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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Vistas do Palacete Joaquim Franco de Mello, Avenida Paulista, São Paulo, Brasil

 



















Vistas do Palacete Joaquim Franco de Mello, Avenida Paulista, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Mais um imóvel histórico sobrevivente cuja restauração se encontra parada na burocracia dos órgãos públicos de preservação do patrimônio...
Nota do blog: Data e autoria não obtidas.

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Imagens do Palacete Joaquim Franco de Mello, Avenida Paulista, São Paulo, Brasil











Imagens do Palacete Joaquim Franco de Mello, Avenida Paulista, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia





Texto 1:
Construído em 1905, tombado em 1992, foi prometido pelos políticos de sempre que as obras de restauro começariam em 2020, o que, claro, não aconteceu.
Hoje, 06/09/2024, as coisas continuam na mesma, zero mudança. Texto do blog.
Texto 2:
A importância do café como fonte de riquezas para o Brasil, e especialmente para o Sudeste, nos séculos 19 e 20, é fato que compõe o imaginário dos brasileiros, desde a sua passagem pelos bancos escolares. O sucesso da lavoura cafeeira no estado de São Paulo teve consequências importantes para a construção da economia e da política na região, tendo deixado marcas ainda visíveis em sua via mais famosa, a avenida Paulista.
Os barões e coronéis do café foram responsáveis pela primeira fase de ocupação da avenida, eminentemente residencial. Grandes e belos casarões foram nela construídos, o que a tornou palco da vida social, política e econômica daquela época.
A maioria desses casarões não resistiu ao tempo, mas alguns ainda persistem na avenida. Dentre eles, chama bastante atenção o palacete construído pelo coronel Joaquim Franco de Mello, em 1905, ainda em pé no atual número 1919 e que sempre pertenceu à mesma família.
O palacete foi erigido no centro de uma grande área verde. Sua arquitetura valeu-se do estilo eclético, muito popular à época, que mesclava influências do Rococó, do Barroco e do Renascimento, bem ao gosto burguês do período. Foi ampliado nos anos posteriores, o que o deixou com a configuração atual.
Ao longo dos anos seguintes, o bom andamento dos negócios com café e com loteamentos imobiliários enriqueceu a família. Nesse ambiente confortável, o coronel e a sua esposa, Lavínia, tiveram três filhos: Raphael, Raul e Rubens. Pai, mãe e Raphael, o filho mais velho, residiram no palacete até morrerem, em 1937, 1954 e 1978, respectivamente. Os outros dois irmãos, Raul e Rubens, voltaram a morar no casarão nas décadas de 1950 e 1980, respectivamente. Rubens trouxe consigo uma nova geração da família, na pessoa de seu filho Renato Franco de Mello.
Em 1992 o imóvel foi tombado pelos patrimônios municipal e estadual como "bem cultural de interesse histórico-arquitetônico e cultural". O tombamento foi colocado sob a responsabilidade do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat).
À época, os proprietários alegaram que não tinham condições financeiras para manter o imóvel nos termos das condições impostas pelo tombamento, que determinavam que deveriam ser conservadas "todas as características internas e externas, a partir da reforma realizada em 1921, e a área verde que lhe é pertinente".
Nesse mesmo ano, os atuais proprietários, Rubens Franco de Mello e sua esposa, ajuizaram ação pedindo o reconhecimento da desapropriação indireta do imóvel, com a consequente indenização no valor do bem, dado que o tombamento lhes havia privado do exercício do direito de propriedade do imóvel e da possibilidade de exploração econômica.
Citando precedente judicial relativo à Casa Modernista de Gregori Warchavchik, os proprietários alegaram que a ocupação do casarão por uma só família não é mais financeiramente possível nos dias de hoje e que o tombamento havia tornado inviável a exploração de parte do imóvel por atividade com fins comerciais. Nesse contexto, o tombamento, embora, em princípio, não implique a perda de propriedade, impõe inúmeras limitações ao direito de propriedade.
A partir da década de 1990, Renato Franco de Mello passou a encabeçar a administração da casa. Para tentar angariar recursos para a manutenção do imóvel, cedeu o espaço para a promoção de eventos, festas, feiras de adoção de animais, bazares, peças de teatro e até para um sebo, algo que o tombamento não permitia e que lhe ocasionou notificações e multas sucessivas.
A sentença, de 1995, entendeu que o tombamento impunha restrição absoluta ao direito de propriedade e concedeu indenização aos herdeiros. Essa decisão foi confirmada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), em acórdão de 1997. O Estado, inconformado, seguiu discutindo os valores a serem pagos pelo imóvel e a atribuição dos encargos/obrigações de manutenção da estrutura. Levou a questão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em valores atualizados, a indenização estaria em torno de R$ 110 milhões.
Rubens e Renato não chegaram a ver o desfecho final do processo, pois Rubens faleceu em 2006 e Renato em 2019.
Em junho de 2019, após 27 anos de litígios, o palacete passou das mãos dos herdeiros para o Governo Estadual, sob a responsabilidade da Secretaria Estadual da Cultura. O processo, contudo, segue em andamento, sendo discutido, agora, o destino da indenização.
Ao longo das três décadas de impasses, o imóvel aguardou, pacientemente, que tivesse fim a multiplicidade de fases processuais, de instâncias e de recursos de um processo em que uma petição inicial de quatro páginas deu origem a autos que, até o momento, já acumularam 18 mil páginas, em inacreditáveis 31 anos de tramitação.
Na última década, o Governo de São Paulo chegou a anunciar vários destinos para o casarão: museu de Ciências, museu da diversidade LGBT e museu gastronômico, dentre outros, mas ainda não deu início a nenhum desses projetos, apesar de já ser proprietário inconteste do imóvel há quatro anos.
A família Mello Franco, por sua vez, desejava que o imóvel fosse remobiliado, com móveis originais do início do século 20, dos quais eram proprietários, e que fosse transformado em uma casa-museu, para mostrar aos visitantes como viviam os moradores da avenida Paulista nos tempos áureos do café e da Belle Époque.
Enquanto aguarda um destino, seja ele qual for, o casarão segue fechado e em processo acelerado de deterioração. Sua história recente é mais um caso em que o tombamento, que deveria proteger o imóvel, para benefício cultural das gerações posteriores, acabou potencializando o efeito contrário: seu fechamento, inacessibilidade ao público e sua deterioração.
Em vista disso, infelizmente, no caso em questão, o tombamento e o surrealismo jurídico que se seguiu serviram apenas para a autojustificação da existência de todo o sistema administrativo e jurídico e para impedir que esse patrimônio se integrasse, organicamente, à vida quotidiana, algo bem distante dos efeitos pretendidos. Ao fim de três décadas, entretanto, permanecem firmes o desejo e a esperança de que, quando o palacete finalmente ganhar um destino, não seja tarde demais para a sua já tão comprometida arquitetura. Texto do Consultor Jurídico.
Nota do blog: Imagens de 2024 / Crédito para Jaf.

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Palacete Joaquim Franco de Mello, Avenida Paulista, São Paulo, Brasil



Palacete Joaquim Franco de Mello, Avenida Paulista, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Nota do blog: Data e autoria não obtidas.

Palacete Joaquim Franco de Mello, Avenida Paulista, São Paulo, Brasil




Palacete Joaquim Franco de Mello, Avenida Paulista, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
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O palacete Franco de Mello, último imóvel restante do primeiro loteamento da avenida Paulista, será convertido em um museu e centro cultural voltado à ciência e tecnologia. Centro de uma disputa que durou quase três décadas, o casarão abrigará exposições e oficinas nos moldes do laboratório interativo Exploratorium de San Francisco, nos Estados Unidos.
Construído em 1905, o palacete localizado no número 1919 da principal avenida da capital paulista foi tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo) em 1992.
Desde então, o imóvel se tornou o pivô de uma disputa judicial, travada entre os herdeiros do barão do café Joaquim Franco de Mello, que buscavam o pagamento de uma indenização e reclamavam por não poder reformar o prédio, que se deteriorou nos últimos 27 anos (ele só foi desocupado meses atrás), e o governo do estado, que contestava os valores e ao mesmo tempo, não pretendia ele próprio bancar a restauração.
A briga teve fim em junho, quando o governo anunciou que assumiria a gestão do palacete e, a partir daí, passou a buscar propostas junto à iniciativa privada para decidir o que fazer com o prédio. Originalmente, a ideia era abrigar o Museu da Diversidade LGBT, proposta anunciada ainda na gestão Geraldo Alckmin em 2014. No entanto o atual governador, João Doria, desistiu do projeto.
Agora, o governo do estado anunciou uma parceria com a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e o Sesi-SP (Serviço Social da Indústria), para a instalação de um centro cultural com foco em pesquisa e tecnologia. A concessão do imóvel tem duração prevista de 35 anos e as instituições ficarão encarregadas do restauro e adequações do local, com supervisão dos órgãos de patrimônio. Há planos para a construção de um anexo, totalizando uma área de 5000 m².
O espaço, ainda sem um nome definido, deverá receber atividades de formação e capacitação para empreendedores e startups, além de e exposições de arte e tecnologia, seguindo os moldes do Exploratorium, laboratório e museu tecnológico que, desde 1969, se dedica à descoberta e experimentação científica.
O espaço também deverá manter toda a estrutura original e expor mobiliário do início do século XX. Segundo Doria, que confirmou a parceria junto a Robson Braga, presidente da CNI, o projeto conta com o apoio de instituições norte-americanas, como a Smithsonian Institution e o próprio Exploratorium.
Nota do blog: Data e autoria não obtidas.

Palacete Joaquim Franco de Mello, Avenida Paulista, São Paulo, Brasil


 

Palacete Joaquim Franco de Mello, Avenida Paulista, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia



O palacete do coronel Joaquim Franco de Mello fica localizada na altura do número 1919 da Avenida Paulista, na cidade de São Paulo, Brasil. O palacete, que atualmente pertence ao Estado de São Paulo é o único resquício remanescente da primeira fase residencial da avenida Paulista, período entre 1891 e 1937 em que diversos membros da alta sociedade paulistana, formada por barões do café, donos de grandes indústrias e ricos comerciantes, decidiram erguer as suas elegantes mansões na mais nova avenida da cidade. O casarão foi construído pelo construtor licenciado Antônio Fernandes Pinto, cidadão português, em 1905.
Ocupando um terreno de 4720m², o imóvel possui 35 cômodos internos e uma grande área verde particular. De área construída, são 600m². A sua fachada é feita em estilo eclético, com influências da arquitetura europeia da época de Luís XV, se utilizando de enfeites rococó do frontão curvo e nos caixilhos das janelas e mansarda renascentista com telhas francesas e torreão. A mistura de estilos que formam a casa confere a mesma uma aparência única, tornando-a um símbolo ímpar dos casarões da época.
Em 1905 o construtor português Antônio Fernandes Pinto começou a construção do palacete da família Franco de Mello. Na época, a avenida Paulista era repleta de casarões luxuosos pertencentes à elite cafeeira paulista, chefes das indústrias e grandes comerciantes. O casarão pertence à primeira fase residencial da via, período que depreende entre os anos de 1891 e 1937. Em 1921, o local passou por uma reforma e foi ampliado, alcançando a atual quantidade de 35 cômodos diferentes espalhados pelos 600m² de área construída.
O terreno de 4720m² é repleto de uma área verde igualmente protegida por lei. O lote de terra ficava dentro de um lote ainda maior, que hoje é o Parque Mário Covas. Antigamente, ali ficava a Vila Fortunata, que foi demolida anos depois. Em 1932 o casarão ganhou o “habite-se”, documento que regula moradias na cidade de São Paulo. A casa abrigava o coronel Joaquim, a sua mulher Lavínia e seus três filhos: Raul Franco de Mello, Raphael Franco de Mello e Rubens Franco de Mello. Hoje o palacete é casa de um dos herdeiros da família, Renato Franco de Mello.
O valor arquitetônico do imóvel é bastante alto, por ser a única construção ainda de pé da primeira fase residencial da avenida Paulista. De estilo eclético, ela reúne influências de diversas épocas e países, tornando-se assim exemplar de grande riqueza por guardar exemplos concretos das diferentes formas utilizadas nas construções da época.
As torres são no estilo mouriscas; os capitéis e frontões são provençal-urbano; o telhado, com mansarda, possui detalhes renascentistas; as telhas são francesas e de torreão; as janelas possuem ornamentação rococó no frontão curvo e nos caixilhos; há um toque rococó da época de Luís XV, monarca francês, por toda a fachada da propriedade. Do lado de dentro, ainda há uma grande quantidade de móveis antigos, chegando até a época colonial, como um banco de jacarandá do século XVIII, e inúmeras obras de arte que decoram o ambiente.
O edifício também possui características marcantes, como o porão alto, que não é algo que vemos comumente em casas brasileiras. A distribuição dos 35 cômodos pelos andares da casa também marca a transição entre os velhos sobrados e as casas térreas. Outro detalhe marcante é a pequena escada que leva diretamente à porta de entrada. Tanto essa escadaria, como as colunas e frontões de pedra foram pensadas para ornar com as fachadas dos edifícios principais da época.
A residência foi erguida em um momento em que se analisava uma nova disposição dos lotes na região, em que os jardins eram instalados lateralmente, aumentando a distância entre os vizinhos. Também havia jardins na parte da frente do terreno, e estes eram delimitados com gradis de ferro entre o lote e o passeio público. O recuo criado pela área arborizada à frente da casa valoriza a fachada, permitindo uma melhor visão dos elementos arquitetônicos dela.
Assim como muitas outras residências da elite da época, a casa foi finalizada com refinamento técnico construtivo, e também fez parte do grupo de casas que foram as primeiras a receber banheiros com encanamento de água corrente. Outro item cujo uso se iniciou coincidentemente nessa época foi a veneziana. Para o piso, foi empregado o uso de madeira serrada, com junções mais perfeitas, o que favoreceu a popularização - entre os mais ricos - do uso de assoalhos encerados. Com isso, iniciou-se também um maior uso de tapetes e móveis mais finos.
O coronel Joaquim Franco de Mello, que dá o nome ao palacete, foi um rico agricultor. Dentre as inúmeras atividades exercidas por ele, fundou uma cidade no interior paulista e deu a ela o nome de sua esposa, Lavínia. Joaquim residiu no imóvel com sua esposa, Lavínia Daut Salles Lemme, e seus três filhos, Raphael, Rubens e Raul.
Raphael tornou médico, o Dr. Raphael Franco de Mello, e se manteve ativo na profissão por muitos anos nos meios médicos do Brasil. Raul, também médico, era o Dr. Raul Franco de Mello. Foi fundador do conselho de endocrinologia, membro da UNESCO e empresário da Comunidade Empresarial da cidade de São Paulo e foi casado com Charlotte Franke Franco de Mello, primeira consulesa na América Latina e representando o Governo estadunidense em São Paulo. O casal teve um filho, Joaquim Franco de Mello Neto, que se tornou pecuarista e empresário, atuando nas áreas da aviação e da construção civil. Já Rubens se tornou advogado, Dr. Rubens Franco de Mello, além de pecuarista e empresário. Exerceu até mesmo cargos públicos, ocupando o cargo de Secretário da Federação de Agricultura do Estado de São Paulo. Casado com Lia Junqueira Franco de Mello e depois com Ildenira Duquini, teve seis filhos no total e todos com Lia: Rubens Filho, Ricardo, Renato, Joaquim Mario, Rita Helene e Antônio Sérgio.
Outros ilustres membros da família Franco de Mello foram Dr. Ricardo Gumbleton Daunt, patrono e médico do Instituto de Identificação da Polícia Civil do Estado de São Paulo; Dr. Prudente de Morais Barros, presidente do Brasil; Manoel Ferraz de Campos Salles e José de Salles Leme, cafeicultor, fundador da cidade de Barra Bonita, empresário e acionista majoritário da estrada de ferro Barra Bonita e também, é claro, seu genro, Joaquim Franco de Mello, fundador da cidade de Lavínia.
Nota do blog: Data e autoria da imagem não obtidas.