MASP, São Paulo, Brasil
OST - 100x81 - 1934
O quadro pintado em 1934 por Portinari tornou-se uma
de suas mais famosas obras. Nele, temos um trabalhador negro - típico das
fazendas de café do século vinte, com uma enxada nas mãos e plantações ao
fundo. Na pintura, o modelo aparece com os braços e pés maiores que o resto do
corpo, o que demonstra a aproximação de Portinari com o expressionismo. Essa
deformação das figuras era traço marcante do pintor, representava a sua
necessidade de valorizar o trabalhador brasileiro e, ao mesmo tempo, demonstrar
a figura dramática e comovente do negro, marcado pelo sofrimento do trabalho
duro nas fazendas. Ao lado do lavrador, no quadro, temos uma árvore decepada,
símbolo do desmatamento que já começara naquela época, extinção da fauna e
flora brasileira, da qual Portinari sempre foi admirador dando a ela,
inclusive, espaços em suas mais variadas obras. Ao fundo temos os pés de café,
que já estão indo em direção ao local de escoamento, encontrando-se também com
os montes de grãos também ao fundo, o que denota a superprodução da época,
neste sentido, o olhar do lavrador parece ser também expressivo, como quem
compreende o desmatamento, a exploração e devastação da flora.
Outra figura que na obra não passa despercebida é o trem que cruza a lavoura de
café, sabe-se que, na época, o trem era o meio de transporta utilizado para
exportação do café para diversos países, ademais a figura reforça a valorização
do trabalhador rural, que sustenta não somente o país como o mundo por meio da
exportação já presente na época.
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