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sábado, 7 de outubro de 2023

Estátua de Borba Gato, Santo Amaro, São Paulo, Brasil


 

Estátua de Borba Gato, Santo Amaro, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Estátua "São Paulo Tecelão Apóstolo Cristão", 1972, Avenida Nove de Julho, São Paulo, Brasil


 


Estátua "São Paulo Tecelão Apóstolo Cristão", 1972, Avenida Nove de Julho, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Texto 1:
Por encomenda do prefeito José Vicente Faria Lima, o escultor Júlio Guerra executou uma imagem do apóstolo São Paulo em pé, vestido com uma simples túnica curta, que anteriormente era pintada na cor vermelha, sendo colocada no centro do Túnel da Avenida Nove de Julho, sem festa ou inauguração, no dia 09/07/1969.
Inicialmente projetada para a fachada do Túnel da Avenida Nove de Julho, a obra foi removida do "lugar maldito" (apelido do local devido seu histórico de obras retiradas) em 1972, sob alegação, à época, que "São Paulo" se encontrava sujeito à poluição e a fuligem provocada pelo intenso trânsito, sendo levada para um depósito municipal na Rua 25 de Março.
Segundo Júlio Guerra, “Os gregos esculpiam o belo para agradar os deuses, mas os romanos não. Eu estudei a escultura dos romanos, que esculpiam para agradar o povo, e por isso não mentiam: meu São Paulo é a peça mais autentica que já fiz.”
De sua retirada (em 1972) até o ano de 1986, ficou em um depósito municipal, recebendo um irônico comentário de seu autor no jornal "Folha de São Paulo" de 15/05/1975:
“Na Prefeitura disseram-me que levaram meu São Paulo para dar um banho.”
Essa é mais uma obra daquelas que "andam" pela cidade de São Paulo, que a professora Giselle Beiguelmam da USP intitula de "monumentos nômades", não permanecendo no local para o qual foi encomendada.
Em 23/07/1988, no governo Jânio Quadros, a obra foi reinaugurada no Largo Los Andes.
Texto 2:
Em 1969 houve mais uma tentativa de adornar a avenida. A estátua "São Paulo Tecelão Apóstolo Cristão" foi colocada na entrada do túnel. A obra também não foi poupada de críticas. Diziam que o santo estava torto e reclamavam de suas vestes. Seu criador, o escultor Júlio Guerra, autor de obras como a estátuas Borba Gato e Mãe Preta, explicava que havia recriado o apóstolo tal qual descrita em textos bíblicos. Por isso as roupas curtas e puídas. Em 1972 a imagem foi retirada para um restauro e nunca mais retornou à Nove de Julho.

domingo, 10 de setembro de 2017

Estátua de Borba Gato, Bairro de Santo Amaro, São Paulo, Brasil - Júlio Guerra

                                         
Estátua de Borba Gato, Bairro de Santo Amaro, São Paulo, Brasil - Júlio Guerra
São Paulo - SP
Fotografia


A famosa escultura começou a ser construída ainda em 1957 e só seria concluída 6 anos depois em 1963. A obra é de autoria do escultor Júlio Guerra, um dos grandes artistas plásticos paulistas e que deixou sua obra espalhada especialmente pelo bairro de Santo Amaro. Quando o artista nasceu, em 1912, Santo Amaro ainda era um município independente, vizinho da Cidade de São Paulo.
Entretanto, sua mais conhecida obra, a escultura do bandeirante Borba Gato, cinquenta anos depois de sua inauguração, não é uma unanimidade. É amada por uns, e odiada por outros.
A grande verdade é que tudo que é relacionado com a estátua de Borba Gato impressiona, começando pelos seus números grandiosos: São 10 metros de altura (ou treze se considerar o pedestal), e o impressionante peso de 40 toneladas. Além disso, a estátua tem algo curioso no interior de sua construção: trilhos de bonde.
Como não optou pelo bronze – mais convencional para estátuas e monumentos – Júlio Guerra precisava de algo que desse estrutura para o bandeirante gigante, que é oco.
Para isso, optou por usar trilhos de bondes, que estavam sobrando pela região, já que a cidade estava começando a deixar o transporte por bondes para trás. Assim, após executar os moldes em gesso, Júlio Guerra começou a construir seu gigante, basicamente com argamassa, trilhos e pedras.
Ao contrário do que muitos pensam, a Estátua de Borba Gato não é constituída de pastilhas, mas sim de pedras. Esta informação era algo que o escultor fazia questão de lembrar, já que todas as pedrinhas foram quebradas por ele mesmo para serem colocadas no monumento. As pedras, aliás, vieram de vários cantos do Brasil e do mundo: As do rosto vieram de Portugal e são fragmentos de mármore rosado, as que estão no gibão vieram de Ouro Preto e Congonhas em Minas Gerais, além de mármore branco paranaense.
A obra foi planejada e construída na própria casa do artista, que ficava na Avenida João Dias, e foi encomendada para ser inaugurada em 1960 ocasião que o bairro, ex-cidade, iria celebrar o seu IV Centenário. Porém, em 1958, a morte de um de seus filhos, Jairo, afogado, iria fazer com que a obra atrasasse um pouco.
Cinquenta anos depois da inauguração, a célebre estátua de Borba Gato, um dos grandes bandeirantes paulistas, consegue atrair elogios e críticas. Mas dificilmente outro escultor teria conseguido representar Santo Amaro tão bem quanto Júlio Guerra, um artista local e conhecedor das tradições, história e costume daquele que já foi um município paulista e hoje é um grande bairro paulistano. Completa o conjunto, na mesma praça, um conjunto com 4 painéis em mosaico com cenas de Santo Amaro e algumas curiosidades locais, cujas imagens seguem abaixo.