quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Palácio de Karnak, Teresina, Piauí, Brasil


 

Palácio de Karnak, Teresina, Piauí, Brasil
Teresina - PI
Fotografia - Cartão Postal

Praia da Barra, Salvador, Bahia, Brasil


 

Praia da Barra, Salvador, Bahia, Brasil
Salvador - BA
Edicard
Fotografia - Cartão Postal

Baiana com Quitutes, Salvador, Bahia, Brasil


 

Baiana com Quitutes, Salvador, Bahia, Brasil
Salvador - BA
Edicard
Fotografia - Cartão Postal

Avenida das Naus, Salvador, Bahia, Brasil


 

Avenida das Naus, Salvador, Bahia, Brasil

Salvador - BA
Edicard
Fotografia - Cartão Postal

Cartão Postal "Aquarelas de Lisboa", Lisboa, Portugal





Cartão Postal "Aquarelas de Lisboa", Lisboa, Portugal
Lisboa - Portugal
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog: Cartão postal mostrando atrações turísticas da capital portuguesa.

Vaso com Flores (Vaso com Flores) - Celso Bispo



Vaso com Flores (Vaso com Flores) - Celso Bispo
Coleção privada 
OST - 60x50



 

Gatilhos em Fogo 1966 - Las 7 Magnificas










Gatilhos em Fogo 1966 - Las 7 Magnificas
Áustria / Espanha / Itália / Liechtenstein - 101 minutos
Poster do filme 

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Gatilhos em Fogo 1966 - Las 7 Magnificas

 















Gatilhos em Fogo 1966 - Las 7 Magnificas
Áustria / Espanha / Itália / Liechtenstein - 101 minutos
Poster do filme - Lobby Card

"A Casa dos Trilhos", Bairro da Penha, São Paulo, Brasil

 













"A Casa dos Trilhos", Bairro da Penha, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Se fôssemos julgar a história de uma casa pela sua arquitetura, provavelmente passaríamos batido – até poucos anos atrás – por esta pequena casa antiga, de 1938, localizada no número 228 da rua Vera Cruz, no bairro da Penha.
A casa estava escondida por um muro alto, é relativamente simples, não tem grandes adornos e nem nada demais em sua arquitetura. Apenas uma residência como tantas outras que podem ser encontradas pelo bairro da Penha.
Para piorar a situação, em janeiro de 2020, ocorreu um pequeno acidente na rua desta casa e seu muro acabou vindo abaixo.
Problemas e acidentes à parte, um detalhe despertou nossa curiosidade: A inscrição "M.A. 1938" na fachada. E através dela acabamos descobrindo que trata-se de um imóvel com uma história bastante interessante e que vamos contar em detalhes abaixo.
Ao notar a inscrição resolvi observá-la de perto, olhando por cima do muro e da cerca de madeira, no limite da residência com a pequena travessa ao lado, e acabei descobrindo algo: no meio do matagal existente no quintal da casa havia trilhos ferroviários.
Para entender o motivo da casa ter estes trilhos no quintal, vamos voltar no tempo e conhecer a história de um extinto ramal ferroviário e sua velha estação: a antiga Estação da Penha.
A antiga e extinta Estação da Penha não tem nenhuma relação com a atual estação do Metrô. Ela localizava-se um pouco mais acima, já na parte alta do bairro, bem próxima da igreja antiga da Penha.
Fundada em 1886, a estação era oriunda de um pequeno desvio ferroviário localizado alguns metros depois da Estação Guaiaúna (depois renomeada Carlos de Campos e também já extinta) e operou por anos como o principal sistema de transporte coletivo ligando a região central da cidade até este bairro.
Os trens saiam da Estação do Norte (atual Brás e ex-Roosevelt) e iam até a Estação Penha, sendo que esta foi a primeira linha de trens de subúrbio de São Paulo.
Com a chegada do serviço de bondes e as consequentes melhorias viárias feitas na Avenida da Intendência (atual Celso Garcia) o hábito de tomar o trem para ir ao centro da capital foi caindo em desuso, já que a grande maioria das pessoas preferiam se locomover usando os bondes. Com isso, entre 1910 e 1920, a importância desta estação foi diminuindo até que foi completamente desativada. Em 1924 ela já não constava mais em guias ferroviários, como o Guia Levy.
Mesmo assim a estação se manteve por vários anos, sendo que em dias de romaria para a Igreja da Penha haviam trens que especialmente seguiam até lá. Além disso, uma curiosidade sobre a Estação Penha, é que dependendo de onde você vinha para acessar a plataforma tinha que passar por uma propriedade privada da família Rodovalho, que cobrava um pequeno pedágio para isso.
Alguns anos mais tarde a estação foi demolida e boa parte deste ramal teve seus trilhos removidos, sendo realizada a urbanização do trecho, gerando as ruas Irapucara e General Sócrates.
No entanto, na altura da rua Vera Cruz, o ramal continuaria existindo até meados dos anos 1950 sendo usado para fins de transporte de gado, quando foi finalmente desativada, demolida e seus trilhos entre o ramal da Estação da Penha e a linha tronco quase que totalmente retirados.
Mas e a casa com a inscrição "M.A. 1938"?
Quando houve a primeira remoção de trilhos, com a consequente desativação da Estação da Penha, o governo federal construiu a casa, inaugurada em 1938, instalando um posto avançado do Ministério da Agricultura.
Ali embarcava-se o gado que era criado na região próxima do córrego Tiquatira, onde hoje está localizada a Avenida Governador Carvalho Pinto. Este gado subia a colina em direção ao centro da Penha, descendo até a casa em questão pela rua Betari, de lá seguindo para os abatedouros. Ainda hoje moradores antigos do bairro lembram-se desta travessia de gado pelas ruas.
Com o desenvolvimento da região, tornou-se impossível manter este tráfego animal pelas ruas da Penha e a atividade cessou. Com isso o posto avançado do Ministério da Agricultura foi desativado e o que restava deste velho ramal ferroviário foi completamente extinto e seus trilhos removidos, cessando de vez a história deste ramal.
No entanto quando foram remover os trilhos da área não removeram parte deles que ficavam na área desta casa, já que ela não pertencia a Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB) e sim ao Ministério da Agricultura.
A casa acabou esquecida, junto com seus trilhos e a pequena plataforma que permanecem até hoje no seu terreno, no que hoje tornou-se o quintal da residência. As árvores ao redor da área cresceram e é quase impossível notar a existência dos trilhos a partir do nível da rua.
Com isso a simpática casa da rua Vera Cruz deve ser a única casa de São Paulo com trilhos em seu quintal. Curioso, não ? Segundo relatos de vizinhos, até hoje o imóvel pertence à União e seus moradores seriam os caseiros (informação não confirmada).
Em 2021 a Prefeitura de São Paulo atendeu ao pedido de moradores da região para requalificar este trecho do bairro da Penha, que é constantemente afetado pelas chuvas. O fato do bairro ser uma colina, faz com quem estas áreas mais baixas sejam muito castigadas pela descida das águas, trazendo inúmeros transtornos para os moradores da região.
Assim a gestão do Prefeito Ricardo Nunes (MDB) construiu um “jardim de chuva” neste e em outros locais próximos com o objetivo de diminuir os danos causados pelas águas das chuvas. Também foi refeito o muro da casa do Ministério da Agricultura (que desabou em 2020), além de uma grande limpeza na área onde estão localizado os trilhos.
O resultado é que a área foi devolvida à população paulistana como uma espécie de “mini parque” onde além do contato com a natureza é possível observar os trilhos do extinto ramal ferroviário.
Observem que ao redor dos trilhos a jardinagem foi feita de maneira a poder absorver a água das chuvas. O cimentado ao redor dos trilhos já existia anteriormente e foi preservado por conta de questões de tombamento.
A ótima iniciativa não só trará benefícios aos moradores, que verão seus problemas em dias de chuva diminuirem, quanto também trouxe de volta à vida um pedaço da história do bairro da Penha que há muito havia se perdido e que só podia ser visto através de fotografias. Texto de D. Nascimento adaptado por mim.

Catedral da Sé, Anos 60, São Paulo, Brasil


 

Catedral da Sé, Anos 60, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia