quarta-feira, 24 de abril de 2019

Amolador, Rio de Janeiro, Brasil

Amolador, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia - Cartão Postal

Demoiselle N. 19, Santos Dumont, França


Demoiselle N. 19, Santos Dumont, França
Fotografia - Cartão Postal

Demoiselle, Santos Dumont, França


Demoiselle, Santos Dumont, França
N. 6
Fotografia - Cartão Postal


O Demoiselle, também conhecida como Libellule, foi o melhor modelo de avião criado pelo aviador brasileiro Santos Dumont. O primeiro modelo voou em 1907, sendo desenvolvido até 1909. Os "Demoiselle" foram os menores e mais baratos aviões de sua época. A intenção de Santos Dumont era que essas aeronaves fossem fabricadas em larga escala e com isso popularizar a aviação. Como o inventor disponibilizava os planos a quem se interessasse, Demoiselles foram fabricados por diferentes oficinas; pelo menos quarenta unidades foram construídas.
Foi em novembro de 1907 que o inventor brasileiro Alberto Santos Dumont concebeu o Demoiselle, um pequeno avião de apenas 56 kg, considerado o primeiro ultraleve do mundo. Com esse aparelho ele fez voos de menos de 200 metros em Saint-Cyr (Paris, França) nos dias 17 e 21 do citado mês. O nome do aviãozinho significa "senhorita" em francês, e foi motivado por sua pequenez, beleza e graciosidade.
Santos Dumont construiu ao todo nove Demoiselle. O Demoiselle II é de dezembro de 1907, e se caracterizava por possuir duas hélices de seda em armação de alumínio. Devido a problemas com a corrente que ligava as hélices, a aeronave nunca voou.
O Demoiselle III, terminado em novembro de 1908, caracterizou-se por possuir um motor Antoinette de 25 cavalos-vapor ligado a um sistema de correias que acionava uma hélice com pás recobertas de seda. Várias tentativas de voo com o Demoiselle III foram feitas por Santos Dumont no dia 17 desse mês em Saint-Cyr, mas o aparelho não logrou decolar.
Só em 1909 Santos Dumont produziu um avião capaz de voar quilômetros, o Demoiselle IV, com motor Dutheil-Chalmers de 18 cavalos-vapor e asas arqueadas, que produziam bastante sustentação. No primeiro teste, feito no dia 9 de março, o ultraleve caiu logo após a decolagem e ficou com uma das rodas despedaçada, mas o aeronauta não se feriu. No dia 8 de abril, com a aeronave já reparada, ele realizou um voo de 2.500 metros a 20 de altura. O Demoiselle V, que voou no dia 28 de junho, resultou de simplificações desse aparelho.
Em setembro Santos Dumont adaptou à avioneta um motor Darracq de 30 cavalos-vapor e enrolou os tubos do radiador em torno das asas, criando o Demoiselle VI. Foi nesse aparelho que ele fez os seus mais duradouros e extraordinários voos em avião.
No dia 13 daquele mês voou em 5 minutos os 8 quilômetros que separam Saint-Cyr de Buc, numa média de 96 km/h, velocidade inédita para um veículo aéreo.
No dia consecutivo fez o voo em caminho inverso, levando dessa vez 12 minutos em razão do vento contrário.
No dia 15, em Saint-Cyr, quebrou o recorde mundial de saída, com uma decolagem de 70 metros, cronometrada em 6,25 segundos.
No dia 16 bateu o próprio recorde, decolando em 60 metros, e aproveitou a bela saída para fazer um voo de 10 minutos e 27 segundos. Pouco depois se elevou novamente, carregando agora um peso morto de 20 quilogramas. O peso, ao contrário do que se esperava, não atrapalhou as manobras, e ao ser solto perante um público entusiasmado de cerca de três mil pessoas, causou tensão entre os espectadores, que temeram ver a delicada avioneta capotar em pleno ar. O aparelho, porém, prosseguiu a sua trajetória com perfeita harmonia e graça, aterrissando 2 minutos mais tarde perto do hangar de Saint-Cyr.
No dia 17 o aviador partiu de Saint-Cyr duas vezes no Demoiselle VI, às 15h e às 17h30min, quando tomou a direção de Rambouillet. 18 quilômetros e 16 minutos depois pousou em Wideville, no Castelo d’Aion, pertencente ao Conde de Galard, onde foi acolhido e convidado a jantar e a dormir.
Na manhã do dia 18 o avião foi desmontado por três mecânicos de Dumont e levado num carro de volta ao hangar.
A remontagem durou 50 minutos, sendo assistida por várias pessoas. Às 17h, porém, um terrível temporal teve início. Houve debandada. Já os que corajosamente aguardaram o término do aguaceiro foram recompensados com uma sensacional exibição aérea de Santos Dumont: tomando emprestado o lenço de um jornalista, o aviador montou no Demoiselle VI e decolou. Com os braços erguidos e segurando um lenço em cada mão (um dele próprio e o outro do jornalista), sobrevoou o público presente. Seus dedos então se abriram, e os lenços caíram suavemente ao chão. O jornalista recolheu o seu, enquanto que o de Santos Dumont foi avidamente repartido entre os mecânicos, a Condessa D’Eu, espectadora assídua das experiências do inventor, e alguns amigos.
Conquanto o dia 19 fosse um domingo, Santos Dumont não descansou. Diante de mais de cinco mil parisienses vindos a Saint-Cyr certos de assistirem a belos voos, o aviador fez duas demonstrações, uma de 8 minutos e outra de 3, quando o carburador da avioneta começou a falhar e ele julgou prudente parar as exibições. Teve tempo, porém, de repetir a proeza do dia anterior, largando os comandos e mantendo os braços afastados por boa parte do voo.
O Demoiselle VII não voou. Capotou no dia 23 de novembro de 1909 em Issy-les-Moulineaux, ao tentar decolar com motor Clément-Bayard de 40 cavalos-vapor.
Em 4 de janeiro de 1910, o aviador sofreu outro acidente: no voo de estréia do Demoiselle VIII, uma das asas se rompeu, e o avião caiu de 30 metros de altura. Santos Dumont surpreendentemente não teve mais que um machucado na cabeça, mas o episódio marcou o fim de sua carreira aeronáutica como piloto.
Em 1913 chegou a esboçar um retorno ao campo de provas, encomendando aos construtores Morane e Saulnier um Demoiselle novo, muito mais sólido e robusto que os precedentes, com motor de 50 cavalos-vapor; não se tem notícia, porém, de que ele haja feito voos nesse aparelho.
Santos Dumont marcava seus aviões com números de série. Por esse critério, foram identificados 4 Demoiselle:
Número 19 : Com um motor Duthiel-Chalmers de 18 hp, não possuía controle lateral, o primeiro voo ocorreu em 17 de novembro de 1907 em Issy-les-Moulineaux. O No. 19 sofreu danos depois de uma queda sofrida quando pilotado por Hélène Dutrieu em 1908.
Número 20 : Com um motor Darracq de 35 hp, a revista "Popular Mechanics" de Junho de 1910 publicou desenhos do Demoiselle e afirmou: "Esta máquina é melhor que qualquer outra já construída, para aqueles que desejam obter resultados com o menor gasto possível e o mínimo de experiência.".
Clément-Bayard, um fabricante de automóveis, construiu Demoiselles, eles planejavam produzir 100, fizeram 50 e venderam apenas 15, por 7.500 francos cada unidade. Esse foi o primeiro avião do mundo a ser produzido em série. Em 1909, era oferecido com três opções de motor: um Clement de 20 hp; um Wright 4-cilindros de 30 hp; ou um Clement-Bayard de 40 hp. Ele chegava a 120 km/h.
Número 21 : Pequenas modificações e algumas melhorias levaram ao desenvolvimento dessa versão.
Número 22 : Essa versão tinha uma envergadura um pouco maior e usava um motor Clément-Bayard refrigerado à água de 40 hp. Ela tinha um desempenho extraordinário para a época. Atingia 110 km/h e necessitava apenas 200 m para decolar. Em setembro de 1909, o Demoiselle obteve vários recordes de voo, como por exemplo: um voo de 18 km em 16 minutos.

Estrada Velha, Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez

Estrada Velha, Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Petrópolis - RJ
Fotografia - Cartão Postal

Cais dos Mineiros, 1890-1899, Rio de Janeiro, Brasil - Juan Gutierrez





Cais dos Mineiros, 1890-1899, Rio de Janeiro, Brasil - Juan Gutierrez
Rio de Janeiro - RJ
Acervo Museu Histórico Nacional
Fotografia 

Cais dos Mineiros, Rio de Janeiro, Brasil

Cais dos Mineiros, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia - Cartão Postal

Entrada da Barra, Rio de Janeiro, Brasil

Entrada da Barra, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia - Cartão Postal

Vista do Rio de Janeiro, Brasil

Vista do Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia - Cartão Postal

terça-feira, 23 de abril de 2019

Casa das Rosas, 1937, São Paulo, Brasil


Casa das Rosas, 1937, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


A Casa das Rosas foi construída em 1935 a partir do projeto pelo escritório sucessor de Francisco de Paula Ramos de Azevedo, o Severo Villares.
É considerada parte integrante do rol de diversas obras de renome assinadas pelo “Escritório Técnico Ramos de Azevedo”, tais como a Pinacoteca do Estado, Teatro Municipal de São Paulo, o Mercado Municipal de São Paulo e o Colégio Sion, por exemplo. A Casa das Rosas em específico, foi de autoria do arquiteto Felisberto Ranzini.
A casa foi habitada durante os primeiros 51 anos de sua existência. Os primeiros a ter como residência o casarão foram uma das filhas de Ramos de Azevedo, Lúcia Ramos de Azevedo e seu marido, Ernesto Dias de Castro. A residência foi passada ao filho do casal Ernesto Dias de Castro e Anna Rosa, sua esposa.
A desapropriação do imóvel se deu em 1986 e foi realizado pelo Governo do Estado de São Paulo cujo compromisso fora a preservação do terreno sem alterar sua originalidade.
O imóvel, tombado em 1985 pelo CONDEPHAAT, possui um dos mais belos jardins de rosas da cidade de São Paulo. Passou por reformas entre 1986 e 1991, quando mais precisamente em 11 de março de 1991, a Secretaria da Cultura implantou a Casa das Rosas – Galeria Estadual de Arte, um espaço cujo principal função era acolher exposições temporárias e circulantes do acervo de obras que o próprio Governo do Estado de São Paulo detinha, privilegiando a difusão de poesias e da arte em geral.
Em 2003, o bem tombado foi novamente fechado para reformas e manutenção, sendo reinaugurado em 9 de dezembro de 2004 e renomeado para homenagear o poeta Haroldo de Campos, falecido em 2003. O nome do espaço passou a ser Espaço Haroldo de Campos, com a missão de ser um local destinado não só às artes em geral, mas também um lugar público especificamente voltado à poesia, proporcionando a toda São Paulo oficinas de criação, crítica literária, cursos de formação, ciclos de debate entre outros. Transformou-se num museu onde se destaca por promover a difusão e divulgação da literatura dos escritores menos favorecidos, desconhecidos e até dos esquecidos pelo mercado. Sua proposta atual visa manter o ambiente como um local cujas atividades estão no âmbito de pesquisas e leituras, com uma programação diferenciada.
Após a morte de Haroldo de Campos aos 73 anos de idade, todo seu acervo pessoal foi doado à Secretaria da Cultura do Estado em 2004. Como proposta destinada à nova função exercida pela Casa das Rosas, esta foi designada para receber o tão respeitável acervo. A partir desta decisão, foi criado o Centro Cultural Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura. A Casa das Rosas possui desde seu início as características originais de seu vasto jardim de roseiras. A essência do local é reforçada também devido ao nome concebido posteriormente, retomando assim, a ideia de um espaço considerado um refúgio para qualquer tipo de manifestação artística e poética, abrigando também a primeira biblioteca do país especializada em poesias.
Sobre a arquitetura do casarão e seus arredores há discordâncias em suas definições. Há aqueles que caracterizam a construção como pertencente ao estilo da Renascença Francesa. Por outro lado existe a corrente que defende a assinatura do movimento eclético na concepção da mansão histórica. Essa concepção se dá exatamente pela presença de elementos neoclássicos, da Art Noveau, Art Déco e Neocolonial.
Em relação a sua concepção física, o imóvel conta com quatro pavimentos: sótão, porão, andar térreo e andar superior. Ao longo do terreno de 5.500 metros quadrados podemos encontrar oito quartos, escritório, salas, cozinha, copa, mansarda e lavanderia. A construção traz varanda em seu andar térreo e com terraços descobertos, com proteção e decoração de elementos vazados, no superior. Quase todos os materiais utilizados são importados como por exemplo, os mármores das escadarias, tanto da parte externa, que dão saída para os jardins, quanto da parte interna, que conduzem aos quatro dormitórios, são de origem italiana; os vidros e os cristais vieram da Bélgica, os canos condutores de água, de cobre, e as louças do banheiro e da cozinha foram trazidos também da Europa, pela firma de importação de Ernesto Dias de Castro, genro de Francisco de Paula Ramos de Azevedo. O telhado da casa é constituído de ardósia, com suas águas inclinadas em relevante proporção. Na parte traseira do terreno, considerando a frente a da Avenida Paulista, foi construído um edifício comercial. O projeto só pôde ser concebido de maneira a respeitar as características visuais da Casa das Rosas.