segunda-feira, 30 de maio de 2022

Propaganda "Ford Escort XR3, Prazer de Dirigir no Tamanho da sua Emoção", 1985, Ford Escort XR3, Ford, Brasil




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Vista do Estádio do Canindé / Estádio Doutor Oswaldo Teixeira Duarte, Associação Portuguesa de Desportos, São Paulo, Brasil




Vista do Estádio do Canindé / Estádio Doutor Oswaldo Teixeira Duarte, Associação Portuguesa de Desportos, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

A Demolição da Igreja de São Pedro dos Clérigos e a Construção dos Edifícios Sé e Rolim, Centro Histórico, São Paulo, Brasil






A Demolição da Igreja de São Pedro dos Clérigos e a Construção dos Edifícios Sé e Rolim, Centro Histórico, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Alguns amigos têm dúvidas se o Edifício Sé — erguido para ser a sede da Caixa Econômica Federal de São Paulo — ocupou a área onde estava a Igreja de São Pedro dos Clérigos (ou da Pedra). Na realidade, foi construído o Edifício Rolim (de 1928) na esquina da Floriano Peixoto, a antiga Rua da Fundição. Na foto superior — de provável autoria de Aurélio Becherini tirada por volta de 1911 — vemos a igreja meses antes da demolição.
 

Cruzamento da Rua Xavier de Toledo com Viaduto do Chá, Anos 50, São Paulo, Brasil

 


Cruzamento da Rua Xavier de Toledo com Viaduto do Chá, Anos 50, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

domingo, 29 de maio de 2022

Parmalat, a Ascensão Por Meio de Patrocinios Esportivos e Posterior Falência no Brasil - Artigo


 

Parmalat, a Ascensão Por Meio de Patrocinios Esportivos e Posterior Falência no Brasil - Artigo
Artigo




Há 30 anos, começava uma parceria de sucesso entre o Palmeiras e a fábrica de laticínios Parmalat e junto veio a chamada "era vitoriosa" do clube e a fase de ouro da empresa. Mas, o que mudou de 1992 até agora?
Criada em 1961 na Itália, por Calisto Tanzi —empresário que queria se transformar no "magnata do leite"—, a Parmalat viveu tempos de glória lá fora e aqui no Brasil.
Desenvolvendo novas soluções, como o leite longa vida, que consegue durar seis meses sem perder as propriedades nutricionais, logo a empresa ganhou fama e alcançou a liderança de vendas na Itália.
Na década de 1970, a Parmalat começou a patrocinar a equipe Brabham de Fórmula 1 —onde o piloto Nelson Piquet começou a correr anos depois— e o time de futebol Parma, onde atuou em esquema de cogestão.
Foi aí que o reconhecimento global veio. E o dinheiro também.
A Parmalat fez uma nova versão do comercial dos mamíferos —crianças vestidas de animais—, que já havia feito sucesso nos anos 70. Novamente, um sucesso global. O fator "fofura" conquistou os telespectadores, que passaram a consumir ainda mais os produtos da marca, que é lembrada por isso até hoje.
A empresa patrocinou times da Argentina (Boca Junior e Estudiantes), Chile (Universidad Católica, Audax Italiano), Uruguai (Peñarol), Equador (LDU), França (Olympique de Marseille), Rússia (Dínamo de Moscou), Portugal (Benfica), Espanha (Real Madrid), México (Toros Neza) e até a seleção dos Estados Unidos.
A Parmalat também participou da cogestão do Juventude (de Caxias do Sul) e do Santa Cruz (do Recife).
Em 1992, veio a parceria com o Palmeiras, o começo da "era vitoriosa" do clube paulista. Na época, o time vivia uma fase complicada. O jejum de títulos durava 16 anos.
A Era Parmalat:
Com uma injeção de dinheiro e um planejamento bem feito, a parceria Palmeiras-Parmalat fez com que o time voltasse a gritar "campeão" na década de 1990. Em 1993, o Verdão levou o Campeonato Paulista goleando o Corinthians na final por 4 a 0.
No Campeonato Brasileiro daquele ano, depois de ótima campanha na primeira fase, o time faturou o título com dois triunfos sobre o Vitória na decisão. Na mesma temporada, o Palmeiras ainda conquistou o Torneio Rio-São Paulo, contra o Corinthians.
Em 1994, levou o bi do Brasileirão, e, na Libertadores, o Palmeiras massacrou o Boca Juniors no Palestra Itália em noite de gala de Mazinho. O placar de 6 a 1 foi a maior derrota do time argentino até então.
Em 1996, o Palmeiras venceu o Paulistão. Em 1998, a Copa Mercosul e a Copa do Brasil. Em 1999, veio a conquista da Libertadores, o título mais importante para o clube na época e que ainda é lembrado.
No ano 2000, a parceria com a Parmalat terminou, mas, no primeiro semestre, o clube venceu o Torneio Rio-São Paulo e a Copa dos Campeões (campeonato que reunia os principais clubes brasileiros na época), além de ser vice-campeão da Copa Mercosul pela segunda vez e da Libertadores.
De mecenas à falência:
Em 2003, a Parmalat entrou em crise. Tudo começou quando a empresa disse que uma conta nas Ilhas Cayman, que teria saldo de 4 bilhões de euros (R$ 21 bilhões, na conversão livre), na verdade não existia.
Os executivos então procuraram a proteção da lei de falências e começaram os processos.
As autoridades italianas descobriram, mais tarde, que Tanzi tinha escondido quadros de Pablo Picasso, Claude Monet e Vincent van Gogh para que não fossem tomados pelos credores. As peças foram leiloadas em 2019.
Uma falência fraudulenta aconteceu, com dívidas que superavam os 14 bilhões de euros (R$ 71 bilhões, em conversão livre). Pequenos empresários se viram sem saída.
Nisso, os patrocínios para os esportes cessaram.
Calisto Tanzi foi preso em 2011 e condenado a oito anos de prisão. Ele morreu em janeiro de 2022, aos 83 anos.
Em 2005, a Parmalat Brasil entrou em recuperação judicial, graças à lei que havia sido aprovada meses antes. Anos depois, a Laep Investments comprou a empresa.
Já em 2007, uma nova crise: dois lotes de leite da empresa foram apreendidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), porque estavam com suspeita de adulteração por soda cáustica e peróxido de hidrogênio.
A investigação descobriu que duas cooperativas de Minas Gerais, que vendiam leite para Parmalat e outras empresas, estavam contaminando o produto.
Em 2011, a empresa francesa Lactalis adquiriu o controle acionário da Parmalat em nível global.
A empresa retomou as atividades no Brasil em 2015, quando relançou o comercial dos mamíferos.
Hoje, a Parmalat ainda comercializa produtos, "produzidos dentro dos padrões de qualidade preconizados pelo grupo", segundo a companhia, e mantém acesa a memória afetiva de muita gente.

Trem CPTM Estação da Luz / Aeroporto de Guarulhos, São Paulo, Brasil

 











Trem CPTM Estação da Luz / Aeroporto de Guarulhos, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia



O relógio marcava 15:03 quando o trem partiu da estação da Luz e 15:28 quando chegou à estação Aeroporto Guarulhos. A viagem durou 25 minutos e houve apenas uma parada na estação Guarulhos Cecap, uma antes de Cumbica.
Considero isso um feito. Principalmente por se tratar de São Paulo, a cidade mais maltratada, caótica e imprevisível quando o assunto é trânsito.
O trem para o aeroporto de Guarulhos trouxe previsibilidade, ainda mais agora com 20 saídas diárias a cada hora cheia, nos dois sentidos, desde 5h da manhã até a meia-noite. E são trens novos, encomendados para cumprir exclusivamente esse trajeto. Assim como a nova geração de comboios da CPTM, não há divisórias entre os vagões e você pode circular livremente em busca de espaço. E lugar é o que não falta, inclusive para as malas: há compartimentos em cima de todos os assentos e bagageiros verticais espalhados em toda sua extensão. É quase inacreditável.
A paisagem no trajeto acaba sendo uma aula involuntária de Brasil para gringos: vai da caótica ocupação da zona leste a favelas com esgoto a céu aberto, passando por alguns trechos de muito verde na altura do Parque Ecológico do Tietê. Mas dentro do trem, o ar condicionado é perfeito, geladinho, viajo sentado e o que vejo pela janela quase não me comove. Quer coisa mais paulistana?
Alguém aí já deve estar chiando: ah, mas o trem não para no terminal. É fato. Mas, sinceramente, me parece o menor dos problemas se considerar justamente a previsibilidade, o preço (R$ 4,40 por viagem contra uns R$ 80 de Uber até a zona oeste) e a solução encontrada de colocar ônibus gratuito até os terminais (foram seis minutos da estação até o terminal 2). Concordo, o ideal seria parar no subsolo do aeroporto ou na porta, como acontece em várias outras cidades turísticas importantes, como Barcelona e Chicago. Mas é o que temos pra hoje e funciona.
A estação Aeroporto Guarulhos não é Cabul, tudo é moderno e amplo. Ao sair do trem, você desce um lance de escada rolante, ou de elevador, cruza a catraca, atravessa uma passarela (atenção: a passarela é uma continuação da estação, não tem nada a céu aberto, ao relento ou no meio do nada como já andaram escrevendo), desce mais um lance de escada rolante e chega à calçada de onde parte o ônibus gratuito que leva aos terminais. No trajeto você não precisou subir ou descer a mala no muque em nenhum momento e o caminho é todo coberto, ninguém se molha nos dias de chuva. Daria pra melhorar? Sem dúvida. E não falo do monotrilho, que o Dória já avisou que irá construir, mas sabe-se lá se sairá mesmo. Falo de uma solução hoje, pra já: ampliar a frequência dos ônibus, que é de 15 minutos entre um e outro – nem sempre cumpridos, como já relataram diversos usuários –, e colocar aqueles sanfonados grandalhões. E de preferência com janelões, pintados com alguma cor mais viva, os de hoje lembram mais um caveirão.
Sim, estou tentando convencer você de que, mesmo não sendo perfeito, viajar por Guarulhos virou um bom negócio. E quem for se hospedar nos hotéis da região da Paulista, basta uma baldeação para a linha Amarela quando chegar na Luz (a depender da altura do seu hotel, pode ser preciso mais uma transferência para a linha Verde).
Um detalhe: no sentido aeroporto, o trem para apenas na estação Guarulhos Cecap; já no sentido contrário, de Guarulhos até a Luz, o trem para também na plataforma da estação Brás. Por que o trem não para no Brás na ida para o aeroporto?
“A plataforma por onde passa o expresso para o aeroporto é a mesma utilizada pela Linha 11 (Coral) e alguém poderia entrar no trem para Guarulhos por engano”, disse a chefe do departamento de imprensa da CPTM, Patrícia Paz. Não daria para colocar algum sinal sonoro dentro do vagão e na plataforma?, perguntei. “Não adianta. As pessoas não ouvem, ficam distraídas falando no celular ou com fone de ouvido. Seria uma chuva de gente reclamando que entrou no trem para ir para Mogi das Cruzes e foi parar em Guarulhos”. Alguma previsão que isso mude daqui um tempo? “Nenhuma.”
Tem um fato aí que é compreensível: se eu pego um metrô na direção errada posso descer na estação seguinte e mudar de plataforma. No caso da linha até Cumbica, a próxima estação depois do Brás seria lá em Guarulhos e, pelo fato de o trem sair de hora em hora, essa distração custaria para o passageiro pelo menos 1h30 do seu já suado dia. E o fato da Linha Coral atender hoje um número de pessoas infinitamente superior ao de Guarulhos, até que faz sentido.
Porém as coisas serem de uma maneira não significa que elas não possam ser mudadas. Qualquer modal de transporte precisa ter demanda e, algumas vezes, essa demanda precisa ser criada, mostrando ao usuário a conveniência. Ah, mas não para nos terminais e blá blá blá. De fato, mas já está muito melhor do que era e a tendência é melhorar mais depois que construírem o people mover até os terminais. E se tem uma coisa que São Paulo precisa é desafogar marginais e avenidas e mudar uma cultura do carro que parece entranhada no DNA do paulistano.
Deixo aqui uma pequena contribuição, na forma de sugestões, para que o expresso até o aeroporto possa ser facilmente identificado pelos usuários da estação Brás:
Insistir nos avisos sonoros em altíssimos decibéis, tanto dentro do trem quanto na plataforma;
Pintar o trem com alguma cor berrante, diferente do grafismo normal, do lado de fora;
Adesivar o vagão internamente, alertando para o destino da linha.