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sexta-feira, 5 de junho de 2020

Quem foi o "Professor João Fiúsa" da Famosa Avenida em Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil - Artigo


Quem foi o "Professor João Fiúsa" da Famosa Avenida em Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil - Artigo
Ribeirão Preto - SP
Artigo


A Avenida Professor João Fiúsa, que corta toda a zona sul, possui o metro quadrado mais valorizado de Ribeirão Preto. Isso tudo mundo já sabe. Mas o que poucos sabem é que a personalidade que dá nome a essa via pública nunca morou e nem pôs os pés na cidade.
O Professor João Damasceno Fiúsa nasceu em Feira de Santana, no sertão da Bahia, no final do século XIX e por lá morreu, aos 50 anos, sem nunca ter deixado seu estado natal. Teve oito filhos, apenas um homem, Godofredo Leite Fiúsa, que esteve de passagem por Ribeirão Preto na década de 60.
Godofredo havia deixado a Bahia ainda jovem e mudou-se para o Rio de Janeiro. Casou-se com Elvira Leite Veloso Fiúsa - filha do então senador baiano Eduardo Gomes Ferreira Veloso - com quem teve três filhos: Oswaldo, Odete e Oswaldete. A família residiu em uma casa ampla e confortável na Rua Epitácio Pessoa, perto da Lagoa Rodrigo de Freitas, na "cidade maravilhosa", então capital federal.
O principal negócio de Godofredo era na área de mineração, com a extração e o comércio de pedras preciosas e semi-preciosas, em jazidas, principalmente, do norte e nordeste do Brasil. Ele chegou a exportar o chamado "cristal de rocha" para o Reino Unido, durante a 2º Guerra Mundial, onde o mineral era usado na fabricação de aparelhos eletrônicos. Consta que um dos carregamentos estava a caminho da Europa quando afundou junto com o navio Baependi, torpedeado pelos nazistas.
Quando esteve em Ribeirão Preto, Godofredo recebeu uma oferta e adquiriu uma grande gleba de terras, para investimento, e decidiu criar um loteamento que hoje corresponde ao bairro Alto da Boa Vista. Consta que ele já percebia que aquela era uma região promissora na cidade e, por isso, queria que ali só fossem construídas casas de padrão mais elevado.
Para que os interessados em comprar os terrenos tivessem acesso ao empreendimento, Godofredo mandou abrir um apequena estrada de terra e a ela deu o nome do pai, Professor João Fiúsa, para homenageá-lo.
Quando a cidade cresceu e aquela região tornou-se um dos principais vetores de desenvolvimento da zona sul, por um capricho do destino o nome acabou ficando, até porque as autoridades locais da época não tinham ideia de que o Professor João Fiúsa nunca havia morado na cidade. Muitos acreditavam que ele teria dado aulas em escolas ribeirãopretanas ou que teria sido maestro da Orquestra Sinfônica. As informações sobre ele são tão escassas que nenhum dos muitos livros sobre a história local possui qualquer registro sobre o professor baiano ou que comprove a passagem dele pela cidade.
A contribuição marcante que Godofredo Leite Fiúsa deixou para a comunidade ribeirão-pretana foi para a educação e a saúde. Em 3 de dezembro de 1951, ele doou uma área de terreno no bairro Sumaré, no alto da cidade, para a implantação da Faculdade de Medicina da USP, porém, ainda não existe nenhuma rua em homenagem à ele, em Ribeirão Preto. Texto da Imoteca Magazine.