Chevrolet Vectra GSI, Brasil
Fotografia
Demorou cinco
anos para chegar, mas, quando enfim entrou em nossa pista de testes, o primeiro
Vectra brasileiro logo se sagrou campeão.
A responsável
pela façanha foi a versão esportiva GSi. Ao cravar 207,7 km/h de velocidade
máxima e acelerar de 0 a 100 km/h em 9,22 segundos, na edição de dezembro de
1993, ele se tornou o nacional mais veloz e rápido testado por QUATRO RODAS.
O Vectra já
existia na Europa desde 1988, mas esses anos de defasagem não se comparavam aos
11 de vida do Monza, que ele substituiria. Ainda que disponível apenas na
versão sedã de quatro portas, ele cumpria o papel de carro médio moderno e bem
equipado, enquanto o GSi era o mais novo símbolo de status do mercado nacional.
Esportiva, a
versão topo de linha rompia o vínculo com o Monza S/R,
que tinha carroceria hatch e deixou como herdeiro o Kadett GSi. Ainda que
mantivesse sua premissa de desempenho superior, a sigla GSi agora se expandia
dentro da linha GM, o que se completaria com o Corsa GSi no ano seguinte.
O sedã
esportivo da Chevrolet só encontrava concorrência no pioneiro Fiat Tempra 16V.
Externamente,
o GSi se distinguia pelos pneus de perfil baixo, rodas, apêndices aerodinâmicos
e um defletor na traseira. A aerodinâmica – o Cx era de apenas 0,29 – e o motor
alemão de 16 válvulas e 150 cv justificavam o desempenho.
A potência era
34 cv maior que a do motor com oito válvulas, com um total de 75,1 cv por litro
de cilindrada – maior potência específica do Brasil.
A injeção
eletrônica sequencial Bosch Motronic M.2.8 misturava o ar ao combustível pela
massa de ar admitida, em vez do volume.
Mais precisa,
ela permitia que o GSi, mesmo sendo capaz de gerar um desempenho impressionante
para a época, ainda conseguisse a marca de 11,91 km/l de consumo médio. As
relações de marcha da caixa de câmbio eram mais curtas que as das versões GLS e
CD.
Os freios
transmitiam segurança, mesmo em emergências. “Voltando de nosso teste,
enfrentamos uma delas, quando uma carreta desgovernada atravessou a pista,
bloqueando-a”, contava a revista no teste de estreia.
“Mesmo a 100
km/h, o carro foi bruscamente freado, sem desestabilização ou perda de controle
da direção.” Comparado ao Tempra 16V na mesma edição, o GSi só perdeu em
retomada de 40 a 100 km/h e nível de opcionais.
O carro das
fotos pertence ao designer paulista Luiz Fernando Wernz. “Eu meio que aprendi a
ler com QUATRO RODAS e me apaixonei pelo carro quando tinha 6 anos de idade, ao
ler o teste de lançamento”, diz.
O sonho de
infância foi comprado de um colecionador de Opala de Campinas (SP) vários anos
depois e hoje praticamente só é usado aos fins de semana.
Wernz acha
excelente como o motor acorda depois de 4.000 rpm, quando entra o segundo
estágio do corpo de borboleta, característica que não se vê mais no modelo. “Um
engenheiro me disse que eu tenho um Vectra de 1994 com tecnologia de 2010”,
afirma.
Ainda em 1994,
17.398 leitores e 13 jornalistas votaram na eleição que mais uma vez fez do
Vectra GSi um campeão. O Eleito do Ano de QUATRO RODAS venceu em cinco dos oito
aspectos avaliados.
Já em 1996
viria a segunda geração do Vectra, dessa vez em sintonia com a Europa, porém
sem a versão GSi. Com o fim desse modelo, só em 1999 viria o Fiat Marea Turbo
como um representante dos sedãs esportivos nacionais, segmento que nunca mais
foi o mesmo depois do Vectra GSi.
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