segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Postes Republicanos, Theatro Pedro II, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil

 








Postes Republicanos, Theatro Pedro II, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Nota do blog: Em frente ao Theatro Pedro II existem dois postes republicanos em excelente condição de conservação. Os dois (um à esquerda; outro à direita) foram produzidos pela Oficinas Bianchi, empresa já extinta e que existia na cidade. São verdadeiros testemunhos de época, muito bom que tenham sobrevivido e estejam embelezando o local. 

A Complicada Relação Entre Pelé e a Cidade de Bauru - Artigo


 

A Complicada Relação Entre Pelé e a Cidade de Bauru - Artigo
Artigo



Andando pelas ruas de Bauru, interior de São Paulo, é quase impossível saber que foi ali que Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, deu seus primeiros chutes em uma bola de futebol. A cidade não possui nenhuma homenagem ao maior jogador de todos os tempos, que completou 82 anos em 23/10/2022.
Pelé chegou a Bauru ainda criança, quando o pai, Dondinho, foi contratado para jogar pelo Bauru Atlético Clube (BAC). O time era o maior rival do Noroeste, o time poderoso da cidade. Tão poderoso que, na disputa por espaço em uma cidade de cerca de 70 mil habitantes, o futebol do BAC não resistiu, e teve que fechar as portas em 1954.
Houve algumas tentativas de retomada das atividades futebolísticas do BAC ao longo dos anos, mas nenhuma deles teve sucesso. Até que, em 2006, quando Pelé já há muito tempo detinha a coroa de Rei do Futebol, o BAC encerrou também de vez as atividades não futebolísticas. O conselho vendeu o terreno do clube para uma rede de supermercados. Em pouco tempo, não restava mais nada daquele que foi o primeiro campo de Pelé.
Algumas particularidades regionais ajudam a explicar os a ausência de vestígio da origem de Pelé na cidade. Uma delas é o fato de que o BAC jamais foi tombado para preservar a memória do Rei.
A reportagem andou por Bauru. Por incrível que pareça, a indiferença da cidade em relação a Pelé é tamanha que se faz notar. Parte disso se explica pela rivalidade histórica entre Noroeste e BAC em um local onde, hoje ,só existe torcida noroestina.
A frase "o Pelé nunca fez muito por Bauru" foi diversas vezes repetida em conversas de moradores da cidade com a reportagem. Há também um episódio antigo que ficou na memória: um pênalti que Pelé cavou contra o Noroeste dentro do estádio Alfredo de Castilho no Campeonato Paulista de 1963.
A história conta que o Rei passou uma semana na casa dos pais em Bauru. O Santos enfrentaria o Noroeste, mas tudo indicava que Pelé seria desfalque: ele e o clube estavam em litígio pela renovação contratual. O então futuro Rei do Futebol foi tietado por onde andou naquele período na cidade. O povo bauruense nutria expectativa de que ele não jogasse por causa do problema contratual.
O Santos, porém, se acertou com seu camisa 10. Pelé foi para o jogo. Na partida, o Noroeste chegou a sair na frente, mas o Peixe saiu vitorioso por 4 a 3. O gol da vitória foi marcado em pênalti sofrido por Pelé. Ou, na visão da torcida local, simulado por ele.
"O Dema, zagueiro que o Pelé cavou pênalti em cima, morreu amaldiçoando o Pelé. Dizia que não tinha feito nada, que abriu os braços e o Pelé se jogou. Apitou alguns jogos depois que aposentou. Falava pra todo mundo que o odiava. Bauru tem ressentimento com Pelé porque ele nunca fala de Bauru, nunca se declarou, nunca trouxe dinheiro pra Bauru", opinou Renato, que trabalha no Noroeste e preferiu não dizer o sobrenome.
"Não foi pênalti. O juiz meteu a mão no Noroeste. Cobri esse jogo no campo. Foi um dia complicado. Depois, ele trocou uns socos ainda", lembrou Paulo Sérgio Simonetti, diretor da rádio 94 FM. O camisa 10 do Santos se envolveu em confusão com o médico do Noroeste naquele dia. "Há um ressentimento porque há. Não tem muita explicação na verdade. Bauru é uma cidade meio traiçoeira às vezes", confessou Simonetti.
O episódio não é o único que ajuda a explicar a falta de amor entre Bauru e Pelé..
"A torcida do Noroeste tinha uma certa cisma com relação ao Pelé. Quando ele crescesse poderia jogar no time profissional do BAC, então a torcida via nele um futuro adversário. Mas bem antes disso ele acabou indo para o Santos. Em um certo jogo do Campeonato Paulista entre Santos e Noroeste, o Pelé não jogou bem o primeiro tempo e a torcida do Noroeste começou a vaiar. Quando terminou o primeiro tempo, ele fez um sinal com a mão para a torcida, que esperasse o segundo tempo. Na segunda etapa, o Pelé triturou o Noroeste", lembrou o jornalista e historiador Luciano Dias Pires, de 95 anos.
A partida também ficou na memória de João Carlos Ribeiro, filho do ex-presidente da Liga Bauruense de Futebol Amador que assinou a primeira carteirinha de registro de Pelé como jogador de futebol. Nem tal documento, nem outros registros de Pelé dessa época existem mais na sede da LBFA. Segundo um secretário que atendeu a reportagem, os papéis teriam sido levados "como relíquias" pelo antigo presidente; João Carlos nega.
"Em 61, o Santos veio jogar aqui e o Noroeste saiu na frente. Quando fez 1 a 0, a torcida levantou pra xingar o Pelé, pegar no pé dele, viam ele como cria do BAC, então gritavam 'aqui é Noroeste', essas coisas. Lá no meio do campo, o Pelé fez um aceno com a mão pra arquibancada como quem dizia: me aguarde. Jogo terminou 7 a 1 pro Santos, três gols do Pelé", contou.
Há um traço comum a todas as lembranças de Pelé em Bauru: elas existem apenas na memória. Nem mesmo a casa que o Rei do Futebol comprou para seus pais com o dinheiro da Copa do Mundo de 1958 ainda existe. O terreno localizado na rua 7 de setembro foi vendido, a casa demolida, e hoje serve de depósito de lixo e outras coisas.
A única homenagem que Pelé recebeu da cidade onde começou a jogar foi o título de cidadão bauruense. O Rei do Futebol esteve na cidade para receber a honraria e ganhou até um presente inusitado: um "carrinho" chamado Romi-Isetta.
"O Pelé mereceu sempre atenção dos bauruenses. Acredito que alguém não gostasse dele pela origem ser o BAC, porém ele recebeu homenagem em Bauru, recebeu o título de cidadão bauruense. E ainda falou: finalmente sou cidadão bauruense. O prefeito fez uma campanha para doação do carro Romi-Isetta. que era sensação naquela época, e conseguiu o dinheiro para dar de presente ao Pelé, que saiu dirigindo. Depois da Copa, quando veio a Bauru, não chegou nem a pisar no chão. Foi pego na escada do avião e carregado em triunfo até o carro de bombeiros onde desfilou pela cidade", lembrou Luciano Dias Pires.
Homenagens a Pelé são assunto recorrente em Bauru, principalmente por parte do poder público. Os projetos, porém, nunca saem do papel. "Não tem mais nada do Pelé em Bauru. Eu tentei fazer um busto na época que presidi o Orbis Clube, mas não foi para frente. Não tinha investimento, queriam que eu tirasse do meu bolso. Nada aqui foi para frente, estátua, praça, museu?", afirmou Simonetti.
"Eu como torcedor do Noroeste não tinha encantamento pelo futebol do BAC, que era o grande rival do Noroeste. Mas quando Pelé começou a aparecer no futebol menor de Bauru, ele jogava às vezes na preliminar. Foi realizado um campeonato infanto-juvenil e o Pelé recebeu convite para atuar no juvenil do BAC. Eu era, entre aspas, um inimigo do BAC, não ia ao campo do BAC a não ser quando o Noroeste lá jogava. Mas com o surgimento do Pelé eu passei a frequentar o campo do BAC para ver aquele menino encantar o público com suas jogadas. Quando acabava o jogo da preliminar, eu ia embora se o BAC, o grande inimigo do Noroeste, fosse enfrentar um time que ele pudesse ganhar de goleada, não ia ficar vendo a torcida festejar uma grande vitória. Mas quando eu via possibilidade do BAC perder o jogo em seu gramado, eu ficava para torcer contra, fazer figa, a fim de que o BAC perdesse e o Noroeste ficasse em uma posição melhor"
Outra rivalidade:
Se dentro da cidade Pelé chegou a enfrentar certa rivalidade municipal enquanto jogava, depois de pendurar as chuteiras foi uma rivalidade regional que ajudou a findar os vestígios do Rei em Bauru.
O terreno do BAC, onde Pelé começou a carreira, foi vendido ao Tauste, um supermercado que tem matriz em Marília, cidade a 100km e principal rival de Bauru dentro do chamado Centro-Oeste paulista. A rivalidade é potencializada pelo futebol, com o clássico entre MAC x Noroeste, mas vai muito além. disso
Empresários de Tauste e Confiança, o supermercado bauruense concorrente, tinham uma espécie de acordo de cavalheiros para que nenhum dos dois mercados 'invadisse' a cidade do outro.
"Não chegava a ser um acordo, mas havia algo nesse sentido sobre o Confiança não vir para Marília e o Tauste não ir para Bauru. Só que quando fomos construir a unidade Esmeralda, o Confiança comprou o terreno do lado e colocou uma placa: em breve Confiança. Ninguém falou nada. Fomos lá, então, e compramos um terreno em Bauru. Quando o empresário do Confiança soube, ligou para o Tauste dizendo para não irmos para Bauru, se oferecendo inclusive para comprar o terreno que tínhamos adquirido pelo mesmo valor pago. Mas não teve negócio. Precisávamos expandir e eles também. No fim, foi bom para os dois. No dia da inauguração, o filho do empresário que doou aquele terreno ao BAC estava presente e inclusive descerrou a homenagem ao BAC. Ele achava um absurdo o descaso que o clube se encontrava", explicou Guilherme Cunha, diretor de ação-social do Tauste.
A reportagem entrou em contato com o Confiança por meio de sua assessoria de imprensa, mas não obteve resposta.
No início, o Tauste enfrentou certa resistência para se instalar na cidade e demolir o antigo BAC. A solução encontrada pela empresa foi abrir diálogo com a vizinhança e agir rápido. Outra ação foi uma homenagem ao clube onde Pelé deu seus primeiros chutes.
"Fizemos um mural de homenagem ao BAC foi uma maneira de se conectar com a população bauruense. Houve uma comoção quando anunciaram que iria demolir, movimento de moradores também. Abrimos um canal com a vizinhança para reclamações. O terreno do BAC estava abandonado e desvalorizando tudo ao redor, isso contribuiu para aceitação. Inicialmente, a ideia era colocar uma estátua do Pelé sentado com o Dondinho com a mão em seu ombro, mas aquilo seria uma homenagem apenas a um jogador, não ao BAC em si. Queríamos colocar os funcionários com a camisa do BAC e tentamos que o Pelé autografasse uma camisa do BAC para doarmos a instituições, mas não foi para frente", contou Cunha.
Sérgio Ribeiro, ex-presidente da LFBA, foi um dos primeiros associados do BAC, e o filho, João Carlos Ribeiro, herdou o amor pelo time que hoje já não existe mais. Ele foi contra a construção do Tauste.
"Quando derrubaram o clube para construir aquele mercado, ficamos revoltados. Até hoje não piso lá. Mas também o cara do mercado de Bauru (Confiança) não tinha que inventar de ir para Marília", disse, reafirmando a rivalidade regional.
Poder público é vago:
A prefeitura de Bauru nunca conseguiu levar para frente nenhum projeto de homenagem ao Rei do Futebol. Ao longo dos anos, várias ideias foram propostas e prometidas, como museu na antiga casa de Pelé, estátuas e bustos pela cidade e até uma praça temática na principal avenida de Bauru.
Mais que isso, o patrimônio histórico nunca foi preservado: nem o BAC, nem a antiga casa do Rei foram tombados a tempo. A reportagem questionou a prefeitura de Bauru sobre o estado do terreno da antiga casa de Pelé e obteve a seguinte resposta:
"A Prefeitura iniciou, em 2010, um processo de tombamento do imóvel mas durante a tramitação e antes que o proprietário fosse notificado, a casa foi demolida. Em relação ao lixo no local, a denúncia foi encaminhada para a Ouvidoria da Prefeitura para identificação e notificação do proprietário a realizar a limpeza da área".
A reportagem voltou a questionar o poder público municipal sobre a falta de homenagens ao Rei do Futebol, além de nenhuma memória de Pelé em Bauru ter sido preservada. No entanto, não houve resposta até a publicação desta reportagem.
Segundo Cunha, diretor do Tauste, a prefeitura não fez nenhuma exigência de manutenção da fachada ou homenagem a Pelé quando o projeto de demolição do BAC foi apresentado. Todas as homenagens ao antigo clube do Rei partiram do próprio supermercado.
"(Mural) não foi exigência da prefeitura ou nada do tipo. Prefeitura topou na hora quando o projeto mostrou criação de 500 empregos diretos e mais 300 indiretos."

Propaganda "Não Pise em Falso, Docksides é Samello", 1986, Docksides Samello, Samello, Brasil


 

Propaganda "Não Pise em Falso, Docksides é Samello", 1986, Docksides Samello, Samello, Brasil
Propaganda

Vista Parcial, Curitiba, Paraná, Brasil


 

Vista Parcial, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia - Cartão Postal

Vista Parcial, Curitiba, Paraná, Brasil


 

Vista Parcial, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
N. 1007
Fotografia - Cartão Postal




Legenda:
1.) Clube Duque de Caxias; 2.) Circo Irmãos Queirolo, Pavilhão Carlos Gomes, na esquina da Praça com a Pedro Ivo; 3.) Pça. Carlos Gomes; 4.) Residência Dr. Victor Ferreira do Amaral (telhado); 5.) Estação Ferroviária; 6) Chaminé de Fábrica; 7.) Administração da Rede Ferroviária; 8.) Chaminé da Cervejaria Atlântica (Depois Brahma); 9.) Agencia de Rendas do Estado; 10.) R. Dr. Muricy esquina com Pedro Ivo.

Casa Sede da Estação Experimental, Circa Anos 20/30, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Casa Sede da Estação Experimental, Circa Anos 20/30, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Totem "Ribeirão Preto Capital Brasileira do Agronegócio", Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil

 





Totem "Ribeirão Preto Capital Brasileira do Agronegócio", Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Nota do blog: A Prefeitura de Ribeirão Preto instalou totens como o das fotos em pontos da cidade (especialmente nas entradas, o da imagem fica na rodovia que liga a cidade ao distrito de Bonfim Paulista) visando associar o nome da cidade ao agronegócio. O mote principal da propaganda é autointitular a cidade como a "capital do agronegócio". Considero que os totens são bonitos, de qualidade e foi uma boa iniciativa de propaganda para a cidade. Resta saber se vão conseguir mantê-los a salvo dos vândalos que picham e destroem tudo...

Monumento da Praça Matheus Nader Nemer / "Praça da Bike", Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil









Monumento da Praça Matheus Nader Nemer / "Praça da Bike", Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia


A praça recebeu este nome em homenagem a um jovem que faleceu em 2004, aos 20 anos, vítima de um acidente de trânsito quando voltava de uma festa em Sertãozinho.
Inaugurada em 2008, o local recebeu um monumento de um menino com uma bicicleta, para simbolizar as trilhas que o homenageado ali fazia.

domingo, 30 de outubro de 2022

Praça Omilton Visconde, 2022, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil

 








Praça Omilton Visconde, 2022, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
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Hagar, o Horrível - Dik Browne


 

Hagar, o Horrível - Dik Browne
Quadrinhos

Hagar, o Horrível - Dik Browne


 

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Hagar, o Horrível - Dik Browne
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Saiba a Diferença Entre o Voto em Branco e o Voto Nulo - Artigo

 






Saiba a Diferença Entre o Voto em Branco e o Voto Nulo - Artigo
Artigo



Apesar de o voto no Brasil ser obrigatório, o eleitor, de acordo com a legislação vigente, é livre para escolher o seu candidato ou não escolher candidato algum. Ou seja: o cidadão é obrigado a comparecer ao local de votação, ou a justificar sua ausência, mas pode optar por votar em branco ou anular o seu voto.
Mas qual é a diferença entre o voto em branco e o voto nulo?
Voto em branco:
De acordo com o Glossário Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o voto em branco é aquele em que o eleitor não manifesta preferência por nenhum dos candidatos. Antes do aparecimento da urna eletrônica, para votar em branco bastava não assinalar a cédula de votação, deixando-a em branco. Hoje em dia, para votar em branco é necessário que o eleitor pressione a tecla “branco” na urna e, em seguida, a tecla “confirma”.
Voto nulo:
O TSE considera como voto nulo aquele em que o eleitor manifesta sua vontade de anular o voto. Para votar nulo, o eleitor precisa digitar um número de candidato inexistente, como por exemplo, “00”, e depois a tecla “confirma”.
Antigamente como o voto branco era considerado válido (isto é, era contabilizado e dado para o candidato vencedor), ele era tido como um voto de conformismo, na qual o eleitor se mostrava satisfeito com o candidato que vencesse as eleições, enquanto que o voto nulo (considerado inválido pela Justiça Eleitoral) era tido como um voto de protesto contra os candidatos ou contra a classe política em geral.
Votos válidos:
Atualmente, vigora no pleito eleitoral o princípio da maioria absoluta de votos válidos, conforme a Constituição Federal e a Lei das Eleições. Este princípio considera apenas os votos válidos, que são os votos nominais e os de legenda, para os cálculos eleitorais, desconsiderando os votos em branco e os nulos.
A contagem dos votos de uma eleição está prevista na Constituição Federal de 1988 que diz: "é eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos válidos, excluídos os brancos e os nulos".
Ou seja, os votos em branco e os nulos simplesmente não são contados. Por isso, apesar do mito, mesmo quando mais da metade dos votos forem nulos, não é possível cancelar uma eleição.
Como é possível notar, os votos nulos e brancos acabam constituindo apenas um direito de manifestação de descontentamento do eleitor, não tendo qualquer outra serventia para o pleito eleitoral, do ponto de vista das eleições majoritárias (eleições para presidente, governador e senador), em que o eleito é o candidato que obtiver a maioria simples (o maior número dos votos apurados) ou absoluta dos votos (mais da metade dos votos apurados, excluídos os votos em branco e os nulos).

sábado, 29 de outubro de 2022

A Ascensão do Club Athletico Paranaense no Futebol Brasileiro - Artigo



 

A Ascensão do Club Athletico Paranaense no Futebol Brasileiro - Artigo
Artigo


Texto 1:
"Falem o que quiser sobre a gente, mas se tem algo que ninguém pode negar é que somos mesmo um furacão", assim o Athletico-PR se define. A frase que abre um material oficial divulgado na época da mudança de símbolo e uniforme mostra bem a essência de um clube contestador. De personalidade forte, o Rubro-Negro provoca rivais, peita a Globo, não se curva a decisões comuns e se orgulha de suas posturas.
Hoje (29/10/2022), o Flamengo terá pela frente um time que gosta de incomodar. Tudo que não pode ser dito sobre o Athletico é que é uma agremiação como qualquer outra. A partir das 17h, em Guayaquil (Equador), estará em jogo um sonho de seu mandatário Mario Celso Petraglia, que preconizou o título da Copa Libertadores e mira no Mundial de Clubes.
Não é raro ouvir-se falar do Athletico como um time "do contra". E esse posicionamento se espalha por vários setores da Baixada. Sem nenhuma intenção de ser afável, desprovido do desejo de agradar a todos, desinteressado em ser simpático a quem não seja da sua torcida, o Furacão deixa sua marca por onde passa, gostem ou não.
"Não abaixamos a cabeça nunca".
Outra das frases de autodefinição do Athletico casa bem com sua postura. Principalmente em relação à Globo, detentora de direitos de transmissão da maioria dos campeonatos. O clube se recusou a aceitar ofertas da empresa e bloqueou transmissões de jogos enquanto conseguiu. Além disso, produziu suas próprias maneiras de passar os jogos, voltadas a seu público específico, ignorando qualquer possibilidade de acordo coletivo.
"Quem destruiu o futebol brasileiro foi a rede de televisão, que fez essas injustiças absurdas na distribuição de valores de TV, além de não valorizar o nosso futebol. A indústria do entretenimento do futebol foi destruída no Brasil nas últimas décadas", disse Petraglia.
"Somos intensos, somos temidos".
O Athletico não tem dúvida: o status de "clubes grandes" do futebol brasileiro é ultrapassado. A tradição de considerar 12 clubes como mais importantes do cenário nacional — São Paulo, Santos, Corinthians, Palmeiras, Flamengo, Vasco, Botafogo, Fluminense, Inter, Grêmio, Atlético-MG e Cruzeiro) está equivocada. Falta o Athletico entre eles.
E seu pleito não reside apenas em valorizar os feitos do clube, como ser referência na formação de jogadores e ter histórico de títulos, como Brasileirão, Sul-Americana e Copa do Brasil. Mas em provocar rivais.
O alvo preferido é o Santos. "O Athletico passou o Santos de trator. Não passou naquilo que vocês têm consciência que levam anos, décadas, que é a formação da torcida. Mas, no resto, o que o Santos significa perto do Athletico?", indagou o presidente. "Quem vive de passado é museu. Tanto que é o Santos de Pelé, e não Pelé do Santos", completou.
Mas costuma sobrar para todo mundo, como Palmeiras. "A Leila [Pereira, presidente do Alviverde] quer ser campeã do mundo porque é uma piada, um meme, o Palmeiras não é campeão do mundo, e ela quer quebrar isso [risos]", ironizou.
Inter e Grêmio também. "Pegue os dois gaúchos [Internacional e Grêmio]: endividados. Problema deles, não temos nada com isso", disse.
E até o Flamengo. "Mesmo contra tudo e contra todos, o Athletico tem a melhor infraestrutura da América do Sul. Mas o Flamengo tem um centro de treinamento, que temos aquela passagem fatídica que não gosto nem de repetir [incêndio no Ninho do Urubu], e não tem estádio, está pensando em fazer um agora", disparou.
"Passamos por cima de quem não põe fé na gente".
Passar por cima, de fato, é especialidade do Furacão. A personalidade forte de seu presidente, que rege o clube de forma absolutista, tomando para si todas as decisões necessárias, se alastra por todo ambiente rubro-negro. O Athletico não faz questão de ser um clube simpático.
Seja na aversão a dar entrevistas, no fechamento das portas do CT para cobertura jornalística ou na forma que se relaciona, o Furacão mira atender apenas um público: seu torcedor.
Quando se manifesta, Petraglia costuma ser firme. E isso por vezes também gera atritos. "Fomos roubados, absurdamente assaltados. Futebol brasileiro é isso aí, por isso não dou entrevistas. Falo a verdade e sou mal-entendido", disse ao reclamar da arbitragem no duelo com o Flamengo na Copa do Brasil.
Nos bastidores, o clube é uma das vozes mais firmes contra a divisão de cotas prevista na formação de uma Liga de Clubes no Brasil. Petraglia sempre repete que não irá se curvar ao desejo de manter clubes como Flamengo e Corinthians recebendo valores muito maiores do que outros.
"O que nós queremos é dividir melhor, mais justo, e não o Flamengo ter 70 vezes o valor do Athletico-PR em pay-per-view. 70 vezes na mesma competição. Que joguem sozinhos. Que jogue Flamengo contra Corinthians, Corinthians contra Flamengo", disse.
"Podemos conquistar um lugar onde ninguém imaginou que poderíamos estar".
O Athletico se fez grande. O clube teve uma série de iniciativas para arrancar da Série B há dez anos até a final da Libertadores. Entre elas a profissionalização, a produção e venda de talentos, o investimento no time e o apreço pela infraestrutura.
Atualmente, com o comando técnico firme e experiente de Felipão, apoiados numa escola de goleiros de sucesso, a equipe teve trajetória ímpar na disputa da qual é finalista hoje.
Como campeão da Sul-Americana do ano passado, o Furacão entrou na Libertadores já na fase de grupos. Passou pela Chave B em segundo, com 10 pontos. Nas oitavas encarou o Libertad e avançou com vitória e empate. Nas quartas foi a vez de despachar o Estudiantes, e na semi eliminou o atual bicampeão da competição, o Palmeiras.
"Todos os caminhos só podem nos levar a um lugar: o nosso destino de campeão".
Hoje, o Furacão defende um sonho antigo de seu presidente. Foi em 2015, em entrevista à Rádio Banda B que ele preconizou a disputa do Mundial de Clubes, e o título, até o ano do centenário do clube, em 2024.
"Fomos campeões da Série B e A [do Brasileirão], quase fomos bicampeões dentro de dez anos prometidos, vice-campeões da Libertadores [2005]. Essa família atleticana sabe o que é melhor e quem merece a confiança. Seremos, até o nosso centenário, campeões do mundo", declarou.
Ainda dá tempo. Tudo passará pelo que acontecer no campo do estádio estádio Monumental Isidro Romero Carbo, em Guayaquil.
Texto 2:
O presidente do Athletico, Mario Celso Petraglia, fez uma promessa em 2014 de que faria o clube campeão mundial em 10 anos. Finalista da Libertadores, o Furacão encara o Flamengo neste sábado, no estádio Monumental de Guayaquil, e está a três jogos de consagrar o dirigente com dois anos de antecedência.
Polêmico, ambicioso e visionário, o dirigente de 78 anos transformou um "time de bairro", como ele se refere ao período anterior à sua chegada - para ira da torcida - a um clube que incomoda os gigantes brasileiros e da América do Sul. Como estrutura, o moderno Centro de Treinamento do Caju e a Arena da Baixada, reformada duas vezes e, agora, o único estádio com teto retrátil na América Latina.
Em sua galeria de taças, o Athletico agora tem os títulos do Campeonato Brasileiro (2001), da Copa do Brasil (2019) e da Sul-Americana (28-18-2021). Todos debaixo do guarda chuva de Petraglia, no clube de 1995 até agora, com uma saída - para muitos "abandono" - entre 2009 e 2011.
Sob o comando de Luiz Felipe Scolari, 73 anos, o Furacão voltou à finalíssima da Libertadores após 17 anos. Em 2005, foi vice do São Paulo. A "glória eterna" está próxima de se concretizar e abaixo fazemos um resumo da trajetória do mandatário atleticano, querido por jogadores, avesso à imprensa e responsável por mudar símbolo e nome do clube sem a aprovação da torcida.
Gaúcho de Cruzeiro do Sul, Petraglia se mudou para Curitiba na infância e passou a se relacionar nos bastidores do Athletico na década de 1980. A revolução comandada pelo dirigente se solidificou após ver o time rubro-negro sofrer uma goleada de 5 a 1 para o Coritiba, em 16 de abril de 1995 (domingo de Páscoa), no Couto Pereira.
Um ano antes, contudo, o dirigente oposicionista já planejava a queda do presidente Hussein Zraik de maneira democrática na eleição programada para o fim do ano seguinte. Só que a má campanha no estadual já pavimentava a sucessão antecipada, que ficou evidenciada no revés do Atletiba.
José Carlos Farinhaki seria o substituto, mas Petraglia desistiu do nome. Ele usava sua influência política através do então governador Jaime Lerner para impedir que o Athletico conseguisse empréstimos de bancos para diminuir dívidas e fazer contratações.
Zraik relutou a renunciar por um período, mas aceitou a queda com o argumento de que não conseguia administrar o clube pelas manobras internas. A saída foi em 17 de maio.
Assim, em 26 de maio, nova comissão gestora assumiu. Petraglia discursou no Conselho e, oficialmente, começou seu projeto pessoal para transformar o Furacão em um negócio. Na época, a dívida atleticana era de R$ 6 milhões.
No mesmo ano que assumiu, Petraglia conquistou o título da Série B com a dupla de ataque Paulo Rink e Oséas. Em 1996, o time caiu nas oitavas de final do Brasileiro para o Atlético-MG. Três anos depois, o clube ganhou a Seletiva com os atacantes Lucas, Kelly e Kleber e conquistou uma vaga na Libertadores de 2000.
Os atacantes foram protagonistas em campo, mas também ajudaram o clube nas finanças. As vendas desse período fizeram com que Petraglia levantasse o CT do Caju e transformasse um estádio defasado na Arena da Baixada, ambos inaugurados em 1999.
A ousadia não parou por aí. Com a Copa do Mundo confirmada para o Brasil em 2014, o dirigente atleticano desbancou projetos do estádio Pinheirão e bancou que construiria uma nova arena do zero.
A remodelada Arena da Baixada até chegou a correr riscos pelo atraso na reforma, mas foi reinaugurada em maio do ano do Mundial. Inteira cinza, em novo ato contra a vontade da torcida, o estádio possui teto retrátil e depois veio a ter grama sintética, inovações no futebol brasileiro.
O clube ainda discute judicialmente o pagamento do estádio, com custo final de R$ 342,6 milhões. TCE-PR deu parecer favorável para um novo acordo tripartite entre Athletico, prefeitura e governo. No total, o Athletico contabiliza R$ 483 milhões deste financiamento em seu balanço financeiro. A dívida é corrigida anualmente por uma taxa de juros.
A ideia do Furacão é dar uma entrada próxima de R$ 50 milhões e parcelar o restante em até 20 anos. De acordo com o balanço de 2021, o clube possui R$ 152,1 milhões aplicados e tem caixa de sobra para fazer o primeiro aporte.
Do CT, o Furacão tem as categorias de base como uma das mais fortes do país e revela atletas, com retornos esportivos e financeiros.
Nos últimos cinco anos, o clube se aproximou da marca de R$ 500 milhões em vendas, com Bruno Guimarães, Renan Lodi e Robson Bambu no top-3. Outros nomes de destaque foram Léo Pereira, Rony, Vitinho e Pablo.
Em campo, nesse mesmo período copeiro, o Furacão se aproxima de R$ 400 milhões em premiações.
Desde 2013, por exemplo, Petraglia "largou" o Campeonato Paranaense e alternou entre time sub-23, aspirantes e principal, outro pioneirismo no país. O bom trabalho na iniciação reflete no principal.
No elenco finalista da Liberta, nove atletas foram formados no CT: Bento, Léo Linck, Khellven, Fernandinho, Christian, Vitinho, Rômulo, Marcelo Cirino e Pablo. Do lado flamenguista, mais dois vendidos pelo Athletico: Santos e Léo Pereira.
Polêmicas:
Petraglia e manchetes chamativas são praticamente um sinônimo. Em 1997, seu nome apareceu em uma gravação de telefonema com Ivens Mendes, então chefe do Conselho Nacional de Arbitragem, em um possível caso de corrupção. Petraglia chegou a ser suspenso do futebol por dois anos e o Athletico por um ano, mas não se cumpriu - o Furacão perdeu cinco pontos no Brasileirão.
Ao longo do tempo, o dirigente colecionou declarações que repercutiram pelo Brasil. Recentemente, o dirigente disse que o Santos quebrou e o Athletico o passou de trator, que Corinthians e São Paulo baixaram de teto e que Inter e Grêmio estão endividados.
Petraglia também vislumbra que a SAF vai alçar o Furacão como potência do continente: "Maiores que River Plate, Boca Juniors e Flamengo", sentenciou em abril deste ano.
O mandatário atleticano, contudo, evita a imprensa e aparece pontualmente. A decisão se estende para o elenco, blindado ao máximo - muitas vezes contra a vontade dos próprios atletas. Também é comum que os empresários de jogadores evitem declarações ou confirmação para não desagradar o dirigente.
De difícil trato, Petraglia coleciona episódios de rompimento com aliados, como o ex-presidente Marcos Malucelli, e tem um perfil centralizador. Poucos conseguem manejá-lo e uma das exceções é o treinador e diretor Paulo Autuori, com idas e vindas pelo clube.
Entre o amor e o ódio com a torcida:
A relação do torcedor atleticano com Petraglia é de inúmeros altos e baixos. Após abandonar o clube em 2009, quando brigava contra o rebaixamento, o dirigente retornou em 2011 ao ser eleito presidente logo após a queda para a Série B.
O Athletico subiu à Série A no ano seguinte e foi vice-campeão da Copa do Brasil em 2013 diante do Flamengo. No fim de 2015, o mandatário foi reeleito em uma disputa acirrada: apenas 249 votos o garantiram como presidente do Conselho Deliberativo, uma manobra estatutária para seguir no comando do Furacão.
O desgaste com a torcida fez com que protestos fossem frequentes, mesmo quando o campo ajudava. As maiores queixas são a falta de cores preta e vermelha na Arena, o preço caro do ingresso e do sócio-torcedor com a falta de vantagens e, principalmente, o desrespeito no tratamento com os torcedores.
É comum, assim, ver o Petraglia extravasar contra o maior patrimônio do Athletico. "Bando de interesseiros e ingratos", "O que fizeram além de encher o saco?", "Não me façam me arrepender pelo que fiz por esse time de bairro", "Viúvas de ex-treinador", entre outras respostas ríspidas em redes sociais.
Outro descontentamento do presidente é com a torcida organizada Os Fanáticos, acostumada a estreitar e romper laços com a diretoria de acordo com os interesses do dirigente. A proibição de materiais no estádio é rotineira, assim como a liberação depois.
Neste ano, por exemplo, Petraglia pediu para a organizada não viajar em jogos fora a fim de evitar brigas e defendeu a torcida única no país todo. A Fanáticos não aceitou o pedido.
Mudanças de nome e símbolo:
Um dos atos mais emblemáticos de Petraglia foi mudar a grafia e o símbolo do Athletico. No fim de 2018, na véspera da final da Sul-Americana, ele promoveu uma revolução silenciosa sem aprovação dos Conselhos e sócios.
O então Atlético incluiu o "H" no nome e alterou totalmente o uniforme e o escudo. A recuperação da letra, segundo o dirigente, tinha a intenção é resgatar o passado. O Atlético, então, voltou a se chamar Club Athletico Paranaense, como em sua fundação em 1924.
Vale destacar que, na década de 30, uma reforma ortográfica fez com que o "H" saísse do nome, sem decisão interna do clube.
Outra grande mudança foi as quatro listras ascendentes e a sigla CAP completando o formato no símbolo. A inspiração foi a Juventus, da Itália. O projeto também tem palavras de ordem "Ambição", "Entusiamo", "Rebeldia" e "Inovação" para marcar o "início de uma nova era".
Curiosamente, a passagem de Atlético para Athletico marcou um ciclo vitorioso do clube no Brasil e na América do Sul.
Passagem do bastão:
"Quem vai substituir Petraglia?" e "O Athletico manterá seu crescimento sem Petraglia?" são perguntas que atleticanos não sabem prever. E, de fato, o dirigente não preparou um sucessor.
Em 2019, com então 75 anos, ele teve problemas pós-operatório e chegou a ficar internado por 48 dias no hospital Novo Star em São Paulo. Na ocasião, o mandatário rubro-negro não presenciou o título da Copa do Brasil diante do Inter.
Na capital paulista, Petraglia passou por mais dois procedimentos cirúrgicos para a correção de fístula intestinal e o fechamento da parede do abdômen. O dirigente correu sérios riscos de morte na época.
Em conversas internas, o clube acredita que muita coisa "funciona no automático" sem a presença de Petraglia. O grande temor é não encontrar alguém que mantenha a visão de futuro. Até por isso, o presidente quer vender a SAF do Athletico para garantir que não haja aventureiros no caminho.
Nota do blog 1: Em um curto espaço de tempo, um time que não tem a maior torcida nem no estado do Paraná, construiu um belissímo estádio, conseguiu títulos e bons resultados, tudo isso jogando contra clubes de torcidas e orçamentos muito maiores. 
Nota do blog 2: Ainda não foi desta vez que o Athletico ganhou a Libertadores. O Flamengo venceu a final em Guayaquil por 1x0. O Athletico conseguiu seu segundo vice-campeonato da competição.

Praça Jair Yanni de Paula Eduardo / Praça do Palhaço Piolin, 2022, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil



















Praça Jair Yanni de Paula Eduardo / Praça do Palhaço Piolin, 2022, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia


Abelardo Pinto (Piolin) nasceu em Ribeirão Preto, em 27 de março de 1887, enquanto seus pais acompanhavam a caravana do circo em que trabalhavam.
Tendo Piolin nascido em uma família de artistas circenses, ele se envolveu com essa arte muito cedo. Desde criança, já realizava pequenos números como contorcionista e equilibrista, mas sua carreira tomou outros rumos quando ele se tornou palhaço, em 1917. Nessa ocasião, ele assumiu o nome artístico de palhaço Careca.
No começo da década de 1920, assumiu como palhaço no Circo Irmãos Queirolo, assumindo o lugar de Chicharrão, que havia desistido de sua posição por não receber um aumento salarial.
Careca então assumiu o nome artístico de palhaço Piolin e logo começou a fazer grande sucesso. A partir de 1925, associou-se ao Circo Alcebíades e passou a realizar apresentações frequentes no Largo do Paissandu, em São Paulo. O nome que ele adotou foi dado por um colega que zombava de suas pernas longas e finas. A palavra piolin é oriunda do espanhol e significa “barbante”.
As apresentações de Piolin, sobretudo durante sua fase no Largo do Paissandu, renderam-lhe reconhecimento pelo seu humor e pelas acrobacias que sabia realizar. Elas chamaram a atenção de pessoas importantes da época, como o presidente do Brasil de 1926 a 1930, Washington Luís.
As apresentações também chamaram a atenção dos modernistas, grupo intelectual de grande influência na época. Eles entendiam Piolin como uma representação do verdadeiro artista nacional, e nomes como Tarsila de Amaral e Mário de Andrade teceram elogios às apresentações do palhaço.
O apreço dos modernistas por Piolin era tão grande que eles decidiram homenageá-lo, em 1929, por meio do evento Banquete Antropofágico. 
Além disso, no cinquentenário da Semana de Arte Moderna em 1972, foi novamente homenageado, com a criação do "Dia do Circo" em 27 de março, data do seu nascimento em Ribeirão Preto.
Finalizando esse breve relato, Jair Yanni, amiga do Palhaço, que passou parte de sua vida tentando homenagear seu amigo Piolin em Ribeirão Preto, junto com o artista plástico Roberto Bérgamo, ambos da Alarp (Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto), criaram os poemas e as pinturas que hoje enfeitam a Praça do Palhaço, que leva o nome da própria, na Avenida Presidente Vargas, entre as Ruas Mariano Pedroso de Almeida e Couto Magalhães.
Nota do blog: Infelizmente, como a grande maioria das praças públicas da cidade, essa também se encontra pichada, vandalizada, precisando de jardinagem e suja (situação bem diferente das fotos de 2013 em outro post do blog). Tais fatos demonstram zeladoria ineficiente por parte da Prefeitura, mas também deixam claro que falta educação e civilidade em parte da população.