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sexta-feira, 8 de maio de 2020
Cais 22 de Novembro, Recife, Pernambuco, Brasil
Cais 22 de Novembro, Recife, Pernambuco, Brasil
Recife - PE
Édition de la Mission de Propagande
Fotografia - Cartão Postal
Hospital Pedro II, Recife, Pernambuco, Brasil
Hospital Pedro II, Recife, Pernambuco, Brasil
Recife - PE
Édition de la Mission de Propagande
Fotografia - Cartão Postal
Arrozais em uma Fazenda, Estado de Minas Gerais, Brasil
Arrozais em uma Fazenda, Estado de Minas Gerais, Brasil
Estado de Minas Gerais - MG
Édition de la Mission de Propagande
Fotografia - Cartão Postal
Bosque Municipal, Bosque Rodrigues Alves, Belém, Pará, Brasil
Bosque Municipal, Bosque Rodrigues Alves, Belém, Pará, Brasil
Belém - PA
N. 31
Fotografia - Cartão Postal
Rua das Casinhas, São Paulo, Brasil
Rua das Casinhas, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
Em 1773 a Câmara Municipal ergueu seis quartos enfileirados que
foram arrendados como mercado. Eram as casinhas. Cada uma tinha banquetas
de tábua, pesos, balanças e ganchos de ferro. Aqui eram comercializados feijão,
milho, toucinho, carne, aguardente, fumo, rapadura, etc. Ficavam no nosso lado
direito na foto e tomavam todo o começo da atual Rua do Tesouro, que então
avançava um pouco mais na direção da Rua XV de Novembro.
Em 1797 as casinhas foram demolidas e depois
reconstruídas. Toda a Rua das Casinhas e parte do largo mais abaixo tinha
intenso movimento de negros, escravos de ganho ou forros, sitiantes,
caboclos, comerciantes e fregueses. Mas não vá o amigo, ou amiga, que nos
acompanha esperar alguma noção de ordem e higiene no local.
Auguste de Saint Hilaire, o viajante da década de 1820 que
esteve por um bom tempo em São Paulo, descreveu o local:
“Em S. Paulo não são encontrados negros a percorrer as ruas,
como no Rio de Janeiro, transportando mercadorias sobre a cabeça. Os legumes e
as mercadorias de consumo imediato são vendidos por negras que se mantêm
acocoradas na rua, que, por motivo de tal comércio, tomou o nome de Rua da
Quitanda. Quanto aos comestíveis indispensáveis, tais como farinha, toucinho,
arroz, milho, carne seca, os mercadores, que os vendem estão, em sua maior
parte, estabelecidos numa única rua denominada Rua das Casinhas, porque,
efetivamente, cada venda forma uma pequena casa isolada. Não é, evidentemente,
nessas vendas, que se podem encontrar a limpeza e a ordem: são obscuras e
enfumaçadas. O toucinho, os cereais, a carne estão atirados em promiscuidade, e
não existe ainda, nem por sombra, aquela arte com que nossos mercadores de
Paris sabem dar um aspecto agradável aos alimentos mais grosseiros”.
À noite, porém mudava o cenário. O mesmo viajante francês nos
conta que: “… os animais de carga e os compradores cedem lugar a
verdadeiras nuvens de prostitutas de baixa classe, atraídas pelos camaradas
[servidores livres] e pelos roceiros, que elas tentam pescar em suas redes”.
Vida longa tiveram as casinhas, duraram até 1874,
quando então foram demolidas, pois a municipalidade tinha intenção de enfim
construir um mercado de verduras, neste mesmo local, a execução deste projeto
foi cheia de trapalhadas, mas, como dizia Júlio Gouveia quando apresentava o
Sítio do Pica-Pau Amarelo, “isto já é outra história que fica para outra vez…”.
Texto de Edison Loureiro.
Nota do blog: A foto do artigo é do Largo do Tesouro em
1862. A Rua das Casinhas ficava ao lado do prédio de 4 pavimentos, de Domingos
de Paiva.Rua 24 de Maio, Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil
Rua 24 de Maio, Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil
Rio Grande - RS
Edit. Pitombo Lima N. 6
Fotografia - Cartão Postal
Nota do blog: Reparar na suástica da bomba de gasolina. Não tem nada a ver com nazistas, era apenas o símbolo da empresa petrolífera Shell na época (era um período anterior a sua apropriação pelos nazistas).
quinta-feira, 7 de maio de 2020
Jack in the Box, São Paulo, Brasil
Jack in the Box, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Propaganda
Antes da era McDonald’s e Burger King, São Paulo teve
outro fast-food americano que fez história – mas
que deixou pouquíssimos registros. A lanchonete Jack in the Box foi fundada em San Diego, na Califórnia,
Estados Unidos, em 1951, pelo empresário Robert Oscar Peterson. O nome faz uma
referência ao palhacinho que sai de surpresa de uma caixa de brinquedo. A
primeira loja paulistana é do início da década de 70 (não há informações sobre
o ano exato). “Sei que já frequentava a loja da Brigadeiro Luís Antônio em
1973”, recorda-se Bernardo Wu, hoje com 61 anos. Além do endereço da
Brigadeiro, existiam outras seis unidades espalhadas pela capital:
Augusta, Sete de Abril, Dr. Vila Nova, Washington Luiz, Alagoas, Joaquim
Floriano e Praça Panamericana. Frequentei muito a loja da Brigadeiro também.
Meu lanche preferido era o “Califórnia” – presunto, queijo e ovo frito, num pão
de hambúrguer, que vinha embrulhado num papel alumínio.
“Trabalhava seis horas por dia na lanchonete da Augusta”, conta
Nelson Borges Machado, que ocupou a função de chapeiro do Jack in the Box em
1979. Hoje, aos 53 anos, lembra com detalhes do emprego: “Fazia 90 hambúrgueres
ao mesmo tempo. Os produtos mais vendidos eram os tacos mexicanos e as bombas
de chocolate. A loja da Brigadeiro era maior. Tinha cerca de 50 mesas, o dobro
da nossa”. O único detalhe que o incomodava era o uniforme: calça azul,
camisa vermelha xadrez, quepe azul com detalhes em vermelho. “Era terrível ter
que vestir aquilo”, resmunga Nelson. Ele fala ainda de um manual de
comportamento que recebeu assim que começou a trabalhar na lanchonete:
“Instruía as meninas a usarem pouca maquiagem e os rapazes precisavam estar
sempre com a barba feita”, conta.
A fabricante de ração Purina, que chegou ao Brasil em 1967, foi
a primeira detentora da marca Jack in The Box no país. Depois, a franquia
passou a ser comandada pelos sócios da Drogaria São Paulo. A reportagem
fez contato
com responsáveis pelas empresas. “O fato de a empresa não ser da Nestlé nessa
época me impossibilita de ajudá-lo”, respondeu Daniel Brasil, assessor da
empresa do ramo alimentício, que comprou a Purina em 2001. A Drogaria São Paulo
informou, via assessoria de imprensa, que não gostaria de participar da
reportagem. Ou seja: mais percalços para conseguir informações.
“Hoje as pessoas saem e vão a vários lugares”, diz o representante comercial Paulo Aoki, 50 anos, que frequentava as unidades da Praça Panamericana e da Brigadeiro. “Naquela época, não. A gente se reunia só para ir ao Jack. Estávamos no colegial, todos eram menores de idade, íamos de ônibus”. A orientadora pedagógica da Escola de Aplicação da Universidade de São Paulo (USP), Marlene Isepe, 47 anos, ainda sabe cantarolar o slogan: “Ainda bem que tem o Jack… Jack in the Box”.
Os irmãos Cleber e Wellington Romano ajudavam os pais a cuidar da floricultura da Praça Panamericana, que pertence à família até hoje. “Abrimos no comecinho da década de 80, junto com aquela unidade do Jack”, narra o caçula Cleber, explicando que já existia na praça o restaurante Well's, que pertencia ao grupo Pão de Açúcar. Para fazer frente ao Jack, o Well’s inaugurou o Well's Burger. “Para chamar a atenção dos fregueses, o Jack colocou um hambúrguer inflável gigante na porta”, conta. “Ficou exposto durante uns 20 dias. Até que choveu e o artifício de 4 metros de altura por uns 6 de largura saiu voando e acabou caindo no telhado do restaurante Senzala, que era vizinho”.
“Hoje as pessoas saem e vão a vários lugares”, diz o representante comercial Paulo Aoki, 50 anos, que frequentava as unidades da Praça Panamericana e da Brigadeiro. “Naquela época, não. A gente se reunia só para ir ao Jack. Estávamos no colegial, todos eram menores de idade, íamos de ônibus”. A orientadora pedagógica da Escola de Aplicação da Universidade de São Paulo (USP), Marlene Isepe, 47 anos, ainda sabe cantarolar o slogan: “Ainda bem que tem o Jack… Jack in the Box”.
Os irmãos Cleber e Wellington Romano ajudavam os pais a cuidar da floricultura da Praça Panamericana, que pertence à família até hoje. “Abrimos no comecinho da década de 80, junto com aquela unidade do Jack”, narra o caçula Cleber, explicando que já existia na praça o restaurante Well's, que pertencia ao grupo Pão de Açúcar. Para fazer frente ao Jack, o Well’s inaugurou o Well's Burger. “Para chamar a atenção dos fregueses, o Jack colocou um hambúrguer inflável gigante na porta”, conta. “Ficou exposto durante uns 20 dias. Até que choveu e o artifício de 4 metros de altura por uns 6 de largura saiu voando e acabou caindo no telhado do restaurante Senzala, que era vizinho”.
Wellington perdeu as contas de quantas vezes comeu na
lanchonete. “As cores amarela e laranja nas paredes e as cadeiras acolchoadas
me chamavam atenção”, descreve. “Quando fui lá pela primeira vez, imaginei que
fosse uma lanchonete de luxo, mas depois percebi que era apenas o padrão da
loja”. A unidade da Panamericana ficou conhecida como ponto de encontro de
corredores. Em 1984, o Jack patrocinou um evento de rali, que teve sua largada
em frente à loja. “Correram Monzas, Brasílias, Chevettes e até alguns Fuscas”,
conta Wellington. “Um cara perdeu o controle de um Monza Hatch e atropelou uma
menina de 6 anos. Levantamos o carro com as mãos. Por sorte, não aconteceu nada
de mais grave”.
O acidente também começou a marcar o fim da franquia em São
Paulo. Em 1988, o Jack in the Box vendeu todos os seus restaurantes à rede
carioca Bob’s. O principal fator apontado para a saída do mercado foi o aumento
da concorrência no segmento de fast-food. O McDonald’s havia
desembarcado no país com um plano de expansão bastante agressivo. Em 1981, já
tinha sua primeira loja aberta em São Paulo, na Avenida Paulista. A Bob’s,
fundada em 1952, viu a compra como uma grande chance de entrar no mercado de
São Paulo – em 1972, a franquia passou para as mãos de empresários do Guarujá,
no litoral paulista.
Hoje, a Jack in The Box possuiu 2.100 lojas espalhadas pelos
Estados Unidos, emprega quase 30 mil funcionários e atende cerca de 500 milhões
de clientes por ano. No entanto, a rede preferiu não abrir franquias em nenhum
outro país. “Até hoje, o Jack é importante para mim”, confessa o ex-chapeiro
Nelson. “A metodologia de trabalho padronizado era novidade na época”, completa
ele, garantindo usar os aprendizados em sua empresa de tecnologia, em Belo
Horizonte, onde reside atualmente.
Nota do blog: Fui algumas vezes na unidade da Brigadeiro Luís Antônio.
Nota do blog: Fui algumas vezes na unidade da Brigadeiro Luís Antônio.
Mercado Público Municipal, Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil
Mercado Público Municipal, Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil
Rio Grande - RS
Phot. Teixeira
Fotografia - Cartão Postal
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