Museu Calouste Gulbenkian Lisboa
OST - 60x73 - 1866
Apresentada no Salão de
1866, esta natureza-morta insere-se no âmbito de uma vasta produção realizada
pelo artista no gênero ao longo dessa mesma década que, juntamente com a
representação de bouquets de flores, conheceu assinalável êxito junto de uma
entusiasta clientela inglesa, a quem Whistler apresentou o pintor. Da mesma
data desta obra, obedecendo a um arranjo semelhante, são as pinturas Flores de
Primavera, Maçãs e Peras (The Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque) e Flores
de Verão e Frutos (Toledo Museum of Art, Ohio), que no passado pertenceram
igualmente a Calouste Sarkis Gulbenkian.
A composição, muito bem acabada, sob fundo
neutro, dá particular realce ao recorte dos objetos cenograficamente dispostos
em cima da mesa, traduzindo, como Whistler realçou a propósito da arte de
Fantin, “esplendor e pureza”. A harmonia cromática do conjunto, obtida a partir
da observação paciente e objetiva da realidade, é também valorizada pela
variedade de flores e frutos cuidadosamente dispostos na superfície pictórica.
Todos estes elementos reproduzem com precisão o volume e a consistência dos objetos,
aos quais o pintor confere, com o rigor na execução que lhe é reconhecido,
sentido táctil.
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