sexta-feira, 8 de junho de 2018

Natureza Morta (La Table Garnie) - Henri Fantin-Latour

Natureza Morta (La Table Garnie) - Henri Fantin-Latour
Museu Calouste Gulbenkian Lisboa
OST - 60x73 - 1866


Apresentada no Salão de 1866, esta natureza-morta insere-se no âmbito de uma vasta produção realizada pelo artista no gênero ao longo dessa mesma década que, juntamente com a representação de bouquets de flores, conheceu assinalável êxito junto de uma entusiasta clientela inglesa, a quem Whistler apresentou o pintor. Da mesma data desta obra, obedecendo a um arranjo semelhante, são as pinturas Flores de Primavera, Maçãs e Peras (The Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque) e Flores de Verão e Frutos (Toledo Museum of Art, Ohio), que no passado pertenceram igualmente a Calouste Sarkis Gulbenkian.
A composição, muito bem acabada, sob fundo neutro, dá particular realce ao recorte dos objetos cenograficamente dispostos em cima da mesa, traduzindo, como Whistler realçou a propósito da arte de Fantin, “esplendor e pureza”. A harmonia cromática do conjunto, obtida a partir da observação paciente e objetiva da realidade, é também valorizada pela variedade de flores e frutos cuidadosamente dispostos na superfície pictórica. Todos estes elementos reproduzem com precisão o volume e a consistência dos objetos, aos quais o pintor confere, com o rigor na execução que lhe é reconhecido, sentido táctil.

Painéis de São Vicente de Fora (Painéis de São Vicente de Fora) - Nuno Gonçalves


Painéis de São Vicente de Fora (Painéis de São Vicente de Fora) - Nuno Gonçalves
Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa, Portugal
Óleo sobre madeira - Entre 1470-1480


Os Painéis de São Vicente de Fora são uma obra composta por 6 painéis, criada pelo pintor português Nuno Gonçalves. Foram descobertos em finais do século XIX (1882), no Paço Patriarcal de São Vicente de Fora em Lisboa. Na altura estimou-se que a obra teria sido executada entre 1470-1480. Trata-se de uma pintura a óleo e têmpera sobre madeira e encontra-se exposta no Museu de Arte Antiga de Lisboa.
Constitui uma obra-prima da pintura portuguesa do século XV na qual, com um estilo bastante seco mas poderosamente realista, se retratam figuras proeminentes da corte portuguesa de então, incluindo o que se presume ser um auto-retrato, e se atravessa toda a sociedade, da nobreza e clero até ao povo. A única figura imediatamente identificada foi a do Infante D. Henrique, já que uma imagem idêntica deste figurava na obra contemporânea Crônica da Guiné, de Gomes Eanes de Zurara, o que levou a concluir que as figuras retratadas pertencem ao período que antecedeu os Descobrimentos Portugueses. No entanto, há teorias que defendem que a figura do chapeirão será o seu irmão, o Infante D. Pedro.
Por não ter assinatura e datação imediatamente visíveis e inequívocas, esta obra revestiu-se de enorme mistério e fascínio por parte de várias gerações de estudiosos e acadêmicos.
A autoria dos painéis foi descoberta por José de Figueiredo e atribuída a Nuno Gonçalves através da interpretação de um monograma revelado durante o primeiro restauro da pintura na década de 1930, localizado na bota da figura ajoelhada no Painel do Infante (presumivelmente D. Duarte) e que é coincidente com outras assinaturas utilizadas pelo autor em documentos e obras contemporâneas. Na altura correram várias teorias, nunca totalmente conclusivas, sobre a datação e o tema central do quadro, algumas das quais revestidas de polêmica. Não se chegando a uma conclusão definitiva, aceitou-se de forma oficiosa a datação aproximada entre 1470 e 1480.

Painel dos Frades:


Óleo sobre madeira - 207x64

Painel dos Pescadores:


Óleo sobre madeira - 206x60

Painel do Infante:


Óleo sobre madeira - 207x128

Painel do Arcebispo:


Óleo sobre madeira - 207x128

Painel dos Cavaleiros:


Óleo sobre madeira - 206x60

Painel da Relíquia:


Óleo sobre madeira - 207x64

segunda-feira, 4 de junho de 2018