Coluna Comemorativa de Domingos J. Almeida, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil
Pelotas - RS
Brasiliana de Vulgarização - Série 1 - N. 22
Fotografia - Cartão Postal
Texto 1:
Na cidade de Pelotas, no estado do Rio Grande do Sul, no bairro Areal, há um monumento erguido no século XIX em prol do ideal republicano. O Obelisco Republicano, ou Obelisco Domingos José de Almeida, ou Monumento Republicano – foi inaugurado em 7 de Abril de 1885, homenageando Domingos José de Almeida, político e investidor que residiu em Pelotas, e a República Rio-Grandense, que existiu durante a Guerra dos Farrapos (1835-1845). Essa coluna é o único monumento de cunho republicano erguido no Brasil durante o governo monárquico.
Texto 2:
Domingos José de Almeida é apresentado e identificado, no prólogo de sua biografia escrita por Barbosa Lessa, da seguinte maneira:
A guerra dos Farrapos não foi feita, naturalmente, apenas por lanceiros a cavalo. Ela contou com homens como Domingos José de Almeida. Dono duma charqueada, foi pioneiro na aplicação da energia a vapor e inventou as “tinas digeridoras”. Construiu também a primeira barca a vapor do Rio Grande do Sul. Em 1835, era deputado à Assembléia Provincial, em Porto Alegre. Em 1836, houve a proclamação da República Rio-Grandense e instalação do Governo, em Piratini. Domingos era ministro do Interior e, interinamente, da Fazenda. Em 1838, escreveu o Manifesto explicando as razões da revolução e lançou O Povo, jornal oficial farroupilha. Vendeu escravos seus em Montevidéu para comprar fardas, cavalos e uma tipografia para a República, mas mesmo assim foi acusado de corrupto. Em tempo: Domingos era mineiro. Esses gaúchos ...
“Ao novo Estado faltavam todos os recursos, como escasseavam meios de arrecadar regularmente impostos. Almeida teve de criar tudo e de prover a tudo, subdividindo-se para atender à criação e manutenção do Exército, à negociação de Tratados, à representação da República no Exterior e à sua administração interna em todos os detalhes. Pode-se dizer que todo esse trabalho de fundação e organização de u Estado, que teve vida regular ao meio da agitação ininterrrupta da guerra, foi obra sua, pois que a passagem transitória de outros homens pelo Ministério em pouco o podia auxiliar. Entre tantos serviços que lhe são devidos, pode-se citar a direção da imprensa oficial, o estasbelecimento de escolas de instrução pública (as primeiras no Rio Grande do Sul!), o estabelecimento de um serviço regular de correios e, por fim, a criação, em Caçapava, de um gabinete de leitura, instalado com cerca de oitocentos volumes.”
Alfredo Ferreira Rodrigues.
Almanaque do Rio Grande do Sul para 1902.
# Nome
Domingos José de Almeida.
# Nascimento
Nove de julho de 1797, no povoado do Sumidouro, no Arraial do Tijuco (hoje Diamantina), Minas Gerais. Filho de modesta família: Domingos José de Almeida e Silva e dona Escolástica Mendes de Almeida.
# Profissão
Ajudante de caixeiro em Sumidouro, caixeiro no comércio do Rio de Janeiro, comerciante de fazendas em São Francisco de Paula (Pelotas) e, por fim, empresário de charque e transportes. Autodidata, com conhecimentos de Economia, Política e Direito.
# 1819
Mal informado, desembarca no porto de São José do Norte-Rio Grande pensando poder comprar ali uma tropa de burros, para comercializar em Sorocaba. Só então fica sabedor de que o planalto rio-grandense (Cruz Alta, Vacaria etc.) se situava praticamente em outro país.
# 1821
A primeiro de março despede-se de seus familiares, no Tijuco, comunicando-lhes que estava decidido a ir morar na Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul.
# 1822
Comerciante de fazendas, arca com a quase totalidade das despesas da grande festa cívica em regozijo pela Independência. A maior parte dos charqueadores do arroio Pelotas prefere ficar em cima do muro.
# 1823
Seu amigo, o liberal Francisco Xavier Ferrreira (Chico da Botica), segue para o Rio de Janeiro, como um dos deputados da Província à Assembléia Geral. Leva consigo reivindicações no sentido de que o charque e o couro deixem de ser sobrecarregados de impostos e taxas. Leva também uma importante contribuição do charqueador Gonçalves Chaves: Memórias econômico-políticas. Xavier Ferreira volta frustrado: o máximo que conseguiu foi obter a elevação da vila de Porto Alegre à condição de cidade.
# 1824
A 21 de dezembro, bodas com dona Bernardina Barcelos de Lima, da nascente sociedade pelotense.
# 1826
Nascimento de Domingos, o Mingote, primogênito de um clã que chagaria ao total de treze Barcelos de Almeida.
Em meio às guerras da Cisplatina, prosperam os negócios de charque. Almeida contrai vultosos empréstimos para se lançar a essa atividade empresarial. Sua charqueada torna-se modelar, inclusive pela aplicação pioneira da energia a vapor e pelo invento das “tinas digeridoras”.
# 1831
Não podendo resistir ao privilegiamento do charque de Montevidéu, e sofrendo o arrocho fiscal da superposição de taxas e impostos, pedido de concordata.
# 1832
Recuperado financeiramente, e dono de meia-centena de escravos, vários iates de carga e alguns veleiros de alto-mar, associa-se a Rodrigues Chaves e constrói – com máquina importada dos Estados Unidos – a primeira barca a vapor do Rio Grande do Sul, a Liberal. Na viagem inaugural, o jornalista Xavier Ferreira espalha-se em elogios gongóricos pelas páginas de sua folha O Noticiador, de Rio Grande.
# 1835
Deputado à Assembléia Provincial, em Porto Alegre. Ocupa uma grande casa, tendo por companheiro Xavier Ferreira. Até altas horas da noite, ponto de encontro dos exaltados “farroupilhas”.
Deposição do presidente Fernandes Braga e fuga do comandante das Armas, em razão do movimento armado de vinte de setembro.
# 1836
Proclamação da República rio-grandense, nos campos do Seival, e instalação do Governo, em Piratini. Ministro do Interior e, interinamente, da Fazenda.
# 1838
“Manifesto” explicando as razões da revolução. Lançamento do jornal O Povo, órgão oficial da República.
# 1842
A capital em Alegrete. Conclamação de eleições de deputados à Assembléia Constitucional e Legislativa. Instalação no dia primeiro de dezembro.
# 1843
Membro da comissão que elaborou o primeiro projeto de Constituição Republicana surgido em terras brasileiras. A seu lado, Sá Brito, Ulhoa Cintra, Mariano de Matos e Serafim dos Anjos França.
Por iniciativa de Almeida, fundação da única cidade devida à República Rio-Grandense: Uruguaiana (Decreto nº 21, de 24 de fevereiro).
# 1845
Paz de Ponche Verde.
# 1858
Tendo sido desatendido o fiel cumprimento de todas as promessas do Império quando da paz de Ponche Verde, Almeida lança o jornal Brado do Sul para defender os interesses dos ex-companheiros de luta.
Agressão ao redator Karl Von Koseritz. Tentativa de publicar, pelo jornal, uma História da República Rio-Grandense. Por súplica dos amigos, desiste de tão subversivo intento.
# 1871
Falecimento, em sua residência no bairro do Areal, Pelotas, no dia seis de maio.
Almanaque do Rio Grande do Sul para 1902.
# Nome
Domingos José de Almeida.
# Nascimento
Nove de julho de 1797, no povoado do Sumidouro, no Arraial do Tijuco (hoje Diamantina), Minas Gerais. Filho de modesta família: Domingos José de Almeida e Silva e dona Escolástica Mendes de Almeida.
# Profissão
Ajudante de caixeiro em Sumidouro, caixeiro no comércio do Rio de Janeiro, comerciante de fazendas em São Francisco de Paula (Pelotas) e, por fim, empresário de charque e transportes. Autodidata, com conhecimentos de Economia, Política e Direito.
# 1819
Mal informado, desembarca no porto de São José do Norte-Rio Grande pensando poder comprar ali uma tropa de burros, para comercializar em Sorocaba. Só então fica sabedor de que o planalto rio-grandense (Cruz Alta, Vacaria etc.) se situava praticamente em outro país.
# 1821
A primeiro de março despede-se de seus familiares, no Tijuco, comunicando-lhes que estava decidido a ir morar na Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul.
# 1822
Comerciante de fazendas, arca com a quase totalidade das despesas da grande festa cívica em regozijo pela Independência. A maior parte dos charqueadores do arroio Pelotas prefere ficar em cima do muro.
# 1823
Seu amigo, o liberal Francisco Xavier Ferrreira (Chico da Botica), segue para o Rio de Janeiro, como um dos deputados da Província à Assembléia Geral. Leva consigo reivindicações no sentido de que o charque e o couro deixem de ser sobrecarregados de impostos e taxas. Leva também uma importante contribuição do charqueador Gonçalves Chaves: Memórias econômico-políticas. Xavier Ferreira volta frustrado: o máximo que conseguiu foi obter a elevação da vila de Porto Alegre à condição de cidade.
# 1824
A 21 de dezembro, bodas com dona Bernardina Barcelos de Lima, da nascente sociedade pelotense.
# 1826
Nascimento de Domingos, o Mingote, primogênito de um clã que chagaria ao total de treze Barcelos de Almeida.
Em meio às guerras da Cisplatina, prosperam os negócios de charque. Almeida contrai vultosos empréstimos para se lançar a essa atividade empresarial. Sua charqueada torna-se modelar, inclusive pela aplicação pioneira da energia a vapor e pelo invento das “tinas digeridoras”.
# 1831
Não podendo resistir ao privilegiamento do charque de Montevidéu, e sofrendo o arrocho fiscal da superposição de taxas e impostos, pedido de concordata.
# 1832
Recuperado financeiramente, e dono de meia-centena de escravos, vários iates de carga e alguns veleiros de alto-mar, associa-se a Rodrigues Chaves e constrói – com máquina importada dos Estados Unidos – a primeira barca a vapor do Rio Grande do Sul, a Liberal. Na viagem inaugural, o jornalista Xavier Ferreira espalha-se em elogios gongóricos pelas páginas de sua folha O Noticiador, de Rio Grande.
# 1835
Deputado à Assembléia Provincial, em Porto Alegre. Ocupa uma grande casa, tendo por companheiro Xavier Ferreira. Até altas horas da noite, ponto de encontro dos exaltados “farroupilhas”.
Deposição do presidente Fernandes Braga e fuga do comandante das Armas, em razão do movimento armado de vinte de setembro.
# 1836
Proclamação da República rio-grandense, nos campos do Seival, e instalação do Governo, em Piratini. Ministro do Interior e, interinamente, da Fazenda.
# 1838
“Manifesto” explicando as razões da revolução. Lançamento do jornal O Povo, órgão oficial da República.
# 1842
A capital em Alegrete. Conclamação de eleições de deputados à Assembléia Constitucional e Legislativa. Instalação no dia primeiro de dezembro.
# 1843
Membro da comissão que elaborou o primeiro projeto de Constituição Republicana surgido em terras brasileiras. A seu lado, Sá Brito, Ulhoa Cintra, Mariano de Matos e Serafim dos Anjos França.
Por iniciativa de Almeida, fundação da única cidade devida à República Rio-Grandense: Uruguaiana (Decreto nº 21, de 24 de fevereiro).
# 1845
Paz de Ponche Verde.
# 1858
Tendo sido desatendido o fiel cumprimento de todas as promessas do Império quando da paz de Ponche Verde, Almeida lança o jornal Brado do Sul para defender os interesses dos ex-companheiros de luta.
Agressão ao redator Karl Von Koseritz. Tentativa de publicar, pelo jornal, uma História da República Rio-Grandense. Por súplica dos amigos, desiste de tão subversivo intento.
# 1871
Falecimento, em sua residência no bairro do Areal, Pelotas, no dia seis de maio.
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