Propaganda de Inauguração do Elevado Presidente Costa e Silva, Atual Elevado Presidente João Goulart, "Minhocão", São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
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O Elevado João Goulart (antigo Presidente Costa e Silva), ou
simplesmente Minhocão, é uma via expressa construída na cidade no ano de 1970.
Seu traçado consiste em um percurso de 3400 metros que liga a região da Praça
Roosevelt ao Largo Padre Péricles, em Perdizes.
Ele foi idealizado pelo
prefeito José Vicente Faria Lima, mas foi engavetado devido à grande reação
negativa na época. Ele era considerado uma obra de engenharia bruta que
causaria um impacto extremamente negativo na paisagem urbana.
Porém, no ano de 1969, época da
ditadura militar, o prefeito Paulo Maluf, com a intenção de deixar sua marca na
cidade, decidiu dar início a construção do elevado. Ele seria inaugurado
no dia 25 de janeiro de 1971. A obra possui o nome Elevado Presidente Costa e
Silva em homenagem a um dos generais-presidentes que indicou Paulo Maluf à
prefeitura da cidade de São Paulo.
Como citado, a via foi
inaugurada no aniversário de São Paulo (417º) e, na cerimônia, estavam
presentes ministros, secretários e o governador do Estado, Abreu Sodré. O
arcebispo de São Paulo à época, dom Paulo Evaristo Arns, abençoou a via, e
Yolanda Costa e Silva, viúva do ex-presidente Artur da Costa e Silva, morto em
1969, descerrou a placa de inauguração.
“A
obra que hoje inauguramos tem o objetivo de servir ao paulistano, de lhe tornar
mais fácil o acesso ao trabalho e a volta ao lar, a visita ao amigo, a ida ao
templo e ao cinema, aos locais de cultura e de lazer, de libertá-lo das
frustrações e cansaço a que leva um sistema viário superado”,
afirmou Maluf em seu discurso, antes de percorrer o Minhocão de carro, ao lado
dos convidados. Para ele, a construção era “mais
uma afirmação da engenharia nacional e do operariado brasileiro”.
A construção levou cerca de 11
meses para ficar pronta e consumiu Cr$ 40 milhões de cruzeiros, cerca de 400
milhões nos dias de hoje. O elevado “destruiu” boa parte da paisagem de São
Paulo e afetou diretamente a população da região.
Confiram alguns números dessa
obra colossal:
– 420 dias (14 meses) de obras
– 3.100 técnicos e operários
– 80 desapropriações
– 32 mil toneladas de cimento
– 5.236 toneladas de ferro
– 1.900 toneladas de aço
– 144 mil toneladas de concreto
Os moradores da região sempre
reclamaram que com o fluxo pesado e contínuo de carros, os ruído, sujeira e
poluição aumentaram muito o que acabou desvalorizando a região. Com 5 anos de
construção, já haviam planos de demolição do Minhocão devido ao enorme conflito
e repercussão negativa que o empreendimento trouxe à região. No ano de 1976,
ele passou a ser fechado durante às noites para evitar acidentes noturnos e
para diminuir o barulho na região.
Apesar das diversas críticas
que recebe devido a magnitude de sua obra, o elevado cumpre sua função
primordial: desafoga o trânsito do centro de São Paulo. Estima-se que cerca de
80 mil veículos circulem por ele diariamente.
De uma ponta a outra, possui
2,8 km. Tem de 15 a 22 metros de largura, dependendo do trecho, e está a 5,5
metros de altura das vias que atravessa, como a rua Amaral Gurgel e a avenida São
João.
Passam pelo elevado 70 mil
veículos por dia, segundo dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego),
levando em média 1,1 passageiro. É usado por cerca de 80 mil pessoas por dia.
Hoje, segundo alguns especialistas, as ruas do centro suportam esse volume, o
que possibilita a demolição do Minhocão.
Em 2006, a EMURB, órgão da
prefeitura responsável pelo desenvolvimento urbano da cidade , anunciou um
plano de demolição da via expressa. Essa proposta levantou uma série de
discussões que culminaram no lançamento do Prêmio Prestes Maia, um concurso de
ideias para gerar proposições e outras visões para a área.
Hoje, o Minhocão funciona de
segunda a sábado, das 6h30 às 21h30, e nos domingos e feriados é interditado ao
tráfego, aberto aos pedestres e ciclistas. Vale o registro que, recentemente, o
elevado teve seu nome alterado para Elevado João Goulart, em substituição ao
Elevado Costa e Silva.


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