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quarta-feira, 15 de maio de 2024

A Verdade Pura e Simples é que Ter Filhos Atrapalha a Carreira das Mulheres - Luiz Felipe Pondé

 


A Verdade Pura e Simples é que Ter Filhos Atrapalha a Carreira das Mulheres - Luiz Felipe Pondé
Artigo


E os inteligentinhos descobriram a queda da natalidade. E, como sempre, justificam o fenômeno sabido há anos, com suas obsessões ideológicas: desigualdade social, aquecimento global, preconceitos estruturais e outros quebrantos.
O problema com os inteligentinhos não é só de repertório, é cognitivo. Assim como o politicamente correto e os "wokes", a condição inteligentinha danifica a capacidade semântica e lógica do entendimento.
Mas, para além dessas taras, o fato é que só quem tem filho hoje largamente são mulheres de adesão religiosa estrita ou pobres —logo, a desigualdade social funciona a favor da natalidade e não contra, mas vá explicar isso para quem pensa a partir de ideologias. Quem tem opção, não tem filhos.
Mas, como nossa sensibilidade hoje é moldada pela intencionalidade do marketing, mente-se para negar que no fundo dessa caixa de pandora encontramos a principal causa para não se ter filhos ou tê-los em "unidades isoladas": o velho pecado da preguiça. "Crianças são um saco", confessam as mulheres mais honestas nesse assunto. "Ter filho com uma mulher é sinistro na certa", confessam os homens mais honestos nesse assunto.
A "culpa" da baixa natalidade são os "avanços modernos" no comportamento causado pela liberdade de escolha. Quanto mais educação, mais sucesso profissional, mais opção a mulher tem, menos filho. E aí vem a mãe de sucesso na carreira postando o suposto amor dela pela sua única criança como contra argumento ao fato demográfico inquestionável e suas causas objetivas. Ou pior: acusa a demografia de ser misógina.
A liberdade de escolha, valor liberal por excelência, é sustentada pelo enriquecimento da sociedade capitalista e industrial. A acessibilidade a educação formal, ao voto, enfim, a acessibilidade as ferramentas sociais, políticas e científicas dão as mulheres e aos homens a possibilidade de dizer "não". E os argumentos do marketing de comportamento progressista empacotam a negativa para presente e para ninguém se sentir egoísta ou narcisista.
A verdade pura e simples é que ter filhos atrapalha a carreira das mulheres, mesmo que reportagens para mulheres mostrem uma bem sucedida CEO, mãe de três filhos, ainda linda aos 55 anos de idade, sorrindo e mandando em homens. O jornalismo, passo a passo, se transforma numa profissão entre o marketing ideológico deslavado e a pura e simples moda de comportamento que agrade os seguidores da marca.
Filhos dificultam se livrar de ex-parceiros, aumentam custos de contenciosos jurídicos, complicam a vida afetiva posterior, mesmo que gente do mercado da saúde mental escreva sobre novas formas de afetividade, família e parentalidade. Normalmente, quando se inventa um nome com ares científicos para condições humanas atávicas, estamos diante do mercado das quinquilharias que tudo curam.
E aí, a gritaria: a sociedade será de velhos —usando-se nomes politicamente corretos. Elogia-se pessoas de 60 que parecem ter 40 como "combate ao etarismo", mas o fato é que vem como pesadelo a ideia de que não existirão jovens para pagar a previdência, nem sustentar o Brasil em algumas décadas.
Gente aparece culpando o patriarcalismo, como sempre, o neoliberalismo, o cristianismo, o sexismo, enfim, os suspeitos de sempre. Ou: não tenho filhos porque já tem demais no mundo.
O duro mesmo é perceber que a liberdade de escolha e a busca da felicidade no mundo contemporâneo estão pondo a pique a sustentação demográfica da espécie nos seus setores "mais ricos".
Interessante ver como a racionalidade moderna não consegue lidar com as contradições engendradas pela aplicação em larga escala dessa mesma racionalidade em nível institucional. Fica correndo atrás do próprio rabo tentando achar uma saída que reforce o mito do progresso moderno em si.
O fato é que quase ninguém se suporta mais e que crianças não desmancham no ar ao sabor das modas de comportamento. Gritam, custam caro, crescem e dão trabalho. Quem quer isso?
Para gente como eu, que considera o Sapiens intrinsecamente psicótico, fica fácil entender o suicídio esclarecido da espécie.
Nota do blog: Excetuando feministas, enzos e valentinas, estudantes de universidades públicas, fakes, hpócritas e os imbecilizados por ideologias, todo mundo sabe que é a verdade.

terça-feira, 5 de setembro de 2023

A Sociedade Brasileira Está Acorrentada na Corrupção Metastática de Caráter - Artigo


 

A Sociedade Brasileira Está Acorrentada na Corrupção Metastática de Caráter - Artigo
Artigo



Hoje falarei de brasileiros que mandam o Brasil às favas porque perderam a esperança nele. O Brasil é uma câmara de tortura para quem não quer fazer parte da corrupção metastática de caráter que aflige o país. Nossa herança é o cinismo.
Corrupção metastática de caráter é um processo que afeta o tecido profundo do país. É da sua natureza não ser imediatamente movida por dinheiro, o que a faz pior ainda.
A corrupção metastática de caráter que atravessa todas as instituições do país é um fato científico –o que não quer dizer todas as pessoas nessas instituições sejam corruptas, mas temo que quem fica fora da "dança" tem menos chance de se dar bem.
O horizonte da corrupção de caráter no país tem inúmeros desdobramentos. Torna o estado pobre para fazer algo que preste e enriquece os profissionais da política e um monte de gente dos escalões abaixo que espera por umas migalhas dessa riqueza ilegítima. A política é uma lástima.
Os corruptos de sempre continuam no poder e assumem cargos altos na máquina da democracia e se locupletam mesmo com autoridades da lei, fazendo com que no Brasil o poder da lei seja insuportavelmente casuístico. Pode ir para lá ou para cá, dependendo dos ares do momento.
O mercado do contencioso jurídico só cresce. Aqui, até fofoca das redes vira processo no Ministério Público. Não há bandido de verdade a processar?
Aliás, o modo como o estado nas suas funções e instituições está submetido aos interesses dos governos, das ideologias e dos seus lobbies é brochante. E não foi Bolsonaro que inventou isso, e não acabou só porque ele perdeu a eleição.
No Brasil, o Estado é lento para entregar serviços e célere para agredir seus cidadãos das mais diversas formas. Em São Paulo, a cidade se torna a cada dia refém do crack. O tráfico agradece. Quando alguém matar um usuário, o que dirão os "especialistas"? Que os comerciantes são fascistas? A esquerda compõe o cenário de canalhice institucionalizada local.
Fazer ciência no Brasil é sacerdócio ou falta de opção de ir embora. A corrupção de caráter atinge os próprios equipamentos da cultura, transformando o mundo da cultura numa província de seus caciques, muitas vezes medíocres.
Aqui, a teia das relações comerciais, em vários níveis, é atravessada por intermediários que visam depenar a vítima –você. Jovens se especializam em fraudes digitais com a fúria das ratazanas.
Com as redes sociais, a miséria de alma, o autoritarismo de espírito veio à tona. A cordialidade do brasileiro, se existiu um dia, está morta. O que se quer agora é beber o sangue do outro.
A educação pública é um lixo atávico. O subdesenvolvimento não acontece de graça, se conquista, como diria Nelson Rodrigues. Professores que ganham mal e são lentamente transformados em zumbis pobres, só pensam na sua própria falta de horizontes. Os burocratas da educação empurram o abacaxi com a barriga até acabar seu mandato e partem para outras oportunidades.
A elite sempre foi egoísta e locupletada com a corrupção do estado em grande parte. Qualquer movimento do Estado será sempre para ferrar o contribuinte –espere para ver o quanto a reforma tributária vai pesar no bolso das mesmas pessoas, que não são ricas ou não têm cargos vitalícios na máquina do estado.
Dirão os mais pobres que essa fuga do país é coisa da "branquitude" – acho essa expressão ridícula. Mas não deixa de fazer sentido a ideia de que só os branquinhos têm chance de mandar o país às favas –gente com passaporte europeu ou com perfis profissionais tão sofisticados que o fato de você ser brasileiro não atrapalha porque o mercado internacional "te enxerga".
Os outros estão condenados a falta de horizonte ou serem ilegais por aí. A viver esmagados entre a violência policial e a violência do crime organizado. Enfim, a sucumbir à insegurança pública e à indiferença ancestral. Um país feio.
Quem sabe um dia, acordaremos e veremos uma classe política menos canalha, uma elite menos gulosa, jovens menos oportunistas, e, enfim, poderemos dizer "livres, finalmente, livres finalmente!". Texto do Luiz Felipe Pondé.
Nota do blog: Eu não acredito que mude, o Brasil está dominado por "corporações" em todos os setores públicos, além de dominado por idiotas, revolucionários de quarto, estudantes sem noção da realidade e mimizentos em geral no que restou. Só se debate dois assuntos no Brasil: racismo e opção sexual. Parece que se resolverem esses dois (e cada vez que criam regulação nova para esses dois assuntos, piora a situação), o país virará um paraíso, acabará o crime, o tráfico de drogas, a corrupção, a violência e todo o resto de mazelas sem fim que assolam o brasileiro. Na verdade, tudo papo furado, tempo perdido. A realidade é que já era, acabou, vivemos em um país tóxico, onde o dia seguinte é sempre pior que o anterior, tornando o brasileiro o pior tipo de pessoa existente, a sem esperança (meu caso há anos)...

domingo, 14 de agosto de 2022

Como Reconhecer um Idiota Digital Falando de Livros Clássicos? - Luiz Felipe Pondé

 


Como Reconhecer um Idiota Digital Falando de Livros Clássicos? - Luiz Felipe Pondé
Artigo


Na semana passada, nesta coluna, fiz referência a uma categoria típica da fauna dos tais imbecis aos quais Umberto Eco (1932-2016) fez referência quando falou da catástrofe da inteligência nas redes sociais.
"As redes sociais deram voz aos imbecis." A afirmação pode ser vista como um canto do cisne melancólico ou um enunciado de profunda percepção do contemporâneo. Ou as duas coisas ao mesmo tempo.
Lembro quando, nos anos 1990, o historiador francês Jacques Le Goff (1924-2014) me falou, numa entrevista para o jornal O Estado de S. Paulo, do seu temor de que a cultura ocidental estivesse à beira de uma crise profunda por causa do lixo americano crescente que começava a soprar.
Tanto um quanto o outro, no meu entendimento, estavam corretos em seus sentimentos melancólicos e em suas análises do contemporâneo.
Perguntaram-me: o que é o idiota digital do qual falei na coluna passada nesta Folha e qual é a sua relação com os clássicos? Vejamos algumas frases típicas que podem ajudar a identificar um idiota digital falando de um grande clássico. Em seguida, proporei algumas poucas ideias de por que um grande clássico é um grande clássico.
Como reconhecer um idiota digital falando de clássicos?
"Estava lendo ‘X’ —‘X’ aqui sempre igual a um título de algum clássico— e vi uma frase racista! Oh! Imediatamente pus o livro de volta na estante e nunca mais vou abrir esse livro horroroso." "Estava lendo ‘X’ para meu filho e vi uma frase sexista! Oh! Fechei o livro na hora e disse para ele reclamar na escola por ter adotado esse livro horroroso." "Estava lendo ‘X’ e tinha um trecho em que pessoas foram mortas numa batalha! Oh! Botei de volta na estante e nunca mais vou olhar para esse livro horroroso!" Mas deixemos de lado essas bobagens. Passemos ao que interessa.
Friedrich Nietzsche (1844-1900) disse que a intimidade com os clássicos nos deixa céticos. E que essa intimidade seria a única salvação para a miserável educação moderna. O que isso quer dizer?
A leitura de um clássico pressupõe a suspensão de qualquer juízo moral da moda para consumo, que é o único tipo de ética disponível para os idiotas digitais em busca do sucesso. Eis o ceticismo.
Um clássico, quando lido sem o filtro de qualquer autoestima ou narcisismo, faz sentir ódio, desprezo, encanto, vontade de matar, vergonha de ver em si mesmo sentimentos baixos. Inveja de quem é melhor do que você, paixão por quem lhe revela uma beleza que você desconhece em si mesmo.
A insegurança mortal do amor, a dúvida constante em relação à fidelidade da amada ou do amado. A dura descoberta da indiferença dos elementos do mundo que nos acossam de todos os lados. O choque diante do fato que um texto datado de 2.000 anos pode ser mais "avançado" do que você.
Como diz Electra na segunda peça da trilogia "Oresteia", de Ésquilo: "Onde está a alegria? Que há isento de dor? Não é invencível a desgraça?".
No espírito cunhado na filosofia nietzschiana, vemos que o ressentimento, típico dos idiotas digitais, não alcança a beleza de tal desespero essencial porque crê nos seus tuítes a favor da causa da moda, a fim de engajar patrocinadores oportunistas e seguidores anônimos.
Nada disso está ao alcance dos idiotas digitais porque eles se consideram membros do enxame dos bons. E o enxame dos bons é constituído pelos idiotas do bem. Como uma praga de gafanhotos —que não se sabem gafanhotos, devoram as letras ao sabor do seu puritanismo capenga.
A leitura dos clássicos nos faz céticos, segundo Nietzsche, porque nos oferece gotas da condição extramoral a qual ele buscava. A única que nos faz ver a alma do mundo sem véus.
O escritor italiano Italo Calvino (1923-1985) dizia que um clássico nunca acaba de dizer o que tem para nos dizer. Pode ser lido e relido em momentos diferentes da vida porque o leitor, você, é outra pessoa depois que o mundo o tocou impiedosamente. E a piedade, como toda virtude, só brota num terreno que lhe é hostil.