Mostrando postagens com marcador Memorial Inglês. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Memorial Inglês. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 7 de março de 2024

Casa Gomm, Curitiba, Paraná, Brasil


















Casa Gomm, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia

Tombada como Patrimônio Cultural pelo Estado em 1989, a casa foi construída por Henry Gomm, empresário inglês da época. A residência foi inaugurada em 1913, mas só se popularizou duas décadas depois, quando Harry Blas Gomm, filho de Henry, mudou-se com sua esposa, Luísa Bueno.
O lugar tornou-se famoso por sediar várias festas e por receber muitos estrangeiros, já que Harry era vice-cônsul da Inglaterra em Curitiba. Nos anos 1950, uma música chamada "Monsieur Le Consul à Curityba", feita a partir das visitas de um músico à Casa Gomm, ganhou o Grande Prêmio da Canção Francesa.
Irene Gomm, neta de Henry Gomm, saudosamente se lembra das festas dadas na época:
“As festas eram no bosque, com tudo iluminado”, descreve. Irene conta também que nos Natais era sagrado irem almoçar na casa dos avós. Ela recorda o pudim que sua avó fazia em todas as festas de Natal. “É uma receita que todo mundo gosta de ter”.
Para Blas Gomm Filho, também neto de Henry, o tombamento do imóvel “é importante, pois guarda a memória da cidade, de uma casa, de um bairro, onde tinha um modo de vida que era muito particular para aquela época. Traz muito da história de como era Curitiba”. Assim como a irmã, Blas tem boas lembranças dos feriados de Natal. “Minha vó era muito religiosa, então ela fazia grandes festas. Convidava muita gente, armava um tablado no bosque com música… e tinham pratos ingleses!”.
Nascido na casa, George Gomm, outro neto de Henry, conta que morava ali com seus pais e que, diariamente, a família tomava chá com convidados. “O pessoal que vinha jogava bridge. Então passou a ser chamada a sala de bridge”, lembra George, enquanto aponta para a sala. “Era uma casa confortável, muito boa. A música 'Monsieur Le Consul à Curityba' ressalta justamente o tamanho dessa casa”, comenta, referindo-se à música.
Casa Gomm na história:
A construção é inspirada em edificações da Nova Inglaterra e fica dentro do Bosque Gomm
A casa da família Gomm foi construída para ser um símbolo de modernidade na cidade, durante a década de 1910. O local se tornou um símbolo da aristocracia, trazida a Curitiba pela família inglesa. Localizada no final da avenida do Batel, a casa ficou conhecida como “embaixada do mundo” em Curitiba.
O patriarca da família era o inglês Henry Gomm, que negociava a compra de erva-mate em Curitiba e tinha empresa em Antônina. Sua mulher, Isabel Withers Gomm, foi a criadora da Cruz Vermelha no Paraná. A Casa Gomm se tornou popular na cidade na década de 30/40, quando o filho do casal, Harry Blas Gomm, passou a morar na residência com sua mulher, Luísa Bueno. A frequência de estrangeiros era tão grande na casa, que na década de 50 surgiu uma canção francesa intitulada "Monsieur Le Consul à Curityba", baseada em visitas ao local.
A arquitetura da Casa Gomm é uma das poucas de origem americana, baseada em edificações da Nova Inglaterra. Localizada em um grande terreno, que era conhecido como Bosque Gomm, a casa apresenta dois pavimentos, com torreão oitavado no canto esquerdo e janelas duplas nas laterais. A cobertura é feita com telhas francesas e o único elemento em alvenaria é a chaminé, com tijolo aparente.
Na década de 80, o terreno foi vendido pelos cinco herdeiros da família e adquirido pelo empresário Salomão Soifer. Em 1989, a casa e o bosque foram tombados pelo governo do Estado.
Em 2000, a Casa Gomm foi toda desmontada e transferida para o final do terreno, para dar espaço a um empreendimento do Grupo Soifer. 
Atualmente, um dos maiores símbolos da avenida Batel, que “perdeu” seu espaço para o Shopping Pátio Batel é utilizado pela Coordenação do Patrimônio Cultural do Governo do Paraná. 
A Casa Gomm, que oficialmente fica na avenida do Batel nº 1829, teve sua entrada alterada para a rua Hermes Fontes.
A partir de julho de 2013, a Coordenação do Patrimônio Cultural (CPC) passou a funcionar na Casa Gomm – com entrada também pela rua rua Bruno Filgueira, 850. Texto Folha do Batel.
Nota do blog: Imagens de 2024.

Parque Gomm / Memorial Inglês, Curitiba, Paraná, Brasil

 














































Parque Gomm / Memorial Inglês, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia


Curitiba tem um pedaço do discreto charme da Inglaterra, das tradições e da cultura do seu povo, em pleno coração do bairro Batel. É o Parque Municipal Gomm, situado entre o Shopping Batel e a Casa Gomm, antiga residência desta família, que chegou a sediar o Consulado Britânico, e é bem tombado pelo Patrimônio Histórico de Curitiba.
Nove anos depois de inaugurado, o Consulado da Inglaterra pediu e aquela área foi revitalizada pela equipe do Departamento de Parques e Praças, para a implantação do Memorial Inglês. As obras e serviços contaram com o apoio e a participação de muitos cidadãos do entorno, interessados que o parque mantivesse suas características anteriores.
Os moradores do Batel têm grande apreço pelo conjunto formado por bosque, com mais de uma centena de espécies, entre elas, muitas araucárias; e a casa de 2013, amarela, de madeira, com dois andares e um sótão, cercada por amplo gramado, onde despontam canteiros de lavandas. Além de fazer parte de sua história, valorizam a área por ser coberta por vegetação, em bairro densamente habitado e bem próximo ao centro.
Com as intervenções da Prefeitura, em 2019, a entrada passou a ser arco coberto com trepadeira florida, que dá acesso a bonito jardim.
Para compor o espaço e criar um ambiente tipicamente britânico, foram implantados vários elementos e itens. A cabine telefônica vermelha, um dos ícones urbanos daquele país, ganhou espaço de destaque na área central do parque.
Baseado nas obras da escritora e ilustradora inglesa Hellen Beatrix Potter, foi construída a fachada de uma casinha como réplica das que aparecem na história infantil de Peter Rabitt, personagem do seu mais famoso livro. Tem cerquinha, trilhas, bancos e espaços coloridos e floridos, para as crianças soltarem a imaginação. A horta existente passou a ser também jardim em estilo inglês, como na descrição da escritora.
O parque tem deck de madeira ecológica, pista de caminhada, playground com brinquedos inclusivos; estar para contação de histórias. À noite, o local é bem iluminado e seguro. Três caixas de abelhas sem ferrão, do programa municipal "Jardins de Mel", foram incluídas no jardim.
O uso do tijolinho, também uma das características das construções britânicas, está presente nos muros de divisa, e fazem moldura para três painéis com referência à bandeira do Reino Unido, na parede maior e mais alta.
Em outros painéis ilustrativos há referências a histórias da imigração inglesa e da contribuição ao desenvolvimento do estado. Entre os exemplos que podem ser lembrados está a fundação de Londrina e de dezenas de cidades no Norte do estado, por meio da empresa Paraná Plantations. No Sul, participaram construção da estrada de ferro Curitiba-Paranaguá.
Há também informações de personagens ilustres da cultura inglesa: o escritor e dramaturgo William Shakespeare (1564-1616), o poeta William Blake (1757-1827); o botânico John Miers (1789 -1879), que classificou a erva-mate, presente no Jardim Botânico de Londres como Ilex Curitibensis, e a banda The Beatles, que de Liverpool ganhou o planeta, revolucionando o mundo musical, na década de 60.
Interessantes as informações de ingleses que viveram experiências em Curitiba e no Paraná. A pintora Caroline Tamplin imigrou para Curitiba em 1878 e retratou a cidade desta época em aquarelas. Rompeu com regras do século XIX, que não aceitavam mulher trabalhando fora do lar. Viúva, mesmo enfrentando muitas críticas públicas, criou dois filhos com aulas de piano, francês, geografia, em casas particulares.
Já o aristocrata e engenheiro Thomas Plantagenet “Bigg Whiter” é lembrado por ter desembarcado no estado em 1878, integrante de uma expedição de profissionais europeus que veio estudar a viabilidade da construção de uma ferrovia entre as Províncias do Paraná e Mato Grosso. Seu relato sobre o que viveu em Curitiba e percorrendo campos e florestas no Paraná, por quase quatro anos, renderam a edição de um livro: Pionering in South Brazil, muito bem recebida pelos acadêmicos ingleses. Mas a obra só teve sua edição brasileira lançada em 1974, com o nome de “Novo Caminho do Brasil Meridional – A Província do Paraná”. Texto da Prefeitura de Curitiba.
Nota do blog: Imagens de 2024.