mais exitosa de todos os tempos, depois da novela colombiana Yo soy Betty, la fea (1999) e a venezuelana Kassandra (1992), que foram vendidas para mais de 180 países e dubladas em mais de 25 idiomas.
A novela se inicia em 1999. Genésio é um viúvo solitário que acaba de se casar com Carminha, uma mulher aparentemente simples e sem maldade, mas que esconde ser um demônio de ambição que só pensa em se aproveitar de Genésio e planeja um golpe. O plano estaria nos conformes, se não fosse Rita, a filha de Genésio que, esperta, descobre todo o plano de Carminha e a desmascara para seu pai. Mas, é tarde demais, e o pior acontece, Genésio morre atropelado em plena Avenida Brasil pelo craque do futebol Jorge Tufão, que acabara de vencer o campeonato carioca pelo Flamengo. Este, cheio de culpa pela morte de Genésio decide se aproximar da recém-viúva Carminha para confortá-la, e ela, mesmo entendendo tudo, vê a oportunidade perfeita para se casar com Tufão e enfim se tornar rica. Além disso, depois de ficar com todo o dinheiro de Genésio, Carminha - com a ajuda de seu amante e cúmplice Maxwell - leva Rita para um lixão, onde ela cresce alimentando um desejo insaciável de vingança.
No lixão, Rita sofre nas mãos de Nilo, um homem ambicioso e cruel que se aproveita dos menores para conseguir dinheiro com o lixo coletado. Mas, ela se aproxima de Lucinda, uma mulher humilde e carinhosa que acolhe as crianças do lixão como seus próprios filhos. É lá que ela conhece Batata, um garoto que foi abandonado ainda bebê no lixão, e os dois acabam se tornando muito amigos, vivendo um lindo relacionamento infantil, inocente, porém muito significativo para os dois. O destino, porém, os separa quando Rita é adotada por um rico casal argentino, e ela, depois de mudar seu nome para Nina, cresce querendo cada vez mais se vingar da mulher que destruiu sua vida.
Carminha consegue se casar com Tufão, depois de separá-lo de Monalisa, dona de um salão de beleza com quem até então Tufão estava comprometido. Carminha passa a morar numa luxuosa mansão no fictício bairro suburbano do Divino, na zona norte do Rio de Janeiro. Pouco tempo depois que Rita sai do lixão, Carminha adota Batata, que na verdade é o filho biológico dela com Max, e que ela abandonou no lixão quando ele acabou de nascer já que não tinha condições de criá-lo. O garoto é muito bem recebido na casa de Tufão, e inclusive passa a ser chamado de Jorginho. Ele, porém, jamais se esqueceu de Rita, assim como esta jamais se esqueceu de Jorginho.
É 2012, e treze anos depois, Nina cresceu e se torna uma excelente chefe de cozinha, na Argentina, mas quando perde seus pais resolve voltar ao Brasil para iniciar seu plano de vingança, abandonando seu namorado e suas duas irmãs. Ela conhece Ivana, irmã de Tufão, pela internet e consegue ser contratada pela família, assim aproximando-se para vingar-se de Carminha. Esta agora é uma esposa exemplar casada com Tufão, ou pelo menos aparenta ser, já que na verdade é uma fingida mãe de família e querida por todos que ela esconde repudiar. A única pessoa de quem ela realmente gosta é Jorginho, seu filho biológico que todos acreditam ser adotado, mas que na verdade nunca admirou sua mãe e apesar de saber pouca coisa sobre ela está ciente de que ela não vale o que aparenta ser. Carminha ainda é mãe de Ágata, outro fruto de seu caso com Max, que porém todos acreditam que é filha dela com Genésio. Ágata foi criada pela família de Tufão, e sempre admirou sua mãe, mesmo ela a tratando com repúdio e implicando constantemente com ela pelo fato dela estar acima do peso. A boa pose de Carminha é apenas fachada, já que ela chegou à alta sociedade, mas continua com a maldade enraizada, criando situações e mantendo um caso com Max, hoje casado com a irmã de Tufão por armação de ambos.
Jorginho é noivo de Débora, uma moça rica e bem intencionada. Débora, por sua vez, é filha de Cadinho, um executivo comprometido com três mulheres, sem o conhecimento delas a princípio: Verônica, uma mulher rica, fútil e dominadora mãe de Débora; Noêmia, uma mulher culta e moderna, mãe de Tomás; e Aléxia, seu caso mais recente, uma mulher rica e independente que se envolveu com Cadinho para engravidar e criar sua filha, Paloma, sozinha. Esta última é a única que sabe dos dois casamentos de Cadinho, e nunca quis se envolver seriamente com ele, apesar dele ter optado por se aproximar de Paloma.
Rita, agora como Nina, passa a conviver com a família de Tufão, porém descobre que Jorginho, filho de Tufão e Carminha, é seu amor de infância, ficando então dividida entre o amor e a vingança contra sua ex-madrasta Carminha. O relacionamento de Nina e Jorginho é acobertado pela doce mãe Lucinda, já Nilo, quando descobre que Nina e Rita são a mesma pessoa, usa isso como chantagem. Lucinda ainda recebe em sua casa Santiago, um senhor que conserta brinquedos, antiga paixão de Lucinda com quem ele volta a se envolver. Porém, o que ninguém sabe é que Santiago é o maior vilão da história, uma vez que é pai e mentor de Carminha.
Muitas reviravoltas acontecem na trama, inclusive um inusitado triângulo amoroso entre Nina, Jorginho e Max, quando este último se apaixona perdidamente pela cozinheira. Depois de descobrir tudo sobre Nina, Carminha resolve dar uma lição nela. Mas já é tarde, pois Rita conseguiu fotografar Carminha e Max fazendo amor, e assim, usando as fotos como chantagem para a megera, ameaça seu casamento com Tufão. Um clima de suspense surge nas últimas semanas da novela quando Max é misteriosamente assassinado no lixão. A culpa recai sobre Lucinda, que na verdade confessa ter matado o próprio filho para acobertar o verdadeiro assassino.
No último capítulo, depois que a máscara de Santiago cai na frente de todos, ele sequestra Tufão e Rita, e Carminha tem a oportunidade perfeita para se livrar das pessoas que tanto odiou, mas, após refletir sobre seus atos ela deixa seu pai em desvantagem e resolve se render aos policiais.
Num interrogatório judicial, Carminha confessa ser a verdadeira assassina de Max, e diz que o matou por legítima defesa, depois que ele enlouqueceu e levou todos para o lixão fazendo de Lucinda, Nilo, Carminha, Nina e a família de Tufão reféns. Carminha atingiu a cabeça do amante com uma enxada depois dele ter ameaçado matar Nina. Lucinda foi a única testemunha de que Carminha matou Max, e por isso resolveu acobertá-la, pois sempre se sentiu em dívida com a megera, uma vez que ela sempre acreditou ter sido a responsável pela morte da mãe de Carminha. Este segredo fora revelado apenas nas últimas semanas da trama, mas no final descobriu-se que Santiago é o verdadeiro responsável pela morte de sua própria mulher.
Após três anos recuperando-se de todos os problemas, Tufão e Monalisa reatam e vão morar na mansão. Carminha sai da prisão e volta para o lixão junto com Lucinda, e passa o resto da vida se redimindo pelos seus atos. Quando nasce o bebê de Rita e Jorginho, eles o levam para visitar sua avó, e Rita e Carminha finalmente se perdoam com um abraço. A novela termina com um jogo de futebol no Divino, mostrando todos os personagens com seus respectivos desfechos.
Eliane Giardini chegou a ser chamada para viver a vilã Carminha. Aliás, Fabíula Nascimento, que interpreta Olenka na trama, seria a Carminha jovem. A atriz foi cotada para o papel por se parecer com Eliane. A direção da novela, no entanto, resolveu chamar uma única atriz para viver a vilã da história, nas duas fases. Nesta fase, a emissora trabalhou com dois nomes: Alessandra Negrini e Adriana Esteves. Como já havia interpretado uma vilã das nove, a primeira foi descartada pela direção, restando Adriana.
Marjorie Estiano foi convidada pessoalmente pela diretora Amora Mautner para dar vida a periguete Suélen, porém, por ter terminado as gravações da novela A Vida da Gente, e por já ter sido escalada para Lado a Lado antes do convite, recusou. Isis Valverde foi a escalada para o papel, sendo muito elogiada pela crítica. Por este personagem, Isis ganhou diversos prêmios de "Melhor Atriz Coadjuvante".
Fernanda Montenegro e Regina Duarte foram convidadas para o papel de Lucinda, mas ambas recusaram o convite. O papel acabou sendo assumido por Vera Holtz.
Mariana Ximenes daria vida a Débora, mas o autor optou para um rosto mais jovem, com um tom mais "adolescente", já que a mesma faria par romântico com o personagem de Cauã Reymond. Milena Toscano e Nathália Dill entraram em questão, sendo Natália a escolhida. A novela teve um grande números de atores cotados, mas que acabaram recusando ou sendo colocados fora de questão, por estarem engajados em outros projetos ou já terem sido escalados para outros papéis, em outras telenovelas. Juliana Paes foi convidada para viver o papel cômico de Noêmia, a bióloga hippie, uma das mulheres de Cadinho, mas recusou, e o papel foi assumido por Camila Morgado.
A abertura foi criada pelo diretor Alexandre Pit Ribeiro. Foi montada uma passarela semelhante a da Avenida Brasil do Rio de Janeiro, com 135 bailarinos profissionais dançando como no Baile Charme. Um grande telão de led foi usado no fundo simulando os faróis de carros. A coreografia ficou por conta de Dudu Neles.
O tema de abertura, "Vem Dançar com Tudo", interpretado por Robson Moura e Lino Krizz, é uma regravação/adaptação ao mercado brasileiro da música "Vem Dançar Kuduro", interpretada por Lucenzo, cantor português de origem francesa, e Big Ali. Seu refrão, Oi-Oi-Oi, tornou-se um meme de enorme sucesso na internet.
A novela notavelmente foi um sucesso de crítica e de público; durante a trama, vários personagens se sobressaíram. Foram os casos da periguete Suélen (Isis Valverde); das empregadas Zezé (Cacau Protásio) e Janaína (Cláudia Missura); do divertido Adauto (Juliano Cazarré); do casal Leleco e Muricy, formado pelos veteranos Marcos Carusoe Eliane Giardini; do dançarino Darkson (José Loreto); da cabeleireira Beverly (Luana Martau); do pai do lixão Nilo (José de Abreu); além da própria vilã da novela, Carminha (Adriana Esteves).
A novela virou assunto preferido nas redes sociais na internet, principalmente, quando da reviravolta na trama, na qual Nina/Rita começou a humilhar Carminha na mansão da família de Tufão (seu marido), na cena em que Carminha enterra viva Nina/Rita ou naquela em que a família de Tufão desmascara Carminha após saber de sua traição com Max (Marcelo Novaes).
Dentre os profissionais da própria Rede Globo, vários se manifestaram por meio das redes sociais sobre a novela, como o editor e apresentador do Jornal Nacional, William Bonner, se disse "viciado" na trama de João Emanuel, além do apresentador Luciano Huck, que foi outro que se disse "grande fã da novela", chegando, inclusive, a visitar os estúdios de gravação da trama.
Outro destaque da telenovela, também ficou por conta da atriz iniciante Mel Maia, que viveu Rita/Nina na infância, a atriz-mirim contou que Adriana Esteves a ajudou durante as cenas, afirmando que "tinha medo de contracenar com ela. Era uma bruxa má" em referência a personagem da atriz, Carminha, que foi sua madrasta que a maltratava.
Segundo a imprensa, o último capítulo de Avenida Brasil, "parou" o país. Ainda segundo a imprensa, o desfecho da trama fez com que ruas de grandes metrópoles brasileiras ficassem desertas. Tanto o Jornal Nacional, como o Globo Repórter, em seus roteiros, tiveram pautas exclusivas sobre a novela. O Operador Nacional do Sistema Elétrico no Brasil (ONS) previu a possibilidade de haver um apagão em grande parte do país, em vista da audiência do capítulo final. Segundo a agência, haveria risco da ocorrência de um fenômeno conhecido como "rampa de carga", que ocorreria logo após a exibição da novela, pela sobrecarga de energia dos aparelhos doméstico utilizados, pelo hábito, após a exibição, uma vez que as pessoas retomam suas atividades rotineiras: abrem a geladeira, vão tomar banho, acendem a luz, ..., a sobrecarga deixaria o país no escuro, fato que não ocorreu. Outra questão, que também foi notícia internacional, foi o fato da presidente Dilma Rousseff mudar sua agenda de compromissos, reagendando um evento por conta do último capítulo de Avenida Brasil.
Segundo a crítica televisiva, as personagens Carminha e Flora (esta última de A Favorita, do mesmo autor de "Avenida Brasil") seriam as maiores vilãs da história da teledramaturgia brasileira, ganhando da personagem "Odete Roitman" da novela Vale Tudo, interpretada pela atriz Beatriz Segall, alegando que o jeito "povão" de Carminha a fez se "familiarizar" com o público.
De acordo com a revista estadunidense Forbes, a novela foi a mais bem sucedida de toda a história e teria faturado cerca de R$ 2 bilhões, sendo o maior faturamento já alcançado por uma produção televisiva da América Latina. Ainda segundo a publicação norte-americana, a telenovela foi um grande sucesso pelo fato de a Rede Globo ter apresentado a "Classe C" como protagonista da trama, tendo assim conquistado 46 milhões de telespectadores brasileiros.
Avenida Brasil também foi sucesso em Portugal. A trama repetiu o sucesso no Brasil e foi uma verdadeira febre em terras europeias. Não faltaram elogios para a trama, tanto por parte do público quanto da crítica. O mesmo caso aconteceu na Argentina.
José Marmeleira, do jornal português “Público”, afirmou que a novela de João Emanuel Carneiro é a melhor série de ficção exibida naquele ano pela televisão do país.
Apesar de ter sido sucesso de público e amplamente elogiada pelos telespectadores, Avenida Brasil sofreu algumas críticas negativas relacionadas ao seu enredo. Veja chamou atenção às inconsistências durante alguns momentos da trama e, em especial, em seu encerramento. O último capítulo da novela foi classificado pela revista como "previsível". O arrependimento de Carminha foi tido como esperado, mas se mostrou contraditório por estar associado à personagem mais odiada pela então vilã da trama. Carminha também afirmou que adorava morar com a família e que amava Tufão, porém, durante todo o desenrolar da estória, disse ser casada com um "paspalho" e se referia à sua família por "toupeiras". Além de incoerências subjetivas, houve erros crassos, perguntas sem respostas e personagens esquecidos. Entre eles, está Santiago, que teve sua cena final em um aeroporto donde fugiria para o Uruguai, mas foi impedido por Carminha, que lhe disparou um tiro na perna e libertou os reféns Rita e Tufão, sendo essa a última cena em que o personagem aparece, sem esclarecer qual foi o seu destino. Ágatha, que teve sua participação reduzida na reta final da telenovela, não apareceu junto à família no último capítulo. Outros personagens secundários da trama também não tiveram uma cena final bem-definida, tal como Zezé, Valdo, Lúcio, Suellen, Darkson, Tessália, Janaína, Betânia e Begônia. Há ainda inconsistências temporais, como quando Lucinda é inocentada do assassinato de Max, mas só deixa a cadeia "semanas", como informa o letreiro, depois, quando é buscada por Rita, Jorginho e Betânia. No lugar de Lucinda, Carminha é condenada, sem que os trâmites do processo sejam apresentados, a apenas três anos de prisão, contrariando todas as expectativas de pena previstas no Código Penal brasileiro. Entre as perguntas sem respostas encontra-se o analfabetismo de Adauto, afirmado como verdade capítulos antes de fim, mas contradito no último capítulo, que mostra que ele teria estudado em um colégio interno. Apesar de elogiadas em quase todos os momentos, há também críticas negativas à atuação de alguns personagens. Nina, interpretada por Débora Falabella, viveu anos na Argentina, mas não apresentou em nenhum momento sotaque ou algo que desse a entender que viveu no país, a mesma crítica é feita a Carol Abras, que interpreta Begônia. Suellen teria vindo supostamente da Bolívia, mas também não há sinais culturais de que nasceu no país.
Os eventos finais da telenovela foram vistos por alguns críticos como politicamente corretos, em que todos os "maus" pagam por seus erros e os "bons" colhem recompensas por seu caráter, como explicado pelo próprio autor de Avenida Brasil. Houve também crítica ao abuso de clichês, para uma telenovela dita até então "inovadora". O final, seguindo a linha das demais novelas da emissora, teve gravidezes, casamentos e confraternizações grandiosas.
Além de um grande sucesso de audiência e crítica, Avenida Brasil tornou-se um fenômeno popular no Brasil. A telenovela consagrou personagens únicos e, por meio das redes sociais, gerou diversos memes. Foi considerada por alguns críticos como um retrato da nova classe média brasileira, uma mudança nas tramas da emissora, conhecida por retratar em seus programas a elite econômica, o que teria motivado tamanho sucesso, notadamente superior às suas anteriores, e adesão do público. A telenovela foi contemporânea a Cheias de Charme, que também seguiu a mesma linha em relação à representação da classe média como núcleo principal. Levantamento feito por Veja indicou que 79% dos personagens da trama representam a classe média brasileira e que esse padrão não foi seguido por nenhuma outra novela das nove da emissora durante toda a década de 2000.
O que acontece agora é que, por um conjunto de variáveis econômicas, as classes populares vêm incrementando sua participação na sociedade e sofrendo mudanças de hábito e de comportamento. Como é natural que queiram ver esse movimento refletido na televisão.
Além de personagens caricatos, a representação da classe média e do subúrbio carioca passou pela construção de diversos cenários de Avenida Brasil, como na mansão da família de Tufão, em que é evidente o estilo "novo rico", com exageros na decoração e obras de artes caras, e no bairro fictício do Divino, com bares movimentados, camelôs e postes carregados por propagandas de jogo de búzios e outras superstições populares.
A telenovela teve participação histórica nas redes sociais, sobretudo no microblog Twitter, em que a hashtag '#OiOiOi' (em referência à música de abertura) alcançou quase todos os capítulos os trending topics (assuntos mais comentados) mundiais. No total, Avenida Brasil ocupou 7 dos 10 trendings topics Brasil no microblog em seu final de capítulo. Foram criados diversos memes durante o desenrolar da trama, entre eles o 'congelamento', em que um personagem tinha sua imagem paralisada no final de cada capítulo sob fundo musical de suspense e que definia uma cena de suspense a ser concluída no capítulo seguinte. A personagem Carminha teve como bordão a frase em que culpava a empregada Nina (Rita) por vários problemas. A frase foi usada como meme em diversas situações nas redes sociais.
Avenida Brasil tornou-se a telenovela mais exportada da Rede Globo, superando Da Cor do Pecado (do mesmo autor), que era a líder de vendas para outros países até então.
A novela já foi licenciada por 140 países nos últimos 20 meses e dublada em 19 línguas como espanhol, inglês, árabe, grego, polonês, russo e francês. Além da Europa e América Latina, 'Avenida Brasil' foi licenciada para mais de 58 países da África e países do Oriente Médio também.
Em Portugal obteve 18.3 pontos de audiência e 42.3% share em seu último capítulo ou seja mais de 1.8 milhão de espectadores assistiram ao desfecho da novela. A trama estreou na SIC, em setembro de 2012, e foi líder do horário em que era exibida, sendo um dos programas mais assistidos do país, só perdendo para 'Dancin Days', coprodução Globo e SIC. A novela também tem bons índices de audiência na Grécia, Croácia e Roménia.
Na Argentina, desde sua estreia em 16 de dezembro de 2013, a novela apareceu entre os programas mais vistos, garantindo expressivos índices de audiência à Telefé. O último capítulo foi exibido em um telão para 6.000 pessoas na casa de eventos Luna Park em Buenos Aires. Na média, a telenovela registrou 27,1 pontos de audiência, segundo dados consolidados do Ibope. Cada ponto equivale a cerca de 96 mil telespectadores na Grande Buenos Aires, ou seja, mais de 2,7 milhões de argentinos assistiram ao último capítulo da produção brasileira. O final da novela dominou também as redes sociais. Mais de 400 mil tweets foram contabilizados pelo canal Telefé, estavam entre os assuntos mais comentados no Twitter pelos argentinos. "Nina y Carmina" chegou a estar nos Trending Topics mundiais.
No Chile, desde sua estreia a novela geralmente lidera o rating, e aparece entre os programas mais vistos com 14 pontos, em seu penúltimo capítulo a novela obteve 19 pontos e 39% share, Avenida Brasil chegou ao fim batendo seu recorde com 24 pontos e 48% share e alcançou o título de novela brasileira mais assistida dos últimos 10 anos.
No México, o seu primeiro capítulo rendeu 10 pontos e 17% share para a TV Azteca, é a maior audiência em uma estreia desde La mujer de Judas em 2012, em seu segundo capítulo a telenovela brasileira bateu seu recorde com 10.4 de audiência e pico de 12 pontos, aumentando 62% a audiência da TV Azteca.
Na França a novela estreou no horário nobre do canal France Ô, que pertence a France Télévisions, um dos principais grupos de televisão e rádio da França e um dos maiores da Europa, além de ser referência na exibição de novelas no país.
No Iraque a novela é exibida dublada em árabe pelo canal Lana TV, em Dubai a novela é exibida pelo canal Dubai One em sua versão em inglês, contando também com transmissão em Video On Demand. Avenida Brasil foi a primeira novela brasileira com direitos de exibição comprados por uma emissora da Tailândia e uma das três primeiras no Vietnã, em ambos os países contando com dublagem no idioma local, tailandês e Vietnamita. Atualmente está sendo reprisada desde 18 de Abril de 2016.
Em toda África Francesa a novela é exibida em francês no ano de 2015 pelo canal Nina TV e em 2016 em toda a África Inglesa é exibida dublada em inglês com o título de "Brazil Avenue" também pelo canal Nina TV.
Quando criança, Rita (Mel Maia) sofreu nas mãos da inescrupulosa madrasta Carminha (Adriana Esteves), que, com a ajuda do amante, Max (Marcello Novaes), armou para Genésio (Tony Ramos), pai da menina, perder tudo o que tinha. Abandonada por Carminha num lixão, aos cuidados do asqueroso Nilo (José de Abreu), Rita se refugiou na casa de Mãe Lucinda (Vera Holtz), onde conheceu Batata (Bernardo Simões), seu amor infantil. Mas o destino fez com que eles se separassem quando um casal de argentinos a adotou, colocando nela o nome de Nina.
O artilheiro do campeonato carioca de 1999 foi Jorge Araújo, mais conhecido como Tufão (Murilo Benício). Cria do Divino Futebol Clube, time do subúrbio carioca, onde reside até hoje, Tufão vive a boa fase no Brasil depois de morar no exterior, e está pronto para casar com o amor de sua vida, a apaixonada e divertida cabeleireira Monalisa (Heloísa Périssé). Quem não gosta muito da ideia de casamento é a mãe do rapaz, Muricy (Eliane Giardini), que vive aos trancos e barrancos com Leleco (Marcos Caruso), o boêmio pai do jogador.
No dia da final do campeonato, depois da brilhante vitória, Tufão acaba atropelando, acidentalmente, na Avenida Brasil, um senhor que vinha transtornado pelo acostamento: Genésio. Ao prestar socorro, só conseguiu ouvir do homem o nome de sua mulher: Carmem Lúcia Moreira de Souza. Culpado pelo acidente, Tufão sai a procura da viúva fingindo ser um amigo de longa data do falecido, e oferecendo toda a ajuda necessária, já que é um homem rico. Enquanto isso, a esperta Carminha descobre que o jogador foi o culpado pela morte do marido, e vê a chance da sua vida em se dar bem.
Com a ajuda de Max, Carminha consegue separar a cabeleireira do jogador e se casa com Tufão grávida do amante, dizendo ser fruto do verdadeiro amor que tinha com o falecido. Com uma vida de luxo, e com Max ao seu lado – ele se casa com Ivana (Letícia Isnard), irmã de Tufão -, Carminha volta às suas raízes no lixão atrás de Lucinda. Conhecidas do passado, ela vai decidida a levar o filho que abandonou quando bebê para ser criado por ela e Tufão: Batata.
Doze anos depois, Batata, agora chamado de Jorginho (Cauã Reymond), é um jovem jogador de futebol em ascensão, namorado da bela Débora (Nathália Dill), mas atormentado com o sentimento de raiva que sente pela mãe, que ele acredita ser de criação. Já Rita, agora Nina (Débora Falabella), se tornou uma excelente chef de cozinha. Os anos se passam, mas ela jamais esqueceu a ferida profunda que Carminha deixou em sua vida, voltando ao Brasil para se vingar. Nina vai trabalhar como cozinheira na casa da ex-madrasta, que não a reconhece. Seu plano maior é destruir aos poucos a vida da patroa.
Um grande sucesso popular, Avenida Brasil causou uma verdadeira comoção entre o público – o último capítulo parou o país, como há tempos não se via.
Excelente direção (equipe de Amora Mautner e José Luiz Villamarim em núcleo de Ricardo Waddington), cinematográfica – em cenas, tomadas e fotografia -, e de elenco – atores que, aliados ao bom texto, deram vida a uma galeria de personagens carismáticos e de forte apelo popular.
Focada na “nova classe C” (a que emergiu após o governo Lula), a novela fez bom uso da situação socioeconômica do país na época para refletir na tela um retrato pitoresco de nossa realidade contemporânea. Pode-se dizer que o fictício bairro do Divino (onde se passava a trama) era um microcosmo do Brasil.
A “nova classe C” retratada na novela cativou todas as classes. Como em um jogo de certo ou errado, o autor brincou com as nuances simbólicas de ricos e pobres, elaborando uma crítica social muito pertinente, seja através da grã-fina da Zona Sul (Verônica/Débora Bloch) que fazia pouco caso da figura do suburbano, ou no pobre novo-rico que zombava do elitismo. Da língua ferina de Verônica ouviu-se todo o discurso preconceituoso contra pobres. Enquanto Carminha (Adriana Esteves) debochou ao fazer pouco caso dos pratos refinados da chef Nina (Débora Falabella) – que ganhou um apelido pejorativo: Maria Antonieta -, e do intelectualismo tardio de Tufão (Murilo Benício), que lia livros indicados por Nina.
O autor, João Emanuel Carneiro, retratou as camadas populares, mas negou uma busca pela audiência da “nova classe C”.
“Esse subúrbio que eu estou criando [o fictício bairro do Divino] não tem uma ambição sociológica, não tenho vontade de fazer uma novela sociológica sobre o Brasil atual, é um exercício de ficção. Tanto que eu inventei um bairro que não existe, é o meu subúrbio, não tenho de prestar satisfação a nada.”
“Amo personagens ambivalentes, como o Raskólnikov [de Crime e Castigo], do Dostoiévski”, afirmou Carneiro, em uma das referências literárias que associou à novela.
“O lixão, pra mim, é muito Charles Dickens. Essa novela tem um quê de Oliver Twist, é um drama infantil inglês do século 19, uma saga em duas fases.”
Sucesso de audiência e também de repercussão, Avenida Brasil foi a primeira novela coqueluche da Internet, provando que a telenovela pode se aliar à rede, e não encará-la como uma concorrente. Que o digam os memes referenciando a trama, a “cascata” diária de “oioiois” no Twitter (aos primeiros acordes do tema de abertura), as inúmeras charges engraçadinhas no Facebook, os bordões “é tudo culpa da Rita!”, “me serve vadia!”, “quero ver você me chamar de amendoim” e “hi hi hi” (a risadinha de Nilo/José de Abreu), os GIFs animados com as caretas de Carminha e suas frases de efeito, e os avatares “congelados” ao estilo das fotos dos personagens sobre o fundo com bolinhas coloridas ao final de cada capítulo. No Twitter, a novela reuniu todas as noites milhões de brasileiros, ávidos em compartilhar opiniões, em um mesmo sofá, virtual.
Adriana Esteves se consagrou na interpretação antológica da vilã Carminha, o melhor papel de sua carreira até então. Débora Falabella também defendeu bem sua protagonista Nina, não deixando-se engolir por uma antagonista algumas vezes mais interessante. Foi também o melhor papel de Marcello Novaes, como Max. José de Abreu esteve irrepreensível como o monstruoso e divertido Nilo, bem como Vera Holtz, que esbanjou emoção como a misteriosa Mãe Lucinda.
Muitos coadjuvantes brilharam em Avenida Brasil. Cacau Protásio – como a cômica empregada Zezé – roubou a cena, chegando a ter a importância de sua personagem elevada no decorrer da trama. Destaque também para Marcos Caruso (Leleco), Eliane Giardini (Muricy), Letícia Isnard (Ivana), Ísis Valverde (Suelen), Débora Bloch (Verônica), Cláudia Missura (Janaína), Fabíula Nascimento (Olenka), Juliano Cazarré (Adauto), José Loreto (Darkson), e outros.
A primeira fase da novela fez brilhar a pequena Mel Maia, que ganhou notoriedade e atenção da mídia ao apresentar talento e extrema segurança em cena interpretando a personagem Rita quando criança. Seus embates com a madrasta Carminha eram emocionantes.
Várias sequências marcaram a trama: a pequena Rita sendo abandonada por Max no lixão; Carminha, após descobrir a verdadeira identidade de Nina, enterra a rival viva, em cenas dignas de filme de terror; Nina, indo à forra, se vingando de Carminha numa sequência de tortura psicológica que durou quase uma semana; a tentativa frustrada de Carminha afundar o barco de Max; a expulsão de Carminha da mansão de Tufão; o misterioso assassinato de Max; a reconciliação de Nina e Carminha, nas cenas finais da novela, etc.
Como se para atender a todos os públicos, Avenida Brasil reuniu vários estilos de dramaturgia em um só produto. Transgrediu a fórmula do folhetim clássico ao apresentar uma história de vingança em detrimento a uma história de amor. Apresentou uma heroína torta, de personalidade dúbia: Nina foi capaz de roubar e enganar para atingir seus objetivos. A estética da novela a aproximou do cinema. A linguagem narrativa fez lembrar os seriados americanos.
O ritmo alucinante da história e os ganchos bombásticos cativaram e mantiveram o telespectador preso à novela. Lamenta-se apenas que a trama tenha perdido o fôlego na segunda metade para o final. Não houve “barriga” (aquele parte da novela em que nada acontece), haja vista os ganchos sempre fortes. Mas a história começou a dar voltas, a patinar, a enrolar o público. Foi quando se deflagrou o maior problema da novela: algumas atitudes incoerentes de Nina (como ter ignorado métodos modernos de armazenamento de informações na trama das fotos que incriminavam Carminha – o caso do pendrive da Nina) e furos no roteiro não passaram despercebidos nem pelo telespectador mais distraído.
A história de Avenida Brasil terminou na penúltima semana, quando Nina foi vingada (através de Max) e Carminha foi expulsa da mansão de Tufão. Pelo menos a história apresentada desde o início da novela, a da vingança de Nina contra Carminha.
A última semana serviu como epílogo da novela. Com uma semana para terminar, novos entrechos vieram à tona. Um novo vilão apareceu: Santiago (Juca de Oliveira), o pai de Carminha, revelou-se do mal. O mistério do assassinato de Max explicou a origem dos personagens do lixão e os elos que os ligavam. O batido clichê do assassinato incomodou. Mas, na realidade, saber quem matou Max foi apenas o pano de fundo para explicar a origem da “Família Lixão”.
João Emanuel Carneiro esclareceu, ao comparar Avenida Brasil com A Favorita:
“Com exceção do núcleo da casa do jogador, que é o núcleo dramático, os arredores são muito cômicos e coloridos. Ao contrário de A Favorita, que era uma novela muito ‘preta e branca’, eu quis fazer algo bem colorido. A história de Cadinho [Alexandre Borges] e suas três mulheres – três relacionamentos modernos – é uma grande comédia. Na verdade, todos os arredores têm comédia. Pensei em fazer uma novela que tenha a espinha dorsal de um folhetim russo e um entorno todo colorido.”
A novela foi o programa mais visto da TV em 2012. Em 8/10 (uma segunda-feira) registrou 49 pontos com 74% de share (participação no total de televisores ligados), com a expulsão de Carminha da mansão de Tufão. Este número repetiu-se uma semana depois. O capítulo recorde de audiência foi o último, em 19/10: 52 pontos (cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande São Paulo).
O fenômeno Avenida Brasil também chegou à imprensa internacional. A popularidade da trama de João Emanuel Carneiro chamou a atenção do jornal britânico The Guardian e da rede BBC depois que a campanha de Fernando Haddad (então candidato à prefeitura de São Paulo pelo PT) adiou um comício com a presidente Dilma Rousseff para evitar a concorrência com o final da novela.
O Operador Nacional do Sistema (ONS), órgão que coordena a operação da energia elétrica no país, chegou a preparar um esquema especial para o último capítulo de Avenida Brasil, na noite de 19/10/2012. A expectativa era que as pessoas adiassem para logo depois da novela atividades que normalmente fazem antes ou durante o folhetim, o que geraria um efeito chamado “rampa de carga”, nos minutos seguintes ao término de transmissões com grande audiência, como foi o último capítulo. De acordo com órgão, o fenômeno acontece porque as pessoas retomam suas atividades normais – como tomar banho, acender as luzes da casa ou abrir a geladeira – simultaneamente em um curto espaço de tempo. A concentração do consumo nos primeiros oito minutos depois do capítulo final da trama exigia um rápido equilíbrio entre a demanda e a carga de energia.
Em Uberlândia (MG), foram gravadas cenas de uma partida de futebol, protagonizadas por Tufão (Murilo Benício) no início da novela. Na trama, a partida acontecia no Maracanã, mas, como o estádio estava em reforma para a Copa das Confederações de 2013, a produção buscou um local que se assemelhasse ao cenário original. O escolhido foi o Estádio Municipal João Havelange, conhecido como Parque do Sabiá. O locutor esportivo Cléber Machado fez uma participação especial na cena, narrando o jogo.
Na Argentina, foram feitas as cenas (do início da novela) de Rita/Nina (Mel Maia/Débora Falabella) com sua nova família. Os takes ajudaram a contar o que aconteceu com a personagem após deixar o depósito de lixo. Para ambientar as cenas gravadas em terras argentinas, a cidade escolhida foi Mendonza, região conhecida pela produção de vinho, sendo uma das mais importantes do país.
O núcleo do lixão, encabeçado por Nilo (José de Abreu) e Lucinda (Vera Holtz), precisava chegar, em média, três horas antes das gravações para a preparação da maquiagem. Cabelos amarelados, unhas e dentes maltratados, manchas na pele e um suor frequente no rosto faziam parte da composição. A equipe de caracterização usava pomadas e talcos para cabelos, além de tintas especais para criar esses efeitos. As peças vestidas pelos personagens recebiam um tratamento para serem escurecidas e desbotadas. As roupas eram vestidas umas por cima das outras, como se pudessem proteger os moradores de todo o lixo do depósito. Chapéus, boinas, bonés, luvas e meias grossas compunham o acervo de roupas, além das capas de plástico presas em volta do corpo.
Os filmes Estamira (2004) de Marcos Prado; Lixo Extraordinário (2010), de Lucy Walker, Karen Harley e João Jardim; e Oliver Twist (2005), de Roman Polanski serviram de inspiração para a equipe.
Para viver Nina, Débora Falabella fez aulas de culinária e aprendeu a pilotar uma scooter. Marcos Caruso, o Leleco, teve de aprender a jogar sinuca. Murilo Benício e Cauã Reymond – Tufão e Jorginho, respectivamente – passaram por treinos de futebol com atletas como Cláudio Adão. Nathalia Dill, intérprete de Débora, treinou muito para executar com perfeição os movimentos no tecido acrobático. Monalisa e Olenka, vividas por Heloísa Périssé e Fabíula Nascimento, respectivamente, fizeram laboratório em salões de beleza para entenderem a dinâmica de trabalho das cabeleireiras. Bianca Comparato, a Betânia, esteve em um posto de gasolina para ver de perto o dia a dia de uma frentista e fez um laboratório no aterro sanitário de Gramacho, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Juliano Cazarré, o Adauto, foi gari na primeira fase da trama. Para isso, acompanhou um pouco da realidade desses profissionais. Para viver a dependente química argentina Begônia, Carol Abras mergulhou fundo no universo da personagem e aprendeu muito em seu laboratório, que incluiu visitas a clínicas de reabilitação e curso intensivo de espanhol. Para compor Dolores Neiva, vulgo Soninha Catatau, Paula Burlamaqui foi a cultos evangélicos e também assistiu a alguns pela internet.
O estilo charme, dançado no Divino Futebol Clube, exigiu que Isis Valverde (Suelen), Fabíula Nascimento (Olenka), Débora Nascimento (Tessália), José Loreto (Darkson), Ailton Graça (Silas), Bruno Gissoni (Iran) e Daniel Rocha (Roni) fizessem aulas coreografadas, ministradas pelo professor Dudu Neves.
A mansão cenográfica de Tufão tinha piscina, edícula e colunas de mármore na fachada para mostrar imponência. Os ambientes internos foram criados dentro do estúdio, com um visual bem dourado e muitos detalhes em veludo.
O lixão cenográfico foi construído perto do Projac, em Jacarepaguá, seguindo o resultado de pesquisas em aterros sanitários reais, como o de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, também no Rio de Janeiro. Todo o material cenográfico do lixão não era perecível e foi lavado. Lata, ferro e garrafas pet de todos os tipos foram alguns dos itens usados.
O hábito de leitura foi incentivado na novela através das cenas em que Tufão (Murilo Benício) lia os livros emprestados por Nina (Débora Falabella): “A Metamorfose”, de Franz Kafka; “Madame Bovary”, de Gustave Flaubert; “A Interpretação dos Sonhos”, de Sigmund Freud; “O Primo Basílio”, de Eça de Queirós; e “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, “Dom Casmurro” e “O Alienista”, de Machado de Assis.
Dados consolidados pela Diretoria de Negócios da Globo comprovam o sucesso da trama em mercados internacionais: até janeiro de 2016, 132 países compraram os direitos de exibição da novela. Avenida Brasil, segundo a mesma fonte, está no topo do ranking de programas mais vendidos ao exterior pela Globo.
Avenida Brasil conquistou o Grande Prêmio da Crítica de 2012, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte. A APCA também elegeu Adriana Esteves e José de Abreu, respectivamente, a melhor atriz e o melhor ator do ano.
Avenida Brasil também foi premiada com o Troféu Imprensa de melhor novela de 2012, melhor ator (Murilo Benício) e melhor atriz (Adriana Esteves).
Nota do blog: O problema foi o final. Ninguém acreditou na mudança de rumo que os autores fizeram com a Carminha. Estragaram a novela...

Theatro Municipal, São Paulo, Brasil


Theatro Municipal, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia - Cartão Postal

Hotel Rebecchino, Largo de São Bento, Circa 1910, São Paulo, Brasil




Hotel Rebecchino, Largo de São Bento, Circa 1910, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


De autoria ignorada, a imagem registrada por volta de 1910 mostra à esquerda, o tradicional Hotel Rebecchino situado no lado oposto ao Mosteiro de São Bento. Ao fundo, o fim da Rua Líbero Badaró tendo à extrema direita, o prédio da Companhia Paulista das Estradas de Ferro. É possível visualizar (indicada com o asterisco) a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, concluída em 1906 no Largo do Paissandu.

Antiga Rua da Imperatriz, Atual Rua XV de Novembro, 1906, São Paulo, Brasil


Antiga Rua da Imperatriz, Atual Rua XV de Novembro, 1906, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Vista da antiga Rua da Imperatriz em direção à atual Praça Antônio Prado. Ao fundo, o novíssimo Palacete Martinico Prado — projeto de Ramos de Azevedo, encomendado pelo prefeito da época. Observa-se à esquerda (indicada com a seta), a Travessa do Comércio, anteriormente conhecida não sem motivos, como Beco do Inferno. De autoria de Manuel F. (Frédéric), a foto foi registrada em 1906.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Construção da Praça Clóvis Bevilácqua, São Paulo, Brasil


Construção da Praça Clóvis Bevilácqua, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

História do Combate as Pichações na Cidade de São Paulo, Brasil


História do Combate as Pichações na Cidade de São Paulo, Brasil
Artigo


O combate às pichações é um tema que ficou bastante tempo em destaque na cidade de São Paulo. Apesar de, infelizmente, convivermos com esse tipo de vandalismo, o problema não é recente e nem culpa de uma ou outra administração.

Em uma grande matéria feita na Revista Apartes, veículo da Câmara Municipal de São Paulo, Rodrigo Garcia fez um levantamento e tanto sobre o passado dessa prática e, também, sobre como poder público tentou agir para combater esse tipo de infração. Os primeiros relatos desse tipo de acontecimento na cidade foram registrados no jornal A Província de São Paulo, precursor do Estadão, em junho de 1889. Não ocasião, a publicação falava em “maus diabos” e “nojentos tipos”, que haviam pintado as paredes de lojas de tecido com piche.

O combate a esse tipo de ação, entretanto, já vinha acontecendo desde 1868, quando a Câmara Municipal de SP instaurou um “Código de Posturas”, que ficou marcado como o primeiro conjunto de leis municipais da nossa cidade. Na época em que o código estava sendo elaborado, o vereador Justo da Silva propõe a proibição de “riscar, escrever dísticos e pintar figuras sobe as paredes de edifícios ou muros”. A multa para quem desrespeitasse essa lei seria de 8 mil réis.
Se as inscrições ferissem a “moral pública”, a multa subiria para 20 mil réis e dois dias de cadeia. Vale ressaltar, ainda, outra parte da lei que dizia que “se o infrator não tiver com o que pagar, sofrerá com 8 dias de prisão”. Na época, cabia ao infrator arcar com o processo de limpeza da pichação feita.
Quando o código finalmente entrou em vigor, em 1873, a multa foi elevada para 20 mil réis, mas só previa prisão se os infratores fossem escravos. De alguma forma muito curiosa, a lei ainda previa que, se os proprietários das casas pichadas, não mandassem apagar as inscrições, eles também seriam punidos.
O código, entretanto, durou só dois anos, sendo suspenso por pedido popular, já que os cidadãos o consideravam muito rigoroso. Em 1875 uma nova versão entrou em vigor, propondo dois dias de prisão e uma obrigação dos moradores apagarem as pichações em 24 horas sob pena de uma multa de 20 mil réis. Em 1886 o código foi ampliado e ficou decidido que os pais seriam responsáveis pelos menores.
Apesar de todas essas tentativas o problema permanecia. Em 1902, o vereador Ignacio Pereira da Rocha pediu que o prefeito Antonio Prado resolvesse essa questão com a polícia. Em 1908, José Oswald, pai de Oswald de Andrade, propôs que a pena seria de 30 mil réis e 3 dias de prisão para os criminosos.
A Comissão de Justiça deu parecer favorável ao projeto de José Oswald, alegando que o artigo do Código de Posturas, que proibia as pichações muito raramente era aplicado e só vetava dísticos ou figuras obscenas/imorais, não abrangendo a outras naturezas de figuras. O vice-prefeito da época, Asdrúbal Augusto de Nascimento estava na chefia do Executivo e, em 9 de outubro de 1908, promulgou a lei de José Oswald.
Claro que o problema não parou de acontecer. Em julho de 1921, o vereador Almerindo Gonçalves apresentou ao prefeito Firmiano Pinto a ideia de utilizar as mais rigorosas fiscalizações para que se impedisse que “gente de pouca educação danificasse os muros e paredes das vias públicas da capital com toda sorte de garatujas e rabiscos indecentes”. A ideia gerou intenso debate entre as autoridades municipais, culminando com o chefe de polícia dizendo que “os funcionários não podiam estar em toda parte, a toda hora, para impedir que crianças e moços escrevam pelas paredes nomes e figuras indecentes”.
Com a volta das eleições em 1945 as pichações se tornaram propaganda eleitoral dos candidatos. Segundo o Centro de Memória Eleitoral (CEMEB), como ainda não era comum acontecer propaganda eleitoral nas rádios e nas Tvs, os candidatos passavam suas mensagens colando cartazes e pichando muros.
Uma das maiores curiosidades envolvendo esse tipo de acontecimento fica por conta de Jânio Quadros que, com uma verba muito menor que Adhemar de Barros, espalhava o slogan “Jânio vem aí” pela cidade. O curioso é que, como vereador, ele era um ferrenho crítico às campanhas com pichações. Com o passar do tempo, entretanto, foi obrigado a admitir que, “não ignoro, porém, que aqui e acolá, um ou outro excesso se perpetrou”, sobre suas campanhas.
Em 1986, quando foi eleito, combateu de maneira intensa esse movimento que classificava como crime. As iniciativas do poder público, entretanto, não impediram que um pichador fosse eleito vereador. Moacir Longo, cassado em 1964, acusado de ser comunista, declarou à Revista do Parlamento Paulistano que, em 1949, fora preso por pichar em um muro uma frase elogiosa a Stalin: “Viva o camarada Stalin, campeão da paz”.
No século 19, a palavra pichação ainda não existia. O termo surgiu no século seguinte, mas a questão já chamava a atenção da população e das autoridades paulistas. O jornal A Província de São Paulo (atual O Estado de S. Paulo) informou, na edição de 9 de junho de 1889, que lojas de tecidos haviam sido pintadas de piche por “malvados”, “maus diabos”, “nojentos tipos” e “mariolas [vagabundos]”.
A questão é antiga e as tentativas de combatê-la também. Em 1868, a Câmara Municipal de São Paulo (CMSP) planejava criar um Código de Posturas, que seria o primeiro conjunto sistematizado das leis municipais. O vereador Justo da Silva propôs incluir a proibição de “riscar, escrever dísticos [palavras] e pintar figuras sobre as paredes dos edifícios ou muros”. A multa para os infratores seria de 8 mil réis.
O projeto previa que se os riscos, inscrições ou pinturas fossem ofensivos à moral pública, a punição seria de 20 mil réis e dois dias de cadeia. “Se não tiver com o que pagar multa, sofrerá oito dias de prisão”, ressaltava o texto. A proposta também destacava que “o infrator, além das multas e prisão a que fica sujeito, é obrigado a apagar de modo a não deixar vestígio dos riscos, inscrições ou pinturas que houver feito”.
Quando o Código de Posturas entrou em vigor, em 1873, alterou a multa básica para 20 mil réis, mas não previa prisão, a não ser que os infratores fossem escravos. De acordo com cálculo feito no site do jornal O Estado de S. Paulo (http://acervo.estadao.com.br), essa quantia corresponderia hoje a R$ 400. A lei ainda determinava que os proprietários ou inquilinos dos imóveis que não mandassem apagar as pichações também pagariam a multa.
O código, entretanto, só durou dois anos, pois foi considerado muito rigoroso e injusto pela população. Em 1875, os vereadores aprovaram uma nova versão, com previsão de dois dias de prisão para os infratores. O novo texto detalhou o que os moradores deveriam fazer se suas casas fossem pichadas: “mandarão pela primeira vez apagar tais dísticos e, quando não o façam por si, receberão aviso do fiscal para fazê-lo dentro de 24 horas, sob pena de 20 mil réis”. E ressaltou que, em caso de reincidência, o serviço de pintura ficaria a cargo do fiscal.
Em 1886, mais uma vez o Código de Posturas foi revisto e ampliado. A proibição das pichações não foi alterada e o texto deixava claro que os pais eram responsáveis pelos filhos menores, os amos pelos criados e os senhores [donos] pelos escravos que violassem as posturas.
Apesar da perseguição, as inscrições continuavam a aparecer. Em 4 de fevereiro de 1902, o vereador Ignacio Pereira da Rocha solicitou que o prefeito Antonio da Silva Prado (veja perfil na matéria São Paulo nos trilhos) se entendesse com o chefe de Polícia “a fim de coibir-se o vandalismo praticado pelas crianças e até pessoas adultas nas paredes e muros”. Segundo o parlamentar, elas não só estragavam o revestimento dos muros, como escreviam e desenhavam “as maiores obscenidades”.
O vereador José Oswald, pai do escritor Oswald de Andrade, apresentou em 1908 uma proposta para ampliar a lei contra as pichações. “É proibido riscar, borrar, pintar figuras obscenas ou não, escrever nas paredes, muros, portas, janelas, portões ou qualquer tapamento na via pública, com carvão, giz, zarcão, piche, lápis, tinta ou quaisquer outros ingredientes que prejudiquem ou afeiem externamente a propriedade particular ou pública”, dizia o texto. A pena seria de 30 mil réis e três dias de prisão. O projeto também decretava quem deveria fiscalizar o cumprimento da proibição: prefeito, vereadores, suplentes de vereadores, todos os funcionários municipais, polícia e qualquer munícipe.
A Comissão de Justiça da CMSP deu parecer favorável ao projeto de José Oswald, alegando que o artigo do Código de Posturas que proibia as pichações muito raramente era aplicado e só vetava dísticos ou figuras obscenas ou imorais, “não se estendendo a outra natureza de figuras ou dístico que da mesma maneira danificam a propriedade privada”. O vice-prefeito Asdrúbal Augusto de Nascimento estava na chefia do Executivo municipal em 9 de outubro de 1908 e promulgou a lei.
Mesmo com a legislação mais severa, as pichações não paravam de aparecer. Em 30 de julho de 1921, o vereador Almerindo Gonçalves apresentou uma indicação ao prefeito Firmiano de Morais Pinto solicitando que fosse utilizada a “mais rigorosa fiscalização para que se impeça que gente de pouca educação conspurque [danifique] os muros e paredes das vias públicas da capital com toda sorte de garatujas [desenhos toscos] e rabiscos indecentes”.
O pedido deu início a uma troca de despachos entre autoridades. Morais Pinto encaminhou a solicitação ao secretário da Justiça e da Segurança Pública, que transmitiu a ordem aos inspetores da Prefeitura. Por sua vez, o chefe dos inspetores e dos fiscais respondeu afirmando que seus funcionários não podiam estar “em toda parte, a toda hora, para impedir que crianças e moços escrevam pelas paredes nomes e figuras indecentes”.
O funcionário sugeriu que o serviço poderia ser feito pela Polícia estadual, que, segundo ele, mantinha um soldado em cada quarteirão. E completou: “em todo caso, darei instruções aos fiscais para empregar o máximo esforço; não acredito, porém, no resultado”. O chefe dos inspetores apresentou, então, a proposta de que a Prefeitura tivesse sua guarda municipal para auxiliar na fiscalização. Caso contrário, segundo ele, “só a polícia será capaz de melhorar tal vandalismo”.
Morais Pinto respondeu ao presidente da Câmara, Raymundo da Silva Duprat, relatando as providências que a Prefeitura havia tomado. Essa troca de correspondência está sob a guarda do Arquivo Geral da CMSP e pode ser lida em www.saopaulo.sp.leg.br/memoria.
Com o fim do Estado Novo, em 1945, voltaram as eleições e as pichações foram usadas como forma de propaganda. O pesquisador José D’Amico Bauab, do Centro de Memória Eleitoral (Cemel) do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, diz que, como a propaganda eleitoral ainda não era comum no rádio e a TV só surgiu no Brasil em 1950, os candidatos passavam suas mensagens, principalmente, colando cartazes e fazendo pichação (na época também chamada de pichamento).
Bauab lembra-se de alguns slogans que ficaram famosos na época. Os defensores de Getúlio escreviam “Queremos Getúlio”. A resposta dos radicais da oposição era “Morra Getúlio”. Em 1945, nas primeiras eleições democráticas pós-Estado Novo, o slogan do brigadeiro Eduardo Gomes fez sucesso: “Vote no brigadeiro, é bonito e é solteiro”. Apesar da fama, o militar perdeu a eleição e Eurico Gaspar Dutra tornou-se presidente.
De acordo com Bauab, Jânio Quadros soube aproveitar muito bem as pichações em suas disputas eleitorais. O slogan “Jânio vem aí” era visto em vários pontos da cidade. “Ele usava essa forma de propaganda para se contrapor à campanha de Ademar de Barros, que tinha bem mais recursos”, lembra o pesquisador.
Embora utilizasse as escritas nos muros como propaganda, o então vereador Jânio criticou as pichações de campanha eleitoral em 5 de outubro de 1949, em um pronunciamento no Palacete Prates, então sede da Câmara Municipal. “Nada escapou à fúria dos pichadores de paredes, que inutilizaram milhares de pinturas externas de residências, diminuindo-lhes até o valor venal”, lamentou. Sobrou também para os políticos que permitiam tal recurso: “se esses homens [os pichadores] eram broncos, não se pode acreditar que os candidatos também o fossem, e não se pode acreditar ainda que desconheçam o que estava sucedendo”.
Por fim, admitiu que alguns de seus cabos eleitorais também pichavam muros. “Não ignoro, porém, que, aqui e acolá, um ou outro excesso se perpetrou”, disse Jânio, que completou: “máxime [principalmente] porque aqueles que me apoiavam, estudantes todos, entendiam que deviam acompanhar a prática que se generalizara de não ser poupada qualquer superfície, de qualquer natureza, que servisse de veículo à difusão do nome, das ideias e das promessas do candidato”.
Jânio comprometeu-se a combater as pichações, que classificava como “crime”. Em 1986, quando assumiu a Prefeitura de São Paulo pela segunda vez, intensificou o combate aos pichadores, especialmente dois deles: Juneca e Pessoinha.
As iniciativas da Câmara contra as pichações não impediram que um pichador fosse eleito vereador. Moacir Longo, cassado em 1964 acusado de ser comunista, declarou à Revista do Parlamento Paulistano que, em 1949, havia sido preso por pichar num muro uma frase elogiosa ao ditador soviético Josef Stalin: “Viva o camarada Stalin, campeão da paz”.

Atualmente, basta uma pequena volta para ver a cidade infestada de pichações. Nada escapa desses desocupados, não importando o grau de dificuldade ou vigilância. É uma batalha que, claramente, a administração pública e a sociedade continuam perdendo...

Parada de Bondes, Praça da Sé, 1935, São Paulo, Brasil


Parada de Bondes, Praça da Sé, 1935, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
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Construção do Edifício Conde Francisco Matarazzo, 1937, São Paulo, Brasil


Construção do Edifício Conde Francisco Matarazzo, 1937, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
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Chrysler Custom Limousine by LeBaron 1938, Estados Unidos













Chrysler Custom Limousine by LeBaron 1938, Estados Unidos
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Fonte: https://rmsothebys.com/en/auctions/AF19/Auburn-Fall/lots/r0108-1938-Chrysler-Custom-Limousine-by-LeBaron/795301?&utm_source=rmsothebys.com&utm_medium=email&utm_campaign=AF19&utm_term=AF19_meurer&utm_content=lot_image&_cldee=am9hb2FsYmVydG9mZXJuYW5kZXNAdW9sLmNvbS5icg%3d%3d&recipientid=contact-7c728a50ab8fe9118229000c2971a03a-64667b30545c4f46a6f4c501f4420a4d&esid=cadf8630-34b2-e911-822d-000c2971a03a

Porsche 911 S Rallye 1967, Alemanha






















Porsche 911 S Rallye 1967, Alemanha
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Having recognized early on that entering in competition would help bolster retail sales, Porsche first created a small series of special lightweight cars called the 911 R. But its attention was really focused on selling cars that could be raced or rallied by its customers while adhering to the FIA’s GT Group 3 regulations. A big step in that direction was the creation of the optional “Rally package” that would allow upgrading the stock 160 hp 901/02 engine with 906 cams and con-rods, plus larger carburetors, if desired. Also listed were a competition clutch and sport exhaust, a partial roll bar in the cabin, competition seats, a leather-wrapped steering wheel, wider alloy wheels, a 100-liter gas tank, and a variety of gearing. In addition, two other optional tuning packages were made available, Sport Kit I and Sport Kit II. The latter supplied the purchaser with different jets and venturis for the Weber 40 mm triple-throat carburetors and was good for an additional 15 horsepower.
This wonderful 1967 911 S was originally delivered through Porsche of America in Teaneck, New Jersey, to Dr. John Sullivan of Syracuse, New York. According to its factory Kardex, it was ordered with the desirable Rally Package, Sport Kit II, a locking differential, and set of air horns, along with Dunlop tires. Allegedly too hot to handle, Dr. Sullivan didn’t keep the car long, selling this and another early 911 to Maryland-based Porsche racing driver Bruce Jennings, known as “King Carrera.” While Jennings drove the other car on a daily basis, he only competed in this 911 S once, in a 10-lap sprint at Bridgehampton. He otherwise put the car into storage, placing it on jack stands in his garage, where it remained virtually untouched for nearly three decades. A close friend of Jennings relates that he rotated the engine periodically to ensure lubrication. After Jennings’s passing in 1997, it was acquired directly by the current owner.
Careful examination reveals that the Silver Metallic adorning this stunning ’67 S is factory-original and unmolested in all respects. The odometer reading of just 8,266 miles appears to be original and correct. For a car that left the factory on 17 August 1967, that is quite astonishing, and it makes this first-year 911 S, equipped with factory Rally equipment and Sport Kit II, an ideal Porsche that any serious collector would rightfully covet.
Today the original black leatherette interior of this special 911 appears as new. The very unusual ventilated upholstery on the driver’s and passenger Recaro Sport seats is in perfect condition, and the leather-wrapped sports steering wheel is unmarked. There is provision for mounting a set of racing harnesses. The body panels and floor pans were never undercoated by the factory, as a weight-saving measure, and remain in excellent original condition. Under the front lid resides a correct 100-liter rally fuel tank. The Fuchs alloy wheels retain a set of period-correct 500/7.50×15-inch Goodyear Blue Streak tires.
Included with this exceptionally rare Porsche is a copy of its factory Kardex, Certificate of Authenticity, copy of the homologated Group 3 Rally components, along with its original tool kit, owner’s manuals, and maintenance record book. This very special high-performance lightweight 911 S is in impeccable original condition and boasts a wonderful and unblemished pedigree.
Fonte: https://rmsothebys.com/en/auctions/mo19/monterey/lots/r0178-1967-porsche-911-s-rallye/793917?fbclid=IwAR375uVDBcVCj7mdnCMc3sLG28jZ7c2Is2oVYMq6KRIS2C_zC-4kN4KxSx4