sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

SR Ibiza 1988, Brasil

 















SR Ibiza 1988, Brasil
Fotografia


É grande a oferta de vans executivas no Brasil, mas nem sempre foi assim. Houve um período em que as opções eram limitadas a uma produção artesanal. Para atender o mercado, em 1987, o empresário Eduardo de Souza Ramos fez a Ibiza, desenvolvida sobre o chassi da picape Ford F-1000 pela SR Veículos Especiais.
Fundada no final da década de 1970, a SR teve origem na concessionária paulistana Souza Ramos, célebre pela criação da versão perua do Ford Maverick. Logo após a concepção do insólito Corcel Hatch, a SR dedicou-se às picapes F-100 e F-1000, contando com apoio da Ford para a transformação da cabine simples em dupla.
A demanda por utilitários sofisticados era crescente, fomentada pela proibição das importações. A SR já era a maior transformadora de picapes do país quando iniciou os estudos da Ibiza, em 1984, projeto que consumiu cerca de 2,5 milhões de dólares, segundo a empresa.
“O desenho da Ibiza era completamente novo. Não era mais uma simples transformação, pois não havia mais nenhum componente da carroceria da F-1000”, conta Eduardo de Souza Ramos. “As peças de plástico reforçado com fibra de vidro eram apoiadas em uma estrutura autoportante tubular desenvolvida em parceria com a Lotus Engineering.”
Marcada pela frente em cunha, a Ibiza lembrava o estilo da minivan norte-americana Ford Aerostar, mas seu porte era similar ao da grandalhona Ford Econoline. “O desenho original era ainda mais ousado, com grande quantidade de vidros curvos, mas foi descartado em razão do enorme custo envolvido”, conta Eduardo.
Foi justamente para conter o custo de produção que a Ibiza empregava componentes de outros automóveis nacionais: o conjunto ótico dianteiro era o mesmo do Ford Del Rey, enquanto as lanternas traseiras vinham do Fiat Uno. Para facilitar o acesso dos passageiros, foi adotada uma única porta traseira, no lado direito.
Mesmo com essas limitações, seu desenho era bem mais atual que o da van Furglaine, produzida pela Furglass e distribuída pela concessionária Ford Sonnervig, também baseada no chassi da F-1000. E foi justamente em razão da boa aerodinâmica que a Ibiza apresentava um bom rendimento na estrada: mesmo pesando mais de 2,5 toneladas, o consumo de óleo diesel variava de 8,3 km/l a 9,9 km/l, dependendo da carga. Sua velocidade máxima era de 119,7 km/h, limitada pelos 83 cv do motor MWM 229 de 3,9 litros e aspiração natural.
O torque de 25,3 kgfm também exigia paciência do condutor: para acelerar de 0 a 100 km/h eram necessários quase 40 segundos, situação agravada pelo elevado nível de ruído do motor. Movido a etanol, o motor Ford de seis cilindros e 3,6 litros era bem mais silencioso. Seus 25,9 kgfm e 111,5 cv melhoravam substancialmente o desempenho da Ibiza.
O melhor era curtir a viagem sem abusar: a Ibiza equilibrava seus 5,5 metros de comprimento, 2,11 metros de largura e 2,3 metros de altura sobre a suspensão da F-1000, com eixo traseiro rígido e braços duplos (Twin-I-Beam) na dianteira. Assistidos, os sistemas de direção e freios eram suaves, mas o curso da alavanca do câmbio manual era muito longo.
Uma das maiores virtudes da Ibiza estava no conforto, com espaço de sobra para oito ocupantes e acabamento refinado, com carpete, bancos e forro do teto de veludo. Também poderia ser adquirida com quarta fileira de bancos (12 lugares) ou ainda como van comercial, sem bancos traseiros e vidros laterais.
Outra enorme vantagem era a homologação do fabricante: a Ibiza desfrutava da mesma garantia oferecida a qualquer modelo da Ford.
A Ibiza das fotos pertence ao acervo de um colecionador paulista e é um dos raros exemplares ainda em condições excepcionais de originalidade. Produto de nicho, a Ibiza integra a lista de modelos nacionais que sucumbiram à invasão dos importados no começo da década de 1990: a própria SR Veículos Especiais foi vendida a terceiros nesse mesmo período, encerrando suas atividades em 1996.

Puma AMV 1988, Brasil

 












Puma AMV 1988, Brasil
Fotografia


Inspirado pelo sucesso de Mustang e Camaro no mercado nacional, o Puma GTB foi um dos esportivos brasileiros mais desejados em razão do seu nível de conforto e da dirigibilidade proporcionada pelo motor de seis cilindros 4.1.
A carreira do Pumão quase foi encerrada em 1985 com a falência da fábrica, mas ele acabou voltando ao mercado em 1988 como Puma AMV.
Sua história começa em 1986, ano em que o empresário Rubens Maluf funda a Araucária S.A. Indústria de Veículos, em Curitiba (PR), logo após obter o ferramental de produção dos esportivos da Puma.
Contrariando as expectativas, o negócio não prosperou e os direitos foram transferidos para a Alfa Metais Veículos: a produção ficou a cargo do empresário Nívio de Lima, um entusiasta da Puma.
Baseado no GTB S2 de 1979, o estilo do AMV foi atualizado pela grade, lanternas dianteiras do Chevrolet Monza e para-choques envolventes. A traseira recebeu lanternas do Chevrolet Opala e um aerofólio sobre a tampa do porta-malas.
Apesar das alterações, seu carisma manteve-se inalterado. Sob o capô estava o tradicional motor 4.1 do Opala, com 27,8 kgfm a 2.300 rpm e 126 cv a 4.400 rpm. Queimando gasolina, o motorzão acelerava os cerca de 1.200 kg de 0 a 100 km/h em 10,8 segundos.
O AMV se mostrou ligeiramente mais veloz, alcançando 175,2 km/h contra 168,3 km/h do antigo GTB. Opcional, o motor movido a etanol entregava 134 cv, mas fez pouco sucesso devido a sua baixa autonomia.
As visitas aos postos de combustível eram mesmo frequentes: o novo tanque de 70 litros era rapidamente esvaziado, com médias de 4,7 km/l na cidade e 8,4 km/l na estrada.
A situação era agravada pela falta de uma quinta marcha, pelo diferencial com relação mais curta que a do Opala (3,08:1 contra 2,73:1) e pelo arrasto dos enormes pneus Pirelli P600 205/60 R15.
O conjunto pneus/rodas era responsável pela evolução no comportamento dinâmico, beneficiado pela adoção de barra Panhard e estabilizador no eixo traseiro. Uma válvula equalizadora ajudava a conter o travamento das rodas traseiras em frenagens fortes.
O AMV era bem equipado para a época: trazia direção hidráulica, ar-condicionado, bancos Recaro, vidros verdes com acionamento elétrico, coluna de direção com ajuste de altura, revestimento interno de couro, cintos de segurança retráteis de três pontos, faróis de neblina e rádio toca-fitas digital com antena elétrica.
Os 2,42 metros entre os eixos garantiam sua agilidade em percursos sinuososO novo tanque de combustível (reposicionado na vertical) aumentou a capacidade do porta-malas. Como em todo cupê 2+2, o ideal era transportar a bagagem no limitado banco traseiro.
A baixa altura do teto comprometia o conforto dos bancos dianteiros para adultos com mais de 1,75 metro de altura. Em 1990, teve início a segunda e última fase do Puma AMV, com para-choques redesenhados e pintados na cor da carroceria (assim como o aerofólio).
Os faróis de neblina passaram a ser os do VW Gol e as novas rodas, fornecidas pela Rodão. As lanternas traseiras ganharam lentes fumê e o volante de três raios foi substituído por outro de quatro raios. Foram oferecidas novas tonalidades de pintura e revestimento interno.
Entre as três gerações do Pumão, o AMV é a de menor produção. “Cerca de 180 unidades foram produzidas entre 1988 e 1991 e até o presente momento o Clube do GTB já conseguiu levantar o paradeiro de 145 unidades”, conta o entusiasta Leandro e Pascholatti. “Trata-se de um clássico cada vez mais valorizado”, afirma.

Avenida da Aclimação, 27/07/1959, São Paulo, Brasil


 

Avenida da Aclimação, 27/07/1959, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Propaganda "O Espaço que a Família Precisa, Com a Certeza de Ir e Voltar", Volkswagen Variant, Volkswagen, Brasil


 

Propaganda "O Espaço que a Família Precisa, Com a Certeza de Ir e Voltar", Volkswagen Variant, Volkswagen, Brasil
Propaganda


Propaganda "Seja Sócio do Touring, em Nome do Padre, da Noiva e dos Convidados", Touring Club do Brasil, Brasil


 

Propaganda "Seja Sócio do Touring, em Nome do Padre, da Noiva e dos Convidados", Touring Club do Brasil, Brasil
Propaganda

Propaganda "Aproveite a Alegria da Honda", 1973, Honda CB-125S, Honda, Brasil


 

Propaganda "Aproveite a Alegria da Honda", 1973, Honda CB-125S, Honda, Brasil
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Parque Estadual da Água Branca, Parque Fernando Costa, São Paulo, Brasil











Parque Estadual da Água Branca, Parque Fernando Costa, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
 

Vista Aérea do Parque Estadual da Água Branca, Parque Fernando Costa, São Paulo, Brasil


 

Vista Aérea do Parque Estadual da Água Branca, Parque Fernando Costa, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022