sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Ilha de Paquetá, 1894, Rio de Janeiro, Brasil - J. Gutierrez


Ilha de Paquetá, 1894, Rio de Janeiro, Brasil - J. Gutierrez
Rio de Janeiro - RJ
Acervo Arquivo Nacional
Fotografia



O nome da Ilha tem origem tupi e uma tradução polêmica. Para alguns especialistas Paquetá significa “muitas pacas”, o que é contestado por outros pois não há registros de que o animal habitasse a Ilha. Outra corrente de especialistas em tupi aponta para a possibilidade de Paquetá significar “muitas conchas”, pois consideram que a abundância de mariscos nas praias tenha incentivado a fundação de diversas caieiras.
Segundo Vivaldo Coaracy, no livro Paquetá : imagens de ontem e de hoje (1965 – Ed. Olympio), “ a verdade é que não se pode afirmar com segurança e certeza o que na linguagem dos ameríndios, significava o nome Paquetá. Só é incontestável a origem”. Para Coaracy, “nos documentos antigos, o nome da Ilha aparece grafado por duas formas: “Pacoatá” e Paquatá”.
Gastão Cruls, no livro “Aparência do Rio de Janeiro”, publicado em 1949, descrevia assim os aspectos geográficos de Paquetá: “Em tamanho, Paquetá é a segunda Ilha da baía. Não obstante isso, cinge-se a uma superfície de pouco mais de 1.000.000 m² distribuídos num sentido longitudinal norte-sul, pois que tem 2.500 metros de comprimento e a sua largura, muito variável, em certos trechos é bastante exígua. Assim, se nos limites extremos dilata-se nas pontas da Imbuca, ao sul, e do Lameirão, ao norte, adelgaça-se ao centro na Cintura ou ladeira do Vicente, onde, de mar a mar, não medeiam 100 metros. É também nas zonas terminais que apresenta alguns morrotes, nunca excedentes de 50 metros de altura: dois ao sul, o da Cruz e o da Paineira, em um ao norte, o da Caixa D’água”.
Os aspectos geográficos da Ilha também são fruto do estudo de Vivaldo Coaracy, que assim os descreve: “ Ao fundo da Guanabara, para nordeste, emerge das águas reduzido arquipélago formado por dois grupos distintos de ilhas e ilhotas. O primeiro é constituído pelas ilhas Comprida, Redonda, dos Ferros, da Casa-de-Pedra, do Braço Forte e Jurubaíbas, além da ilhotas da Pita e do Manguito e dos parcéis de Cocóis e Gravataí. Compõem o segundo grupo as ilhas de Paquetá, Brocoió, Pancaraíba, Itapacis, dos Lobos e da Folhas. Entre um e outro grupo, situam-se os recifes das Tapuamas, de dentro e de fora”.
As praias da Ilha são: Praia dos Tamoios, do Catimbau, do Lameirão (das Águas, da Covanca, dos Coqueiros (Pintor Castagneto), de São Roque, da Moreninha (Dr. Aristão), Manuel Luís, dos Frades, da Imbuca – Iracema e Moema, Praia da Mesbla, Praia Grossa e Praia José Bonifácio (Praia da Guarda).
Paquetá abrigou algumas indústrias de cal, carvão de lenha e das esteiras além de contar com jazidas de caolim, material que segundo Cruls, foi utilizado por um químico brasileiro, para confecção de um belo serviço de louças oferecido a D. João VI.
Os primeiros registros da Ilha montam de 1555 e tem ligação com a expedição de Villegaignon e sua missão para fundar a França Antártica, anterior à própria fundação da cidade do Rio de Janeiro.
Em 1565 a Ilha de Paquetá é doada por Estácio de Sá, sob a forma de duas sesmarias, sendo parte norte doada para Inácio de Bulhões, e a parte sul para Fernão Valdez.
Com a chegada da Família Real no Brasil e o Príncipe Regente, um alvará especial de D. João cria a Freguesia do Senhor Bom Jesus do Monte.
Em 1903, os distritos de Paquetá e Governador são unidos no Distrito das Ilhas, incorporando ilhas e ilhotas ao redor.
Em 1961, o governador do estado da Guanabara cria o Distrito Administrativo de Paquetá e, em 1975, com a fusão da Guanabara e do Rio de Janeiro, a Ilha de Paquetá passa a pertencer à cidade do Rio de Janeiro, constituindo sua XXI Região Administrativa.

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