Santa Rita do Passa Quatro - SP
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As primeiras referências pela imprensa de Santa Rita sobre o nascimento da “Usina Vassununga Ltda.”, foi uma pálida e secundária nota no jornal “Livro do Povo”, em sua edição de número 602 do dia 06 de junho de 1924. Numa publicação anterior do dia 03/09/1923, foi divulgado que estava sendo montado entre as Fazendas Paulicéia e Córrego Rico, todos os mecanismos e acessórios ao funcionamento de um engenho central. Essa indústria estava prevista para ser a maior do gênero na América do Sul.
Talvez, como se tratava de uma iniciativa particular, pouco chamou a atenção desse jornal com respeito ao progresso que haveria de trazer para o crescimento econômico do município.
Eis um trecho da publicação:
"Prolongamento do ramal de Santa Rita
...essa deffiicência, procura a Companhia cumprir, dando nos, em anos atraz, o prolongamento de suas linhas até a estação de Moêma e agora, pelo que se lê no seu relatório, levando os trilhos até a barranca do Rio Mogy Guassú, nas proximidades do novo engenho central de assucar da “Usina Vassununga Ltda.”
É um extensão de 8 kilometros, que tem de alcançar as linhas da Paulista, atravessando e servindo importantes lavouras cafeeiras e facilitando, dessa forma, o comércio com a parte Noroeste do município.
...como um pequeno prolongamento tem de ser feito em zona privilegiada da Companhia Mogyana de Estradas de Ferro, foi obtida a necessária concessão da referida Companhia, sob o compromisso tomado pela Companhia Paulista, por escriptura de 10 de abril do corrente anno (1924), de não restabelecer o serviço de navegação no Mogy Guassú, condição que certamente os senhores acionistas não deixarão de aprovar, porque nenhum interesse tem hoje a nossa Companhia em restabelecer aquelle serviço".
A Companhia de Navegação Fluvial, mantida pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro, era um trecho de 205 quilômetros entre Porto Ferreira e Pontal, na confluência com o Rio Pardo. Foi inaugurado no dia 10/01/1887.
A nossa história está mais para tradição passada de geração a geração do que para registros oficiais.
O patrimônio da Usina Vassununga foi formado na confluência de duas grandes fazendas: Córrego Rico, de Paes de Barros e a Paulicéia, do Dr. Ednan Souza Dias.
Para que tenhamos uma ideia, somente na Fazenda Córrego Rico em 1919, trabalhavam 68 famílias apenas de origem italiana; na Paulicéia, 22. (como consta no livro: “Eredità – A Imigração Italiana como parte da História de Santa Rita do Passa Quatro”).
Desde o início das atividades da Usina Vassununga, até o final dos anos 40, pouco se sabe sobre essa empresa, salvo depoimento de pessoas que por lá moravam, de que um pequeno grupo de imigrantes japoneses, iugoslavos, alemães e lituanos lá trabalharam desde a inauguração da empresa.
Porém, muitos trabalhadores e seus familiares que lá trabalharam, como os Ximenez, Respondwesky, Mario Simão, Valdemir Massola, Perussi, Calovi, Carnieli e tantas outras, comentam com saudades os tempos gloriosos da Usina Vassununga, sempre em sua parte social, isto é, a convivência que tiveram em todas as atividades a parte das atividades diárias da empresa.
Recordam com saudades do cinema, do alto falantes numa esquina quando todos os finais de semana eram musicados, do clube social, nos bailes na Colônia Nova, Córrego Rico, Limoeiro que eram realizados aos domingos das 16 às 19:30 horas, do futebol da terceira divisão de profissionais do Córrego Rico, das Folias de Reis na sua época específica, do Grupo Escolar “Atos Ribeiro” com suas memoráveis professoras, do aeroporto quando o taxi-aéreo da Vasp descia trazendo grandes personalidades políticas (inclusive o Governador do Estado), da cachoeira de garapa que jorrava na indústria, do gerente Dr. Alex Gorodenks, etc.
Infelizmente, com o passar dos anos, foi aumentando a decadência econômica da empresa, culminando em sua falência.
Nota do blog: Data e autoria não obtidas.
