Retirada de Luminárias Japonesas "Suzuranto" da Rua dos Aflitos, Bairro da Liberdade, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
A rua dos Aflitos, no bairro da Liberdade, teve seis postes com luminárias japonesas "Suzuranto" substituídas por luminárias de LED após pedido de uma associação que diz buscar o reconhecimento do local como patrimônio dos povos negros.
O local era iluminado com essas luminárias japonesas desde 1970 (mais de 50 anos!).
A rua abriga a Capela dos Aflitos, a única construção remanescente do antigo Cemitério dos Aflitos, um cemitério público da cidade de São Paulo, inaugurado em 1774, onde se enterravam pessoas pobres, sem família, criminosos, escravizados e indígenas.
Os seis postes com as luminárias japonesas foram retirados em 18/11/2024, após um pedido da União dos Amigos da Capela dos Aflitos (Unamca), que alegou que “as luminárias não têm a ver com o prédio histórico”.
Ao determinar a substituição das luminárias japonesas (e cedendo a pressão do referido movimento), a Prefeitura Municipal de São Paulo afirmou que “as lanternas, que remetem à imigração japonesa, foram consideradas inadequadas para o local, uma vez que o Beco dos Aflitos abriga a Capela de Nossa Senhora dos Aflitos, um marco histórico da época da escravidão no Brasil”.
A retirada dessas luminárias é o retrato do Brasil: ao invés de empregar seus esforços no sentido de restaurar a Capela dos Aflitos (que está em péssima condição), o tal movimento se concentra em querer apagar a presença japonesa do local (algo sem lógica, a Liberdade só recebe aquele fluxo de pessoas e recursos em razão de sua associação com os japoneses e demais povos orientais).
E, como se não bastasse, a Prefeitura ainda gasta tempo e dinheiro do contribuinte com essa ideia desprovida de senso (sim, houveram custos para retirar as luminárias antigas e instalar as novas, refazendo algo que já existia e funcionava adequadamente, utilizando recursos que podiam ter sido empregados em outras áreas, como saúde, educação, etc).
Além disso, se é apenas uma questão de preservação da memória, como fica a memória indígena, a memória dos brancos pobres, a memória dos não católicos, etc, que também foram lá enterrados?
Qual o problema das tradições e memórias dos negros, indígenas, brancos, não católicos, etc, conviverem com a dos japoneses e demais povos orientais?
A rua dos Aflitos já era uma rua "pesada" devido parte das pessoas lá enterradas serem provenientes de execuções, agora ficou ainda mais sinistra, sem alegria, sem cor.
Enquanto esses movimentos ficarem nesse tipo de birra, mudanças verdadeiras nunca irão ocorrer. Serão sempre "maquiagens", algo efêmero, que não resolve nada, exatamente como essa retirada das luminárias japonesas...
Além disso, se é apenas uma questão de preservação da memória, como fica a memória indígena, a memória dos brancos pobres, a memória dos não católicos, etc, que também foram lá enterrados?
Qual o problema das tradições e memórias dos negros, indígenas, brancos, não católicos, etc, conviverem com a dos japoneses e demais povos orientais?
A rua dos Aflitos já era uma rua "pesada" devido parte das pessoas lá enterradas serem provenientes de execuções, agora ficou ainda mais sinistra, sem alegria, sem cor.
Enquanto esses movimentos ficarem nesse tipo de birra, mudanças verdadeiras nunca irão ocorrer. Serão sempre "maquiagens", algo efêmero, que não resolve nada, exatamente como essa retirada das luminárias japonesas...
Nota do blog 1: A imagem 1 mostra a retirada das luminárias. A imagem 2 mostra a rua já sem as luminárias. As imagens 3 a 8 mostram a rua com as antigas luminárias.
Nota do blog 2: Imagens 1 e 2, data 2024, crédito para o G1 / Imagem 3 a 8, data 2024, crédito para Jaf.
Nota do blog 2: Imagens 1 e 2, data 2024, crédito para o G1 / Imagem 3 a 8, data 2024, crédito para Jaf.
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