domingo, 14 de novembro de 2021

Projeto de uma Via Férrea Elevada para Transposição do Vale do Anhangabaú pela Rua São João, 03/06/1888, São Paulo, Brasil

 


Projeto de uma Via Férrea Elevada para Transposição do Vale do Anhangabaú pela Rua São João, 03/06/1888, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


O Metrô de São Paulo é hoje um grande símbolo da dita “modernidade” da metrópole. Essencial para o funcionamento da grande máquina dos deslocamentos diários, mais de dois milhões de passageiros são levados por dia por suas cinco linhas, conectadas ao sistema metropolitano (que engloba, além dos 74km de seus trilhos, mais de 200 outros quilômetros de trilhos da CPTM).
As ferrovias herdadas pela malha da atual CPTM datam da segunda metade do Século XIX, com acréscimos construídos até a segunda metade do XX. São vias tortuosas. Seguem velhos caminhos que levavam ao interior, ao litoral e a outros estados.
No caso do Metrô, sua malha foi construída do zero, a partir de 1968, e já com o propósito de servir à operação de trens metropolitanos.
Contudo, a data de 1968 é bastante tardia na história dos projetos para o Metropolitano. Já se cogitavam serviços comparáveis ao de um “metrô” desde fins do Século XIX – quando ainda se cogitavam apenas serviços rápidos de bonde para uma cidade com menos de um décimo da população de hoje.
O primeiro projeto que se tem registro data de 1888, apenas 21 anos após a inauguração da primeira ferrovia de São Paulo (a São Paulo Railway, conhecida por "Inglesa"). Consistia numa linha elevada de bondes entre o Largo do Rosário e o Largo do Paiçandu – numa ligação inédita entre os dois lados do Vale do Anhangabaú, cuja transposição, até então, era bastante custosa.
Os veículos em questão, segundo o que se pode observar nos desenhos, andariam apoiados sobre uma única viga de aço central, num sistema de apoios bastante semelhante ao monotrilho Alweg – adotado na Linha 15 (Prata) e na Linha 17 (Ouro).
Tendo sido idealizada pelo engenheiro alemão Alberto Kuhlmann, é possível que essa linha seja uma variante do projeto pioneiro de monotrilhos no mundo, o de Wuppertal, que entrou em operação nove anos depois da proposta de Kuhlmann para São Paulo.
Por fim, o projeto foi cancelado, Kuhlmann acabou não conseguindo concluir as obras no prazo estipulado, e a transposição do Anhangabaú se deu apenas em 1892, com a construção do Viaduto do Chá (cujo material foi retirado do projeto não executado da via elevada de Kuhlmann), que veio a ser rota para bondes convencionais, sem via exclusiva, muito menos suspensa. E São Paulo, possivelmente, perdeu a oportunidade de ter tido o primeiro monotrilho do mundo.
Embora esse projeto não tenha vingado, anos mais tarde, Alberto Kuhlmann veio a construir e operar o Tramway de Santo Amaro.

Esposizione Universale, Viale Civiltà Italiana, EUR, Roma, Itália

 


Esposizione Universale, Viale Civiltà Italiana, EUR, Roma, Itália
Roma - Itália
N. 841
Fotografia - Cartão Postal


Propaganda "Antes de Pensar no que Vai Aqui, Pense no que Vai Aqui", Dodge D100, Chrysler, Brasil


 

Propaganda "Antes de Pensar no que Vai Aqui, Pense no que Vai Aqui", Dodge D100, Chrysler, Brasil
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Moça Lendo Uma Carta à Janela / Leitora à Janela (Girl Reading a Letter by an Open Window) - Johannes Vermeer


 

Moça Lendo Uma Carta à Janela / Leitora à Janela (Girl Reading a Letter by an Open Window) - Johannes Vermeer
Gemäldegalerie Alte Meister, Dresden, Alemanha
OST - 83x64 - 1657-1659

A Descoberta no Restauro da Pintura "Moça Lendo Uma Carta à Janela" / "Leitora à Janela" (Girl Reading a Letter by an Open Window) de Johannes Vermeer - Artigo












A Descoberta no Restauro da Pintura "Moça Lendo Uma Carta à Janela" / "Leitora à Janela" (Girl Reading a Letter by an Open Window) de Johannes Vermeer - Artigo
Artigo


Moça Lendo Uma Carta à Janela / Leitora à Janela (Girl Reading a Letter by an Open Window) - Johannes Vermeer
Gemäldegalerie Alte Meister, Dresden, Alemanha
OST - 83x64 - 1657-1659
Foi um presente. Em 1742, pela compra de 30 pinturas da coleção particular do príncipe de Cariñena em Paris para o acervo do príncipe da Saxônia e rei da Polônia Augusto, o Forte, ele foi presenteado com uma pintura... e que pintura: nada menos do que um Rembrandt!
Assim a obra foi apresentada ao secretário saxão encarregado da transação e identificada ao chegar a Dresden, hoje na Alemanha.
Era um quadro primoroso que mostrava uma jovem loira, banhada pela luz que entrava por uma janela, entregue a um dos atos mais íntimos: a leitura de uma carta.
Apesar de ter invadido a privacidade da moça, o pintor a protegeu, inserindo uma mesa e tirando do cômodo quem se intrometera, obrigando o observador a ficar atrás de uma cortina aberta. A partir dessa distância segura, se certificou de que todos compartilhassem o momento que capturou sem que ninguém interferisse em seu encanto.
Era evidentemente a obra de um gênio, mas talvez não aquele considerado o artista mais importante da história da Holanda.
Quando apareceu pela primeira vez em um inventário, em 1747, o quadro foi descrito como uma pintura "ao modo Rembrandt" e, posteriormente, atribuído a outros artistas da escola do mestre holandês e da cidade de Delft. Passariam séculos até que a verdade fosse revelada.
Por quê?
Simplesmente porque, após sua morte, Johannes Vermeer havia, em grande parte, caído no esquecimento, principalmente fora da Holanda.
A verdade é que Vermeer nunca havia alcançado grande fama, embora tenha tido um sucesso moderado e fosse admirado pelo tratamento magistral da luz em suas pinturas. Mas ele era apenas um dos muitos artistas da chamada Idade de Ouro Holandesa, em que as Províncias Unidas dos Países Baixos vivenciaram uma extraordinária prosperidade política, econômica e cultural.
Se destacar entre tantos era difícil, sobretudo para um pintor que trabalhava devagar: especialistas estimam que Vermeer não concluiu mais de 60 obras ao todo, um número insignificante para os padrões do século 17. Seu contemporâneo Rembrandt, ao contrário, produziu centenas de pinturas, além de incontáveis ​​gravuras e desenhos.
Após sua morte em 1675, aos 43 anos, o nome de Johannes Vermeer foi desaparecendo da história. O fato de mal ter sido mencionado no principal livro de referência sobre a pintura holandesa do século 17, o condenou a ser omitido nas versões posteriores da história da arte por mais de um século.
A "Esfinge de Delft":
Finalmente, na década de 1790, o principal negociante, crítico e conhecedor de arte francês, Jean-Baptiste Pierre Le Brun, escreveu: "Esse Van der Meer, sobre quem os historiadores não falaram, merece atenção especial."
A opinião dele apareceu em Galerie des peintres flamands, hollandais et allemands, um informe abrangente de pintores de escolas do norte publicado para orientar os amantes e colecionadores de arte.
Mas, acima de tudo, o desejo de Le Brun era reivindicar os mestres desconhecidos cujos nomes haviam sido esquecidos. E "Van der Meer", ou Vermeer, o cativou como nenhum outro.
Seu respaldo foi transformador. A obra do artista falecido há mais de cem anos passou a ser apreciada como nunca. E ainda mais quando, no século 19, o influente historiador de arte e crítico francês Théophile Thoré entrou em cena, escrevendo sob o pseudônimo de William Burger por razões políticas.
Desde o seu primeiro encontro com Vista de Delft no Museu de Haia, na Holanda, por volta de 1842, o "quadro estranho" com "uma paisagem soberba e incomum" o surpreendeu tanto que ele deu início a um tour espetacular pelas coleções de arte europeias, com o objetivo de analisar pinturas que pudessem ser atribuídas ao artista enigmático que cada vez mais o seduzia.
Seus esforços para recuperar a obra daquele que apelidou de "Esfinge de Delft" — pelo pouco que se sabe sobre ele — foram combinados com a acolhida da boemia parisiense, entre a qual a arte sutil de Vermeer encontrou seu público natural.
Na década de 1650, o artista havia se convertido em um "pintor de gênero" ou "costumes", retratando a vida cotidiana. Duzentos anos depois, os artistas da era de Manet também voltaram seu olhar para o real e despretensioso. Havia chegado a hora de o mundo tranquilo e introspectivo de Vermeer brilhar.
Enquanto isso...
Na Gemäldegalerie Alte Meister (Galeria de Pinturas dos Mestres Antigos) de Dresden, a Moça lendo uma carta à janela seguia imutável. Em 1859, Thoré conseguiu confirmar sua hipótese de que se tratava de uma obra de Vermeer e que, inclusive, estava assinada.
No entanto, alguns observadores notaram um detalhe curioso na parede nua ao fundo: se via claramente contornos escurecidos que pareciam a sombra projetada por uma tela pendurada. Teria havido alguma vez um quadro pendurado ali, como em outras de suas obras?
Em 1979, uma radiografia mostrou que havia de fato uma imagem oculta dentro do quadro: um cupido nu que adornava a parede. Por que havia sido apagado? Talvez porque assim ditavam os gostos da época; quem sabe, para subtrair o erotismo da obra. Ou, de repente, por um mero capricho. Continua sendo um mistério difícil de desvendar.
Ainda mais importante era determinar se foi Vermeer quem empunhou o pincel que escondeu o deus do amor erótico e do desejo da mitologia clássica. Era possível.
No fim das contas, estudos revelaram que ele testou pelo menos três versões diferentes da composição final e pintou vários elementos que depois descartou, desde uma taça de vinho que é claramente visível por raios-X no canto inferior direito até outra cadeira no estreito espaço entre a beirada frontal da mesa e a borda inferior da pintura, cujos contornos são visíveis em imagens infravermelhas.
É por isso que, embora se soubesse da existência do cupido, o mesmo permaneceu oculto por quase mais quatro décadas: se o artista havia decidido eliminar aquele quadro-dentro-do-quadro de sua obra, ninguém tinha o direito de ir contra seus desejos.
A tecnologia responde:
Em 2017, teve início um projeto de avaliação e restauração, apoiado por um painel de especialistas internacionais, no qual foram realizados ou reavaliados raios-X, espectroscopias de refletância do infravermelho próximo e microscopias da pintura a óleo.
Quando começaram a remover as camadas de verniz do século 19, os especialistas em conservação descobriram que as "propriedades de solubilidade" da pintura na parte central da parede eram diferentes daquelas do resto da pintura.
Após mais investigações, constataram que havia camadas de agente aglutinante e uma camada de sujeira entre a imagem do cupido e a pintura. O enigma havia sido resolvido. As evidências mostravam que várias décadas se passaram entre a finalização de uma camada e a adição da seguinte. Não foi Vermeer quem apagou o cupido. Alguém fez isso após sua morte.
Em 2018, a Staatliche Kunstsammlungen Dresden, uma das instituições de museu mais antigas e reconhecidas do mundo, decidiu remover a camada pintada por cima. Como? Com um bisturi fino sob um microscópio.
O método é extremamente difícil e trabalhoso, mas os especialistas determinaram que somente assim seria possível manter a camada original de verniz aplicada por Vermeer.
Pouco a pouco:
O quadro antes da restauração, e depois que o verniz foi removido (imagem N. 3).
Então, aos poucos, começou a se revelar o que estava na parede ao fundo quando a pintura saiu do ateliê de Vermeer (imagem N. 4).
E por fim: um cupido de pé com um arco e flecha, enriquecendo a parede ao fundo do cômodo em que a moça lê sua carta (imagem N. 5).
Apesar do quadro ser quase tão grande quanto a própria jovem, o cupido, em vez de roubar a cena, dá uma sensação de harmonia. E a presença do deus do amor faz mais do que mudar a aparência e a sensação da pintura, também altera seu significado.
Durante décadas, se debateu qual poderia ser o conteúdo da carta. Antes de se ter conhecimento do quadro na parede, o historiador da arte Norbert Schneider, por exemplo, interpretou a janela aberta como um símbolo do mundo exterior, argumentando que a pintura representava o "desejo da moça de ampliar sua esfera doméstica".
Quando o cupido foi descoberto, Schneider concluiu que a carta era de amor. E não qualquer amor, mas um amor proibido — e sincero, porque o deus do amor surge pisando em máscaras que jazem no chão, que representam o engano e a hipocrisia, símbolo de que o verdadeiro amor prevalece.
Para o diretor da Gemäldegalerie Alte Meister em Dresden, Stephan Koja, a obra "é uma declaração fundamental sobre a natureza do amor".

Rua do Seminário, Circa 1928, São Paulo, Brasil

 


Rua do Seminário, Circa 1928, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


A antiga Travessa de Santa Ifigênia que entre outras denominações foi também conhecida como Rua do Seminário das Educandas. Ao fundo à esquerda, a torre da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Santa Ifigênia. No plano médio à direita, o início da Brigadeiro Tobias, antiga Rua Alegre. Em 1º plano à esquerda, o fim da Rua Formosa.

sábado, 13 de novembro de 2021

Terreno Onde Seria Construído o Shopping Eldorado na Avenida Rebouças, 1962, São Paulo, Brasil


 

Terreno Onde Seria Construído o Shopping Eldorado na Avenida Rebouças, 1962, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Esta imagem mostra o terreno de várzea onde foi construído o Shopping Eldorado, na avenida Rebouças — na época, o 3º da cidade, inaugurado em setembro de 1981.
O local era conhecido como campo do "Areião".

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 1942, São Paulo, Brasil



 



Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 1942, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Cenas aéreas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e seu entorno na Doutor Arnaldo, antiga Avenida Municipal.

Centro Histórico, São Paulo, Brasil

 


Centro Histórico, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Qual terá sido a justificativa para que esta precária via tenha sido designada como Rua Bonita — a atual Dr. Tomás de Lima que começa na Conde de Sarzedas e terminava na Rua da Glória no bairro da Liberdade. Denominações anteriores: Dr. Thomaz de Lima e Dr. Thomaz Ribeiro de Lima. Antes de ser Bonita chegou a ser conhecida como Rua do Moinho de Vento. Nesta histórica imagem vemos ao fundo à esquerda, o Castelo do Conde de Sarzedas, na esquina da rua homônima. Alguns romanticamente o chamavam como "Castelinho do Amor" e foi construído entre 1891-1895 — encomendado pelo deputado por São Paulo, Luis de Lorena Rodrigues Ferreira, bisneto do 5º Conde de Sarzedas. Ao fundo na Rua Tabatinguera, vemos a Igreja Menino Jesus e Santa Luzia erguida em 1901. Embaixo, pavimentada com paralelepípedos, a Rua dos Estudantes.
Indicada com a seta à esquerda, a Rua Santa Luzia. Na esquina, o enorme casarão com mansarda — em seu lugar foi construído o Edifício Tonnani. No mesmo lado da rua foi concluída em 1924, a belíssima Casa Ranzini. Nos fundos do terreno onde foi construído o imóvel existia a Bica de Santa Luzia. Domitila de Castro — a futura Marquesa de Santos — que estava grávida foi emboscada e esfaqueada nas proximidades desta bica em 06/03/1819 pelo marido, o alferes Felício Pinto Coelho de Mendonça que alegou “legítima defesa da honra” para o crime. Um fato leva a outro: o então príncipe regente Dom Pedro chegou a São Paulo em agosto de 1822, acompanhado do irmão caçula de Domitila, o alferes Francisco de Castro que lhe apresentou a família. O resto a história conta.