segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Edifício Júlia Cristianini, uma Tragédia Anunciada, São Paulo, Brasil - Artigo

 






















Edifício Júlia Cristianini, uma Tragédia Anunciada, São Paulo, Brasil - Artigo
São Paulo - SP
Artigo


Texto 1:
Caminhar pelo trecho final da Rua Santa Ifigênia pode representar um risco à sua vida. Além dos frequentes conflitos de comerciantes locais e usuários de crack, uma sacola é jogada do alto de um prédio e estoura no meio da rua com seu contéudo de lixo doméstico, espalhando a sujeira entre o asfalto e parte da calçada de um estacionamento. Fato isolado? Nem de longe, apenas rotina.
Ao olhar para cima, na direção de onde foi jogada a sacola, é possível observar um arranha-céu que parece ter sofrido um bombardeio, similar ao que vemos no noticiário internacional de zonas de guerra ou conflito. Tanto é verdade que este edifício foi apelidado por moradores e vizinhos de "Sarajevo".
Construído na década de 1940 em um lote junto à Rua General Osório, o Edifício Júlia Cristianini começou a ser habitado em 1946 e até hoje, pasmem, não foi 100% concluído, tornando-se um problema para a cidade, que envolve habitação, segurança pública e uma escancarada ineficácia do poder público, que já se estende por 76 anos.
Em 1956, o jornal Folha de S. Paulo já alertava que o prédio oferecia risco pelo número excessivo de unidades e moradores, ausência de equipamentos de segurança, além de ter apenas um elevador em um imóvel de mais de 10 andares.
Um dos principais problemas do prédio (e origem de muitos outros) foi o fato que sua idealizadora e construtora, cujo nome batiza o edifício, jamais concluiu as obras, o que fez com que os compradores, cansados de esperar, o ocupassem assim mesmo.
Inclusive, já no ano de sua inauguração, a senhora Cristianini foi acusada de não terminar as obras de propósito. À época alegou "falta de cimento no mercado", algo que nunca correspondeu a realidade.
Outro problema do edifício foi a ideia de projetar uma fábrica na cobertura, empreendimento que a Prefeitura não concedeu licença de funcionamento, e que por isso jamais saiu do papel. A intenção era abrir uma fábrica de bolsas, basta observar o prédio de longe para notar a existência de um galpão inacabado no topo da construção.
E com o falecimento de Júlia Cristianini, em 1960, os problemas se agravaram, jamais sendo resolvidos, transformando o que já era considerado cortiço em 1956, em mais um dos apelidados "treme-treme" da cidade.
Importante dizer que dos demais prédios com esse triste apelido, apenas o Júlia Cristianini ainda permanece de pé e, de acordo com a base de dados da Prefeitura (cadastro do IPTU), 57 unidades ainda se encontram no nome da falecida.
Desde a década de 1980, a Prefeitura de São Paulo trava embate com os moradores pela desocupação do prédio em virtude de seus inúmeros problemas.
A briga entre o CONTRU, órgão que fiscaliza o uso de imóveis na capital paulista, pela desocupação do Edifício Júlia Cristianini seguiu por toda a década de 1990, entrando nos anos 2000, sem obter êxito.
O edifício segue ocupado por centenas de famílias, oferecendo risco aos próprios moradores, aos vizinhos e à municipalidade . A última tentativa de desocupar o prédio, determinada em 2018, ainda nem saiu do papel, não havendo nenhuma previsão de quando isso irá ocorrer.
Não é preciso entrar no edifício para constatar que é uma tragédia anunciada. De sua fachada despencam, com frequência, pedaços do acabamento em direção à calçada. Para evitar ferimentos ou a morte de pedestres, uma estrutura de madeira foi instalada entre a marquise e calçada para amenizar o problema. Mesmo assim são corriqueiros os casos de fragmentos que caem na rua, bem como lixo, embalagens vazias e outros objetos, jogados por moradores, acumulando-se sobre a estrutura que serve de anteparo.
Assim, tendo por base as recentes tragédias ocorridas no Edifício Wilton Paes de Almeida e no Edifício Comércio e Indústria, continuar permitindo que esse prédio seja habitado é brincar com coisa séria, ignorar o perigo. Infelizmente não se vislumbra que o futuro do Edifício Júlia Cristianini será diferente dos prédios acima citados...
Texto 2:
Vive só na memória dos moradores mais antigos o tempo em que o prédio na esquina da rua General Osório com a Santa Ifigênia cintilava por fora, com seu revestimento em pó de mica, e tinha o hall de entrada forrado de mármore cor-de-rosa.
Hoje, a fachada remete a um cenário de guerra e rendeu ao condomínio Júlia Cristianini, de 1946, o apelido de "Sarajevo", em referência à cidade destruída por conflitos na antiga Iugoslávia.
Não é só por fora que um dos símbolos da degradação da cracolândia lembra guerra. Moradores não se entendem, agressões físicas são comuns, além de brigas em torno do dinheiro arrecadado pelo condomínio.
O edifício tem mais de mil habitantes em 243 apartamentos. Roubos e furtos são frequentes, muitos têm grades na porta.
Ivonderli Cardoso, 48, colocou a proteção após notar tentativa de arrombamento. "Gosto de morar aqui, mas não temos segurança." Ela diz ter medo dos fios elétricos e do único elevador que (mal) funciona.
Moradores dizem que a administração não presta contas e que o dinheiro não é usado em reformas.
A fachada foi interditada e a prefeitura exigiu que o prédio garantisse a segurança de pedestres dos pedaços de reboco que despencam.
Quem vive ali há tempos relata uma situação bem diferente até os anos 1980.
"Era muito bom antigamente. Tinha salas de advogados, contadores", diz Judith Vidal, 84, funcionária pública aposentada, no prédio há mais de 50 anos. "Agora já me perguntaram se o prédio foi invadido."
Suely Belkis Toledo, 68, tinha dez anos quando se mudou para o edifício. A investigadora de polícia aposentada diz que os natais ali eram famosos. "Todos colocavam luzes na fachada. O Papai Noel vinha no carro do Corpo de Bombeiros daqui do lado. Foi um bom prédio de elite".
A Prefeitura assinala o prédio como um dos que devem ser desapropriados devido ao projeto "Nova Luz", que pretende mudar a região (mas nada acontece). Diz ainda que os moradores serão realocados em edifícios de interesse social a serem construídos na área do projeto (que, advinhem, também não acontece). A única certeza (mesmo) é que uma nova tragédia na cidade é questão de tempo...
Nota do blog: Que vai acontecer uma tragédia nesse local, não há dúvida. A cidade de São Paulo sempre inova em matéria de absurdo, aqui você nunca pode dizer que já viu de tudo, basta um passeio, uma volta no quarteirão, um olhar para cima, uma conversa de rua...

domingo, 6 de novembro de 2022

Torcedores Chegando no Estádio Municipal do Pacaembu, Anos 40, São Paulo, Brasil


 

Torcedores Chegando no Estádio Municipal do Pacaembu, Anos 40, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Propaganda "Câmera Polaroid, a Foto que Aparece na Hora, Bata e Veja em Apenas 60 Segundos", 1974, Câmera Polaroid Colorpack 80, Polaroid, Brasil


 

Propaganda "Câmera Polaroid, a Foto que Aparece na Hora, Bata e Veja em Apenas 60 Segundos", 1974, Câmera Polaroid Colorpack 80, Polaroid, Brasil
Propaganda

Propaganda "A Hering Realiza o Sonho de Todas as Torcidas", 1982, Coleção Superclubes, Hering, Brasil


 

Propaganda "A Hering Realiza o Sonho de Todas as Torcidas", 1982, Coleção Superclubes, Hering, Brasil
Propaganda

Nota do blog: Falcão, à época, era atleta do Roma da Italia. Contratá-lo era o sonho de consumo dos torcedores brasileiros. A Hering aproveitou isso e lançou uma campanha publicitária com o jogador vestindo a camisa dos principais clubes nacionais. Destaque para o jogador usando a camisa do Grêmio, principal rival do Internacional, clube onde Falcão fez fama no Brasil (ainda teria uma breve passagem pelo São Paulo em fim de carreira). 

Farmácia Stellfeld, Circa Década 1910, Praça Tiradentes, Curitiba, Paraná, Brasil


 

Farmácia Stellfeld, Circa Década 1910, Praça Tiradentes, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia

Monumento "A Epopeia de 1932", 2022, Praça XV de Novembro, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil









 

Monumento "A Epopeia de 1932", 2022, Praça XV de Novembro, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Cadillac Model E Runabout 1905, Estados Unidos

 





































Cadillac Model E Runabout 1905, Estados Unidos
Fotografia



In 1904, Cadillac launched its new Model D, featuring the now conventional automotive layout with a front-mounted, 30-horsepower, four-cylinder engine on a 100-inch-wheelbase chassis. Despite this novel offering, demand for Cadillac’s original single-cylinder models continued. To keep up with the times, the single-cylinder Model E, a two-passenger runabout, and Model F, offered as a four-passenger tourer or delivery vehicle, adopted an “engine hood” in the style of the latest front-engine cars, even though the actual engine was still under the seat, just as it had been since the single-cylinder Cadillac made its debut in 1905.
Cute as a button, the brass-trimmed Model E enjoyed sprightly performance. “The Power of a Cadillac Never Diminishes,” one advertisement claimed. “Even after a year’s service, it is not unusual for a Cadillac motor, when given the proper care, to develop 20 percent more power than originally rated. Ample reserve energy enables the Cadillac to go anywhere.”
The Model E Runabout offered here was acquired by the present owner in 2013. The previous owner had acquired it from the collection of well-known brass car enthusiast Les Schuchardt in South Dakota. Mr. Schuchardt had completed a great deal of the car’s restoration, including an exacting recreation of the original “beetleback” wooden coachwork, as well as a mechanical rebuild. Upon acquiring it, the subsequent owner then commissioned RM Auto Restoration to complete the restoration, which involved disassembling it, adding show-quality brass, and carefully painting all components to a concours level in a traditional dark green, striped in yellow. Though a top was not standard equipment, the car was fitted with the correct brackets and accessories to install one, should the new owner desire. The car also features correct headlamps and a steering column-mounted bulb horn.