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quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Gabinete Português de Leitura, Salvador, Bahia, Brasil


 

Gabinete Português de Leitura, Salvador, Bahia, Brasil
Salvador - BA
Litho-Typ. Almeida
Fotografia - Cartão Postal



Sendo uma das construções mais antigas e imponentes, o Gabinete Português de Leitura localizado na praça da Piedade, é também uma das mais belas arquiteturas da cidade de Salvador. 
Com toda característica portuguesa bem definida pelos adornos da fachada, abriga grande parte da história e literatura portuguesa. Porém, atualmente, o equipamento cultural passa por um momento muito delicado.
Utilizado hoje como uma área de pesquisa e realização de cursos para estudantes universitários, o Gabinete Português de Leitura conta atualmente com apenas dois funcionários administrativos.
Apesar da taxa paga pelos quase 114 sócios do local, faltam recursos para o equipamento se manter em funcionamento. Segundo o diretor de patrimônio, Abel Travassos, além das contribuições dos sócios, o Gabinete Português conta com apoio financeiro de outras fontes.
"Somos uma empresa filantrópica. Recebemos doações somente do governo português. A última doação que recebemos foi no valor de R$110 mil para fazer digitalização de livros raros. Porém, agora, precisamos de mais ou menos €500 mil para fazermos uma restauração no equipamento. Às vezes entramos em projetos do governo ou da prefeitura e recebemos algum valor, mas eles são direcionados para atividades específicas, como cursos. Para restauro nós não temos um centavo. Além disso, o Gabinete é mantido hoje por meio do estacionamento que fica ao lado. Mas mesmo assim, ainda estamos no sufoco", comentou.
Abrigando algumas réplicas de embarcações e aproximadamente 25 mil obras (livros, folhetos e periódicos), o Gabinete Português de Leitura é uma forma de manter a cultura portuguesa em solo baiano. Escritores portugueses a exemplo de Eça de Queiroz, Luís de Camões e José Saramago são homenageados no Gabinete. Além disso, autoridades do governo português, como ministros e presidentes, já tiveram a oportunidade de visitar o espaço.
Dentre as estratégias adotadas pelo Gabinete para não parar as atividades, há a procura por entidades que possam apoiar o equipamento cultural por meio da Lei Rouanet. "Nosso objetivo é continuar com as portas abertas, vamos manter ele do jeito que pudermos. Nós já fomos aprovados pela lei Rouanet. O problema agora é conseguirmos alguém que nos doe pela Rouanet, isso é bem difícil. Os músicos e artistas conseguem dinheiro político. Mas nós somos uma entidade sem fins lucrativos e estamos nessa condição", disse.
Localizado na praça da Piedade, no centro de Salvador, o Gabinete Português de Leitura foi fundado em 1863. Escudos e brasões compõem a arquitetura portuguesa do local. Com uma beleza inconfundível, a Biblioteca Infante D. Henrique tem um grande acervo que retrata a cultura portuguesa, principalmente no que tange à arte. Suas centenas de obras literárias abrangem diversas áreas do conhecimento humana, a exemplo de História, Geografia e Literatura. Para quem deseja visitar o espaço, ele funciona de segunda a sexta das 9h às 12h e das 13h às 16h. Texto de Quézia Silva / Tribuna da Bahia.
Nota do blog: Data não obtida.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Gabinete Português de Leitura, Salvador, Bahia, Brasil





Gabinete Português de Leitura, Salvador, Bahia, Brasil
Salvador - BA
Fotografia - Cartão Postal


O Gabinete Português de Leitura é uma instituição cultural, literária e de estudos lusófonos situado em Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia, fundado a 2 de março de 1863. 
Tem por lema "Saudades e perseverança".
Possuía a capital baiana elevado contingente de portugueses emigrados; havia já na cidade uma instituição - a Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, e foi na sede desta que deu-se a primeira sessão de instalação.
O objetivo maior era atender o aspecto cultural da grande colônia, dotando-a do "maior número de obras de reconhecida utillidade escriptas nos idiomas Portuguez e Francez e mais aquellas que posteriormente se julgarem mais precisas, assim como os principais jornais publicados em Portugal e no Brasil".
Seu primeiro presidente foi o comendador Manuel Joaquim Rodrigues.
A 17 de maio de 1958 foi feito comendador da Ordem de Benemerência, tendo sido elevado a membro-honorário da Ordem do Mérito a 13 de julho de 1990, e membro-honorário da Ordem do Infante D. Henrique a 18 de agosto de 1997.
Funcionou em várias sedes, desde sua fundação. A primeira foi no segundo andar dum prédio na rua Direita do Comércio, e no ano seguinte para, neste mesmo bairro, à rua da Alfândega, onde funcionou até que o aumento da demanda fez que fosse transferida para local maior, na chamada Cidade Alta, à rua do Palácio (atual rua Chile), 28, em 1870. Em 1896 mudou-se para um prédio próprio situado nesta mesma rua - mas este, com a ampliação desta artéria que durante décadas foi o principal centro comercial da cidade, teve de ser desapropriada. As novas e atuais instalações passaram a ser imperativo aos associados, ainda em 1912, quando viu-se desalojada.
Para a construção da sede foi adquirido um imóvel situado à Praça da Piedade, em ótima localização diante da Catedral que dá nome ao logradouro - e ainda na confluência da Avenida Sete de Setembro e a Avenida Joanna Angélica.
A construção iniciou somente em 1915 e foi inaugurada em grande solenidade a 3 de fevereiro de 1918. Nesta esteve presente o governador Moniz Aragão, o padre jesuíta Luís Gonzaga Cabral (fundador do Colégio São Luís Gonzaga, em Caetité, para onde fora junto a muitos dessa ordem, egresso de Portugal por conta de perseguições religiosas. Foi o principal orador da solenidade, em discurso onde realçou a tríade: livro, pátria e a fé) e próceres da cultura local, como Teodoro Sampaio. Foi abençoada, neste ato, pelo monsenhor Francisco de Assis Pires, vigário de São Pedro, cuja igreja situa-se no outro extremo da Praça da Piedade.
A sede atual também já funcionou como Consulado Geral de Portugal na Bahia e Sergipe, que transferido para o Pelourinho e depois para a Avenida Tancredo Neves.
A construção segue ao mesmo estilo neomanuelino dos edifícios de outros gabinetes, como o erguido no Rio de Janeiro para sede do Real Gabinete Português de Leitura e o em Santos, embora com fachada maior, e em três frentes: uma para a Praça da Piedade, outra para a rua Direita da Piedade e outra para a Avenida Joanna Angélica, sendo ao fundo uma pequena praça, pertencente à própria instituição. O estilo possui influência árabe.
O edifício ocupa o pequeno quarteirão onde se localiza e foi obra do arquiteto Alberto Borelli.
Em sua fachada erguem-se imponentes duas estátuas, representando Pedro Álvares Cabral e Camões. Possui, ainda um belo vitral alegórico da primeira missa no Brasil, e dois murais representando "O Adamastor" e Camões a salvar Os Lusíadas.
Conta com dois auditórios, um com capacidade para 56 pessoas e outro denominado Salão Nobre para 150. Texto do Gabinete Português de Leitura.
Nota do blog: Data e autoria não obtidas.

sábado, 20 de janeiro de 2018

Gabinete Português de Leitura / Real Gabinete Português de Leitura, 1870-1882, Rio de Janeiro, Brasil




Gabinete Português de Leitura / Real Gabinete Português de Leitura, 1870-1882, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Álbum Brazil 1870-1882
Fotografia

Em 1822 – o ano da Independência política do Brasil da antiga metrópole europeia, Portugal – teve início um período de um certo afastamento entre os dois países, percebendo-se frieza e desinteresse de parte a parte em relação inclusive a aspectos culturais. Ao longo do século XIX o Brasil buscou forjar sua identidade, diferenciando-se da antiga metrópole. A presença de imigrantes portugueses no Brasil, contudo, nunca deixou de ser marcante, e a partir do final do século XIX o fluxo de imigrantes aumentou, e ao longo de todo o século XX e até os dias de hoje, este fluxo passou por movimentos pendulares que ora incrementavam o movimento para a antiga colônia, ora aumentavam o número de pessoas que retornavam para a “pátria-mãe.”
No início do século XX personalidades, em especial intelectuais brasileiros e portugueses intensificaram seus esforços no sentido de reaproximar os dois países. Associações beneficentes e culturais se multiplicaram, e em 1931 é criada a Federação das Associações Portuguesas, com o objetivo de coordenar a atuação da colônia portuguesa no Brasil. Seu primeiro presidente é ninguém menos que Carlos Malheiros Dias, uma das personalidades mais importantes para o Real Gabinete Português de Leitura.
Fundado em maio de 1837 por 43 portugueses moradores do Rio de Janeiro, o Gabinete Português surgiu como uma biblioteca para sócios que se propunha a ser um centro de cultura lusitana que incentivasse os portugueses a apreciar a cultura da mãe pátria. Desde então o Gabinete, atualmente a maior biblioteca de obras portuguesas fora de Portugal e considerado um dos mais lindos edifícios a abrigar uma biblioteca no mundo, vem funcionando como um dos maiores organizadores da comunidade portuguesa no Brasil, em termos de cultura.
Funcionou inicialmente na antiga rua de São Pedro, imediações do Campo de Santana (centro do Rio de Janeiro), e abrigou-se em outros endereços antes de se instalar definitivamente no ponto atual em 1871, na antiga rua de Lampadosa, atual Luís de Camões. O atual edifício, no entanto, foi erguido quase dez anos depois, em 1880, um projeto do arquiteto português Rafael da Silva Castro. O estilo neomanuelino do qual o Gabinete é exemplo fiel prima pela exuberância, a dinâmica de curvas e inspiração na aventura portuguesa nos mares à época chamada dos Descobrimentos. Em 1900 a instituição passa a ser pública (aberta a qualquer pessoa) e em 1906 recebe do rei português d. Carlos o título de “Real”.
A década de 1920 (e também a de 1930) é caracterizada pelo empenho de vários sócios da instituição, em especial o já citado Carlos Malheiros, e o empresário Albino Souza Cruz (dono de um grande negócio de tabaco, vendeu-o a grupos ingleses que o transformaram na Souza Cruz, gigante da indústria dos cigarros). Para as comemorações do centenário da Independência em 1922, o Real Gabinete edita a extensa História da Colonização Portuguesa do Brasil, proposta pela Câmara Portuguesa do Comércio e indústria do Pará sob a direção literária de Malheiros, com a arte realizada pelo aquarelista Roque Gameiro e cartográfica do Conselheiro Ernesto de Vasconcelos.
O impressionante edifício foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio em 1970. Atualmente, além das milhares de obras (inclusive exemplares muito raros) oferece cursos, sedia conferências e também possui um pequeno museu com coleções de numismática e de pintura.
Nota do blog: Data circa 1870-1882 / Fotografia Marc Ferrez.