A Embraer recebeu
no final de março o último caça AF-1 Falcão da Marinha do Brasil para
ser modernizado. O trabalho de atualizações da aeronave de combate é realizado
pela divisão Embraer Defesa & Segurança na sede em Gavião Peixoto
(SP).
O último caça
a ser modernizado, um modelo monoplace (para um piloto), está programado para
retornar à Marinha em novembro de 2020. Com mais essa unidade, o Esquadrão
VF-1, responsável pelas operações com a aeronave, terá seis caças atualizados,
sendo quatro modelo monoplaces (AF-1B) e dois biplaces (AF-1C).
De acordo com
a Marinha, as aeronaves modernizadas propiciam aos pilotos “maior consciência
situacional e familiaridade com a operação de sistemas de uma aeronave
moderna”, condição que a corporação considera imprescindível no cenário de
combate atual.
AF-1 Falcão é a
designação da Marinha do Brasil para o caças navais McDonnell Douglas
A-4KU Skyhawk II, um projeto consagrado e provado em combate, mas já bem antigo
– a primeira versão da aeronave foi desenvolvida no início da década de 1950.
Os jatos em serviço no Brasil foram comprados em 1997 da força aérea do Kuwait
para operarem a bordo do porta-aviões NAe São Paulo, desativado no ano passado. Ao todo, foram adquiridas 23
aeronaves.
O processo de
modernização dos caças AF-1 foi iniciado em 2009, quando a Marinha formalizou a
escolha da Embraer para realizar o projeto AF-1M. A primeira aeronave
atualizada foi entregue em maio de 2015.
Os caças AF-1
da Marinha modernizados no Brasil são considerados a versão mais avançada do
A-4 Skyhawk já desenvolvidas no mundo. O programa de atualização da aeronave
inclui a substituição de antigos equipamentos de navegação e comunicação por
recursos mais avançados, além da revitalização estrutural para prolongar a
utilização dos jatos por aproximadamente mais 10 anos.
Um dos
principais recursos de nova geração do AF-1 é o radar israelense EL/M 2032, que
possui diferentes modos de operação. O equipamento pode realizar buscas ar-ar,
ar-mar, ar-solo e navegação, além de ter a capacidade de rastrear 64 alvos
marítimos simultaneamente a uma distância de até 256 km (160 milhas) – no modo
ar-ar o alcance do radar é de 128 km.
A lista de
novos itens no AF-1 ainda inclui pintura especial de baixa visibilidade, novos
aviônicos (do tipo glass cockpit) e sistemas de geração elétrica e de oxigênio
atualizados. Com essas modernizações, o caça naval da Marinha pode utilizar
mísseis mais avançados e bombas “inteligentes”.
O planejamento
original da Marinha do Brasil previa a modernização de 12 caças AF-1, sendo
nove AF-1B e três AF-1C, mas por falta de verbas o número de aviões
contemplados foi reduzido.
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