sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Chevrolet Monza Classic SE 500 EF, Brasil







Chevrolet Monza Classic SE 500 EF, Brasil
Fotografia


Quem vê a variedade de médios hoje não faz ideia de como esse mercado era restrito nos anos 80: a Fiat não tinha seu representante e a Ford contava com o Del Rey, variação do defasado Corcel.
A disputa pelo posto de melhor médio ficava entre o VW Santana e o Chevrolet Monza, este último campeão de público. Mas a opinião da crítica era diferente: o bicampeão Emerson Fittipaldi comentou na edição de janeiro de 1987 que o Santana era seu preferido para rodar no Brasil.
Como o mundo dá voltas, o piloto venceu as 500 Milhas de Indianápolis, em 1989, com um F-Indy de motor Chevrolet. A GM aproveitou a ocasião para fazer dele seu garoto propaganda, lançando em 1990 uma série limitada de 5 000 unidades do Monza Classic SE, chamada 500 EF.
O número se referia à vitória na Indy, mas o carro nada tinha de esportivo: a mecânica era quase a mesma e o aerofólio, os emblemas e os frisos exclusivos não alteravam o visual sóbrio e austero.
Ele trazia direção hidráulica com regulagem de altura, ar-condicionado, vidros verdes, alarme, porta-malas com abertura remota, computador de bordo, bancos de couro e isolamento acústico melhorado, colocando-o entre os dez mais silenciosos do país.
Também contribuía para isso o câmbio manual de cinco marchas, com relações longas para o motor trabalhar em rotações mais baixas, estimulando uma tocada tranquila.
O que soava forte era seu preço, 50% mais que um Classic SE. Do total, 10% correspondiam à injeção eletrônica, principal inovação do sedã. Mais caro que ele, só seu rival direto, o Santana Executivo, também injetado.
Fornecida pela Bosch, a injeção LE-Jetronic contava com quatro bicos (um para cada cilindro). Ela aposentou o carburador, oferecendo maior desempenho, menor consumo e uma regularidade de funcionamento jamais vista num automóvel nacional.
Ciente dos problemas enfrentados pela Volks com a qualidade da gasolina nacional no Gol GTi (que tinha a mesma injeção), a GM adotou uma taxa de compressão mais baixa (8,8:1, ante 10:1 do GTi). Com isso, perdia-se em rendimento, mas ganhava-se em confiabilidade, eliminando o sensor de detonação, indispensável no Santana, com taxa de 10:1.
Mesmo assim, os números do 500 EF ainda eram dignos de respeito: com 116 cv e 17,8 mkgf, ia de 0 a 100 km/h em 10,88 segundos, com máxima de 170 km/h cravados. Em desempenho, seu 2.0 se equiparava ao Opala Diplomata 4.1.
Com tantos atributos, restava saber se era melhor que o Santana Executivo. Após uma viagem de 7.350 km pelo Brasil, publicada na edição de outubro de 1990, a reportagem chegou à conclusão de que nenhum deles era completo, mas o Monza se destacava pela estabilidade e conforto, cansando bem menos durante a viagem.
Além das cores (preto ou vermelho perolizados), seu único opcional era o número de portas: como bom sedã executivo, a grande maioria saiu com quatro portas, de tal forma que as versões de duas são raríssimas.
Uma delas é o carro das fotos, do colecionador Júlio Camargo, de São José dos Campos (SP). “É um primor de luxo e conforto e responde imediatamente quando se pisa forte no acelerador. Uma esportividade implícita, com muita suavidade”, diz.
Pioneiro da injeção na linha GM, o 500 EF também abriu caminho para a segunda geração do Monza, exorcizando o carburador numa campanha publicitária que contava com a presença de Emerson. O carinho ao bicampeão seria reeditado anos depois, dessa vez no Omega Fittipaldi, que também figurou entre os melhores automóveis de seu tempo.

Chevrolet Monza S/R, Brasil









Chevrolet Monza S/R, Brasil
Fotografia



Ao fim do ano-modelo 1980, o Opala SS teve sua produção encerrada e deixou saudades. Já sem Ford Maverick GT e Dodge Charger R/T, o mercado brasileiro de esportivos de série passou a dispor apenas de modelos médios, como VW Passat TS e Ford Corcel GT, e compactos com esportividade mais no visual que na essência, como o Fiat 147 Rallye.
Os anos trataram de confirmar essa tendência, com a chegada do Ford Escort XR-3 e do VW Gol GT de 1984. A estreia do Monza S/R para 1986 reafirmava essa tradição.
Com quatro anos de mercado, o Monza hatch andava ofuscado pelo sedã, que era oferecido nas versões duas e quatro portas. Com o S/R, o hatch conquistava seu lugar ao sol com um visual diferenciado das versões mais simples.
Faróis de milha, spoiler dianteiro, para-choques pretos com friso vermelho (e uma larga faixa mantendo o padrão nas laterais), rodas de liga leve com desenho exclusivo, retrovisores da cor do carro e aerofólio. Ele também foi o primeiro nacional a ter lanterna de neblina.
Por dentro os bancos eram Recaro e a grafia dos instrumentos, vermelha. Vidros e retrovisores externos eram elétricos.
Graças a um carburador de corpo duplo e um novo coletor de admissão, o S/R rendia 10 cv a mais que os demais Monza, 106 cv no total.
O escapamento com saída maior proporcionava um ronco mais encorpado, o câmbio foi encurtado (nas relações e na alavanca), os amortecedores ganharam rigidez e os pneus eram da série 60, em vez de 70.
No primeiro teste com um exemplar de produção, em fevereiro de 1986, o S/R enfrentou seus dois rivais da VW, o Passat GTS e o Gol GT, todos a álcool. Apesar de ser o mais antigo dos três, o Passat levou a melhor.
O S/R chegou a 170,213 km/h e acelerou de 0 a 100 km/h em 12,17 segundos, a pior marca dos três, assim como a de consumo (6,51 km/l na cidade). “O Monza sente o handicap de um peso maior – o carro acusou, na balança, nada menos que 1 143 kg, contra 980 kg do Passat e 950 kg do Gol”, dizia a reportagem.
Em abril de 1987, era vez de o 2.0 ser avaliado pela revista. Agora seu motor era o mesmo dos demais Monza 2.0, mas o câmbio foi novamente encurtado.
As retomadas é que mais ganharam com isso. “De 40 a 120 km/h em quinta marcha, levou 24,98 segundos – quase 10 segundos menos que o SL/E, que demorou 34,76 segundos.” Apesar do maior consumo, o motor funcionava redondo em todas as rotações. A estabilidade foi elogiada, assim como o painel completo e fácil de ler.
Para 1988, o Monza hatch só estava disponível como S/R. Ele voltava com nova grade, com frisos só horizontais e lanternas da versão Classic. É desse ano o exemplar fotografado, cedido pelo leitor Evandro Fraga, de Campinas (SP).
O carro veio de Florianópolis (SC), onde seu último proprietário não tinha lugar na garagem para ele. Exposto ao tempo por dez anos, o Monza foi todo restaurado.
O S/R de Fraga é da última safra, já que em 1989 o Kadett GS tomaria seu posto e renovaria o segmento, para logo se tornar o primeiro esportivo Chevrolet a contar com injeção eletrônica.

Volkswagen Passat LSE, Brasil






Volkswagen Passat LSE, Brasil
Fotografia


São poucos os países em que algum personagem brasileiro supera a popularidade de Pelé e Ronaldo Fenômeno. O Iraque é uma dessas exceções.
Basta andar nas ruas para encontrar exemplares de Volkswagen Passat fabricados aqui, já na terceira idade, em plena labuta.
Entre 1983 e 1988, ano em que nosso Passat saiu de linha, 170.000 unidades da versão LSE deixaram a fábrica de São Bernardo do Campo (SP) rumo ao Oriente Médio. O destino rendeu o apelido “Passat Iraque”.
Era uma época em que a VW brasileira buscava novos mercados, o que também a fez levar o Voyage aos Estados Unidos, sob o nome de Fox.
A transação do Iraque tinha um caráter inusitado, já que os carros eram pagos em petróleo, repassado à Petrobras. Quando esta teve um excedente do produto, sobrou “Passat Iraque”. A solução? Vendê-lo no Brasil, o que ocorreu a partir de junho de 1986.
Com o Santana no topo da linha e a aposentadoria do Fusca no mesmo ano, o Passat tornou-se o VW de passeio mais antigo em produção.
Lançado em 1974, o Passat brasileiro ganhou versão de quatro portas para 1975. A LSE 1978, de Luxo Super Executivo, assumiu o papel de Passat mais luxuoso.
Reunia conforto de quatro portas, motor do esportivo TS, quatro apoios de cabeça e ar-condicionado opcional. Até a chegada do Santana, em 1984, foi nosso VW mais sofisticado.
“Sem gastar quase nada, utilizando apenas componentes de produção normal, a Volkswagen conseguiu apresentar um sedã executivo que lhe permite lutar por uma faixa de mercado até então inexplorada por ela”, afirmou Claudio Carsughi na edição de novembro de 1977 de QUATRO RODAS.
Ele já criticava imperfeições no acabamento, o que tornaria a ocorrer em testes subsequentes da versão. Em 1983, o LSE ganhou o sobrenome Paddock. Para 1986, o Passat nacional adotou o motor AP600 de biela longa e 85 cv, baseado no do Santana.
Mas o “Passat Iraque” manteve o MD 270 de 72 cv para simplificar o envio de peças de reposição. O câmbio do modelo de exportação tinha só quatro marchas, uma a menos que o Passat local.
Outras alterações eram o radiador de cobre, pneus radiais têxteis (de aço daqui), ventilador de 250 W (contra 180 W), chapa de proteção do motor de série, pára-barro, quatro ganchos de reboque (dois a mais) e carpete de 10 mm (ou 4 mm extras).
Ele vinha nas cores branca, azul ou vermelha, esta com três opções de tom. Fora o azul, que tinha estofamento cinza, as demais cores traziam bancos vinho, exigência local à qual nem os Mercedes escapavam.
No teste de outubro de 1986, o texto afirmava que a rede Volkswagen temia que o Passat LSE para exportação encalhasse no pátio. Para a surpresa geral, até filas se formaram.
Além do acabamento esmerado, com painel completo, o ar-condicionado, essencial para a variação climática iraquiana, era um atrativo, apesar de a motorização ter sido rebaixada e o câmbio ter só quatro marchas.
Há um ano, o comerciante paulista Olpheo Augusto Junior comprou o exemplar 1987 das fotos. Embora há quatro meses ele tenha vendido o carro a um amigo, o Passat continua sob seus cuidados.
A exemplo dos Passat que aparecem na cobertura de TV sobre o Iraque, o carro rodou todos esses anos e hoje marca 200.000 quilômetros.
Além de velas, o comerciante precisou trocar amortecedores, molas e pneus. O estepe é original. No Oriente ou no Ocidente, os anos comprovam que, mais que suas comodidades e vantagens, a maior virtude do “Passat Iraque” era mesmo sua resistência.


Rua São Bento, 1930, São Paulo, Brasil

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quinta-feira, 5 de setembro de 2019

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