quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Primeira Fotografia / Heliografia Permanente Conhecida, "Point de Vue du Gras", 1826, Saint-Loup-de-Varennes, França (Point de Vue du Gras) - Joseph Nicéphore Niépce


Primeira Fotografia / Heliografia Permanente Conhecida, "Point de Vue du Gras", 1826, Saint-Loup-de-Varennes, França (Point de Vue du Gras) - Joseph Nicéphore Niépce
Saint-Loup-de-Varennes - França
Fotografia - Heliografia



Vista da janela de Le Gras, a primeira fotografia permanente de sucesso criada por Nicéphore Niépce em 1826 ou 1827, em Saint-Loup-de-Varennes (Saône-et-Loire, Borgonha, França). Capturado em betume tratado com óleo de 20 × 25 cm. Devido à exposição de 8 horas, os edifícios são iluminados pelo sol, tanto da direita quanto da esquerda.
Em 1793, enquanto servia como oficial do exército francês, Niépce tenta obter imagens gravadas quimicamente com a câmara escura, durante uma temporada em Cagliari. Aos 40 anos, Niépce retirou-se do exército francês para se dedicar a inventos técnicos, graças à fortuna que sua família possuía. Nesta época, a litografia era muito popular na França, e como Niépce não tinha habilidade para o desenho, tentou obter através da câmera escura uma imagem permanente sobre o material litográfico de imprensa. Recobriu um papel com cloreto de prata e expôs durante várias horas na câmera escura, obtendo uma fraca imagem parcialmente fixadas com ácido nítrico. Como essas imagens eram em negativo e Niépce pelo contrário, queria imagens positivas que pudessem ser utilizadas como placa de impressão, determinou-se a realizar novas tentativas.
Após alguns anos, Joseph recobriu uma placa de estanho com betume branco da Judeia que tinha a propriedade de se endurecer quando atingido pela luz. Nas partes não afetadas, o betume era retirado com uma solução de essência de alfazema. Em 1826, expondo uma dessas placas durante aproximadamente 8 horas na sua câmera escura fabricada pelo ótico parisiense Chevalier, conseguiu uma imagem do quintal de sua casa. Apesar desta imagem não conter meios tons e não servir para a litografia, todas as autoridades na matéria a consideram como "a primeira fotografia permanente do mundo". Esse processo foi batizado por Niépce como heliografia, gravura com a luz solar.
Em 1827, Niépce foi a Kew, perto de Londres, visitar Claude, levando consigo várias heliografias. Lá conheceu Francis Bauer, pintor botânico que de pronto reconheceu a importância do invento. Aconselhado a informar ao Rei Jorge IV e à Royal Society sobre o trabalho, Niépce, cauteloso, não descreve o processo completo, levando a Royal Society a não reconhecer o invento. De volta para a França, deixa com Bauer suas heliografias do Cardeal d'Amboise e da primeira fotografia de 1826.
Em 1829 substitui as placas de metal revestidas de prata por estanho, e escurece as sombras com vapor de iodo. Este processo foi detalhado no contrato de sociedade com Daguerre, que com estas informações pode descobrir em 1831 a sensibilidade da prata iodizada à luz. Niépce morreu em 1833 deixando sua obra nas mãos de Daguerre.

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