sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Imagens do Cine Theatro Paramount / Atual Teatro Renault, Avenida Brigadeiro Luís Antônio, São Paulo, Brasil

 


1928.


1928.


1929.


1929.


1929.


1972.


1979.


1979.


1982.


1982.


1982.


Teatro Abril.


Teatro Renault.


Teatro Renault.


Teatro Renault.


Teatro Renault.


Imagens do Cine Theatro Paramount / Atual Teatro Renault, Avenida Brigadeiro Luís Antônio, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Texto 1:
O Paramount foi construído por 2 mil contos de réis pelo engenheiro Arnaldo Maia Lello, já falecido, e inaugurado em 13 de abril de 1929. O lugar, lembrou certa vez seu construtor, era o nº 79 "de uma rua de primeira grandeza" e ali, antes, funcionava um velho casarão de madeira que chamavam de Palace Theatro. Adquirido por Horácio Vergueiro Rudge dos herdeiros de Lins e Vasconcelos, o terreno viria a hospedar o primeiro cinema sonoro de toda a América Latina, aberto com enormes filas, com toda a pompa dos anos 20 e com uma plateia de barões do café e senhoras "da mais fina sociedade" com um filme de Ernest Lubitsch, "Alta Traição".
"Ficou estabelecido que não se admitisse discursos durante o ágape. No entanto, foram pronunciados vários, inclusive sete, pelo sr. Day, da Paramount", escrevia, na época, o colunista Rob Pen no Correio Paulistano. E, do filme, dizia: "A sincronização de Alta Traição (The Patriot), com os maravilhosos Emil Jannings, Florence Vidor, Lewis Stone e Neil Hamilton, é uma maravilha verdadeira, que tem empolgado o nosso público, tornando-o imediatamente adepto incondicional do grande portento deste século de surpresas. O cinema com som, que a Paramount apresenta pela primeira vez em toda a América do Sul: o retângulo encantado iluminou-se e pouco depois nele apareceu a sombra do sr. dr. Sebastião Sampaio, operoso cônsul-geral do Brasil em Nova York (documentário especialmente rodado para a ocasião). E o sr. dr. cônsul começou a falar. As palavras saíam claramente dos seus lábios, que a gente via movendo-se na tela".
A cidade, naquela época, possuía apenas doze cinemas que exibiam filmes mudos e três teatros para uma população que ia de 500 a 600 mil habitantes. O Paramount, portanto, revolucionou os espetáculos, oferecendo uma seleção de filmes que ainda hoje levam os saudosistas aos suspiros. Até 1955, funcionou como cinema, com sessões normais diariamente e a novidade de oferecer, aos domingos de manhã, sessões zig-zag para a garotada. Depois de 55, passou a funcionar apenas nos fins de semana e, mais tarde, com a demolição do cine Odeon (na rua da Consolação), passou a ser também, o local onde, no Carnaval, eram promovidos os movimentados bailes dos artistas, primeiro, e dos enxutos, em seguida, o que obrigava os funcionários a uma atividade exaustiva: tinham de retirar as poltronas para os bailes carnavalescos e recolocá-las para a exibição de filmes. Em 58, a Toho, produtora e distribuidora japonesa, tentou transformar o Paramount em ponto de encontro da colônia, promovendo ali o lançamento de "O General Nu". A experiência fracassou e a comunidade japonesa ficou mesmo com as pequenas salas da Liberdade, que raramente exibem o melhor do cinema do Japão.
Assim, mal das pernas, o Paramount ficou limitado a ser apenas teatro. Depois, locado pelo Canal 7, virou estúdio de TV, e quem não se recorda dos grandes e agitados festivais da música popular brasileira, promovidos ali, entre as bandas de Chico Buarque, os ponteios de Edu Lobo, as disparadas de Geraldo Vandré e o violão quebrado e atirado sobre o público naquele famoso momento de explosão de Sérgio Ricardo?
O incêndio de 13 de julho de 1969 matou o suntuoso casarão. A Record transferiu-se para a rua Augusta e pretendia-se, na Brigadeiro, transformar o local, construído com carinho por Maia Lello, em supermercado. Mas os donos da Cinematográfica Hawai acharam que a recuperação do palacete e sua transformação em salas cinematográficas seriam suficientemente bem recebidas pelo público. E em sete meses mudou tudo numa reforma executada sob as ordens do engenheiro Hermann Guettchens. E o velho Paramount, reconstruído, com salas que comportam de 180 a 620 pessoas, passa a ser, a partir de hoje, não um ponto de encontro dos barões e das damas refinadas, mas dos garotões de blue-jeans que se preocupam menos com a estética das salas ou a beleza dos carpetes e cortinas, e mais com o que, de agora em diante, estará nas telas. Texto de Orlando Lopes Fassoni, publicado na Folha de S.Paulo, em 28/10/1979, antes da reinauguração do cinema.
Texto 2:
Em 2001, o Grupo Abril, em parceria com o Grupo CIE, subsidiária do grupo mexicano Corporación Interamericana de Entretenimiento, recuperou o velho cinema e o transformou no Teatro Abril. A T4F Entretenimentos, em novembro de 2012, assinou contrato com a multinacional Renault dos direitos de nome do teatro e o espaço foi rebatizado como Teatro Renault. 
Nota do blog 1: Localizado na avenida Brigadeiro Luís Antônio, 79 (atualmente 411).
Nota do blog 2: Data, quando obtida, abaixo das imagens / Autoria desconhecida.

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