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sábado, 7 de setembro de 2024

Tanque do Bacacheri, 1931, Curitiba, Paraná, Brasil


 

Tanque do Bacacheri, 1931, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia


Atual Parque Municipal Bacacheri / Parque Gal. Iberê de Matos.
Nota do blog: Data 1931 / Crédito para Erich Luhn.

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Parque Municipal Bacacheri / Parque Gal. Iberê de Matos, Curitiba, Paraná, Brasil






 



Parque Municipal Bacacheri / Parque Gal. Iberê de Matos, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia



É uma área verde e de lazer muito frequentada em Curitiba. Atrai famílias inteiras, que podem desfrutar dos seus equipamentos, adequados a diferentes idades. Sem falar do quanto é bonita a paisagem disponível para o frequentador ou visitante e que inclui pinheiros, ipês, acácias-mimosas, um grande lago (onde não faltam aves aquáticas) e uma larga faixa de gramado.
Declarado de utilidade pública em 1988, foi inaugurado como Parque Gal. Iberê de Mattos, beneficiando a região nordeste da cidade. O nome oficial da área é homenagem ao prefeito, eleito para a gestão 1958-1962, que sucedeu Ney Braga. A população continua a usar o tratamento de Parque Bacacheri, em alusão ao bairro onde se localiza, um dos mais antigos da cidade. Data de 1869, quando a maioria dos habitantes da Colônia Argelina, ali instalada, era formada por imigrantes franceses.
Há diversas versões sobre a origem do nome Bacacheri. Uma delas, bem aceita, é que vem de língua indígena, resultante da união das palavras guaranis "vaca" mais "ciri" ou "vaca que escorregou" – em referência às vacas leiteiras, parte da criação de animais em chácaras e propriedades rurais de então.
Quanto ao parque, até 1970 era conhecido como "Tanque do Bacacheri", formado pelo Rio Bacacheri e que funcionava como local de recreação e balneário. O seu proprietário, Manoel Fontoura Falavinha, alugava barcos a remo para passeios no lago. Porém, o assoreamento do tanque levou ao esgotamento do lago e à sua desativação.
No final da década de 80 veio o novo formato da área de lazer. O acesso principal ao parque é feito pela Rua Paulo Nadolny, onde foi construído um portal com motivos decorativos egípcios - pirâmides de concreto e arcos em tubos de ferro.
Conforme descrição dos idealizadores, a obra foi concebida para representar a entrada do paraíso, através dos bons fluídos que as pirâmides inspirariam. Aquele conjunto de arcos nas cores amarela, laranja, vermelha, facilitaria a expansão da alegria no interior do parque, que atualmente está totalmente cercado.
O lago tem uma área de 22.000 m2 e é alimentado por uma fonte de água. A pista de caminhada/corrida circunda toda sua extensão e fica sempre em terreno plano. É bastante convidativa para agradáveis momentos de práticas esportivas – caminhar e correr. Há bancos colocados nas margens, voltados para a superfície da água, onde há diversas aves em bandos ou solitárias.


terça-feira, 9 de maio de 2023

"Tanque do Bacacheri", Década de 30, Atual Parque Municipal Bacacheri / Parque Gal. Iberê de Matos, Curitiba, Paraná, Brasil


 

"Tanque do Bacacheri", Década de 30, Atual Parque Municipal Bacacheri / Parque Gal. Iberê de Matos, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia



Era o lazer em Curitiba por volta de 1940: grande parte da população aproveitava o único dia de folga, o domingo, para viajar até o Tanque do Bacacheri e ali nadar na represa artificial, pescar e remar em barcos que eram alugados no local. Como para chegar lá era preciso viajar, por causa da distância, as famílias se planejavam: o piquenique era a garantia de um dia todo com as crianças brincando dentro ou às margens do lago de 80 mil metros quadrados.
Não se sabe exatamente a data de criação da represa, iniciativa do proprietário da área, Manoel Fontoura Falavrinha. Uma foto de 1904, contudo, mostra que já neste período o lago existia como opção de lazer na capital paranaense. Para faturar com isso, Lavrinha montou um pequeno comércio, onde alugava remos e barcos.
Famílias iam à debandada para o tanque nos fins de semana, afinal não havia televisão nessa época. Existiram ali campeonatos de natação e de nautimodelismo (barcos com controle remoto). Quem gostava de se atirar na água contava com um trampolim instalado depois de um trapiche que levava os nadadores até as partes mais fundas do tanque, de 2,60 metros de profundidade. Para a troca de roupas, já que até lá as pessoas iam com trajes sociais, havia cabines. Os chegados na pesca podiam se arriscar a pegar carás, lambaris, carpas, jundiás e traíras.
Além do Tanque do Ba­­cacheri, outra opção de lazer relacionado com água em Curitiba, no início do século 20, era o Rio Uvu, em uma propriedade particular do Cascatinha. "O Passeio Público tinha lago, mas era mais para contemplação. As pessoas se dirigiam ali também porque havia um coreto", lembra a professora do curso de Educação Física da Universidade Fe­­deral do Paraná Simone Rechia, do Grupo de Estudos e Pesquisas em Lazer, Espaço e Cidade.
O sucesso do tanque foi tamanho que a prefeitura ficou de olho na área. Havia ainda um bosque preservado de 100 mil metros quadrados. Logo começou a negociação para a desapropriação do espaço e, em 1988, após o desembolso de 500.269.984 cruzeiros, o tanque e a área verde foram readequados e viraram o Parque do Bacacheri, oficialmente Parque General Iberê de Mattos, em homenagem ao antigo prefeito da cidade. A inauguração contou com a 1ª Revoada Nacional de Velhas Águias (aviões da época).
As primeiras experiências de mergulhar o corpo na água em espaços públicos foi com o intuito medicinal. No Brasil, as primeiras notícias que aparecem sobre o poder curativo das águas são por volta de 1730, com o padre Antonio Monteiro Freire, que descreve ao vice-rei do Brasil o "estranho poder curativo das águas termais."
O marco oficial da construção de cidades termais ou de balneários veio apenas em 1818, pelo rei D. João VI, que ordenou construir um hospital termal em Caldas de Cubatão. "Há uma experiência da princesa Isabel e do Conde d'Eu, que se puseram, na estância de Caxambú, em 1868, para tratamento da infertilidade. Logo após, as águas tiveram visitação crescente", explica o professor do curso de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia Edson Fernandes Santos Neto, que estudou em sua dissertação a criação da estância de Cipó. Edson lembra que os tratamentos termais sempre buscaram unir o lazer e a terapia, porque acreditava-se que o tratamento corporal não podia ser isolado da mente.
É justamente neste período, em que se propaga a notícia de que a água faz bem para o corpo e a alma, que as práticas de lazer em mar ou em lagos e rios começaram a se espalhar pelo Brasil e influenciaram a população a mudar suas práticas de lazer. "Isso passa a ter menos importância depois da 2.ª Guerra Mundial, com o desenvolvimento da penicilina e de antibióticos. Mas, mesmo assim, ainda hoje existem muitas cidades termais que ainda se dedicam exclusivamente a isso. A mais conhecida é Poços de Caldas, em Minas Gerais", lembra Edson.