Artigo
O NAe São
Paulo (A-12) é um porta-aviões da classe Clemenceau, que
esteve a serviço da Marinha do Brasil,
atualmente em processo de descomissionamento e desmontagem. O São Paulo foi
encomendado em 1963, pela Marinha Francesa, batizado
como Foch (R99). Foi transferido
em 2000 para o Brasil,
onde se tornou a nau-capitânia da
Marinha do Brasil. Sob a identidade francesa, o gigante de 32,8 mil toneladas,
265 metros e 1.920 tripulantes atuou em frentes de combate na África, Oriente Médio e
na Europa, em apoio às tropas
da coalizão nos conflitos dos Balcãs.
Em dezembro de
2014, foi anunciado que o São Paulo iria continuar em serviço até
2039, quando o navio teria quase 80 anos. Durante sua carreira no Brasil, no
entanto, o porta-aviões sofreu problemas e nunca conseguiu operar por mais de
três meses sem necessidade de reparos e manutenção devidos. Em 14 de
fevereiro de 2017, a Marinha Brasileira anunciou que o navio seria
desmobilizado e posteriormente desmantelado, pelos altos custos para uma
atualização de um equipamento já considerado obsoleto.
Este é o
quinto navio da Marinha do Brasil a ostentar o nome em homenagem ao Estado e
a cidade de São
Paulo. Também receberam este nome o Vapor de Transporte São
Paulo (1865), o encouraçado E São Paulo (1906) que não foi
concluído, o também encouraçado E São Paulo (1907) e o RbAM São
Paulo, rebocador que atuou na
defesa do porto de
Santos na Segunda
Guerra Mundial. O lema e o brasão, Non ducor, duco (não
sou conduzido, conduzo), são os mesmos da cidade de São Paulo e também foram
usados pelo encouraçado E
São Paulo (1907).
Construído
na França entre 1957 e
1960, serviu à Marinha
da França como porta-aviões da Classe Clemenceau, sob o
nome FS Foch, uma homenagem
a Ferdinand
Foch, comandante das tropas aliadas durante a Primeira
Guerra Mundial.
Adquirido pelo
equivalente a 12 milhões de dólares norte-americanos em setembro de 2000, foi
recebido operacional pela Marinha do Brasil em 15 de novembro desse mesmo ano,
no porto de Brest,
na França, quando teve passada a sua Mostra de Armamento.
Com 50% mais
velocidade e podendo transportar o dobro de aeronaves que o antigo NAeL Minas
Gerais (A-11), o NAe São Paulo (A-12) opera aviões de
ataque AF-1 e helicópteros, sendo hoje a
capitânia da Armada. NAe é o acrônimo para Navio Aeródromo.
O porta-aviões
chegou ao Brasil em 2001, e durante três anos atuou com certa normalidade. Em
maio de 2004, no entanto, um duto da rede de vapor do A-12 explodiu, tirando a
vida de três tripulantes e ferindo outros sete. Entre 2005 e 2010, o navio
passou por um amplo programa de revitalização. Entretanto, deficiências nos
motores, no eixo de propulsão e nas catapultas empregadas para lançar e
recuperar as aeronaves foram se revelando mais graves que o esperado. O
Almirantado decidiu então por contratar uma perícia de engenharia que pudesse
definir a conveniência de se realizar uma espécie de reconstrução e o resultado
foi negativo.
Após cinco
anos, em julho de 2010, o Nae São Paulo retornou ao setor operativo
da esquadra revitalizado e com algumas modernizações. Quilômetros de tubulações
de água, vapor e combustível foram substituídos, todo o seu convés foi raspado
e recapeado, foram feitas obras estruturais nos conveses internos e externos.
As catapultas e os sensores foram revitalizados. A propulsão passou por uma
revisão geral, sendo que trabalhos foram realizados para solucionar a vibração
em um dos eixos que causou a última docagem do navio. O sistema de ar
condicionado foi modernizado e ampliado.Três lançadores Simbad para defesa
aérea estão operacionais.
Voltou
realizar testes fora da doca, no final de julho de 2010, e apesar da fumaça
preta que foi vista a sair das suas chaminés, por ainda estar regulando seus
queimadores, e procurando a mistura correta de ar/combustível para seus
motores, estava encaminhado para voltar a testes de mar ainda em 2010. Em 2011,
passou por testes, através da Comissão de Inspeção e Assessoria de Adestramento
(CIASA), para ser re-incorporado a Marinha do Brasil.
Em 2015, o
governo chegou a anunciar que o navio aeródromo passaria por um programa de
modernização planejado para durar até 2019. Com essa modernização, o navio
teria a sua vida útil estendida por mais 20 anos, até 2039.
Em 14 de
fevereiro de 2017, a Marinha Brasileira decidiu desativar único porta-aviões da
frota, alegando que o custo da modernização foi considerado excessivo pelo
Almirantado, uma vez que o orçamento para a modernização do navio superou a
marca de 1 bilhão de reais. O processo de desmobilização terá três etapas e
será concluído em 2020. Os caças A-4 Skyhawk do Grupo
Aéreo do São Paulo continuarão operando a partir da Base de São Pedro da Aldeia. O destino final do A-12 ainda
não está definido. O tamanho do investimento para recuperá-lo dificulta uma
negociação no mercado de material de Defesa.
Excluído o
plano de recuperação do porta-aviões, as prioridades de reequipamento da
Marinha passam a ser os programas de construção de uma frota estratégica de submarinos, um dos quais
de propulsão
nuclear, e de novas corvetas médias da
classe Tamandaré. Na próxima década, será lançado o projeto de desenvolvimento
no Brasil, de um porta-aviões de tecnologia nacional, equipado com aviões de
ataque brasileiros. Grande parte dos recursos de bordo, incorporados ao longo
do tempo durante operações de atualização de sistemas, será removida e
reinstalada em outras embarcações. A atualização dos jatos de ataque Skyhawk, a
cargo da Embraer, será mantida.
O destino
final do São Paulo ainda é indefinido. O tamanho do investimento para
recuperá-lo dificulta uma negociação no mercado de material de Defesa. Uma
associação formada por entusiastas e ex-militares brasileiros e franceses, o
Instituto São Paulo|Foch, pretendem transformá-lo em um navio-museu tendo uma
área de exposições no convés e restaurantes, salas de aula, escritório e cinema
no interior. Segundo os organizadores o plano ainda está na fase inicial e que
ainda estão procurando parceiros e investidores para concretizarem o projeto. O NAeL
Minas Gerais (A-11), porta-aviões que antecedeu o São Paulo, acabou
vendido como sucata no mercado internacional.
Deslocamento
(toneladas): 30 884 (padrão), 33 673 (plena carga)
Dimensões
(metros): 266 x 51,2
Convés de Voo
(metros): 266
Velocidade
máxima: 32 nós (55 km/h)
Número de
catapultas: 2
Tripulação: 1
030 homens
Aeronaves:
pode transportar até 40 aeronaves de asa fixa e helicópteros.
Observação: A
tripulação do navio é de 1 030 homens, mais 670 homens da ala aérea.
O São
Paulo é o maior navio de guerra do hemisfério sul, com 265 m de
comprimento e 33 mil toneladas de deslocamento à plena carga.
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