quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Pato Donald / Donald Duck, Estados Unidos


 

Pato Donald / Donald Duck, Estados Unidos
Artigo


O Pato Donald (em inglês: Donald Duck) é um personagem de desenhos animados e histórias em quadrinhos dos estúdios de Walt Disney, criado em 1931.
Ele aparece em vários desenhos como antagonista antipático, principalmente naqueles em que aparece junto de Mickey Mouse ou de seus sobrinhos Huguinho, Zezinho e Luisinho. Ele é muito azarado e mal-humorado, sempre perdendo suas batalhas para Mickey e para seus sobrinhos.
A primeira menção a Donald Duck foi feita em 1931 para o livro de histórias The Adventures of Mickey Mouse, como um dos amigos do curral de Mickey. O personagem apresentado na capa é muito diferente do moderno Pato Donald, sendo desenhado mais como um pato normal e ostentando um chapéu e calça verdes.
As origens do nome de Donald Duck podem ter sido inspiradas na lenda do críquete australiano Donald Bradman. Walt Disney estava no processo de criar um amigo para Mickey Mouse quando ele leu sobre a demissão de Bradman nos jornais e decidiu nomear o novo personagem "Donald Duck". Mickey Mouse havia perdido um pouco de sua vantagem desde que se tornara um modelo para crianças, e assim a Disney queria criar um personagem para retratar alguns dos traços de caráter mais negativos que não podiam mais ser concedidos a Mickey. Disney criou os atributos icônicos de Donald, incluindo seu temperamento curto e seu traje de marinheiro (com base em patos e marinheiros, ambos associados à água). Enquanto Dick Huemer e Art Babbit foram os primeiros a animar Donald, Dick Lundy é creditado por desenvolvê-lo como personagem.
A voz de Donald:
A voz "grasnada" de Donald foi criada pelo ator de voz Clarence Nash que até então era apenas um homem vindo da zona rural de Watonga, Oklahoma. Nash tinha o dom natural para imitar animais, inclusive sons de patos. No início dos anos 30, mudou-se para a Califórnia, onde fez locução de propaganda numa rádio. A voz que Nash criou para Donald consistia em falar palavras através de um tipo de "ruido", feito com o canto da boca e os dentes molares, que lembrava o grasnado de um pato. Após Walt Disney o escutar recitando o poema "Mary Tinha um Carneirinho" (Mary Had a Little Lamb) com sua "voz de pato", chamou-o para uma audição e imediatamente o contratou, adivinhando que havia escolhido a voz certa para o seu novo personagem, Donald. Nash o dublou pela primeira vez no curta A Galinha Esperta ("The Wise Little Hen") (primeira aparição sonora) Nessa animação, além de Donald, há também o Porco Peter ("Peter Pig") que também fala palavras através de sons que lembram grunidos de porco, além da própria Galinha Esperta que emite cacarejos na pronúncia. Clarence Nash voltou a dublar o pato novamente no desenho "Orphan's Benefit" (traduzido como "Show Para os Órfãos" ou "Em Benefício dos Órfãos"), onde Donald recita novamente o poema que fez com que Walt Disney contratasse Nash. E outro chamado "Little Boy Blue, come blow your horn" (ou "Menininho Triste, toque sua corneta" na dublagem brasileira); este desenho foi feito originalmente em preto e branco em 1934 e refeito em cores mais tarde, no ano de 1941 (As duas versões do curta, no entanto, contaram com o mesmo áudio e as mesmas falas, gravadas em 1934). Clarence Nash deu voz ao Donald em muitos, cerca de cem desenhos animados inclusive em outras línguas como português e espanhol, em filmes como: The Three Caballeros e Saludos Amigos (ele teve ajuda de roteiros escritos foneticamente, para que pudesse falar as palavras estrangeiras usando as pronúncias corretas); no caso destes dois filmes, os três dubladores, de Donald, Zé Carioca e Panchito, tiveram que dublar as versões em outras línguas para outros países (no DVD de "Você já Foi a Bahia", estão presentes as três versões, dos EUA, Brasil e México). A pedido de Walt Disney, Nash também dublou Donald em outras línguas em alguns dos seus curtas de 7 minutos, sendo que nas versões feitas para o Brasil naquela época, o narrador era Aloysio de Oliveira, que inclusive também fez a narração de alguns desenhos em que o Pateta aparece sem falas, por exemplo o curta Como Jogar Golfe ("How to Play Golf").
Uma curiosidade é que nos clássicos desenhos de cinema em que Huguinho, Zezinho e Luizinho aparecem, todos os três tem a mesma voz, que também é feita por Clarence Nash (porém, mais fina que a de Donald). Pois, naquele tempo os três sobrinhos tinham a mesma personalidade, falavam e agiam em sncronia e algumas vezes dizendo frases fragmentadas como: "Olá!" "Tio!" "Donald!" (eles foram os primeiros gêmeos nos desenhos animados a falarem frases fragmentadas desta maneira, e foram seguidos depois também por Pipeye, Pupeye, Poopeye e Peepeye, os sobrinhos quadrigêmeos do Popeye). Em séries produzidas mais recentemente, os três sobrinhos tem personalidades diferentes uma da outra, e não falam todos com a mesma "voz de pato" de Donald. A pata "Donna Duck" que aparece no curta "Don Donald" em 1937 (e que é como um protótipo da Margarida) também foi dublada por Clarence Nash mas somente em episódios posteriores a esse. A namorada de Donald ganhou a sua própria voz e recebeu o nome de "Daisy Duck".
Clarence Nash permaneceu como a única voz do pato nos Estados Unidos até a sua morte em 1985, e, logo após, Donald passou a ser dublado por Tony Anselmo, que foi treinado pelo próprio Nash quando este ainda era vivo; mesmo com Anselmo fazendo uma voz um pouco mais aguda do que a que Donald tinha nos desenhos mais antigos.
Nos anos 80, foi lançado um filme chamado Who Framed Roger Rabbit? onde apareceu o Pato Donald e o Patolino (Daffy Duck) dos Looney Tunes que se tornaram rivais, após um espetáculo de piano.
Primeiras dublagens em português de Clarence Nash:
Bem antes das vozes brasileiras mais recentes do Pato Donald, as primeiras dublagens em português de alguns desenhos, foram feitas pelo próprio ator americano Clarence Nash. Clarence já havia dublado a voz do personagem desta forma nos filmes Você Já Foi à Bahia? e Saludos Amigos (não só em português mas também em outras línguas como em espanhol), e chegou também a fazer isso, a pedido de Walt Disney, em alguns curta-metragens comuns do Donald que foram dublados na mesma época, para as distribuições em vários países estrangeiros. Contudo, as falas de Donald nessas dublagens, ficavam mais difíceis de se entender, algumas vezes dando a impressão de que ele falava com sotaque de um americano tentando falar português.
Hoje em dia sobraram poucos episódios dublados por Clarence Nash em português, pois a maioria tem as dublagens brasileiras feitas mais tarde (algumas das versões hispânicas feitas por Clarence Nash para o México, chegaram a sair em alguns lançamentos em DVD, como por exemplo no filme "Os Vilões da Disney" no qual foi incluído o curta "Donald e o Gorila" com a dublagem de Clarence Nash falando em espanhol). Três episódios que ainda podem ser encontrados com a dublagem de Nash em português são: "Lake Titicaca" (que estava incluído em "Saludos Amigos"), "No Hunting" de 1955, e "Sea Salts" de 1949, neste episódio além de Clarence Nash, também participa Aloysio de Oliveira dublando um besouro que fica amigo de Donald em uma ilha (Aloysio era o narrador de Você Já Foi à Bahia?, e havia feito a voz do Capitão Gancho em Peter Pan). Um fato curioso é que o curta "Sea Salts", já foi lançado com esta dublagem antiga, em um dos VHS da coleção "Donald & Cia" (onde recebeu o título de "Os Lobos do Mar"), e "No Hunting" já foi lançado na fita "Pato Donald no Oeste", com a dublagem de Clarence Nash falando em português.
Curioso também é que o episódio "Sea Salt" tem uma dublagem mais nova, com Cláudio Galvan, que é exibida na TV algumas vezes, e nela o pato já fala normalmente frases mais longas ou complexas; mas na versão de Clarence Nash lançada em VHS, Donald diz frases mais curtas e com mais dificuldade, como por exemplo quando ele e um besouro estão bebendo água de coco, e Donald diz com sotaque americano: ("Agorua" a polpa!) pedindo que o besouro entre dentro da casca do coco, e pegue a polpa que restou lá.
Desenhos:
Donald fez sua primeira aparição em 9 de Junho de 1934 no episódio The Wise Little Hen (lançado no Brasil com o título de "A Galinha Esperta") da série Sinfônias Tolas.
Donald foi aparecendo com mais frequência, quase sempre como inimigo, rival e adversário do Mickey(principalmente para evitar confrontos com o Bafo de Onça), inconformado que tudo dava certo para o camundongo, mas para ele não. Após levar a pior diante de Mickey, comentava o seu bordão "Eu te odeio".
Mas foi apenas em 1937 que Donald estreou sua própria série animada ao lado de sua amada Margarida. O desenho era Don Donald. Seus sobrinhos Huguinho, Zezinho e Luisinho apareceriam um ano mais tarde, no episódio Os Sobrinhos de Donald.
Pato Donald na Segunda Guerra Mundial:
Angariando grande popularidade graças a comicidade dos desenhos animados, os Estúdios Disney foram obrigados a mudar de estilo com a entrada dos Estados Unidos na II Guerra Mundial em 1942. A produção de desenhos passou a integrar o esforço de guerra norte-americano, abordando a guerra como tema. Em 1942, foi feito um desenho de propaganda anti-nazista, chamado de "A Face do Führer". Esse desenho mostra Donald vivendo na Alemanha Nazista, onde ele é forçado a trabalhar em uma fábrica de produção em série de armamento bélico pesado e de fotografias produzidas em série do Führer Adolf Hitler.
No entanto, o desenho mostra ainda uma certa ingenuidade dos seus produtores, com alguns furos como a crítica à produção em série, algo comum nos Estados Unidos desde a década de 1930. Em outro desenho, "Espírito de 1943", o Pato Donald é convencido a contribuir com parte do seu salário, para os altos impostos de guerra. Nesse desenho ele contracena com sua consciência dividida, gastadora e econômica, cujas aparências personificadas lembram os futuros Tio Patinhas e Gastão.
O Pato Donald não foi o único personagem de desenhos infantis a se mostrar o Nazismo. Personagens como Popeye, Patolino, Mickey, O Gato Félix e tantos outros deixaram de lado as piadas do cotidiano, e passaram a mostrar conteúdo violento, usando armas e jogando bombas de avião, dentre outras coisas.
Ainda como parte do esforço de guerra, mas voltando à fórmula da comicidade e da musicalidade, Donald participou de dois longas com temas dirigidos à América do Sul, um interesse estratégico para os militares em guerra: Saludos Amigos (1943), com o papagaio brasileiro Zé Carioca e The Three Caballeros (1944), com Zé, Donald e o mexicano Panchito.
Depois da guerra, Donald estrelou diversos curtas retornando aos temas mais amenos, como as vezes em que foi atormentado por personagens como os esquilos Tico e Teco.
Televisão:
Na televisão, Donald esteve em DuckTales (1987-1990) e TV Quack Pack (1996-1997). Seus desenhos originariamente feitos para o cinema, passaram a ser exibidos em programas como O Point do Mickey ("The House of Mouse"), seu próprio programa a TV Quack que é exibido na Disney Channel. Ele também apareceu no desenho animado infantil A Casa de Mickey Mouse exibido no Disney Channel e Playhouse Disney.
Quadrinhos:
Nos quadrinhos, Donald também se tornou um astro entre o público infantil com grande popularidade internacional, inclusive em Portugal e no Brasil.
Donald passou a ter "vida própria", sem depender de Mickey, quando um dos animadores de Disney, Carl Barks, ao ficar encarregado dos quadrinhos, resolveu adaptar uma história originariamente escrita para Donald, Mickey, Pateta e Pluto, desenhando-a apenas com Donald e seus sobrinhos: Donald Duck Finds Pirate Gold (Donald Encontra o Ouro dos Piratas). Ela foi publicada em 1942 e pertence à série de revistas da Dell Comics chamada "Four Color".
O sucesso da Disney nos quadrinhos deve em muito ao cartunista Carl Barks, apelidado de O "Homem dos Patos". O grande artista produziu histórias até 1967. Criou quase todos os personagens coadjuvantes mais importantes das histórias do Donald: dentre outros estão o Tio Patinhas, o pato mais rico do mundo; Professor Pardal, o cientista maluco e Gastão, o primo sortudo, além dos vilões Maga Patalójika e Irmãos Metralha.
Mais recentemente outra figura se destacou realizando os quadrinhos do pato: Don Rosa, que recriou uma complexa árvore genealógica e toda a história do Tio Patinhas.
A Disney italiana criou sua identidade secreta, o Superpato. No Japão, Donald também estrelou em mangás.
Desenhistas:
Pato Donald tem seu visual concebido por vários artistas não só norte-americanos mas de vários países inclusive do Brasil, que mantêm o design característico do mestre Carl Barks e a personalidade dos desenhos animados, mas adicionando alguns maneirismos ou estilos próprios de cada um. Desses todos, além de Carl Barks destacaram-se Giovan Battista Carpi, Giorgio Cavazzano, William Van Horn, Daan Jippes, Keno Don Rosa (autor da A Saga do Tio Patinhas), Marco Rota (que segue os traços de Barks), Romano Scarpa, Tony Strobl, Al Taliaferro, Tetsuya Nomura (responsável pelo visual do Pato para os jogos Kingdom Hearts) e Shiro Amano (autor da versão manga dos mesmos jogos Kingdom Hearts).
No Brasil:
No cinema, na televisão, nos quadrinhos e em outros meios, Pato Donald virou mania também no Brasil, conquistando um posto superior entre os personagens Disney e de quadrinhos em geral, rivalizando, e muitas vezes superando, Mickey Mouse em popularidade.
Os quadrinhos protagonizados pelo Donald fizeram estreia no Brasil no Suplemento Juvenil de Adolfo Aizen em Outubro de 1938.
Lorenzo Mollas, chargista argentino que trabalhou no Rio de Janeiro nas décadas de 1940 e 50, vestiu o Pato Donald com a camisa do Botafogo nos anos 1940. Logo, a personagem foi adotada como mascote não-oficial pela torcida. Apesar do carisma, o mascote nunca foi oficializado por conta de direitos autorais.
Lançada em julho de 1950, a revista O Pato Donald (Pato Donald desde 1980), foi o marco inicial da Editora Abril, o que o tornou o título de quadrinhos de mais longa publicação contínua no Brasil, a revista foi publicada até julho de 2018. As revistas Zé Carioca, Tio Patinhas (inicialmente como Almanaque do Tio Patinhas) e Disney Especial são suas derivadas diretas.
Estúdios brasileiros produziram histórias em quadrinhos com Donald entre os anos 60 e anos 90.
Após o encerramento da produção nacional, a Editora Abril se limitou a publicar quadrinhos de outros países, como a Itália. As produções italianas têm sido alvo de críticas negativas Brasil por sua suposta baixa qualidade, mas são uma presença maciça e constante nas revistas brasileiras ao longo das décadas.
A interpretação do personagem pelos artistas e roteiristas brasileiros era semelhante à italiana, apesar da diferença entre os modos de criação. Tanto no Brasil quanto na Itália as histórias costumam girar em torno de temas como a atuação de Donald como repórter do jornal A Patada, as brigas com seu vizinho Silva e sua eterna postura de folgado (em contraste com a diligência de seu tio Patinhas e com o dinamismo de si mesmo como Superpato). Também foi criada no Brasil a série O Casamento do Pato Donald.
Além de ter seu próprio título de quadrinhos, Donald foi capa do álbum de figurinhas Galeria Walt Disney (1976 e republicações), personagem no Grande Livro Disney (1977) e astro principal do Manual da Televisão (1982).

Bomba de Gasolina, Praça Júlio Mesquita, 1936, São Paulo, Brasil


 



Bomba de Gasolina, Praça Júlio Mesquita, 1936, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Bomba de gasolina instalada na praça Júlio Mesquita. O edifício em construção parece ser o atual Lux Hotel — no número 34.

Igreja Nossa Senhora do Calvário, Rua Cardeal Arcoverde, 1953, São Paulo, Brasil


 

Igreja Nossa Senhora do Calvário, Rua Cardeal Arcoverde, 1953, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Vista Panorâmica dos Campos Elíseos, 1897, São Paulo, Brasil


 


Vista Panorâmica dos Campos Elíseos, 1897, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Em diagonal, a Rua dos Bambus, atual Avenida Rio Branco. No plano médio ao centro — no fim da atual Alameda Barão de Limeira —, a Chácara do Carvalho, residência do conselheiro Antônio da Silva Prado, proeminente empresário, administrador, político e futuro prefeito da cidade de São Paulo. A imponente construção atualmente é ocupada pelo Colégio Boni Consilli. No horizonte, avista-se o Pico do Jaraguá.

Ponte do Meio, Circa 1914-1916, São Paulo, Brasil

 


Ponte do Meio, Circa 1914-1916, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Vista da Ponte do Meio sobre um braço do Rio Tamanduateí, na atual Avenida Rangel Pestana, antigo Caminho do Brás. A Ponte do Meio ficava entre a do Carmo e a do Ferrão.

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Laboratório Paulista de Biologia, São Paulo, Brasil

 









Laboratório Paulista de Biologia, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Sempre que pensamos nos lugares que tiveram casas diferenciadas em São Paulo temos a lembrança de alguns locais como a Avenida Paulista, Higienópolis e Ipiranga.
Outros lugares da cidade foram destaque também como a Praça da República que teve mansões espetaculares, nas proximidades como a Rua São Luiz, hoje Avenida São Luiz, que foi um lugar com residências belíssimas, porém, poucos registros restaram das transformações que mudaram radicalmente a paisagem daquela região.
Efetivamente não existem muitos registros deste passado, a não ser em poucas fotos e cartões postais.
Por conta disso algumas fotografias acabam sendo intrigantes, pois há uma certa dificuldade em se achar não só a localização, mas muitas vezes o que seriam as construções que só restaram naquelas antigas imagens.
Este foi o caso de uma fotografia tirada do alto (primeira foto), da atual Praça D. José Gaspar onde pode ser visto um grande prédio atrás de uma bela casa que dava sua frente para a Rua São Luiz. O que seria? Residencial, comercial?
Aí começa a aventura de pesquisar e se surpreender com as revelações que fizeram ressurgir a história de um dos mais importantes laboratórios farmacêuticos de sua época.
Tudo se inicia em 1924 quando então foi criado, pelos Drs. Ulysses Paranhos e Antônio Carini, o Laboratório Paulista de Biologia, inicialmente instalado na Rua dos Timbiras, 2.
Numa época onde as patentes farmacêuticas eram ainda muito frágeis, o instituto era aparelhado para fabricar os mais diversos tipos de medicamentos, tais com pomadas, xaropes e até o conhecido Maracugina que até hoje é usado para “acalmar os nervos”.
Posteriormente o instituto se muda para a Rua São Luiz, 161 e se instala no belíssimo palacete Souza Queiróz, situado numa parte da já desmembrada chácara do Barão de Souza Queiróz.
As atividades do instituto eram cada vez mais crescentes e a necessidade de espaço foi resolvida pela construção de um prédio atrás do palacete, uma nova construção de quatro andares, medindo 42 X 18 metros e cujo projeto e construção foram realizados pelo Engenheiro José Chiappori.
A inauguração das novas instalações se deu no domingo, dia 9 de agosto de 1936 com a presença do Bispo Auxiliar de São Paulo, D. José Gaspar de Affonseca e Silva, que ao cortar a fita inaugural, deu por inauguradas as novas instalações do laboratório.
O casarão e o prédio do laboratório sobreviveram a toda a transformação pelo qual passou aquele espaço na década de 1940 e posteriormente, no início da década de 50 quando o espaço tomou sua forma definitiva, abrigando a Biblioteca Municipal e a Praça Dom José Gaspar, assim batizada em 1949.
O instituto era descrito na época como um dos mais bem aparelhados institutos de pesquisa e Industria científica e era composto por um departamento técnico com análises clínicas e industriais, um departamento industrial para fabricação de soros, vacinas, produtos opoterápicos, ou seja, aqueles produtos fabricados a partir de glândulas hormonais de origem animal além de uma “Secção de Hypotermia”.
Mas o centro de São Paulo crescia numa velocidade tal que estes casarões da Avenida São Luiz foram engolidos sem deixar rastros, e assim foi com o palacete Souza Queiróz e com o prédio do instituto que deram lugar ao edifício e galerias Metrópole, um projeto de 1959 que foi entregue em 1964.
O laboratório, já em meados da década de 1950 havia encomendado novas instalações ao arquiteto Rino Levi que projetou um complexo industrial na Rua Maria Cândida, 1.693 (Vila Guilherme) que foi construído entre 1957 e 1959 e que hoje é tombado, sendo o prédio atualmente ocupado por uma universidade.
Com as normas internacionais relativas a patentes ficando cada vez mais rígidas, o progresso internacional no desenvolvimento de novos medicamentos e a consequente obsolescência do laboratório fez com que o então Laboratório Paulista de Biologia S/A acabasse, em 1966, sendo absorvido pelo também brasileiro Instituto Pinheiros de Produtos Terapêuticos, o maior laboratório nacional da época. Porém, já em 1972, este também não resistiu e foi vendido para a Sintex do Brasil, uma indústria farmacêutica de origem norte-americana. Texto J. Vignoli.

Rua São João, 1918, São Paulo, Brasil

 


Rua São João, 1918, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Após o alargamento da Rua São João (no trecho entre a Rua do Seminário e Largo do Paissandu) vemos à direita, o prédio de propriedade do Cotonifício Paulista — construído entre 1915~1916 — onde esteve instalado o refinado Hotel Municipal. À esquerda da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, na esquina da Amador Bueno, atual Rua do Boticário, o Hotel Suisso que demolido, cedeu espaço para o Edifício Daniel Martins Ferreira. Na esquina da Visconde do Rio Branco — indicada com a seta — vê-se parcialmente, o casarão em que o escritor, poeta, crítico literário, musicólogo e ativista cultural brasileiro Mário de Andrade residiu com a família (até por volta de 1921) quando mudou-se para o sobrado na rua Lopes Chaves onde viveu até seu falecimento. Atentar ao tradicional lampião à gás.

Vendedor Ambulante, Parque Dom Pedro II, Década de 40, São Paulo, Brasil

 




Vendedor Ambulante, Parque Dom Pedro II, Década de 40, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Cena no Parque Dom Pedro II. O homem caminha em direção a uma ponte sobre o Rio Tamanduateí e o vendedor ambulante encostado na árvore protege suas mercadorias com um guarda-chuva e um pano. Ao fundo, os edifícios Altino Arantes (de 1947) e Martinelli (de 1934) na Praça Antônio Prado. À direita, vemos as cúpulas do Palacete Nacim Schoueri (de 1930), marco da influência sírio-libanesa — que sobrevive em péssimo estado na atual Praça Ragueb Chohfi no chamado Centro Histórico de São Paulo.

Praça Otávio Rocha, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil


 

Praça Otávio Rocha, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Porto Alegre - RS
Fotografia - Cartão Postal

Carreta de Bois, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil


 

Carreta de Bois, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil
Pelotas - RS
Edição Meira N. 14
Fotografia - Cartão Postal