quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Últimos Dias de Carlos Gomes, Belém, Pará, Brasil (Últimos Dias de Carlos Gomes) - Domênico De Angelis


Últimos Dias de Carlos Gomes, Belém, Pará, Brasil (Últimos Dias de Carlos Gomes) - Domênico De Angelis
Belém - PA
Museu de Arte de Belém, Pará, Brasil
OST - 225x390 - 1899


Em 16 de setembro de 1896 o compositor Carlos Gomes faleceu em Belém, recebendo diversas homenagens. No mesmo ano, o intendente Antônio Lemos encomendou dos pintores Domenico de Angelis e Giovanni Capranesi a criação de uma pintura que aludisse aos últimos momentos de vida do compositor. Esta obra ficou pronta em 1899, ocasião em que foi exposta pela primeira vez em Belém. Trata-se de uma pintura acadêmica histórica, que procura apresentar em aspecto narrativo personagens reais num ambiente ficcional e alegórico. Esta obra aborda a representação da morte do compositor, rodeado por vinte e duas figuras masculinas que são identificadas como personagens históricos, tais como jornalistas, músicos, políticos, militares, um representante da Igreja e os próprios artistas que assinam a obra e se autorretratam. Na composição pictórica, além do retrato de Carlos Gomes, observam-se mais três elementos de iconografia musical: o piano do compositor, a partitura da ópera Il Guarany, e um quadro de gênero que cita o painel parietal Peri e Ceci do Salão Nobre de Teatro Amazonas, realizado pelos mesmos artistas italianos. A ópera Il Guarany foi levada aos palcos líricos europeus a partir de 1870 com grande sucesso, tornando-se uma das obras artísticas do século XIX que mais se identificou com o desejo nacionalista brasileiro. Vale ressaltar que as imagens de Carlos Gomes geralmente são associadas à sua obra, e este aspecto composicional pode ser visto na pintura Últimos dias de Carlos Gomes, e também na fotografia de Felipe Fidanza, que retrata o compositor em seu leito de morte. 

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