Shopping Iguatemi, Década de 60, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
Em 24 de novembro de 1964, em um anúncio no jornal O Estado de São Paulo, o empreendedor Alfredo Mathias convidava para os festejos de inauguração do Shopping Center Iguatemi, dali a três dias. Na semana seguinte, o mesmo periódico noticiava: “Shopping Center já funciona”, com foto das lojas Americanas. Na mesma página, a companhia aérea Pan Am divulgava seus voos diários a destinos nos Estados Unidos e o próprio veículo alardeava a abertura de uma agência na loja de departamentos Sears Iguatemi: “Agora, quem precisar colocar anúncios, ou fazer assinaturas, não terá mais de ir até o centro.” Nos croquis dos estudos preliminares, o primeiro grande centro de compras do Brasil surgia totalmente integrado à calçada, como uma espécie de mercado coberto, com estacionamento na parte de trás do terreno. No entanto, na década em que o automóvel começou a se impor como meio de transporte no Brasil, a evolução dos esboços mostra que logo a área em frente à entrada principal deixou de ser uma praça para dar lugar a vagas. Afinal, o incorporador entendia que o público potencial do lugar, pertencente à classe média alta, faria questão de chegar de carro. De fato, nas imagens antigas, o pátio aparece tomado por uma profusão de Fuscas, Kombis e Galaxies. Se as ampliações e reformas que se sucederam nas décadas seguintes descaracterizaram bastante o edifício original, tiveram o mérito de retomar a conexão direta com a calçada, algo em que poucos empreendimentos desse tipo apostam. Hoje, quem acessa o shopping center a pé ainda consegue perceber algumas feições da proposta dos anos 1960, a exemplo do acesso em meio nível, com um átrio na entrada ladeado por rampas, a luz natural abundante e a circulação clara – soluções do projeto original que foram mantidas. Texto de Marianne Wenzel.
Localizado na avenida Brigadeiro Faria Lima, 2232, Jardim Paulistano.
Nota do blog: Data década de 60 / Autoria das imagens não obtidas / Crédito para Aflalo Gasperini Arquitetos.
Nota do blog: Data década de 60 / Autoria das imagens não obtidas / Crédito para Aflalo Gasperini Arquitetos.