sábado, 15 de junho de 2019

BMW 327 Coupe 1939, Alemanha



















BMW 327 Coupe 1939, Alemanha
Motor : Não aferido
Exterior : Verde
Interior : Bege e Verde
Fotografia

Starting off manufacturing engines for airplanes, BMW manufactured its first automobiles in 1928, and that side of the business grew rapidly. BMW’s 327 was initially launched in 1937 in cabriolet body style but could also be had as a coupé. Utilizing the shortened ladder-type chassis from the 326, that car’s six-cylinder engine was enlarged to 1,971 cc, now capable of 60 bhp. Power was managed by a four-speed manual gearbox as well as hydraulic disc brakes at all four corners.
According to information provided by BMW Group Classic, chassis 73149 was delivered with a cabriolet body; however, at some point in the car’s life an original coupé body was fitted. Documentation accompanying the car shows that it was imported to Portugal in 2008. Presently restored in a two-tone green colour scheme over a tan leather interior, this is a charming example of one of BMW’s most celebrated pre-war automobiles.
Fonte : https://rmsothebys.com/en/auctions/pg19/the-s%C3%A1ragga-collection/lots/r0030-1939-bmw-327-coup%C3%A9/775227

Obras nos Jardins do Museu do Ipiranga, São Paulo, Brasil - Aurélio Becherini


Obras nos Jardins do Museu do Ipiranga, São Paulo, Brasil - Aurélio Becherini
São Paulo - SP
Fotografia




BMW 326 Saloon 1938, Alemanha









BMW 326 Saloon 1938, Alemanha
Motor : Não aferido
Exterior : Preto e Vinho
Interior : Cinza
Fotografia

Fonte : https://rmsothebys.com/en/auctions/al12/aalholm-automobile-collection/lots/r027-1938-bmw-326-saloon/294211

DeSoto Firedome Sportsman 1959, Estados Unidos

















DeSoto Firedome Sportsman 1959, Estados Unidos
Motor : 383/305HP
Exterior : Bege e Cinza
Interior : Bege e Marrom
Fotografia

Fonte : https://www.mecum.com/lots/SC0519-369062/1959-desoto-sportsman/?fbclid=IwAR2RQ64UGOff5TtN-OEDC-1lVRJHT6yTBVv8tRswz3y1TVXEFEaYwrkTVA0


sexta-feira, 14 de junho de 2019

DeSoto Firedome 1953, Estados Unidos















DeSoto Firedome 1953, Estados Unidos
Motor : 276 CI
Exterior : Bege e Cinza (Ceramic Yellow and Grey)
Interior : Cinza
Fotografia

Fonte : https://www.mecum.com/lots/SC0519-369061/1953-desoto-firedome/

The DeSoto Firedome was a full-size automobile produced between 1952 to 1959 by DeSoto automobiles, a division of the Chrysler Corporation. Introduced as DeSoto's premium line of vehicles in 1953 and 1954, the Firedome also occupied the least expensive position in the model lineup during 1955 and 1956 model years before it was reclassified as a mid-range vehicle offered by DeSoto between 1957 and 1959.
The 1953 Firedome was introduced just prior to DeSoto's 25th Anniversary in 1953, and arrived as the new top series, displacing the Custom nameplate which was retired at the end of the 1952 model year. The entire De Soto model lineup was restyled and Firedome prices started at US$2,740. During the 1953 model year, approximately 64,211 examples were produced.
The Firedome could seat six passengers. It was available as a 4-door sedan, 5-door station wagon, 2-door coupe and 2-door convertible. The AM radio was $85.
The Firedome was powered by a Hemi V8 engine producing 160 hp (120 kW) and had a top speed of 100 mph (160 km/h). The car weighed 3,700 lb (1,700 kg) and had a 0–60 mph (100 km/h) time of 15.5 seconds. This was the first time that DeSoto offered an 8-cylinder engine in one of its models since 1931. By 1953, DeSoto's Firedome Hemi V-8 produced 170 horsepower.
In 1955, Chrysler dropped its 6-cylinder DeSoto Powermaster series and added the topline Fireflite series, pushing the Firedome down to entry level status. Still, the Firedome was not a cheap offering, retaining its V8 engine, but increasing the 276 c.i. displacement to 291 c.i. with a larger bore,a power boost to 185 horsepower, and coming with a host of features and interior upgrades that were lacking in the Powermaster series. While Powerflite 2-speed automatics were advertised as optional transmission equipment on the Firedome, officially the car was also offered with a 3-speed manual as standard equipment, although few were produced. In 1956,the Firedome V-8 got still another boost in horsepower, to 230 H.P., an increase of 45 horsepower over the previous year.
The series was again moved upmarket in the model offering when the 1957 DeSotos were introduced, with the new entry-level Dodge-based Firesweep.
By 1958 the horsepower had increased to over 300 (220 kW) with the optional of the 361 cubic-inch (5,920 cc) V8 engine. Zero to 60 mph (100 km/h) now took just under eight seconds with a top speed of 115 mph (185 km/h). However 1958 DeSoto's sales skidded by almost 60% from 1957's model year output, partially due to the economy and partially because of build issues with the 1957 models.
In an attempt to attract buyers, Chrysler offered the 1959 DeSoto Firedome in 26 solid colors and 190 two-tone finishes. By the end of the 1959 model year, Chrysler was struggling to find buyers for its DeSoto automobiles. Despite the wide variety of models available, consumers shunned DeSoto automobiles as rumor circulated that Chrysler would phase out the marque. A padded dash was standard.
Firedome production ended at the end of the 1959 model year.
For the 1960 model year DeSoto offered two models, the Fireflite and the Adventurer. For model year 1961, a model named only "DeSoto" was sold as a two-door hardtop and four-door hardtop. The end of the DeSoto marque came on November 30, 1960, 48 days after the 1961 models were introduced, ending 32 years of production.

Vale do Anhangabaú, 1897, São Paulo, Brasil

Vale do Anhangabaú, 1897, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia - Cartão Postal

Faculdade de Medicina, São Paulo, Brasil


Faculdade de Medicina, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Quartel do Glicério, São Paulo, Brasil




Quartel do Glicério, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


O Parque Dom Pedro II, no centro de São Paulo, possui um edifício recheado de muitas histórias e que, infelizmente, está abandonado pelo poder público. Para quem nunca reparou, trata-se do 2º Batalhão de Guardas, com 8.400 metros quadrados, onde ainda é possível ver a seguinte frase: “Por aqui passaram os melhores soldados do Exército Brasileiro”. Segundo uma longa e esclarecedora matéria do Estadão, há o “boato” de que o prédio do 2º Batalhão de Guardas, popularmente conhecido como Quartel Tabatinguera, foi um presente de D. Pedro I a Domitila de Castro Canto e Mello, a histórica Marquesa de Santos.
O relato dá conta de que, quando chega à São Paulo, o imperador dormia por ali e, de vez em quando, se encontrava com a amante por ali. Vale dizer que são apenas “estórias”, sem comprovação histórica de que aconteceu algum encontro por lá. Apesar de tudo, o folclore paulistano ainda persiste nesse edifício.
A história mais “real”, dá conta de que no local onde hoje está o quartel, havia a a chamada Chácara do Fonseca, período em que foi construído o primeiro corpo da edificação principal, em taipa de pilão, tabique e pau-a-pique. Ao longo das décadas, o edifício principal ganhou novos corpos laterais, em diferentes técnicas construtivas, para permitir os novos usos que foram dados à construção: Convento das Irmãs Duarte (1852), Seminário de Educandos (1860), Seminário de Educandas (1861) e Hospício dos Alienados (entre 1862 e 1905), no qual morreu o poeta Paulo Eiró (1871), referência de Santo Amaro. A partir de 1905, a edificação foi adaptada para receber o quartel e o almoxarifado da Força Pública.
Com a chegada de 1964 e a intervenção militar, o edifício foi tomado pelo Exército e teve várias denominações. Inicialmente foi a sede da 7ª Companhia de Guarda e, depois, o 2º Batalhão de Guardas, sendo a sede de 900 homens até 1992. Em 1995, quando o quartel foi ocupado pelo 3º Batalhão da Polícia de Choque do Estado de São Paulo, o processo de degradação começou. O imóvel foi tombado em 1981 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) e, dez anos depois, pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). Em 2012, o governo do Estado anunciou que o antigo quartel seria transformado em Museu Histórico da Polícia Militar e Fábrica de Cultura. A estimativa então era entregar a obra, que não foi adiante, em 2015. A ideia mais recente prevê que o espaço receba um batalhão da Polícia Militar.
Durante sua história, teve as seguintes denominações:
1765 – Chácara do Fontoura;
1852 – Convento Irmãos Duarte;
1855 – Cônego do Monte Carmelo;
1859 – Governo Provincial;
1860 – Seminário de Educandos;
1861 – Seminário de Educandas;
1862 – Hospício de Alienados;
1896 – Quartel da Guarda Cívica da Força Pública;
1930 – Quartel do 6.º e 7.º Batalhões de Caçadores da FP;
1932 – Ocupado pelo Exército;
1964 – 7ª Cia de Guardas;
1970 – 2º Batalhão de Guardas;
1996 – 3º Batalhão de Choque da Polícia Militar.
A Guarda Civil de São Paulo:
De pistola e espada, uniformes pretos com botões de metal branco, os homens da Companhia de Pedestres até que fariam boa figura, se não fossem tão poucos para tão grandes tarefas. Não mais de 50 para o combate aos incêndios, na cidade, enquanto nas estradas, procuravam proteger os viajantes. A corporação, criada a 22 de junho de 1850, dois anos depois seria dissolvida, por falta de verbas.
Guarda Urbana ou Companhia de Urbanos tinham a atribuição de manter exclusivamente o policiamento da capital, como sucessores da antiga Companhia de Pedestres. A criação da Companhia, em 1875, justificava-se, segundo uma autoridade, pelo desenvolvimento industrial de São Paulo, e crescimento da população, devido às construções das ferrovias conjugadas à chegada dos imigrantes. A partir de 1880, à Companhia de Urbanos foi anexado o primeiro Corpo de Bombeiros de São Paulo. Em 1891, criou-se a Guarda Municipal permanente.
São Paulo teve uma corporação civil uniformizada a Guarda Cívica, (depois Guarda Civil, por volta de 1910) que herdou as atribuições da antiga Companhia de Urbanos (menos o Corpo de Bombeiros, transferido definitivamente para a Força Pública). Segundo Jorge Americano, no livro São Paulo, Nesse Tempo “a guarda cívica vestia antes uniforme de casimira ou de brim pardo, conforme a previsão do tempo, mas quase sempre a previsão não dava certo. Às vezes a ordem do dia dispunha túnica azul e calça branca. Havia na costura lateral das calças, nos punhos e no quepe, uma listazinha vermelha. O quepe era combinado com o uniforme, gola fechada, cinturão, espadim e, nos bairros, revólver preso ao cinturão”.
Cabia à Guarda-Civil, o policiamento do trânsito. Para o serviço, havia dois requisitos que, depois da revolução de 30, foram relaxados: o candidato devia ter altura mínima de 1,80m., e ser branco. Por aquela época, porém, a Guarda Civil já fora refundada a 22 de outubro de 1926, depois de uma interrupção causada pela Revolução de 1924. Seu uniforme também mudou, predominando um aspecto mais próximo ao dos antigos “morcegos” (alternado com o uniforme branco).
Alguns guardas-civis falavam outras línguas, servindo de intérpretes para estrangeiros. Entre a comunidade japonesa da Liberdade, um deles, Barbosa, tornou-se muito popular por falar japonês fluentemente. Pertenciam às fileiras da corporação os guarda-noturnos, popularmente chamados de “grilos”. Foi-lhe anexada também, em 1955, a Guarda Feminina, criada em 1955.
História:
O edifício que hoje conhecemos como 2° Batalhão de Guardas possui uma longa e importante história que reflete os vários períodos pelos quais passou a cidade de São Paulo desde a Proclamação da Independência até os dias atuais. Em cada corpo que compõe o edifício principal, em cada anexo que foi construído, pode-se reconhecer traços que marcaram a arquitetura e a sociedade de cada momento.
O edifício fora sede da Chácara do Fonseca (início séc. XIX), Convento (data desconhecida), Seminário de Educandos (1860), Seminário de Educandas (1861), Hospício dos Alienados (1862-1903) e Almoxarifado e Quartel da Guarda Cívica, nome esse que depois passou a ser 7ª Companhia de Guardas do II Exército e finalmente 2° Batalhão de Guardas. Desde que deixou de funcionar devido à precariedade do seu estado de conservação e manutenção, o conjunto vem sendo ocupado pelo 3° Batalhão da Polícia de Choque.
Chácara do Fonseca:
Assim como todas as propriedades localizadas nos arrebaldes da cidade, isto é, nas regiões que não faziam parte do primitivo núcleo urbano, o edifício do quartel fora inicialmente sede de uma grande chácara, a Chácara do Fonseca. Pelas antigas plantas da cidade pode-se observar a existência de uma propriedade na base do morro da Tabatingüera, dotada de um edifício em “L” cercado por pomares e hortas, implantado nas margens de um pequeno braço de rio que desviava do curso principal. Logo ao lado desta propriedade, ao final da continuidade da Ladeira da Tabatingüera, ficava a antiga Ponte do Fonseca (também chamada de Ponte da Tabatingüera). No entanto, deste período, pouco se sabe sobre o proprietário destas terras. Por dedução, imagina-se que tenha pertencido a alguém da família Fonseca, pois naquela época era costume denominar a propriedade com o sobrenome do proprietário, como ocorreu nas chácaras do Ferrão, do Osório, etc.
Através das escrituras da propriedade pôde-se descobrir que a chácara já havia pertencido ao Sr. João José Rodrigues e sua esposa, e ao Sr. João Crispiniano Soares que a adquiriu em 1853 através de uma permuta. Posteriormente, em uma data não encontrada, João Crispiniano Soares passou a propriedade do imóvel para o Cônego Joaquim do Monte Carmelo.
No dia 25 de novembro de 1859 foi lavrada a escritura de venda da propriedade pelo Cônego Joaquim do Monte Carmelo para a Fazenda Provincial pela quantia de 30 contos de réis.
Durante o período que antecedeu a essa venda, funcionou no estabelecimento por pouco tempo, um convento das duas freiras e irmãs Duarte que, por divergência com o convento a que pertenciam, saíram da instituição, a conselho do Cônego do Monte Carmelo, e foram viver na chácara até fundar um novo convento.
Seminário de Educandos:
O Seminário de Educandos de Sant’Anna foi uma entidade de ensino público criada em 1825, durante a presidência da província do Visconde de Congonhas do Campo, primeiro presidente da Província após a Independência. Funcionou inicialmente na Fazenda Sant’Anna, que pertencera inicialmente aos padres jesuítas e posteriormente ao Marques de Pombal, tendo como primeiro diretor o Sr. Joaquim Francisco do Livramento.
Em 25 de maio de 1860 o seminário passou a funcionar na chácara pertencente anteriormente ao Cônego Joaquim do Monte Carmelo, permanecendo ali até o dia 28 de dezembro do mesmo ano, sendo transferido de volta para a Fazenda Sant’Anna devido à necessidade de acomodar na primeira chácara as Educandas do Seminário da Glória, cujas acomodações no edifício do Acu necessitavam de urgentes reparos.
Em 1868 o seminário foi extinto através da lei provincial n° 57 desse mesmo ano, “ficando o governo autorizado, em virtude dessa lei, a dar o conveniente destino aos pensionistas e a pensionar nos colégios da capital os educando que fossem filhos de voluntários da pátria ou de soldados que marcharam para a Guerra do Paraguai”.
Seminário de Educandas:
O Seminário de Educandas da Glória, assim como o Seminário de Educandos, foi criado pelo Visconde de Congonhas do Campo em 1825, sendo também mantido pelo governo provincial. Sua finalidade era a criação e educação de meninas órfãs, filhas de militares que durante o serviço à pátria morreram pobres e indigentes. Possuía esse nome pois inicialmente as meninas foram abrigadas na Chácara da Glória, pertencente à Fazenda Nacional, localizada na estrada que seguia para o Ipiranga. Ficou inicialmente aos cuidados do Sr. Nicolau Batista de Freitas Espinola, administrador, e D. Eliziária Cecília Espinola, filha do mesmo, que assumiu como diretora.
Em 1844, o edifício do Seminário encontrava-se em um estado precário, colocando em risco a vida de suas educandas e funcionários. Por ordem do marechal Manoel da Fonseca Lima e Silva, presidente e comandante das armas da Província de São Paulo, a instituição foi novamente transferida para o Hospital Militar, enquanto eram feitos os devidos consertos no edifício da Chácara da Glória, onde a instituição permaneceu até 1861. Neste mesmo ano se mudaram para a chácara do Cônego Joaquim do Monte Carmelo, Chácara do Fonseca. O Seminário esteve nessa chácara por aproximadamente cinco meses, quando novamente retornou ao velho edifício do Acu, que acabara de ser reformado. Esta curta estadia se deveu a dois motivos, bastante interligados à localização do edifício: estando ali há poucos dias a administradora do seminário verificou que aquele local não era próprio para a habitação de moças, pois por ali passavam diversos rapazes de barco que acabavam por comprometer a reclusão e privacidade das educandas, necessitando de policiamento para a sua proteção. Ao mesmo tempo a região ali era bastante úmida e a falta de tratamento das águas do rio, propiciavam o aparecimento de diversas doenças contagiosas que culminaram com o adoecimento da diretora e cinco moças.
Hospício dos Alienados:
Até as primeiras décadas do século XIX, os alienados eram mantidos em cadeias públicas até a sua morte. Manifestou-se, então, o desejo da criação de um estabelecimento para onde essas pessoas pudessem ser cuidadas, mas a ideia não foi bem aceita pela Santa Casa de Misericórdia, que se recusou a estabelecê-lo. Por esse motivo, o Presidente da Província, o Sr. José Tomas Nabuco de Araújo, autorizado pela lei n° 12, de 18 de setembro de 1848, em vigor pela lei n°10 de 7 de maio de 1851, determinou, em 1° de maio de 1852, a criação desta instituição em uma casa provisória, enquanto não se fundasse o estabelecimento definitivo.
O Hospício do Alienados funcionou provisoriamente em uma propriedade alugada, situada na Rua São João, pertencente ao Sr. Felizardo Antonio Cavalheiro e Silva, que por sua localidade, dimensão e acomodações, era bastante conveniente para o uso pretendido. Em 1861, vencido o contrato de aluguel, o proprietário do imóvel aumentou o valor do mesmo, oferecendo a casa para venda por 6 contos de réis. A Província tentou barganhar o valor da compra do imóvel, mas como o proprietário se manteve resoluto, acabou por adquiri-la pela quantia exigida inicialmente.
O Hospício permaneceu neste edifício até o início de 1862, quando suas acomodações já não eram mais suficientes para o número de internos. Neste ano, o Dr. Jacinto de Mendonça, Presidente da Província, transferiu o Hospício para o prédio provincial, onde anteriormente funcionara os Seminários de Educandos e Educandas. Para que esse edifício pudesse receber os alienados, foi mandado construir acomodações provisórias até a recuperação do local anterior, o que acabou não ocorrendo pois o imóvel não oferecia as comodidades necessárias e se localizava em um local impróprio para o uso.
No ano de 1871 o presidente da Província, Dr. José Fernandes da Costa Pereira Junior autorizou a realização de obras de reparos no edifício do Hospício. Para essa reforma nomeou uma comissão composta pelos capelães Cônego Dr. João Jacinto Gonçalves de Andrade e Dr. Francisco Honorato de Moura, e pelo administrado do estabelecimento Frederico Antonio Alvarenga. O objetivo era reedificar parte da casa e elevar seu nível em relação ao solo.
No final de 1872 as obras de reforma estavam quase totalmente concluídas, superando as expectativas do governo anterior que iniciou a obra e não esperava mais do que melhoramentos que não tirariam o caráter de provisório do edifício. No entanto, vemos em um relatório expedido pelo Presidente da Província, João Teodoro Xavier, em 21 de dezembro desse mesmo ano, que o edifício ficou praticamente novo, perdendo seu antigo aspecto de “pavorosa ruína.”
“Essa comissão, possuída de um louvável zelo verdadeiramente humanitário, exerceu nas obras do Hospício de Alienados uma fiscalização rigorosa, tendo conseguido [...] concluir todas as obras necessárias á segurança do mesmo edifício, como fossem paredes novas todas de tijolos, as quaes forão elevadas na face sul até á altura do telhado, e nas outras até o pavimento superior, soalho novo em quase todo o andar térreo e parte do superior, construindo-se um novo ralo para cozinha e despensa; abertura de novas janelas e seteiras para darem luz e ventilação ao edifício; substituição dos velhos e frágeis estuques por forros de madeira; e construção de um grande e novo muro de tijolos aos lados do edifício, o qual foi, em quase toda a sua totalidade, transformado de novo” (Relatório de 21/12/1872).
Pelas plantas antigas da cidade pode-se perceber que o edifício continuou crescendo. Entre os anos de 1878 e 1893, foram construídos dois corpos laterais, em alvenaria de tijolos que configuraram um grande pátio aberto para o rio Tamanduateí. Esses novos corpos do edifício seguiram muitas características do edifício anterior como a espessura das paredes e o ritmo de aberturas, harmonizando-se totalmente com o mesmo. A primeira vista não se percebe a diferença temporal entre os dois corpos, porém um olhar mais atento reconhece uma pequena diferença no padrão de portas, janelas e esquadrias e pela estrutura do assoalho do pavimento superior e principalmente pela técnica construtiva empregada.
Durante todo o período de funcionamento do Hospício dos Alienados, observa-se o esforço e a dedicação das pessoas que ali trabalharam. Tomé de Alvarenga foi administrador do Hospício até 1868, quando foi sucedido por seu filho, Frederico de Alvarenga, que devotou sua vida e seu dinheiro pela causa dos alienados, empregando dinheiro do próprio bolso, ganho na loteria, nos reparos do estabelecimento. Durante os anos seguintes o hospício contou também com médicos renomados como os Drs. Xavier de Mesquita, João César Rudge e Claro Homem de Mello.
Em 1893 Francisco Franco da Rocha foi nomeado médico alienista do Hospício Provisório de Alienados da cidade de São Paulo. Em 1895, iniciou a construção de um novo asilo, em um terreno de 150 hectares, junto da Estação de Juquery. Enquanto o novo hospital era construído, Franco da Rocha aprofundou-se na especialidade psiquiátrica e trabalhou duramente para atenuar as limitações do velho Hospício da Várzea do Carmo. Nesse mesmo ano, foi nomeado diretor do novo hospício, que começou a funcionar realmente em 1898, quando a primeira parte a ser construída foi concluída. Mas foi somente em 1903, por ordem do governo estadual, que os doentes mentais começaram a ser transferidos para o Hospício do Juquery, passando o antigo edifício para a Guarda Cívica.
Batalhão de Guardas:
Em 1906, o quartel e o almoxarifado da Força Pública passaram a funcionar no edifício, transferido no ano anterior para novas instalações em Juquery. O edifício existente foi adaptado para essa nova utilização como quartel e para isso construiu-se um quarto edifício que acabou por fechar o conjunto existente em forma de “U” em um pátio interno.
Em 22 de outubro de 1926 criou-se a Guarda Civil com o objetivo de dotar a cidade de uma outra força policial, com caráter não militar, independente da Força Pública, que recentemente vinha atuando em sucessivos movimentos revolucionários. A Guarda Civil possuía um efetivo de mil homens uniformizados que tentavam seguir o modelo da polícia londrina, fazendo o policiamento preventivo, fiscalização de trânsito, radiopatrulha para controle da criminalidade, proteção de repartições públicas e escolas e policiamento de Fazendas no interior da capital.
Com a tomada do poder pelos militares, em 1964, a Guarda Civil passou a sofrer intervenções políticas diretamente, que objetivava absorver a Guarda Civil pela Força Pública. Com a baixa do Ato Institucional 5 (AI-5) e do Ato Complementar 38, o Congresso Nacional foi fechado e a Constituição alterada, passando a guarda Civil a não mais existir. Alguns meses depois, no início dos anos 70 a Guarda Civil e a Força Pública foram fundidas, formando então a Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Durante todo o Governo Militar o edifício da Guarda Cívica passou a abrigar a 7ª Companhia de Guardas do II Exército e em seguida tornou-se o 2° Batalhão de Guardas. Em 1992 o batalhão foi transferido para um complexo muito maior em Osasco e passou para o uso da Polícia Militar. No entanto, o edifício já se encontrava em um péssimo estado de conservação e por isso, não pode ser mais ocupado. Atualmente o edifício encontra-se fechado e abandonado à própria sorte, permanecendo ali um grupo do 3° Batalhão da Polícia de Choque que o protege de invasões por sem-terra, bandidos e delinqüentes, como também da destruição total por parte de vândalos.
Nota do blog: Data e autoria das imagens não obtidas.  

Igreja de Santo Antônio, Praça do Patriarca, São Paulo, Brasil


Igreja de Santo Antônio, Praça do Patriarca, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
N. 122
Fotografia - Cartão Postal


Texto 1:
Treze de junho, dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro na crença popular. Mas existem outras curiosidades a respeito deste santo. Sua igreja em São Paulo, na Praça do Patriarca é uma das mais antigas. Já aparecia no testamento de Afonso Sardinha de 2 de novembro de 1592 premiada com uma doação de 2 cruzados (não, Sarney não teve nada a ver com a história). Em 1603 a igreja figurava com a função de matriz da então pequenina vila de São Paulo, pelo menos é o que diz outro testamento, de um tal Diogo Machuca que queria ser sepultado “na igreja de Santo Antônio que agora serve de matriz nesta vila”.
Foi a igreja também a primeira casa dos franciscanos que chegaram a São Paulo em 1639 para estabelecer seu convento. Naqueles tempos antigos a igreja era cuidada sempre por ermitões. Alguns nomes deles ficaram registrados em documentos, como o de Vicente Costa em 1608, João da Costa que em 1638 fez uma reforma com taipa de pilão, o frade João de Santo Antônio e o curioso João Cabeça. Este foi registrado por Antônio Egídio Martins como um mulato que andava sempre descalço, com calças de zuarte, colete, jaqueta de pano preto e cartola. Obviamente o apelido era devido ao tamanho descomunal de sua cabeça.
Mas o que poucos sabem é que Santo Antônio tinha patente militar. Era coronel de tropas. Era uma tradição muito antiga e em várias províncias recebia inclusive soldo que, claro, foi abolido com a Proclamação da República. Não era o caso de São Paulo.
Seu endereço não foi sempre a Praça do Patriarca, claro, pois naqueles idos não havia praça nenhuma. Ficava na estreita Rua Direita que mais parecia um beco, pois era fechada ao fundo pelo casarão da baronesa de Tatuí, mais tarde demolida para dar lugar a uma das pontas do antigo Viaduto do Chá, construção metálica onde se andava sobre pranchas de madeira de pinho do Paraná.
A atual fachada da igreja foi feita em 1899 com patrocínio da baronesa de Tatuí e da condessa de Prates. Os devotos, as solteironas e os defuntos que lá estão sepultados agradecem.
A foto é do começo da década de 1930.
Texto 2:
A Igreja de Santo Antônio é um templo católico localizado no centro de São Paulo, na Praça do Patriarca, próximo ao Viaduto do Chá. É considerada a mais antiga igreja remanescente da cidade, tendo sido fundada nas últimas décadas do século XVI - conforme atestam os primeiros registros documentais da sua existência, datados de 1592. No século XVII, abrigou a Ordem dos Franciscanos, e no século XVIII esteve subordinada à Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Brancos. Sofreu diversas reformas e intervenções ao longo dos últimos quatro séculos, sobretudo em sua fachada, reinaugurada em estilo eclético em 1919.
O interior da Igreja de Santo Antônio conserva importantes testemunhos da arte produzida em São Paulo no período colonial. Durante a restauração levada a cabo em 2005, descobriu-se no forro do altar-mor pinturas murais seiscentistas de alta qualidade técnica e artística, as mais antigas de que se tem notícia em São Paulo. Também o altar principal, executado em 1780, é um belo exemplar da talha barroca. A igreja é tombada pelo poder público estadual (Condephaat) desde 1970, em virtude de sua importância histórica, artística e arquitetônica.
Texto 3:
A Igreja de Santo Antônio é considerada a mais antiga dentre as igrejas remanescentes de São Paulo. Sua data de fundação, no entanto, é incerta. A mais remota referência ao templo comparece no testamento de Afonso Sardinha, datado de novembro de 1592, em que o bandeirante lega a quantia de dois cruzados para a "ermida de Santo Antônio", o que leva a supor que sua construção é anterior a essa data. Tratava-se então de uma pequena capela, erguida por fiéis anônimos, ao término da rua hoje conhecida como Direita.
As informações sobre a capela de Santo Antônio só se tornariam mais precisas a partir de 1638. Nesse ano, a ermida passa por sua primeira reforma. No ano seguinte, chegam a São Paulo os primeiros frades da Ordem dos Franciscanos, vindos do Rio de Janeiro, e instalam-se na ermida, incumbindo-se de suas tarefas. Mesmo após a construção do convento da ordem, erguido no Largo São Francisco, em 1647, os franciscanos continuam a zelar pela capela e a mantê-la em funcionamento.
Em 1717, a capela passa por nova e grande reforma para ampliar suas instalações, empreendida pelo primeiro bispo de São Paulo, Dom Bernardo Rodrigues Nogueira, com a ajuda dos devotos. Em função do aumento do edifício, praticamente reconstruído, a ermida é elevada à categoria de igreja nesse mesmo ano. Uma terceira reforma seria levada a cabo em 1747. Em 1774, é fundada a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Brancos, que assume a administração do templo e o transforma em sua sede. Menos conhecida e muito menos influente no período colonial do que a Irmandade dos Homens Pretos, a confraria seria responsável por outras modificações que alterariam profundamente as feições da fachada da igreja.
Em 1891, um incêndio ocorrido em um edifício vizinho danificou e consumiu parte da igreja. No final da mesma década, em 1899, a prefeitura intimou a irmandade para proceder à demolição e reconstrução da torre e da fachada, devido às obras de alinhamento da rua Direita. As obras foram custeadas por Francisco Xavier Pais de Barros, o barão de Tatuí, e pelo conde de Prates, ambos residentes nas imediações do templo, ainda antes da construção do Viaduto do Chá. As obras se arrastaram por vários anos, e incluíram uma reforma geral da igreja, reinaugurada com nova fachada em estilo eclético, em 1919.
Apesar das inúmeras reformas e intervenções realizadas ao longo dos séculos terem descaracterizado a integridade artística e arquitetônica do templo, a Igreja de Santo Antônio foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) em 1970, em virtude, sobretudo, de sua importância histórica. Em 1991, um novo incêndio danificou os fundos do edifício.
Em janeiro de 2005, com recursos providos pela Lei de Incentivo à Cultura, tiveram início as obras de restauro da Igreja de Santo Antônio, em que se procurou recuperar as feições barrocas do interior da igreja. Durante os trabalhos, executados sob a supervisão do Condephaat, foram retiradas as talhas executadas no século XX que encobriam os retábulos, e restauradas pinturas datadas do século XVII, com representação de anjos. O altar-mor, de 1780, também foi restaurado, voltando a exibir as matizes utilizadas no barroco paulista, em que predominam o vermelho, o amarelo e o dourado.
Prospecções realizadas no forro do altar-mor revelaram a existência de uma pintura seiscentista de boa qualidade técnica e artística, que resistiu aos incêndios de 1891 e 1991. As camadas de tintas que cobriam a pintura deverão ser retiradas, permitindo sua plena visualização. É provável que se trate do afresco mais antigo da cidade, sendo um raríssimo exemplar da pintura autônoma praticada em São Paulo durante o período colonial.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Construção da Catedral Basílica Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Aparecida, São Paulo, Brasil


Construção da Catedral Basílica Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Aparecida, São Paulo, Brasil
Aparecida - SP
Foto Postal Colombo N. 57
Fotografia - Cartão Postal