domingo, 15 de maio de 2022

A Maior Vergonha da Fórmula 1 Completa 20 Anos - Artigo


 


A Maior Vergonha da Fórmula 1 Completa 20 Anos - Artigo
Artigo


Uma atitude antiesportiva da Ferrari combinada à subserviência de Rubens Barrichello transformou 12 de maio de 2002 em um dia de vergonha para a F1. Primeiro colocado nos treinos livres de sexta, pole position no sábado, líder do GP da Áustria por 69 das 71 voltas, o brasileiro acatou uma ordem da escuderia e, a 10 m da linha de chegada, deixou Michael Schumacher passar. Pela primeira vez em 52 anos de história da F1, um pódio foi vaiado. Sem graça, o tetracampeão mundial puxou Barrichello para o degrau mais alto. Com os ferraristas juntos e visivelmente embaraçados, Zeltweg acompanhou o hino alemão."
Assim, em tom indignado, um certo Fábio Seixas escreveu na Folha de S.Paulo sobre o GP da Áustria de 2002. A maior marmelada da história da F1 completa 20 anos nesta quinta-feira, 12 de maio. Analisada com o distanciamento que só o tempo traz, e com o precedente que criou, é mais fácil de engolir.
Foi o dia do "hoje não, hoje sim" do Cléber Machado. Foi o domingo do único pódio sob vaias que a categoria já viu. Foi uma corrida inesquecível para quem assistiu pela TV e para este blogueiro, que estava lá em Zeltweg como repórter da Folha e da Rádio Bandeirantes.
A F1 vivia o auge da era Schumacher. Dois anos antes, o alemão havia encerrado o jejum de títulos da Ferrari, que durou 20 temporadas. Mais do que um piloto genial, ele era o centro da mudança: levou para Maranello nomes-chave dos seus dois títulos na Benetton, como os engenheiros Ross Brawn e Rory Byrne, transformando a estrutura da escuderia.
Schumacher, em suma, mandava na Ferrari. E foi nesse ambiente que Barrichello desembarcou em 2000, carregado de esperança e ingenuidade. "Não vou ser o segundo piloto. Serei o 1B", disse numa concorrida entrevista coletiva em São Paulo, dias após o anúncio oficial da equipe.
Alemão e brasileiro dividiram os boxes por seis temporadas. Não se tornaram amigos, mas também não se detestavam. Já no primeiro ano, Barrichello entendeu como o jogo era jogado. E aceitou, tanto que assinou renovações de contrato. Seu maior problema, de fato, era se equilibrar entre a realidade interna e o discurso que fazia para o público brasileiro a cada GP.
Nada como o passar dos anos. Décadas depois, entendo melhor sua irritação com parte da imprensa, eu incluído, quando questionado sobre as discrepâncias entre o que prometia e o que acontecia. Por outro lado, foi uma armadilha que armou para si próprio, na pressão de substituir o insubstituível.
O episódio de 2002 não foi nem sequer o primeiro em que Barrichello precisou obedecer a equipe e ajudar o companheiro. Em 2000, no Canadá, foi orientado a "proteger" Schumacher, apesar estar mais rápido na pista, em condições de ultrapassá-lo. "O Michael é o presente, eu sou o futuro da Ferrari", disse, na ocasião. E em 2001, na mesma Zeltweg, cedeu a segunda posição. "Naquele dia, verbalmente me falaram que se a luta fosse pelo primeiro [lugar], não aconteceria", disse, anos depois, numa participação no extinto Arena SporTV.
Aconteceu. E justamente num domingo que parecia preparado para uma sambadinha no pódio.
Na quinta-feira, a Ferrari anunciou a renovação do contrato de Barrichello por mais dois anos, até o fim de 2004. Na sexta, ele foi o mais rápido no primeiro treino livre. No sábado, cravou sua quinta pole na carreira, a terceira pela Ferrari, a primeira com pista seca. Domingo era Dia das Mães, o que em se tratando de Barrichello incluiu promessas de vitória e de homenagem.
Mas o fantasma da ordem de equipe rondava. "O brasileiro impôs a maior lavada de um companheiro de Ferrari em cima de Schumacher: foi 0s622 mais rápido que o tetracampeão. E, o mais importante, conseguiu colocar um piloto adversário [Ralf Schumacher] entre ele e o líder do campeonato. Evita, assim, qualquer possibilidade de a Ferrari pedir para ele 'aliviar' o ritmo na largada", escrevi no relato da classificação que estampou a Folha de domingo.
Rondava por quê? Aquela era só a sexta etapa do Mundial, e Schumacher sobrava no campeonato com quatro vitórias. Somava 44 pontos contra 23 de Montoya. Até os tijolinhos vermelhos da fábrica de Maranello sabiam que o alemão dispararia para o título: fechou a fatura com seis GPs de antecedência.
Rondava porque Schumacher mandava, porque os chefes ferraristas não tinham lá muito escrúpulos e porque Barrichello fazia um início de campeonato pífio até então: só havia pontuado em uma das cinco etapas e era apenas o sexto no Mundial de Pilotos.
A corrida foi um passeio da Ferrari.
Barrichello segurou a ponta, o companheiro logo se livrou do irmão e ambos começaram a abrir vantagem para a concorrência. Na 20ª volta, o tetracampeão já tinha 30s sobre Ralf, o terceiro colocado, uma eternidade. Na 23ª, o motor Honda do BAR de Panis explodiu, e o safety car entrou. Os ferraristas aproveitaram para ir aos pits na volta seguinte, e Schumacher perdeu novamente a posição para o caçula, que se manteve na pista.
A relargada veio na 28ª volta, mas Heidfeld atravessou a pista e bateu em Sato: novo safety car. Quando a disputa foi retomada, nove voltas depois, Barrichello manteve a vantagem, seguido por Ralf. Na 47ª, o piloto da Williams enfim parou nos boxes. Pronto: faltando 24 voltas para a bandeirada, o brasileiro passou a ter o companheiro como sombra.
Todos, de torcedores a jornalistas, começamos a especular sobre o que aconteceria. Na transmissão da Rádio Bandeirantes, lembro bem, tentávamos acreditar que a Ferrari não daria ordem nenhuma. A cada volta, a vitória brasileira parecia se concretizar. "No meio da corrida eu apostei que não iam fazer aquilo", disse Cléber Machado, no Arena SporTV já citado aqui.
A crença ficou mais forte quando Barrichello e Schumacher fizeram seus últimos pits, respectivamente nas voltas 61 e 62, e a Ferrari não inverteu as posições. Se fosse para mudar algo, seria ali. Ou antes. Repito: foram longas 24 voltas com os dois na ponta da corrida.
Mas, não. A inversão só aconteceria na reta final, a 10 m da bandeirada. "Foi uma briga de oito voltas. Eu fui até a penúltima curva decidido a não fazer", contou o brasileiro depois.
A troca começou a ficar mais clara na última volta, com Schumacher encostando cada vez mais. Eu estava no pitlane e, com a tensão tomando conta do autódromo, fui para a mureta em vez de me dirigir para entrevistar Jean Todt ou Brawn, como de hábito. Vi, diante dos meus olhos, Barrichello reduzindo a velocidade e Schumacher fazendo a ultrapassagem. Vencendo.
O sentimento naquele instante foi de que algo havia quebrado. O esporte. Vivíamos daquilo, viajávamos para todas as corridas, contávamos aquelas histórias o ano todo... Pra quê? Era tudo ensaiado, combinado, manipulado? E o velho lema de "que vença o melhor"?
As cenas seguintes foram históricas e patéticas. A torcida vaiando, Schumacher colocando Barrichello no topo do pódio e lhe entregando seu troféu, os rostos constrangidos. Na sala de imprensa, o clima foi pesado. A entrevista acabou quando um colega sueco perguntou: "Se a F1 se trata de um esporte de equipes, por que há um Mundial de Pilotos?" Barrichello pegou o microfone, mas nada falou. Levantou-se e foi embora. Schumacher seguiu o companheiro. Juan Pablo Montoya, terceiro colocado, foi irônico: "Graças a Deus não sou piloto da Ferrari."
Vinte anos depois, o que mais choca é a maneira como tudo aconteceu: a manobra nos últimos metros. A ordem em si parece até natural: sim, o Mundial ainda estava no começo, mas já havia um abismo entre os dois na tabela.
De lá pra cá, muitas outras vezes muitas outras equipes mandaram muitos outros pilotos inverterem posições. Nunca nos chocamos tanto, não nos chocamos mais. Talvez por nunca ter sido tão acintoso. Mas certamente por termos vivido Zeltweg, por estarmos calejados.
Naquele domingo de 2002, há 20 anos, perdemos a inocência. Texto do Fábio Seixas.
Nota do blog: Foi a maior vergonha que presenciei em todos os anos que acompanho a Fórmula 1. Não me recordo de nada que sequer se aproximasse disso. E veja que nunca considerei Fórmula 1 como esporte na acepção da palavra, até porque não há igualdade de condições para disputa, um piloto com carro de escuderia pequena não tem a menor chance contra as maiores. Ser bom piloto certamente ajuda mas a verdade é que o equipamento que tem em suas mãos que faz a diferença (exemplo disso é o próprio Schumacher, que não conseguiu nada quando correu pela Mercedes GP). Sem carro de ponta, não tem "campeão", não tem "braço" do piloto que ajude. Penso, inclusive, que nem deveria existir dois pilotos. Isso só serve para deixar, ainda mais claro, a marmelada. Portanto, sempre a considerei entretenimento, nunca esporte. Mas mesmo ciente desses fatos, naquele dia a coisa foi lamentável, rídicula. Confesso que nunca mais senti prazer em ver uma corrida. E não culpo só a Ferrari e Schumacher. Barrichello é tão culpado quanto eles. Embora bom piloto, vai sempre ser lembrado por esta marmelada, além de ter sido "carneirinho" da Ferrari em todas as ocasiões que isso foi exigido (só ficou todos aqueles anos na equipe porque cumpria seu papel à risca, oferecendo risco zero ao alemão).
Esse papel fez com que Barrichello ficasse por muitos anos em evidência (ainda que sempre atrás do alemão) e o tornou uma pessoa milionária (sua maior conquista). Mas jamais será considerado um piloto de primeira linha (inclusive, depois que saiu da Ferrari, foi também segundo piloto na equipe Brawn, tendo sido contratado pelo seu ex-chefe na Ferrari que já conhecia essa característica de subserviência). Sempre vai ser o cara que optou em contrato pelo dinheiro ao invés da competição, mas que, diferente do que acordava em segredo, em público ficava chorando, reclamando e lamentando a própria sorte, enganando as pessoas ao dizer que tinha chance de disputar e ganhar. Nunca teve, não passou nem perto disso. Sempre esteve lá apenas para colaborar com a equipe e ajudar nos pontos necessários ao mundial de construtores.
Em tempo: não podemos deixar de reconhecer que mesmo com todas as vantagens de equipamento, tratamento e garantias contratuais da equipe, Schumacher sempre foi, infinitamente, melhor piloto. 
A Ferrari não lhe dava preferência à toa. Barrichello, à bem da verdade,  não servia nem para limpar as botas do alemão...

sábado, 14 de maio de 2022

Causa Separada - Artigo


 

Causa Separada - Artigo
Artigo




O movimento constitucionalista liderado pelas tropas lusas no Rio de Janeiro em fevereiro de 1821 terminou vitorioso com o juramento de d. Pedro, d. João VI, dos oficiais e do povo à constituição elaborada pelas Cortes reunidas em Lisboa desde janeiro daquele ano. Não havia mais dúvidas quanto ao retorno de d. João para Portugal, o que ocorreria em 26 de abril de 1821. Aqui ficaria o príncipe d. Pedro na condição de regente, conforme o decreto de 7 de março de 1821. Aqueles que não retornaram com o monarca formariam o “partido português”, que contava entre seus quadros com os comerciantes e as tropas lusas, ambos favoráveis ao movimento revolucionário constitucionalista e às medidas tomadas pelas Cortes. Desde setembro, as Cortes criaram, por meio de decretos, instituições nas províncias tais como juntas provisórias de governo e o cargo de governador de armas ligadas diretamente a Lisboa. Com isso, a permanência de d. Pedro e a manutenção da regência no Brasil tornavam-se supérfluas. Um mês depois, as Cortes ordenariam que o príncipe regressasse a Portugal. Após muito hesitar, d. Pedro, apoiado pelas províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, que, por meio de representações, solicitavam a sua permanência, decide desobedecer as Cortes e permanecer no Brasil. Tal decisão ficou conhecida como o Dia do Fico (9 de janeiro de 1822). A expressão “causa separada” expressa o descontentamento dos militares portugueses da província Cisplatina com a decisão de d. Pedro em permanecer no Brasil, desobedecendo assim às Cortes de Lisboa. A partir daí a relação de tensão entre os militares portugueses e o governo do Rio de Janeiro cresceria até o início da guerra civil entre os Voluntários Reais, sob o comando do general Álvaro Costa, fiéis a d. João VI, e as forças do general Lecor, que apoiavam d. Pedro I, obedecendo às ordens do governo do Rio de Janeiro.

Vista do Centro, 1950, São Paulo, Brasil


 

Vista do Centro, 1950, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


À esquerda, em construção, o Edifício do Banco do Brasil, ao centro, o Edifício Altino Arantes e à direita o Edifício Martinelli.
A estrutura no topo do Edifício Altino Arantes consistia na montagem da antena da TV Tupi, que entraria no ar em 18/09/1950.

Vaso com Flores (Vaso com Flores) - Alipio Dutra


 

Vaso com Flores (Vaso com Flores) - Alipio Dutra
Coleção privada
OST - 60x73 - 1944

Flores (Flores) - Davi

 





Flores (Flores) - Davi
Coleção privada
OST - 60x80 

Vaso com Flores (Vaso com Flores) - Oscar Pereira da Silva

 





Vaso com Flores (Vaso com Flores) - Oscar Pereira da Silva
Coleção privada
OST - 45x57 - 1930

Igreja do Senhor do Bonfim, Salvador, Bahia, Brasil (Igreja do Senhor do Bonfim) - José Benigno Ribeiro

 





Igreja do Senhor do Bonfim, Salvador, Bahia, Brasil (Igreja do Senhor do Bonfim) - José Benigno Ribeiro
Salvador - BA
Coleção privada
OST - 55x80 - 1992

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Ferrari 360 Challenge 2004, Itália

 






























Ferrari 360 Challenge 2004, Itália
Fotografia



The Ferrari 360 Challenge was launched in 2000 and replaced the F355 Challenge as the Italian automotive manufacturer’s exclusive one-make series for some of its most valued clients. Unlike the F355 variant, however, the 360 Challenge was a factory-built racing car, rather than returning to marque dealers for retrofitted upgrade kit. Fewer than 300 examples were built, with each car featuring a suite of changes to make it markedly more potent on the circuit than its road-going relative.
In the cabin, the airbags, air conditioning, electric windows, radio, soundproofing, and even the handbrake were all removed in the name of saving weight. Gone too were the leather seats, with the passenger seat being removed entirely and the driver’s seat replaced by a fixed carbon bucket affair. The only items that were added were for regulatory reasons; a monochrome Magneti Marelli digital LCD instrument cluster, FIA-standard roll cage, racing harness, and fire suppression system. Weight-saving measures extended to the exterior, where lightweight lexan glass windows were utilised for the doors and featherweight plexiglass for the engine cover. The result was a car that weighed almost 200 kilograms less than the standard variant.
While the 3.6-litre V-8 powertrain was more than capable in its road-going form, it too benefitted from motorsport fettling; namely titanium conrods and a freer flowing “straight-through” racing exhaust for the engine, and an upgraded oil cooler and racing clutch for the F1-style automated transmission. Keeping all of the additional performance in check were more powerful brakes from Brembo, featuring the largest two-piece floating discs that would fit behind the lightweight racing wheels.
This particular example of the 360 Challenge was delivered in 2004 and was the ninth-to-last example built by Ferrari, making its debut at Spa during the same year. It was subsequently campaigned every year from 2006 to 2011—predominantly in Danish and Swedish editions of Ferrari Challenge, where it was driven into podium-finish places on three occasions. Finished in the same livery it wore in its debut season, the car is accompanied by its original leather owner’s pouch, and two keys, tank-filling kit, tank support and finish-line sender unit. The next owner of this 360 Challenge could enjoy the car on track days or in eligible racing events.

Praça Eufrásio Correia, 1928, Curitiba, Paraná, Brasil


 

Praça Eufrásio Correia, 1928, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia

Propaganda "Os Acessórios Volkswagen São Perfeitos em Tudo, Como os Acessórios que Você Usa", 1980, Acessórios Volkswagen, Volkswagen, Brasil


 

Propaganda "Os Acessórios Volkswagen São Perfeitos em Tudo, Como os Acessórios que Você Usa", 1980, Acessórios Volkswagen, Volkswagen, Brasil
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