Primeira Fotografia / Heliografia Permanente Conhecida, "Point de Vue du Gras", 1826, Saint-Loup-de-Varennes, França (Point de Vue du Gras) - Joseph Nicéphore Niépce
Saint-Loup-de-Varennes - França
Fotografia - Heliografia
Vista da janela de Le Gras, a primeira fotografia permanente de
sucesso criada por Nicéphore Niépce em 1826 ou 1827, em Saint-Loup-de-Varennes
(Saône-et-Loire, Borgonha, França). Capturado em betume tratado com óleo de 20
× 25 cm. Devido à exposição de 8 horas, os edifícios são iluminados pelo sol,
tanto da direita quanto da esquerda.
Em 1793, enquanto servia como oficial do exército francês,
Niépce tenta obter imagens gravadas quimicamente com a câmara escura, durante
uma temporada em Cagliari. Aos 40 anos, Niépce retirou-se do exército francês
para se dedicar a inventos técnicos, graças à fortuna que
sua família possuía. Nesta época, a litografia era muito popular na França, e
como Niépce não tinha habilidade para o desenho, tentou obter através da câmera
escura uma imagem permanente sobre o material litográfico de imprensa. Recobriu
um papel com cloreto de prata e expôs durante várias horas na câmera escura,
obtendo uma fraca imagem parcialmente fixadas com ácido nítrico. Como essas imagens eram em
negativo e Niépce pelo contrário, queria imagens positivas que pudessem ser
utilizadas como placa de impressão, determinou-se a realizar novas tentativas.
Após alguns anos, Joseph recobriu uma placa de estanho com betume branco
da Judeia que
tinha a propriedade de se endurecer quando atingido pela luz. Nas partes não
afetadas, o betume era retirado com uma solução de essência de alfazema.
Em 1826, expondo uma dessas placas durante aproximadamente 8 horas na sua câmera escura
fabricada pelo ótico parisiense Chevalier, conseguiu uma imagem do quintal de
sua casa. Apesar desta imagem não conter meios tons e não servir para a
litografia, todas as autoridades na matéria a consideram como "a primeira
fotografia permanente do mundo". Esse processo foi batizado por Niépce
como heliografia, gravura com a luz solar.
Em 1827, Niépce foi a Kew, perto de Londres,
visitar Claude, levando consigo várias heliografias. Lá conheceu Francis Bauer,
pintor botânico que de pronto reconheceu a importância do
invento. Aconselhado a informar ao Rei Jorge IV e à Royal Society sobre o
trabalho, Niépce, cauteloso, não descreve o processo completo, levando a Royal
Society a não reconhecer o invento. De volta para a França, deixa com Bauer
suas heliografias do Cardeal d'Amboise e da primeira fotografia de 1826.
Em 1829 substitui as placas de metal revestidas
de prata por estanho,
e escurece as sombras com vapor de iodo. Este processo foi
detalhado no contrato de sociedade com Daguerre,
que com estas informações pode descobrir em 1831 a sensibilidade
da prata iodizada à luz. Niépce morreu em 1833 deixando sua obra nas mãos
de Daguerre.
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