quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

O Naufrágio do Transatlântico Wilhelm Gustlöff - Artigo


 

O Naufrágio do Transatlântico Wilhelm Gustlöff - Artigo
Artigo



Na noite de 30 de janeiro de 1945, o transatlântico Wilhelm Gustlöff deslizava pelas águas geladas do mar Báltico rumo a oeste. Sua missão: evacuar milhares de alemães que fugiam das tropas soviéticas durante a Segunda Guerra.
Os capitães Friederich Petersen e Wilhelm Zahn iniciaram o percurso enfrentando névoa, blocos de gelo e ondas altas, mas perto das 21h eles abriram uma garrafa de conhaque para fazer um brinde: o pior já havia passado.
O festejo durou pouco. Logo depois, o navio seria protagonista de um dos maiores desastres de todos os tempos. O número de vítimas ainda gera debate, mas vários pesquisadores estimam em cerca de 9 mil - o equivalente a seis Titanics. Ao contrário do navio britânico, porém, a tragédia do Gustlöff ainda é quase desconhecida.
O navio de cruzeiro mais avançado do mundo. Assim os alemães receberam o Wilhelm Gustlöff na sua festa de inauguração, em 1937. Hitler queria surpreender o mundo com o colosso de 208,5 metros e 25 mil toneladas, que tinha capacidade para 1880 pessoas - entre passageiros e tripulantes. Uma bela propaganda para o poderio do Terceiro Reich.
Dentro da Alemanha, a ideia era usar o navio para cooptar a classe trabalhadora ao nacional-socialismo. Ele foi construído para a KdF (Kraft durch Freude, ou Força da Alegria), uma organização sindical que promovia atividades de cultura e lazer para os funcionários do regime nazista.
Agora eles podiam embarcar em excursões baratinhas para os fiordes noruegueses, a Ilha da Madeira e outros destinos da moda. Todas as cabines eram da mesma classe, o que se ajustava à noção de unidade racial do povo (volk).
"Nas 50 excursões que realizou, o barco ofereceu aos seus 65 mil viajantes uma experiência inesquecível", diz o pesquisador canadense David Krawczyk, especialista na história. "Mas com o início da Segunda Guerra, em setembro de 1939, a Alemanha o transformou em navio-hospital."
Assim, uma faixa verde foi pintada ao longo do casco e cruzes vermelhas substituíram os emblemas da KdF. Nos meses seguintes, a embarcação gigantesca socorreu soldados feridos nas invasões alemãs à Polônia, Noruega e Dinamarca.
Em novembro de 1940, veio outra metamorfose: o navio virou um quartel flutuante para dar abrigo à esquadra nazista no porto de Gotenhafen, próximo a Danzig, na Prússia Oriental (atual Polônia). As cruzes vermelhas foram tampadas por tons de cinza, já que o objetivo, agora, era a camuflagem.
O Wilhelm Gustlöff ficou ancorado ali por quatro anos, mas as derrotas sofridas pela Alemanha no front soviético mudariam de novo o seu destino. E pela última vez.
Em janeiro de 1945, até o alemão mais otimista sabia que a guerra estava perdida. A contra-ofensiva do Exército Vermelho espalhava pânico na Prússia Oriental. "Legiões de refugiados, oficiais e soldados alemães feridos lotaram os portos de Danzig e Gotenhafen, tentando fugir para o oeste", diz o historiador americano James Wise no livro Soldiers Lost at Sea ("Soldados perdidos no mar", sem tradução no Brasil).
O almirante alemão Karl Dönitz decidiu que era hora de agir: enviou à sua frota o código "Hannibal" - que significava evacuar a maior quantidade possível de militares e civis. O Gustlöff foi preparado para a operação, mesmo após ter ficado imóvel por quatro anos.
Os capitães Friederich Petersen e Wilhelm Zahn assumiram o desafio e, em 28 de janeiro de 1945, receberam a ordem de partir em 48 horas. A essa altura, o porto de Gotenhafen era puro caos. Homens, mulheres e crianças disputavam um lugar no navio, mas só podia entrar quem tinha um passe especial. Isso significava ter muito dinheiro, influência ou algum conhecido entre os tripulantes. Soldados feridos tinham prioridade.
O empurra-empurra no porto era tão grande que algumas crianças caíram na fresta entre o deck e o casco e desapareceram na água. "Pelas listas oficiais, 3 mil refugiados se instalaram no navio na manhã de 30 de janeiro. Contudo, a partir de então, a tripulação perdeu a conta dos que chegavam", afirma Krawczyk. "Portanto, nunca saberemos o número exato de pessoas que zarparam."
Estima-se que mais de 10 mil pessoas se amontoaram no navio, inclusive dentro da piscina vazia. Quase a metade era de crianças e adolescentes.
O Gustlöff zarpou ao redor das 12h30 com destino à baía de Kiel, no oeste do Báltico. Apesar do frio externo, o calor era intenso dentro do navio.
Muitos tiraram os coletes salva-vidas, e não demorou para que enjoassem e vomitassem com os solavancos provocados por ondas de vários metros de altura.
A tensão também era grande na cabine de comando, já que apenas um barco torpedeiro escoltava o navio. Os capitães sabiam que a região era cheia de minas e monitorada pelos ingleses.
No início da noite, eles perceberam que um comboio de caça-minas alemães se aproximava na direção oposta. Apesar dos protestos do colega, Petersen decidiu acender as luzes de navegação para evitar uma colisão no meio da névoa. Seria um erro fatal.
A poucos quilômetros dali, escondido nas profundezas do Báltico, o submarino soviético S-13 patrulhava a costa de Danzig. Seu capitão, Alexander Marinesko, estava sendo investigado pelos superiores por causa de alguns deslizes - era beberrão - e precisava de uma glória para limpar sua ficha.
Pouco antes das 20h, o S-13 detectou luzes entre a névoa densa. Marinesko agarrou o periscópio e visualizou a silhueta do colosso alemão. Nas duas horas seguintes, ele o perseguiu com cuidado, sorrateiro, preparando-se para dar o bote.
O mais mortífero de sua carreira. Logo após as 20h, os autofalantes do Gustlöff interromperam a música ambiente para transmitir um discurso de Hitler ao vivo no rádio, comemorando os 12 anos de ascensão do nazismo. Os passageiros não tinham motivo para celebrar, claro. Mas pelo menos a ameaça soviética parecia ter ficado para trás.
Enquanto isso, Marinesko e sua equipe preparavam quatro torpedos, pintando cada um com uma mensagem. Torpedo 1: "Para a pátria". Torpedo 2: "Para Stalin". Torpedo 3: "Para o povo soviético". E torpedo 4: "Para Leningrado". Perto das 21h, o capitão ordenou: "Fogo!" O torpedo dedicado a Stalin perdeu o rumo, mas os outros três acertaram o alvo em cheio.
Os passageiros situados nos locais de impacto perderam a vida na hora. Os outros correram em pânico para a zona dos botes. Muitos foram pisoteados, outros se jogaram no mar e morreram congelados, apesar do resgate feito por barcos da frota alemã.
"O navio afundou a só 12 milhas da costa (cerca de 22 km), mas o pânico e a temperatura da água (15 graus negativos) causaram uma enorme perda entre os que tinham escapado do naufrágio", diz o analista naval americano Norman Polmar. "O cruzador alemão Almirante Hipper estava próximo, mas não prestou socorro por medo dos submarinos."
Hoje, diversos pesquisadores estimam que 1230 pessoas sobreviveram ao naufrágio. O número de mortos é menos preciso, pois não se sabe ao certo quantos passageiros havia no Gustlöff.
E mesmo assim você provavelmente nunca ouviu falar dessa tragédia. Afinal, por que ela é tão pouco conhecida? Primeiro, porque ocorreu durante uma guerra - e, para muitos, desastres assim são menos trágicos que os ocorridos em tempos de paz.
Os aliados não deram muita bola para o desastre sofrido pelo inimigo. Para os soviéticos, aliás, os torpedos do S-13 eram uma retribuição à ocupação alemã. E o próprio Hitler não quis admitir que seu gigante dos mares havia tido esse destino.
Além disso, durante décadas muitos alemães se sentiram culpados pelas atrocidades que seu país cometeu antes e durante o conflito, e esse sentimento pode ter ofuscado a tragédia naval.
"Ao contrário do Titanic, o Gustlöff não viajava rumo aos Estados Unidos e não havia americanos a bordo. Assim, essa história não teve apelo para Hollywood", diz David Krawczyk. Também pudera: Wilhelm Gustlöff era líder do Partido Nazista na Suíça. Se o navio tivesse outro nome, talvez ganhasse mais simpatia. E pensar que o plano original era batizá-lo de Adolf Hitler...

Igreja de São Cristóvão, Antiga Capela do Seminário da Luz, 1912, São Paulo, Brasil

 


Igreja de São Cristóvão, Antiga Capela do Seminário da Luz, 1912, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia



A Igreja de São Cristóvão, antiga Capela do Seminário da Luz, está localizada na Avenida Tiradentes, nº 84, no bairro da Luz, zona central de São Paulo, Brasil.
O edifício, construído originalmente em 1855 e inaugurado em 9 de novembro de 1856, conta com dois andares e abrigava o recinto da Igreja, anexos voltados para administração e moradia de pessoas ligadas à Paróquia.
Em 1982, graças a construção original do prédio ter sido feita em taipa de pilão, o mesmo precisou passar por um processo de tombamento e reconstrução, com a demolição de uma ala do seminário que deu lugar a uma rua e com sua mudança de uso, passando a abrigar um comércio também.
Atualmente o edifício do antigo Seminário, que pertence a Cúria Metropolitana, é ocupado por um hotel na parte superior e por comércio no pavimento térreo, permanecendo somente a antiga capela, Igreja de São Cristóvão, com suas funções originais.
A Igreja tem como santo padroeiro São Cristóvão, cujo nome quer dizer "aquele que conduz Cristo" e é protetor e padroeiro dos motoristas. Seu dia de festa dá-se em 25 de Julho, onde graças a uma antiga tradição que diz que quem olha para a imagem de São Cristóvão passa o dia protegido, faz com que muitos motoristas e caminhoneiros, principalmente taxistas, passem pela Avenida Tiradentes, em frente à igreja, para receber a benção e proteção do santo.
O Seminário Episcopal, fundado em meados do século XIX por Dom Antônio Joaquim de Melo, já na década de 1880 se encontrava entre os estabelecimentos de maior importância quanto à instrução pública da cidade de São Paulo.
Do grande conjunto construído no final do século XIX, resta ainda a Igreja de São Cristóvão, cujas paredes de taipa de pilão existentes representam a primeira fase da cidade de São Paulo, sendo que o restante do antigo seminário encontra-se descaracterizado.
O quarteirão inteiro, entre a Avenida Tiradentes e a Rua 25 de Janeiro pertencem à Mitra Arquidiocesana, entidade mantenedora da Cúria, sendo assim responsável pela manutenção e salvaguarda de suas propriedades.
Contudo, tanto a Igreja de São Cristóvão quando o antigo Seminário da Luz estão enquadrados dentro das Leis Municipais de Uso de Solo, no que diz respeito ao Programa de Preservação de Bens Culturais Arquitetônicos da Área Central de São Paulo, elaborado pela COGEP (Coordenadoria de Gestão de Pessoas).
Com sua deterioração e desabamento da parede lateral, causando a interdição da igreja em 05 de março de 1982, foi aprovado por unanimidade o processo de tombamento do bem cultural pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico Artístico e Turístico do Estado) em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura, em 12 de maio de 1982, número do processo 22078/82.
Em 01 de junho de 1982 foi iniciado o processo de conservação da Igreja, num trabalho em conjunto com o FRM (Fundação Roberto Marinho), DOP (Departamento de Edifícios e Obras Públicas) e o CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico Artístico e Turístico do Estado).
A igreja foi restaurada e reinaugurada em 28 de Abril de 2001.

Concessionária Vemag, 1967, São Paulo, Brasil

 


Concessionária Vemag, 1967, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Rua Amador Bueno, Atual Rua do Boticário, 1916, São Paulo, Brasil

 


Rua Amador Bueno, Atual Rua do Boticário, 1916, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
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Ao fundo, a igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e o Largo do Paissandu.

Ilha dos Amores, Parque Dom Pedro II, São Paulo, Brasil





Ilha dos Amores, Parque Dom Pedro II, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
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terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Rua Direita, 1900, São Paulo, Brasil

 


Rua Direita, 1900, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Praticamente em ruínas, em 1900, o casarão da irmã do Barão de Itapetininga (na esquina com a rua Quintino Bocaiúva, após o bonde), agora em mãos de dona Sofia Eugênia da Silva Marques, já estava condenado a desaparecer, como o bondinho puxado a burros, que logo seria substituído pelo bonde elétrico. Novas construções mudaram a configuração do trecho.
Em 1909, o capitalista Toledo Lara adquiriu o sobrado, demoliu-o e em seu lugar construiu o palacete Teresa Toledo, que até hoje existe e que abrigou a Rádio Record e a a Casa Bevilácqua.
Em frente ao sobrado de dona Sofia, no lugar onde existia a Igreja da Misericórdia, ergueu-se o prédio (o mais alto, à direita) do sr. Claudino de Paiva Azevedo, um dos três sobrados de dois andares que ocupou a área do templo, demolido em 1888.
À esquerda, a esquina com a Rua José Bonifácio, com a alfaiataria Carvalho, que depois daria lugar ao Bar Periquito. A seguir, o prédio de três andares abrigava o Banco de Crédito Real.

Vista do Parque Dom Pedro II, 1933, São Paulo, Brasil


 


Vista do Parque Dom Pedro II, 1933, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Rua 25 de Março Antes da Canalização do Rio Tamanduateí, Circa 1910, São Paulo, Brasil


 

Rua 25 de Março Antes da Canalização do Rio Tamanduateí, Circa 1910, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Na imagem vemos o "Mercado dos Caipiras", que foi demolido após a construção do Mercado Municipal.

Obras de Retificação do Rio Tamanduateí e Parque Dom Pedro II, São Paulo, Brasil






















Obras de Retificação do Rio Tamanduateí e Parque Dom Pedro II, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Nota do blog: Imagens belíssimas de uma cidade que não existe mais...



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