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domingo, 2 de fevereiro de 2025

Vinhos Durigan, 1978, Avenida Manoel Ribas, Santa Felicidade, Curitiba, Paraná, Brasil


 

Vinhos Durigan, 1978, Avenida Manoel Ribas, Santa Felicidade, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia

A família Durigan veio para o Brasil em 1845, mas só se mudou para a região de Santa Felicidade, em Curitiba, nos anos de 1878.
Oriundos da região de Treviso, na Itália, tiveram dificuldades para se instalar na região litorânea do Paraná devido não estarem acostumados com o terreno e o clima.
Ao fundarem a Colônia de Santa Felicidade, juntamente com outras famílias italianas, imediatamente passaram a produzir queijos, vinhos e artigos hortigranjeiros.
Nesta fotografia, de 1978, vemos a sede simples da Vinhos Durigan, que mais tarde daria lugar ao imponente prédio na avenida Manoel Ribas, parada obrigatória de quem deseja conhecer o bairro de Santa Felicidade.
Nota do blog: Data 1978 / Autoria desconhecida.

terça-feira, 25 de junho de 2024

"Bocca Maledetta di Santa Felicitá" / Boca Maldita de Santa Felicidade, Curitiba, Paraná, Brasil



 

"Bocca Maledetta di Santa Felicitá" / Boca Maldita de Santa Felicidade, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia


Texto 1:
Cabelos brancos, 68 anos, a barriga encostada no balcão meio gasto do Bar do Ari Túlio, Germano Franceschini toma mais um gole de vinho, fecha os olhos e começa a contar mais uma história da "sua" Santa Felicidade.
Ali na "Boca Maledetta" ele é rei.
Melhor: presidente.
No tradicional bairro italiano de Curitiba não há ninguém que não o conheça.
Modéstia, por isso, não é seu forte: "Sou mais famoso que o Roberto Carlos aqui por estas bandas", se gaba.
Duvidar como? Criador e organizador da Festa do Vinho, Germano ajudou, literalmente, a construir aquele bairro onde seus pais, vindos das montanhas do Vêneto, se instalaram.
Empreiteiro particular, ergueu muitas das casas que hoje encantam os turistas que para lá se dirigem em busca de uma boa polenta ou linguiça de porco.
O crescimento do bairro, contudo, não o agradou muito. Ele olha o trânsito da avenida Manoel Ribas, reclama da fumaça, da correria das pessoas. "Está todo mundo estressado", conclui.
Bons tempos aqueles onde por ali só se falava italiano e só os ricos iam estudar na cidade.
Germano estudou até o quarto ano primário, mas fez o curso superior da vida na roça, nas ruas, nas casas da sua Santa Felicidade.
Até os 18 anos pegava firme na enxada para ajudar a família.
Rezava sempre para que pelo menos um dia da semana chovesse. O motivo era a gaita do vizinho José Miola. "O baile atravessava o dia e só acabava quando os mais velhos lembravam que no dia seguinte o sol poderia surgir novamente", recorda.
O sotaque italiano é marca inconfundível deste brasileiro. E com ele, conta um aperto na época da baixa do exército. Época de guerra, teve que aportuguesar o sobrenome nos documentos, mas se traiu na hora de assinar a papelada.
Tascou lá um "ch" original e o capitão comandante o engaiolou por mais 60 dias no quartel. "Eles pensavam que eu era quinta coluna".
Quinta coluna? O Germano? Ele termina sua história e os amigos de copo e balcão caem na risada.
Depois, arrastam-no para mais uma rodada de "morra". O homem que é mais conhecido que o "Rei" em Santa Felicidade cumpre esta rotina diária como o mais doce dos prazeres da vida.
Sempre falando, quase sem parar. "Se eu não entrar para história do bairro assim, pelo menos as pessoas vão saber das casas que construí. E essas vão ficar de pé". Texto de Roberto José da Silva.
Texto 2:
Este monumento e placa marcam o local conhecido como "Bocca Maledetta", antigo ponto de encontro dos homens imigrantes italianos.
“Daqui saíam todas as questões da colônia”, explicou a presidente da Associação do Comércio e Indústria de Santa Felicidade, Thaisa Campestrini.
De acordo com Thaisa, o descerramento da nova placa que marca o local, com a presença do prefeito Rafael Greca, é um resgate da história para a comunidade. “Com isso, buscamos também fazer com que o turista fique mais aqui e conheça tudo o que temos a oferecer, nossos monumentos, nosso bairro, nossa alegria, nosso vinho e nossa comida”. Trecho de texto da Prefeitura Municipal de Curitiba.
Nota do blog: Imagens de 2024 / Crédito para Jaf.

Poste de Iluminação, Bairro Santa Felicidade, Curitiba, Paraná, Brasil


 

Poste de Iluminação, Bairro Santa Felicidade, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia

Nota do blog: Imagem de 2024 / Crédito para Jaf.

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Casa dos Arcos, 1898, Santa Felicidade, Curitiba, Paraná, Brasil


Casa dos Arcos, 1898, Santa Felicidade, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia

Nota do blog: Na época da imagem, o imóvel ainda pertencia aos donos originais.
 

Santa Felicidade, 1938, Curitiba, Paraná, Brasil


 

Santa Felicidade, 1938, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia

Vista da atual avenida Manoel Ribas. 
"O chalé de madeira que aparece em primeiro plano, à direita, era o cartório, cujo titular Angelin das Chagas Lima palmilhava a região atrás de escassos serviços. Em seguida vem a hoje conhecida Casa dos Arcos, mandada construir em 1895 por Marco Mocelin, tendo sido vendida, em 1918, para a família Túlio. Mais adiante vinha a padaria de Agostinho Túlio, a casa de Ignácio Slompo, seguido pela ferraria de Antônio Valente e, lá no fundão, a casa de João Baptista Comparin. A esquerda, uma típica casa de área coberta, de frente para a rua, que era ocupada na época pela família de Saturnino Miranda, mas pertencia a Agostinho Túlio". Trecho de texto da Casa dos Arcos.
Nota do blog: Imagem de 1938 / Crédito para Paulo José da Costa.

sábado, 17 de fevereiro de 2024

Restaurante Siciliano Pinheirão, Bairro Santa Felicidade, Curitiba, Paraná, Brasil

 


Restaurante Siciliano Pinheirão, Bairro Santa Felicidade, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Postal Cultural
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog 1: Localizado na avenida Manoel Ribas, 5734, Santa Felicidade. 
Nota do blog 2: Cartão postal souvenir do restaurante / Imagem da década de 80.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Restaurante "O Jatão", Santa Felicidade, Curitiba, Paraná, Brasil

 









Restaurante "O Jatão", Santa Felicidade, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia


O sonho de infância de Elmo Waltrick era ser piloto de avião. Não cansava de avistar os raros aviões que sobrevoavam sua cidade-natal, Lages, em Santa Catarina, quando criança. Ele bem que tentou a carreira na aviação, mas por três vezes foi reprovado nos testes para ingressar na Força Aérea Brasileira. Isso não impediu o então garçom, hoje com 73 anos, de ter sua própria aeronave e de pilotá-la.
Não era exatamente um avião, por assim dizer. O formato até lembrava, mas certamente não passaria em teste algum de aerodinâmica. Não por acaso, nunca voou. Ficava estático, pregado no chão, exatamente onde hoje está a rotatória da Avenida Manoel Ribas e da Rua Via Vêneto, principal cruzamento do tradicional bairro italiano de Santa Felicidade.
Era o o Restaurante Jatão, ícone da noite curitibana que não só embalou muitos casais ao som de Disc Music nos anos 80 e 70, como também chamava a atenção das crianças que passavam pelo cruzamento e se surpreendiam com uma aeronave no meio da pista. Tanto que hoje quando uma foto do Jatão é publicada em grupos de nostalgia de Curitiba no Facebook o número de comentários e compartilhamentos é sempre muito grande.
O avião de Santa Felicidade foi construído em 1978 em fibra de vidro por uma empresa de São Paulo. Tinha 41 m de comprimento – maior que um Boeing 737 – e 10 m de largura. Por fora, uma faixa azul atravessava o branco do avião da cauda ao bico pintado de preto – depois de alguns anos de funcionamento, o vermelho substituiu o azul e o branco ficou cinza de sujo. Os motores eram colados à cauda.
Quem frequentava o Restaurante Jatão entrava por uma escada na porta traseira do avião, como os passageiros de alguns aviões. Dentro, 410 metros quadrados que abrigavam 112 mesas para casais ou quatro pessoas, com as cadeiras de ferro e encosto de borracha. As mesas nas laterais tinham a vista da rua pelas janelinhas.
A pista de dança, ao estilo Embalos de Sábado à Noite, filme com John Travolta que marcou a era da Disco Music nos anos 70, era iluminada por 1,9 mil lâmpadas que faziam 99 desenhos diferentes. Tudo controlado por um minicomputador. Para complementar o ar tecnológico, boa parte das mesas era virada para uma grande tela onde eram projetadas imagens e filmes.
Como não poderia ser diferente, para fechar o clima de aviação, seu Elmo fez todos os garçons e garçonetes se vestirem a caráter, de pilotos e comissárias de bordo - aeromoças, na época.
O Jatão tinha um público bem definido e fiel. Nada de gente largada. O negócio era já entrar no restaurante acompanhado e aí não importava se os casais eram namorados, casados ou amantes. Seu Elmo não julgava e tratava de dar o máximo de conforto e privacidade à clientela. Mas sem excessos.
“Eu fui muitas vezes, era um clima gostoso. Você tinha um canto só teu, uma meia luz na mesa. A noite era para nós. Só não era permitido aquele ‘amassa-amassa’, só um afeto ou outro”, brinca o aposentado Pedro Pinheiro, 70 anos, frequentador assíduo do Jatão. Acompanhado da esposa, chegou até a presenciar um pedido de casamento no local, atestando o ambiente leve no avião.
Era raro presenciar grupos maiores, a não ser que fossem casais de amigos, que apreciavam o jantar e ainda riscavam a pista de dança, que tocava os clássicos da discoteca do fim da década de 1970. Na playlist do Jatão, Bee Gees, Donna Summer, Earth Wind & Fire e Kool & the Gang. Puro agito.
“Foi um sucesso e foi muito bom enquanto durou”, lembra seu Elmo, agora morador de Bonito, no Mato Grosso do Sul.
Ele tem boas memórias daquele tempo em Curitiba. Desde quando desembarcou na capital paranaense, em 1970, trabalhou em restaurantes. Tinha seus truques e ganhou o apelido de garçom-artista. Com muito trabalho e carisma, logo atravessou o balcão para abrir seu próprio negócio, o Sete Belo, ali perto do avião.
O Jatão, porém, foi o grande investimento do catarinense. E só foi possível por causa da zebrinha da Loteria Esportiva. No jogo 99, arrematou 440.330 cruzeiros. A grana bancou a construção do restaurante. “Era bastante dinheiro e coloquei tudo no Jatão. Em seis meses já estava devendo pelo menos uns 30 mil cruzeiros”, admite, mas sem se arrepender.
O dinheiro pode ter acabado no início, mas pelo bom movimento motivado pela curiosidade de viajar no Jatão e a programação musical intensa, seu Elmo conseguiu levar o estabelecimento por quase dez anos, mesmo que nos últimos tempos aos trancos e barrancos.
O primeiro sinal de que um pouso forçado seria necessário foi dado pela prefeitura de Curitiba. A antiga diretoria de Urbanismo da cidade não perdoou o detalhe de que a asa direita do avião avançava levemente sobre a calçada da Avenida Manoel Ribas. Para ficar na legalidade, seu Elmo tomou uma medida radical que alterou a estética e a já prejudicada aerodinâmica da nave: cortou a asa no meio.
“Me obrigaram a cortar a asa, ficou pela metade. Alegaram que ela estava atrapalhando a circulação e que teria que cortar toda a asa. Só tirei uma parte. Mas isso me desacorçoou”, lamenta o garçom-artista. Para piorar, o Jatão, que já não tinha a melhor fama, ganhando títulos de monumento kitsch, recebeu o apelido de "Avião Maneta".
Dali em diante, o entusiasmo do proprietário minguou. E sem resistência alguma viu a prefeitura forçar o pouso definitivo do avião. O projeto de duplicação da Avenida Manoel Ribas exigia mais do que o corte de uma asa. Era questão de sair dali de vez. Diante do avanço da cidade, seu Elmo aposentou o avião.
A queda do Jatão foi tão traumática que, fechado o estabelecimento, Elmo se mandou para Balneário Camboriú e montou o Cantinho da Picanha. De lá, ficou sabendo que no início de 1987 o Jatão tinha dado lugar ao asfalto. Não muito tempo depois seguiu para Foz do Iguaçu, onde trabalhou em uma conhecida churrascaria.
No começo do século, seu Elmo foi conhecer Bonito, no Mato Grosso do Sul, a convite de um amigo. Não voltou mais. Chegou a montar uma cachaçaria, a Tá Ruim!, mas não vingou. Inquieto, abriu um bar que também não foi para frente. Hoje, compra e revende mel e própolis. Na tranquilidade de Bonito, continua produzindo a própria cachaçinha, “na moita”, como ele diz. E aproveita para lembrar os tempos em que marcou a noite curitibana com seu ousado projeto aerodinâmico e dançante. Texto da Gazeta do Povo.

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

segunda-feira, 24 de julho de 2023

Restaurante "Churrascão Colônia", Anos 80, Curitiba, Paraná, Brasil


 

Restaurante "Churrascão Colônia", Anos 80, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog: Inaugurado em 16/05/1980, localizado em Santa Felicidade, marcou época em Curitiba/PR.

sábado, 1 de julho de 2023

Avenida Manoel Ribas, 1937, Santa Felicidade, Curitiba, Paraná, Brasil

 


Avenida Manoel Ribas, 1937, Santa Felicidade, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia


O chalé de madeira que aparece em primeiro plano, à direita, era (ainda é) o cartório do bairro, sendo o titular o Sr. Angelin Chagas Lima. Em seguida vem a hoje conhecida Casa dos Arcos, mandada construir em 1895 por Marco Mocelin, tendo sido vendida, em 1918, para a família Túlio.
Mais adiante vinha a padaria de Agostinho Túlio, a casa de Ignácio Slompo, seguido pela ferraria de Antônio Valente e, lá no fundão, a casa de João Baptista Comparin.
À esquerda, uma típica casa de área coberta, de frente para a rua que, na época, morava a família de Saturnino Miranda, e que pertencia a Agostinho Túlio.