sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Volkswagen Fox Sedan e Volkswagen Fox Wagon, Brasil

 













Volkswagen Fox Sedan e Volkswagen Fox Wagon, Brasil
Fotografia




A Garagem VW, o acervo de carros históricos da Volkswagen do Brasil, dentro da fábrica da Anchieta, guarda algumas joias. Entre elas está duas unidades dos primeiríssimos Volkswagen Fox fabricados no Brasil: o Fox Sedan e o Fox Wagon, versões do Voyage e da Parati destinadas aos Estados Unidos e Canadá.
E a culpa é toda dos japoneses.
Desde meados da década de 1970 os carros japoneses começaram a ganhar o mercado norte-americano. Eram pequenos, mas também eram baratos e econômicos em plena Crise do Petróleo. Enquanto as fabricantes locais diminuíam a potência dos V8, os japoneses apostavam em motores pequenos e frugais.
A Volkswagen também viu isso como uma oportunidade. Por isso, desde o lançamento do VW Voyage no Brasil, em 1981, um grupo de executivos da Volkswagen se debruçou no secretíssimo “Projeto 99”: o plano era viabilizar a exportação de 100.000 carros para o mercado norte-americano.
Havia muito trabalho pela frente, não apenas pela qualidade dos carros brasileiros mas também pelas exigências bastante peculiares para a homologação de carros nos Estados Unidos – e algumas persistem até hoje.
Já em 1982, alguns Voyage foram despachados para teste no Alasca, a temperaturas de até 45 graus negativos. Nos cinco anos seguintes promoveram mais de 2.000 modificações nos projetos dos Voyage e Parati brasileiros só para a exportação. Ainda tiveram seus nomes mudados para Fox, com uma sonoridade melhor por lá do que um nome francês ou brasileiro.
O que o Voyage e a Parati Fox tinham de diferente?
Até mesmo a linha de produção precisara ser aprimorada só para os carros exportados. A Volkswagen chegou a importar 15 novos robôs para melhorar a qualidade das soldas por exigência do comprador externo.
O ano era 1987 e os Fox Sedan e Fox Wagon já tinham injeção eletrônica, item banido por aqui pela famigerada política de reserva de mercado da informática. Era uma injeção eletrônica burra: a Bosch KE-Jetronic tinha apenas um injetor e não tinha sonda lambda para corrigir seus parâmetros.
A tecnologia era aplicada no motor AP-800, o 1.8, e não aumentava a potência. Pelo contrário: rendia 81 cv e 12,8 kgfm contra 96 cv e 15,6 kgfm dos carros brasileiros, com carburador. O ganho estava nas emissões, que também eram ajudadas pelo catalisador – que só foi adotado no nosso Voyage em 1992.
O câmbio era sempre manual, com quatro marchas na maioria das versões e com cinco marchas na GL, com proposta mais esportiva. Nenhum tinha direção hidráulica.
Nos primeiros anos os carros de exportação tinham faróis selados e quadrados. Só em 1991 o VW Fox Sedan ganhou faróis com faróis mais estreitos similares aos usados no Brasil. Ainda tem luzes laranjas nos para-lamas traseiros e para-choques mais saltados, exigências dos EUA e do Canadá.
Os Fox e Fox Wagon ainda estrearam o quadro de instrumentos com comandos satélite, que podiam ser acionados sem tirar as mãos do volante. Esse painel só estreou no Brasil em 1988, nas versões mais caras do Voyage.
Enquanto o Fox Sedan era exportado com duas e quatro portas, o Fox Wagon só tinha duas portas – a Parati só ganharia opção quatro portas mais de 10 anos depois.
Foi um esforço de anos e que exigiu investimentos, mas o objetivo da Volkswagen foi alcaçado. O VW Fox foi lançado nos Estados Unidos por 5.200 dólares, segundo informações da época do jornal Automotive News. Era mais barato que os carros japoneses por lá comercializados e acabaria por assumir o posto que antes era do Fusca.
No fim de 1989, a revista americana Car and Driver comparou oito modelos mais baratos dos EUA. O VW Fox fez bonito e ficou em terceiro, atrás apenas de VW Golf e Honda Civic DX. Preço e qualidade ajudam a entender os 220.000 Fox que foram exportados até 1993 para os Estados Unidos.
Sucesso mesmo quem teve foi o Fox Sedan. Foram exportadas mais de 200.000 unidades do Voyage americano até o final de 1993. As exportações da Fox Wagon foram encerradas em 1989 com apenas 20.000 unidades produzidas.
As duas unidades que a Volkswagen mantém em seu acervo no Brasil foram usados para testes da Engenharia da fabricante. O sedã tem cerca de 10.000 km rodados, enquanto a perua rodou pouco mais de 3.000 km.
Outros destinos:
O mesmo Volkswagen Fox chegou a ser exportado, quem diria, para o Iraque. Esse movimento migratório rumo ao Oriente Médio começou em 1988 e durou até 1990, quando teve início a Guerra do Golfo. Anos depois a Saveiro também foi enviada para países árabes em meados dos anos 1990.
Sem as melhorias exigidas pelos norte-americanos, o Volkswagen Voyage ainda foi exportado para alguns países vizinhos com outras identidades: Gacel ou Senda (Argentina) e Amazon (Peru, Chile e Guatemala).
O mais perto que o Brasil chegou de ter um Voyage parecido com o Fox foi o Voyage GLS, lançado em 1988 com motor AP-800 ainda carburado, mas com o mesmo painel com comandos satélite.
Até 1996, quando deixou de ser fabricada, a primeira geração do Voyage acompanhou as mudanças estéticas do Gol. Foram produzidos no total 856.471 Voyage da primeira geração e nada menos que 391.295 deles foram expatriados.

Volkswagen Gol Last Edition 2022, Brasil

 














Volkswagen Gol Last Edition 2022, Brasil
Fotografia


O carro mais vendido da história do Brasil está se despedindo. O Volkswagen Gol Last Edition teve apenas 1.000 unidades produzidas como forma de resumir uma história de 42 anos e mais de 8 milhões de unidades produzidas. E ele tem mais referências ao passado do hatch do que pensávamos.
Antes de mais nada, vale dizer que a base da série limitada é o Gol 1.0 MPI, única versão disponível atualmente, mas com todos os pacotes de opcionais possíveis. O motor é o três-cilindros 1.0 de 84 cv e 10,3 kgfm, com câmbio manual de seis marchas.
A intenção da Volkswagen não é tentar reviver o desempenho dos Gol GT, GTS e GTi, mas elementos visuais deles estão presentes. A faixa preta pintada na traseira interligando as lanternas começou no Gol GT em 1984, assim como os bancos Recaro, que serviram como inspiração para o tecido cinza que forra os bancos.
Mas foi no Gol GTi, já no início dos anos 1990, que surgiu a famosa roda orbital – cujo nome oficial é futura. Não, não colocaram essa roda no Gol Last Edition, que usa as mesmas rodas aro 15 de série, porém pintadas na cor preta.
A roda orbital aparece nos logotipos que marcam a serie especial instalados no meio da coluna C. A intenção, de acordo com José Carlos Pavone, chefe de Design da Volkswagen para a América do Sul, a intenção também foi reviver os brasões de Wolfsburg e de São Bernardo do Campo que eram estampados no Fusca em seus primeiros anos.
O Gol G2, o famoso Gol “Bolinha”, é homenageado pela fonte do escrito “Gol” na tampa do porta-malas. As lanternas não são pretas como aparenta nas imagens geradas virtualmente pela VW, mas a traseira ainda tem um fundo preto para o nicho da placa.
Completam o visual exclusivo a faixa preta na base das portas, a grade dianteira sem cromados, retrovisores, maçanetas e aerofólio pintados de preto, assim como o teto (que esqueceram de pintar nas fotos). A carroceria é sempre pintada na cor vermelho sunset, que estreou no Nivus e se estendeu ao T-Cross e ao Polo 2023 recentemente.
A cabine ainda tem outros detalhes exclusivos, como as costuras vermelhas no volante, nos apoios de braço das portas e na coifa da alavanca de câmbio. As portas ainda recebem forração cinza na área dos braços e o porta-objetos que vai no porta-copos tem um adesivo identificando a série limitada. Mas é um friso texturizado no painel que identifica cada uma das 1.000 unidades produzidas.
A lista de equipamentos de série do Gol Last Edition é fiel ao Gol Urban Completo. Ou seja, inclui ar-condicionado, direção hidráulica, retrovisores com ajuste elétrico, luzes de seta e tilt-down do lado direito, computador de bordo, sensor de estacionamento traseiro e central multimídia Composition Touch, de 6,5”, com Android Auto e Apple CarPlay.
O preço do Gol Last Edition só será divulgado no próximo dia 23, mas é esperado algo ao redor dos R$ 100.000 – cerca de R$ 15.000 mais caro que um Gol completo.
A Volkswagen apresentou o Gol Last Edition na fábrica de Taubaté (SP) junto com o Polo Track, que será lançado em fevereiro para seu sucessor no mercado e na fábrica.
Todas as 1.000 unidades da série de despedida já estão prontas e começaram a chegar às concessionárias de todo o Brasil e a Volkswagen garante que não aumentará a tiragem – como fez com a Kombi Last Edition em 2013, e que depois acabou encalhando. Por sinal, o “milésimo Gol” ficará guardado no acervo da Volkswagen.
Mesmo assim, a produção do Gol e do Voyage segue a todo vapor na fábrica na razão de dois hatch para cada sedã. E o ritmo será esse até o finalzinho de dezembro, quando os dois Volkswagen mais antigos fabricados no Brasil atualmente terão a produção encerrada em definitivo. Os verdadeiros últimos Volkswagen Gol não serão tão especiais assim.

Forte de Madame Bruyne / Forte do Buraco, Municípios de Olinda e Recife, Pernambuco, Brasil


 



Forte de Madame Bruyne / Forte do Buraco, Municípios de Olinda e Recife, Pernambuco, Brasil
Olinda / Recife - PE
Fotografia


O Forte de Madame Bruyne ou Forte do Buraco, situado ao norte do Porto do Recife, é um ilustre desconhecido de muita gente.
Localizava-se no Istmo de Olinda e Recife, ao norte do Forte de São João Batista do Brum, distante meia milha deste. Atualmente suas ruínas ficam por trás da Escola de Aprendizes Marinheiros, ao norte da última barra do Porto do Recife, Praia do Istmo ou Ponta Del Chifre.
Originalmente, segundo os historiadores, era apenas um pequena fortificação denominada Guarita de João Albuquerque, estando situada de frente para a Barra Grande e em posição estratégica de defesa.
Entre 1630 e 1632 as forças holandeses ergueram no lugar da guarita um forte como um reduto de campanha para a defesa avançada do norte do Recife. Em 25 de junho de 1631 recebeu a denominação de Forte Madame Bruyne (Domina Bruninis) em homenagem à esposa de Johan Bruyne, integrante do Conselho de comissários que governou o Brasil holandês. A sua planta apresentava o formato de um polígono quadrangular regular, com quatro meio-baluartes nos vértices.
Sobre esta estrutura, Maurício de Nassau, no "Breve Discurso" de 14 de Janeiro de 1638, sob o tópico "Fortificações", informa:
"A tiro de mosquete deste hornaveque [do forte do Brum] fica um reduto que serve de guarda-avançada."O "Relatório sobre o estado das Capitanias conquistadas no Brasil", de autoria de Adriaen van der Dussen, datado de 4 de Abril de 1640, complementa:
"[...] a um tiro longo de mosquete daí [do forte do Brum], está situado um reduto chamado de Madame de Bruyne, com uma boa paliçada em volta e no qual estão 2 peçazinhas forjadas, de bronze, de 6 libras. O fortezinho, que fica ao sul da cidade de Olinda está sendo reparado, de modo a comportar 15 a 20 homens de guarnição, com 4 a 5 canhões de ferro, de modo a que sirva de refúgio para a burguesia de Olinda no caso de ataque de campanhistas."O Forte Madame Bruyne fazia parte do sistema fortificado de defesa da cidade, considerado um dos melhores do século XVII. Formavam este sistema, entre outros, o Forte do Brum e o Forte das Cinco Pontas.
Ele figura nos mapas de Frans Post (1612-1680) da Ilha de Antônio Vaz (1637), e de Mauritiopolis (1645. Biblioteca Nacional do Brasil).
Quando do assalto final ao Recife, em Janeiro de 1654, esta estrutura foi abandonada pelas forças neerlandesas a 17 de Janeiro.
As ruínas que hoje conhecemos datam do século XVIII, de acordo com portaria do governador, expedida ao provedor da fazenda real, em 17 de novembro de 1711, ordenando que mandasse por em praça a obra da reedificação do Forte do Buraco, que foi executada em alvenaria de pedra, com forma irregular de três faces retas e uma abaluartada, assumindo uma forma de trapézio. Neste período:
"[...] estava guarnecido por um Capitão, um Sargento, um Condestável (chefe de artilheiros), infantes destacados dos Terços do Recife, dez fuzileiros e dois artilheiros, e artilhado com vinte e duas peças, três de bronze e dezenove de ferro." Figura na coleção de "Mapas de vários regimentos da Capitania de Pernambuco", 1763, sob o título Forte de Santo Antônio dos Coqueiros do Buraco, mas desde a reconquista luso-brasileira era conhecido simplesmente como Forte do Buraco, cujo termo foi tomado por ficar fronteiriço ao lugar chamado Buraco do Santiago, hoje Tacaruna.
No século XIX, sofreu reparos em 1863, no contexto da Questão Christie (1862-1865). Poucos anos depois, em 1885, encontrava-se em precário estado de conservação, classificado como de 2ª Classe. Já no início do século XX o forte encontrava-se abandonado e em ruínas, situação que continuou até a década de 1950.
Em 1958 a Marinha do Brasil dinamitou e demoliu o forte, para a construção da Base do 3º Distrito Naval, tendo parte de suas pedras sido aproveitadas nas obras do prolongamento do porto do Recife. A base não chegou a ser construída e foi transferida para Natal (RN). Nas proximidades do monumento, a Marinha chegou a construir um dique seco que seria utilizado para o conserto de navios. A edificação não foi levada adiante e hoje serve de apoio para os pescadores da região. Desde então, o local foi abandonado, com o pouco que restou do velho forte.
"Infelizmente as ruínas da Fortaleza do Buraco já tiveram sua bem executada sentença de morte. Delas resta apenas uma como lápide melancólica dizendo: 'Aqui foi a Fortaleza do Buraco'. Foram essas ruínas sacrificadas às obras de expansão da Base Naval do Recife. Sacrifício parece que desnecessário. Inútil. Lastimável." No ano de 2000 o Conselho Deliberativo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aprovou o tombamento das ruínas da fortificação. A fortaleza tinha sido tombada pelo Governo Federal em 1938 e foi destombada na década de 50 por solicitação da Marinha do Brasil. O Iphan tem em seu seu poder as pedras de inscrição que ficavam no portão do Forte do Buraco. As peças, datadas de 1705, foram doadas à instituição em 1962 pelo 3º Distrito Naval.
Ainda assim o descaso com as ruínas do velho forte é patente. O acesso ao local é difícil, cheio de lixo e entulho.

Forte de Madame Bruyne / Forte do Buraco, 1939, Municípios de Olinda e Recife, Pernambuco, Brasil


 

Forte de Madame Bruyne / Forte do Buraco, 1939, Municípios de Olinda e Recife, Pernambuco, Brasil
Olinda / Recife - PE
Fotografia


Localizava-se no Istmo de Olinda e Recife, ao norte do Forte de São João Batista do Brum, distante meia milha deste. Atualmente suas ruínas ficam por trás da Escola de Aprendizes Marinheiros, ao norte da última barra do Porto do Recife, Praia do Istmo ou Ponta Del Chifre.
Originalmente, segundo os historiadores, era apenas uma pequena fortificação denominada Guarita de João Albuquerque. Entre 1630 e 1632 as forças holandesas ergueram no lugar da guarita um forte como um reduto de campanha para a defesa avançada.
Recebeu a denominação de Forte Madame Bruyne (Domina Bruninis) em homenagem à esposa de Johan Bruyne, integrante do Conselho de comissários que governou o Brasil holandês. Figura na coleção de "Mapas de vários regimentos da Capitania de Pernambuco", 1763, sob o título Forte de Santo Antônio dos Coqueiros do Buraco, mas desde a reconquista luso-brasileira era conhecido simplesmente como Forte do Buraco, cujo termo foi tomado por ficar fronteiriço ao lugar chamado Buraco do Santiago, hoje Tacaruna.
No final do século XIX, encontrava-se em precário estado de conservação e no início do século XX, o forte estava abandonado e em ruínas.
Em 1958 a Marinha do Brasil dinamitou o forte para a construção da Base do 3º Distrito Naval. A base não chegou a ser construída e foi transferida para Natal (RN). Nas proximidades do monumento, a Marinha chegou a construir um dique seco que seria utilizado para o conserto de navios. A edificação não foi levada adiante, desde então, o local foi abandonado, com o pouco que restou do velho forte.

Estátua Mulher Grávida, Praça das Mães, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil







Estátua Mulher Grávida, Praça das Mães, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia


Nota do blog 1: Instalada em 2003, é de autoria de Thirso Cruz.
Nota do blog 2: A Prefeitura tinha intenção de fazer uma homenagem as mães da cidade. A Câmara Municipal, pela Lei n. 1457 de 5 de outubro de 1964, autorizou a Prefeitura Municipal a abrir um concurso de maquetes para a construção de um monumento para a referida homenagem. O vencedor do concurso receberia um prêmio em dinheiro de C$ 50.000,00 (cinquenta mil cruzeiros). Até onde se sabe essa tentativa acabou não concretizada.
Nota do blog 3: A estátua também é conhecida como “Mãe”; o nome "Mulher Grávida" foi dado pelo autor Thirso Cruz.
Nota do blog 4: Localizada na Rua Adolfo Mantovani, Jardim Califórnia.
Nota do blog 5: Imagens de 2022.


 

Praça das Mães, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil

 


















Praça das Mães, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Nota do blog 1: Localizada na Rua Adolfo Mantovani, Jardim Califórnia.
Nota do blog 2: Imagens de 2022.