terça-feira, 23 de abril de 2019

Casa das Rosas, 1937, São Paulo, Brasil


Casa das Rosas, 1937, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


A Casa das Rosas foi construída em 1935 a partir do projeto pelo escritório sucessor de Francisco de Paula Ramos de Azevedo, o Severo Villares.
É considerada parte integrante do rol de diversas obras de renome assinadas pelo “Escritório Técnico Ramos de Azevedo”, tais como a Pinacoteca do Estado, Teatro Municipal de São Paulo, o Mercado Municipal de São Paulo e o Colégio Sion, por exemplo. A Casa das Rosas em específico, foi de autoria do arquiteto Felisberto Ranzini.
A casa foi habitada durante os primeiros 51 anos de sua existência. Os primeiros a ter como residência o casarão foram uma das filhas de Ramos de Azevedo, Lúcia Ramos de Azevedo e seu marido, Ernesto Dias de Castro. A residência foi passada ao filho do casal Ernesto Dias de Castro e Anna Rosa, sua esposa.
A desapropriação do imóvel se deu em 1986 e foi realizado pelo Governo do Estado de São Paulo cujo compromisso fora a preservação do terreno sem alterar sua originalidade.
O imóvel, tombado em 1985 pelo CONDEPHAAT, possui um dos mais belos jardins de rosas da cidade de São Paulo. Passou por reformas entre 1986 e 1991, quando mais precisamente em 11 de março de 1991, a Secretaria da Cultura implantou a Casa das Rosas – Galeria Estadual de Arte, um espaço cujo principal função era acolher exposições temporárias e circulantes do acervo de obras que o próprio Governo do Estado de São Paulo detinha, privilegiando a difusão de poesias e da arte em geral.
Em 2003, o bem tombado foi novamente fechado para reformas e manutenção, sendo reinaugurado em 9 de dezembro de 2004 e renomeado para homenagear o poeta Haroldo de Campos, falecido em 2003. O nome do espaço passou a ser Espaço Haroldo de Campos, com a missão de ser um local destinado não só às artes em geral, mas também um lugar público especificamente voltado à poesia, proporcionando a toda São Paulo oficinas de criação, crítica literária, cursos de formação, ciclos de debate entre outros. Transformou-se num museu onde se destaca por promover a difusão e divulgação da literatura dos escritores menos favorecidos, desconhecidos e até dos esquecidos pelo mercado. Sua proposta atual visa manter o ambiente como um local cujas atividades estão no âmbito de pesquisas e leituras, com uma programação diferenciada.
Após a morte de Haroldo de Campos aos 73 anos de idade, todo seu acervo pessoal foi doado à Secretaria da Cultura do Estado em 2004. Como proposta destinada à nova função exercida pela Casa das Rosas, esta foi designada para receber o tão respeitável acervo. A partir desta decisão, foi criado o Centro Cultural Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura. A Casa das Rosas possui desde seu início as características originais de seu vasto jardim de roseiras. A essência do local é reforçada também devido ao nome concebido posteriormente, retomando assim, a ideia de um espaço considerado um refúgio para qualquer tipo de manifestação artística e poética, abrigando também a primeira biblioteca do país especializada em poesias.
Sobre a arquitetura do casarão e seus arredores há discordâncias em suas definições. Há aqueles que caracterizam a construção como pertencente ao estilo da Renascença Francesa. Por outro lado existe a corrente que defende a assinatura do movimento eclético na concepção da mansão histórica. Essa concepção se dá exatamente pela presença de elementos neoclássicos, da Art Noveau, Art Déco e Neocolonial.
Em relação a sua concepção física, o imóvel conta com quatro pavimentos: sótão, porão, andar térreo e andar superior. Ao longo do terreno de 5.500 metros quadrados podemos encontrar oito quartos, escritório, salas, cozinha, copa, mansarda e lavanderia. A construção traz varanda em seu andar térreo e com terraços descobertos, com proteção e decoração de elementos vazados, no superior. Quase todos os materiais utilizados são importados como por exemplo, os mármores das escadarias, tanto da parte externa, que dão saída para os jardins, quanto da parte interna, que conduzem aos quatro dormitórios, são de origem italiana; os vidros e os cristais vieram da Bélgica, os canos condutores de água, de cobre, e as louças do banheiro e da cozinha foram trazidos também da Europa, pela firma de importação de Ernesto Dias de Castro, genro de Francisco de Paula Ramos de Azevedo. O telhado da casa é constituído de ardósia, com suas águas inclinadas em relevante proporção. Na parte traseira do terreno, considerando a frente a da Avenida Paulista, foi construído um edifício comercial. O projeto só pôde ser concebido de maneira a respeitar as características visuais da Casa das Rosas.

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