Salvador - BA
Fotografia - Cartão Postal
O Gabinete Português de Leitura é uma instituição cultural, literária e de estudos lusófonos situado em Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia, fundado a 2 de março de 1863. Tem por lema "Saudades e perseverança".
Possuía a capital baiana elevado contingente de portugueses emigrados; havia já na cidade uma instituição - a Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro, e foi na sede desta que deu-se a primeira sessão de instalação.
O objetivo maior era atender o aspecto cultural da grande colônia, dotando-a do "maior número de obras de reconhecida utillidade escriptas nos idiomas Portuguez e Francez e mais aquellas que posteriormente se julgarem mais precisas, assim como os principais jornais publicados em Portugal e no Brasil".
Seu primeiro presidente foi o comendador Manuel Joaquim Rodrigues.
A 17 de maio de 1958 foi feito comendador da Ordem de Benemerência, tendo sido elevado a membro-honorário da Ordem do Mérito a 13 de julho de 1990, e membro-honorário da Ordem do Infante D. Henrique a 18 de agosto de 1997.
Funcionou em várias sedes, desde sua fundação. A primeira foi no segundo andar dum prédio na rua Direita do Comércio, e no ano seguinte para, neste mesmo bairro, à rua da Alfândega, onde funcionou até que o aumento da demanda fez que fosse transferida para local maior, na chamada Cidade Alta, à rua do Palácio (atual rua Chile), 28, em 1870. Em 1896 mudou-se para um prédio próprio situado nesta mesma rua - mas este, com a ampliação desta artéria que durante décadas foi o principal centro comercial da cidade, teve de ser desapropriada. As novas e atuais instalações passaram a ser imperativo aos associados, ainda em 1912, quando viu-se desalojada.
Para a construção da sede foi adquirido um imóvel situado à Praça da Piedade, em ótima localização diante da Catedral que dá nome ao logradouro - e ainda na confluência da Avenida Sete de Setembro e a Avenida Joanna Angélica.
A construção iniciou somente em 1915 e foi inaugurada em grande solenidade a 3 de fevereiro de 1918. Nesta esteve presente o governador Moniz Aragão, o padre jesuíta Luís Gonzaga Cabral (fundador do Colégio São Luís Gonzaga, em Caetité, para onde fora junto a muitos dessa ordem, egresso de Portugal por conta de perseguições religiosas. Foi o principal orador da solenidade, em discurso onde realçou a tríade: livro, pátria e a fé) e próceres da cultura local, como Teodoro Sampaio. Foi abençoada, neste ato, pelo monsenhor Francisco de Assis Pires, vigário de São Pedro, cuja igreja situa-se no outro extremo da Praça da Piedade.
A sede atual também já funcionou como Consulado Geral de Portugal na Bahia e Sergipe, que transferido para o Pelourinho e depois para a Avenida Tancredo Neves.
A construção segue ao mesmo estilo neomanuelino dos edifícios de outros gabinetes, como o erguido no Rio de Janeiro para sede do Real Gabinete Português de Leitura e o em Santos, embora com fachada maior, e em três frentes: uma para a Praça da Piedade, outra para a rua Direita da Piedade e outra para a Avenida Joanna Angélica, sendo ao fundo uma pequena praça, pertencente à própria instituição. O estilo possui influência árabe.
O edifício ocupa o pequeno quarteirão onde se localiza e foi obra do arquiteto Alberto Borelli.
Em sua fachada erguem-se imponentes duas estátuas, representando Pedro Álvares Cabral e Camões. Possui, ainda um belo vitral alegórico da primeira missa no Brasil, e dois murais representando "O Adamastor" e Camões a salvar Os Lusíadas.
Conta com dois auditórios, um com capacidade para 56 pessoas e outro denominado Salão Nobre para 150.
Nenhum comentário:
Postar um comentário