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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Edifício Columbus, Avenida Brigadeiro Luís Antônio, São Paulo, Brasil


 



Edifício Columbus, Avenida Brigadeiro Luís Antônio, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


A história dos imóveis de alto padrão em São Paulo teve início em 1932 com a construção do edifício Columbus pelo arquiteto Rino Levi (1901-1965), na avenida Brigadeiro Luís Antônio, região central da cidade.
"Era um prédio muito bem acabado. Tinha quatro apartamentos por andar, dois quartos, uma boa sala, mas nada de extravagante. Hoje, ele não seria considerado de luxo, mas, para a época, era um padrão acima do normal", explica Paulo Bruna, ex-sócio de Levi e professor da Faculdade de Arquitetura de Urbanismo da Universidade de São Paulo.
A construção do Columbus surgiu como investimento de uma família. "Naquela época, era comum ver edifícios construídos por grupos de pessoas com recursos a investir. Os bancos tinham poucas alternativas de investimento, o que sobrava da plantação de café ou de outros negócios ia para o setor imobiliário", explica Paulo Bruna.
Apesar de Levi ter estudado na Itália, suas obras tinham influência alemã, presente no Columbus. "O edifício tinha um hall de mármore, uma decoração frontal trabalhada, era um art déco muito bem feito."
O prédio se destacava na região central, à época repleta de casas. "Do Columbus você podia ir caminhando até o Largo São Francisco, até o centro dos negócios da cidade", diz Paulo Bruna.
Outro destaque era o espaço para lojas na parte debaixo do prédio, incluindo uma camisaria que funcionou ali por muitos anos.
O edifício de Levi foi considerado também um marco para a cidade em um período em que ela estava se modernizando. "O Rino foi dos precursores do movimento moderno. O Columbus expressava essa imagem de crescimento da cidade", diz Gilberto Belleza, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo.
Segundo Belleza, a representação do luxo, como visto no Columbus, estava associada à boa qualidade da arquitetura e não só à beleza.
Silvia Ferreira Santos Wolff, da Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico da Secretaria da Cultura do Estado, corrobora. "A marca do Rino era fazer arquitetura com racionalidade, ser um construtor aliando a qualidade plástica."
Nos anos 70, contudo, o conceito por trás do edifício já não era mais sinônimo de luxo e o prédio de pavimentos de granito foi demolido pela prefeitura, que tinha planos de construir no local uma garagem. O projeto, contudo, nunca saiu do papel.
"Hoje, ele seria tombado. É um prédio que merece atenção", diz Paulo Bruna. Texto de Bárbara Libório / Folha de S. Paulo.
Nota do blog: Data e autoria não obtidas.

Edifício Columbus, 1950, Avenida Brigadeiro Luís Antônio, São Paulo, Brasil



 

Edifício Columbus, 1950, Avenida Brigadeiro Luís Antônio, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Pela semelhança física, as moças devem ser irmãs.
E pela anotação no verso, certamente feita por uma delas, sabemos que são italianas, que a cena é de 1950 e que a foto foi enviada como lembrança para os pais.
O resto de história se perdeu. A imagem é cheia de enigmas: quem são as duas italianas, que endereço é esse em que elas estão, e até mesmo se o carro é delas ou se estava estacionado ali por acaso na hora da foto.
Mas pra não dizer que eu não resolvi nenhum enigma, pelo menos um deles eu decifrei: o que significa essa numeração tão curiosa na placa do carro: “10-00”.
Pelo sistema de emplacamento vigente na época, os carros registrados em cada estado recebiam placas com números sequenciais: o primeiro a ser emplacado recebeu a placa “1”, o segundo ganhou a placa “2”, e assim por diante. Mas os números, para facilitar a leitura à distância, eram separados de dois em dois algarismos. Desta forma, a centésima placa recebeu a inscrição “1-00”. A de número 941, por exemplo, acabou ficando “9-41”.
Por exemplo, a placa número 59.998 era “5-99-98”. 
E a milésima placa recebeu um “10-00”. Justamente a da foto.
O que não significa que o carro da foto tenha sido o milésimo a ser emplacado em São Paulo. Ele é muito novo pra isso. O que ocorria é que, ao contrário de hoje, as placas não estavam vinculadas ao carro, mas ao proprietário. Quando alguém trocava de carro, a do carro velho passava para o novo. Por isso alguns carros nos anos 50, mesmo não sendo tão velhos, tinham placas com número baixo. É o caso deste.
Talvez não seja muito difícil descobrir quem era o dono da placa 1000. Mas eu já cumpri minha cota de descobertas, e deixo isso para quem quiser ir atrás.
Atualização 1: João José Basso acaba de resolver mais um dos enigmas da foto. Ele reconheceu o local exato onde ela foi tirada. E não é um lugar qualquer: trata-se do edifício Columbus, demolido em 1971. 
Atualização 2: Aos poucos os enigmas vão se resolvendo: já sabemos de quem é o carro! Desta vez a novidade vem de Ralph Giesbrecht. Ele tem a lista das placas registradas em São Paulo em 1940, e verificou que a de número 1000, ou 10-00, pertencia um tal João Giannini. E mais: o automóvel emplacado com ela em 1940 era um Packard. Como é a mesma marca do da foto, é bem provável que seja o mesmo carro, visto aqui dez anos depois. Texto de M. Jayo.
Nota do blog: Data 1950 / Autoria não obtida.