sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Puma AMV 1988, Brasil

 












Puma AMV 1988, Brasil
Fotografia


Inspirado pelo sucesso de Mustang e Camaro no mercado nacional, o Puma GTB foi um dos esportivos brasileiros mais desejados em razão do seu nível de conforto e da dirigibilidade proporcionada pelo motor de seis cilindros 4.1.
A carreira do Pumão quase foi encerrada em 1985 com a falência da fábrica, mas ele acabou voltando ao mercado em 1988 como Puma AMV.
Sua história começa em 1986, ano em que o empresário Rubens Maluf funda a Araucária S.A. Indústria de Veículos, em Curitiba (PR), logo após obter o ferramental de produção dos esportivos da Puma.
Contrariando as expectativas, o negócio não prosperou e os direitos foram transferidos para a Alfa Metais Veículos: a produção ficou a cargo do empresário Nívio de Lima, um entusiasta da Puma.
Baseado no GTB S2 de 1979, o estilo do AMV foi atualizado pela grade, lanternas dianteiras do Chevrolet Monza e para-choques envolventes. A traseira recebeu lanternas do Chevrolet Opala e um aerofólio sobre a tampa do porta-malas.
Apesar das alterações, seu carisma manteve-se inalterado. Sob o capô estava o tradicional motor 4.1 do Opala, com 27,8 kgfm a 2.300 rpm e 126 cv a 4.400 rpm. Queimando gasolina, o motorzão acelerava os cerca de 1.200 kg de 0 a 100 km/h em 10,8 segundos.
O AMV se mostrou ligeiramente mais veloz, alcançando 175,2 km/h contra 168,3 km/h do antigo GTB. Opcional, o motor movido a etanol entregava 134 cv, mas fez pouco sucesso devido a sua baixa autonomia.
As visitas aos postos de combustível eram mesmo frequentes: o novo tanque de 70 litros era rapidamente esvaziado, com médias de 4,7 km/l na cidade e 8,4 km/l na estrada.
A situação era agravada pela falta de uma quinta marcha, pelo diferencial com relação mais curta que a do Opala (3,08:1 contra 2,73:1) e pelo arrasto dos enormes pneus Pirelli P600 205/60 R15.
O conjunto pneus/rodas era responsável pela evolução no comportamento dinâmico, beneficiado pela adoção de barra Panhard e estabilizador no eixo traseiro. Uma válvula equalizadora ajudava a conter o travamento das rodas traseiras em frenagens fortes.
O AMV era bem equipado para a época: trazia direção hidráulica, ar-condicionado, bancos Recaro, vidros verdes com acionamento elétrico, coluna de direção com ajuste de altura, revestimento interno de couro, cintos de segurança retráteis de três pontos, faróis de neblina e rádio toca-fitas digital com antena elétrica.
Os 2,42 metros entre os eixos garantiam sua agilidade em percursos sinuososO novo tanque de combustível (reposicionado na vertical) aumentou a capacidade do porta-malas. Como em todo cupê 2+2, o ideal era transportar a bagagem no limitado banco traseiro.
A baixa altura do teto comprometia o conforto dos bancos dianteiros para adultos com mais de 1,75 metro de altura. Em 1990, teve início a segunda e última fase do Puma AMV, com para-choques redesenhados e pintados na cor da carroceria (assim como o aerofólio).
Os faróis de neblina passaram a ser os do VW Gol e as novas rodas, fornecidas pela Rodão. As lanternas traseiras ganharam lentes fumê e o volante de três raios foi substituído por outro de quatro raios. Foram oferecidas novas tonalidades de pintura e revestimento interno.
Entre as três gerações do Pumão, o AMV é a de menor produção. “Cerca de 180 unidades foram produzidas entre 1988 e 1991 e até o presente momento o Clube do GTB já conseguiu levantar o paradeiro de 145 unidades”, conta o entusiasta Leandro e Pascholatti. “Trata-se de um clássico cada vez mais valorizado”, afirma.

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